O Peugeot 208 ganhou alma nova com a chegada da Stellantis, assumida no Brasil pelo pessoal da extinta FCA, ajustando o hatch ao mercado brasileiro de fato.
Uma das ações da Stellantis de sotaque mineiro foi adicionar novas versões de acesso ao 208 e a Style foi um adicional importante para acelerar as vendas do modelo, mas com motor 1.0.
É aquilo, não existe almoço grátis. Então, pelo pacote oferecido na Style, o preço é pagar por um carro 1.0, ainda que ele tenha a vantagem de ser econômico, apesar do custo ao andar.
Com até 75 cavalos, o 208 Style deve muito em desempenho, buscando desempatar com um foco mais urbano, adicionando bom recheio e preço de R$ 84.990, praticado há algum tempo.
Por fora…
Visualmente, o Peugeot 208 Style cumpre o que promete no nome, com faróis de LED escurecidos e dotados de luzes diurnas em LED com as presas do leão e alusão às garras.
Os retrovisores são em preto brilhante com repetidores de direção, assim como as rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 195/55 R16 são igualmente escurecidas.
Molduras das janelas em preto, com o teto panorâmico e o defletor de ar pronunciado em preto brilhante na tampa traseira reforçam a proposta, tal como o nome Style nas colunas C.
As lanternas triplas em LED com lentes escuras num fundo preto ampliam a coisa, assim como o para-choque com moldura preta e um pequeno difusor de ar junto ao escape simples.
Por dentro…
O interior do Peugeot 208 Style não foge da profusão de plásticos nas portas e outras partes do acabamento, como na coluna B, que se desprendeu com o esbarrar do condutor ao entrar.
Como no 2008, o 208 tem posição de dirigir recuada e exige manobra para pessoas de estatura alta, sendo a primeira vez que isso aconteceu. Já os ajustes de banco e volante são bons.
O volante ovalizado segue o padrão Peugeot, mas sem couro, enquanto as portas se unem ao painel também por um friso em preto brilhante.
O painel e as portas têm textura diferenciada para disfarçar os plásticos, e o desenho é agradável, tendo cluster analógico simples com conta giros anti-horário e display central.
A multimídia tem boa tela de 10 polegadas, que pode ser dividida para se visualizar mais de uma funcionalidade, tendo tudo digital, até o ar condicionado e incluindo a câmera de ré.
Esta vem com visualização em 180 graus, com zoom ou padrão, além de modo automático, auxiliada por sensores de estacionamento na traseira.
A multimídia tem otimamente conexão sem fio para Android Auto e CarPlay, enquanto abaixo das teclas de piano do 208, fica o alojamento do smartphone com tampa em preto brilhante.
Com carregamento indutivo do aparelho móvel, o 208 Style amplia os mimos úteis, tendo ainda duas entradas USB, mais espaço aberto abaixo.
O espaço na frente é ótimo para qualquer estatura, mas atrás é apertado se o pessoal na frente não se encolher. O teto de vidro panorâmico é quase natural em um Peugeot.
Já o porta-malas peca por ter somente 265 litros e também pelo banco traseiro ser inteiriço, o que complica bastante na hora de acomodar compras de supermercado ou bagagem eventual.
Por ruas e estradas…
A “bagagem eventual”, mencionada acima, não foi dito por acaso, visto que o Peugeot 208 Style é, como o título diz, uma proposta atraente, mas só para a cidade e a culpa é do motor.
No toma lá, dá cá, a Peugeot deu o que muitos queriam, mas cobrou seu quinhão com o motor Firefly 1.0 6V, que só não é a menor oferta da Stellantis, porque existe (ainda) o Fire 1.0…
O pequenino de três cilindros e duas válvulas por pistão, foi adicionado a um carro que pesa 1.102 kg, para isso, teve que receber uma boa calibração do câmbio manual de cinco marchas.
Com 71 cavalos na gasolina e 75 cavalos no etanol, ambos a 6.000 rpm, o Firefly 1.0 foi ajustado para focar no torque, de 10,0 kgfm no primeiro e 10,7 kgfm no segundo, a 3.250 rpm.
Mais fraco por conta do Proconve L7, o Firefly 1.0 perdeu na potência e focou na força, traduzida por curtíssimas relações das duas primeiras marchas, e uma terceira mais equilibrada.
Com isso, o Peugeot 208 Style surpreende até na saída, com uma resposta animadora, indo bem até a terceira marcha, que praticamente é o que se usa na cidade sem perder embalo.
Tendo engates justos e precisos, o câmbio não chega a ter a maciez do câmbio da Fiat, mas cumpre o que se espera num Peugeot, ainda com embreagem macia e de bom curso.
Logo na saída, o ponteiro invertido do tacômetro salta para mais de 3.000 rpm, com as demais marchas entrando e mantendo-se bem na casa dos 2.500 rpm em terceira.
