O Brasil não tem uma Tesla, mas a empresa que mais se aproximava disso era a Voltz Motors, uma nova marca de motocicletas elétricas de origem pernambucana que pretendia revolucionar o mercado.
Criada como uma startup, a Voltz apareceu como uma alternativa interessante em relação às marcas tradicionais de motos a combustão, com um modelo de negócio atraente para o cliente.
No entanto, o que parecia bom, hoje já não está tão assim, com a Voltz enfrentando sua maior crise com atrasos nas entregas das motos, acúmulo de problemas e até uma ação de despejo.
Fundada em 2020, a Voltz inaugurou uma fábrica em Manaus para produção de motos e scooters elétricas, no ano passado, porém, atrasos nos aluguéis das instalações motivaram uma ação de despejo.
A planta manauara foi erguida com um aporte de R$ 100 milhões de investidores nacionais, porém, a empresa passou por dificuldades financeiras com problemas nas entregas e fluxo de caixa baixo.
Sobre a planta, Renato Villar, CEO da Voltz, explicou: “O aluguel está atrasado em apenas dois meses e está em negociação amigável com o inquilino – as empresas Hines e Manaus III”.
Já em relação à ação de despejo, Villar comentou: “Não estamos devendo R$ 2,8 milhões nem estamos sendo despejados, pelo contrário. O time da Hines e do Manaus III são super parceiros. O valor da causa é esse porque, por lei, deve ser calculado o valor de 12 aluguéis. Mas são dois meses de seguro garantia”.
A citada Hines não quis comentar o assunto, porém, a Voltz tem ainda outro problema financeiro. Villar confirmou atrasos e falta de dinheiro: “O problema de logística na cadeia de entrega leva ao problema financeiro. Com a desordem na China, o ciclo total do pedido – desde quando ele é realizado até a entrega na casa do cliente – subiu para 180 dias, algo que necessita de muito caixa. Para nós que crescemos rapidamente em todos os aspectos, isso se tornou um problema”.
A Voltz teria um segundo aporte financeiro prometido, mas ele não ocorreu e a empresa admite estar captando novos investidores para recompor o caixa.
Com 3.121 unidades produzidas, a Voltz tinha meta de fabricar 6.000 unidades por ano, mas a empresa diz ter 5,5 mil kits para montagem de motos e promete não lesar os consumidores.
Tendo vendido 4.546 unidades em 2022, até abril de 2023, somente 959 foram emplacadas. Otimista, Villar finalizou: Então, por mais que existam dificuldades, acredito que seremos capazes de superar os desafios, assim como já temos muita coisa para apresentar ao público que não existe hoje no mercado”.
[Fonte: Infomoto/UOL]
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