Apresentando certa disposição urbana, o 208 Style vai bem até enfrentar subidas elevadas, onde o Firefly 1.0 naturalmente acusará sua falta de empatia com trechos íngremes.
Dependendo do movimento na via (plana), o indicador de marchas até recomenda as duas marchas acima, descendo o ponteiro para pouco menos de 1.500 rpm.
Mesmo com carro cheio, dá para encarar o trânsito urbano com vias de todo o tipo, graças às marchas curtas que ajudam naquele gás adicional com giro bem alto e necessário.
Nisso, o nível de ruído incomoda um pouco, mas já é algo esperado, porque o Firefly 1.0 gritará mesmo quando usado como se deve em situações que exigem mais força.
Apesar disso, ele vai bem e não se pode queixar de um 1.0 como este, especialmente com gasolina, o que significa ter pouco mais de 70 cavalos disponíveis.
O consumo foi de 13,2 km/l, bom se considerarmos a proposta, enquanto na estrada, conseguimos 16,2 km/l com o mesmo combustível, o velho derivado de petróleo.
Todavia, a estrada não é um ambiente tão receptivo para o 208 Style, por conta de sua fraqueza nítida em velocidades mais altas, pois, os 71 cavalos não dão conta.
No plano, é suficiente e oferece bom consumo de gasolina, mas quando a coisa é ultrapassar, é necessária avaliação prévia para não ficar vendido, especialmente em estradas simples.
Metendo uma terceira com giro indo na casa dos 5.000 rpm ou além, cortando em 6.000 rpm, pode-se conseguir algo, mas nem sempre dá para ganhar no grito, como em subidas de serra.
Nesse caso, quarta marcha quase sempre e se o trânsito piorar, contente-se em acompanhar os mais lentos, pois, não há o que fazer. Deve-se respeitar o limite do carro e deixar passarem.
Com giro acima de 4.000 rpm numa tocada a 80 km/h nesse caso, devagar se vai longe, tendo a consciência de que a cidade é o habitat do 208 Style, onde ele se sente à vontade.
Rodando a 110 km/h, o ponteiro fica na casa dos altos 3.400 rpm, mas com ruído aceitável, enquanto a direção elétrica confere ao hatch um bom controle e conforto no dia a dia.
Já os freios são suficientes para sua tocada, enquanto a suspensão tem um conjunto aceitável, absorvendo de forma agradável, as imperfeições do solo.
Boa em estabilidade com suas rodas 195/55 R16, a suspensão do Peugeot 208 Style está dentro do esperado. Bem equilibrado, o 208 tem uma dinâmica de condução interessante.
Por você…
O Peugeot 208 Style dá uma boa oportunidade de acessar tecnologias necessárias por um preço interessante na realidade do mercado, ainda que o motor 1.0 seja o lastro a carregar.
Tanto visualmente como em conteúdo, o 208 Style carrega celular sem fio, enquanto da mesma forma se utiliza de seus navegadores Waze e Google Maps.
Com teto panorâmico, volante ovalizado do i-Cockpit e teclas cromadas, num ambiente dominado por uma tela de 10 polegadas com câmera de 180 graus, o 208 Style agrada.
Para ficar completo, o ideal seria ter o Firefly 1.3 8V e uma opção CVT com piloto automático/limitador, mas aí a Stellantis cobrará o olho da cara, e ela ainda tem o EC5M 1.6…
No mercado, o 208 Style por R$ 84.990 tem um pacote melhor que o Polo MPI de R$ 86.390, nem se comparando (nesse quesito) ao Polo Track (R$ 81.370) ou Onix 1.0 (R$ 84.390).
A proposta é oferecer conteúdo em troca de um desempenho inferior a estes, ou seja, agradar o cliente com algo mais que apenas plásticos e um conteúdo bem básico.
Mesmo assim, o Peugeot 208 Style oferece um 1.0 já reconhecido pelo mercado e de assistência ampla na Stellantis, além de econômico. Vale a pena? Sim, se a ideia é ter um pouco mais que o básico.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Peugeot 208 Style 1.0 MT
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 3 em linha, flex
Cilindrada – 999 cm³
Potência – 71/75 cv a 6.000 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 10,0/10,7 kgfm a 3.250 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – Manual de 5 marchas
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 13,4 segundos
Velocidade máxima – 162 km/h
Rotação a 110 km/h – 3.400 rpm
Consumo urbano – 13,2 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 16,2 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e tambores traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 16 com pneus 195/55 R16
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.055 mm
Largura – 1.738 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.453 mm
Entre eixos – 2.538 mm
Peso em ordem de marcha – 1.102 kg
Tanque – 47 litros
Porta-malas – 265 litros
Preço: R$ 84.990
Peugeot 208 Style 1.0 2023 – Galeria de fotos
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