O Ford EcoSport foi o precursor do segmento de SUVs compactos, que hoje domina o mercado nacional, tendo nascido em 2003 como um projeto local da marca americana.
Na primeira geração, o EcoSport era derivado do Fiesta Rocam e tinha uma carroceria com linhas similares ao do Ford Fusion europeu, que não era o sedã que conhecemos aqui e sim um crossover.
Tendo recebido o motor 1.0 Supercharger de 95 cavalos, que não foi bem aceito pelo mercado, o EcoSport tinha ainda o 1.6 Zetec Rocam de 98 cavalos e o Duratec 2.0 16V de 143 cavalos, passando depois a ter estes dois com tecnologia flex.
Com opção de câmbio automático ou tração nas quatro rodas no 2.0, o EcoSport da primeira ainda era algo estranho para muita gente durante sua vida, até que a nova geração mudou as coisas.
Tendo linhas fluidas e pela primeira vez global, o EcoSport da segunda geração foi produzido tanto no Brasil quanto na Índia, além de Romênia e China, chegando a ser vendido nos EUA, onde foi o carro mais barato da Ford.
Esta geração teve aqui os motores Sigma 1.6 16V de até 128 cavalos, Duratec 2.0 de até 170 cavalos com injeção direta, assim como o moderno Dragon 1.5 3C de até 137 cavalos.
Todavia, diferente do primeiro, o segundo EcoSport ganhou o câmbio de dupla embreagem Powershift, seu calcanhar-de-aquiles, sendo este substituído por uma caixa automática padrão de seis marchas.
A versão de tração nas quatro rodas chegou a sobreviver, mas até a atualização de meia vida, com o EcoSport chegando a ter uma versão sem o clássico estepe externo na traseira.
Bem aceito no mercado, o Ford EcoSport é conhecido por seus defeitos crônicos, com o primeiro fervendo e o segundo vibrando a caixa de câmbio.
Estes e outros defeitos e problemas estão em detalhes abaixo:
Primeira geração (até 2012) – superaquecimento do motor
O Ford EcoSport da primeira geração, aquele quadradinho, é conhecido por ter defeitos e problemas bem conhecidos, como ferver facilmente, sendo um problema altamente crônico, mencionado pela maioria dos proprietários do SUV compacto antigo.
O superaquecimento notório não é exclusividade do EcoSport, sendo registrado frequentemente nos Fiesta, Fiesta Sedan e Courier da época, mais associado com o motor Zetec Rocam.
Muitos donos reclamam do sistema de arrefecimento ruim, que lhes obriga até à troca de radiador, assim como de troca de mangueiras e de bomba d’água.
São muitos os relatos de excesso de temperatura e queima da junta de cabeçote, com alguns donos com mais de 120 mil km relatando terem tido problemas mais de uma vez com o sistema de arrefecimento.
Um dos donos do EcoSport da primeira geração, relata que em 13 anos com o carro, ele foi obrigado a trocar a defeituosa válvula termostática três vezes.
O motivo é que a peça original não é metálica e quebra com o tempo, gerando problemas no circuito de refrigeração, impedindo a livre circulação da água.
O problema é tratado pelos donos como defeito crônico e a solução é a troca da válvula por modelo de metal, de origem paralela.
Além disso, os problemas de aquecimento vão além e alguns resolvem a questão isolando o aquecimento interno do carro, com a desconexão do líquido de refrigeração no sistema de ventilação, reduzindo assim mais o risco de superaquecimento.
Outros defeitos comuns incluem ventilador do radiador que para de funcionar e problema com injeção eletrônica, também considerado crônico pelos donos.
Segunda geração – infiltração de água, câmbio Powershift
Na segunda geração do Ford EcoSport, mais defeitos e problemas, porém, pelo menos a marca resolveu a questão do aquecimento com o fim do Zetec Rocam.
Ainda assim, outros problemas surgiram, como a péssima vedação do cofre do motor, junto ao capô, que permite o ingresso de água sobre o propulsor sob chuva forte.
Isso faz com que água se acumule nos slots das velas, gerando alta corrosão das mesmas que, quando no momento da troca, se quebram, obrigando a retirada do cabeçote para extração do corpo da vela dentro do mesmo.
Vários relataram isso na forma de quebra da vela na hora da troca, sendo que o verdadeiro problema não estava nem nas velas e muito menos no cabeçote, mas acima delas em uma borracha ruim.
Outro defeito comum no EcoSport “II” é o chamado módulo TCM, o centro da coisa ruim, conhecida como câmbio Powershift, que até ganhou um apelido pejorativo, dada sua grande propensão a problemas.
O TCM é quem controla as funções do câmbio automatizado de dupla embreagem da alemã Getrag, que suaviza o funcionamento da caixa e torna as trocas mais eficientes.
Tendo ele um defeito crônico, deixa o “DSG” da Ford pior que um automatizado com problemas, provocando ruídos, trepidações, superaquecimento, falha na troca de marcha e até o travamento do câmbio numa marcha ou geral, entre outros.
EcoSport Powershift só consegue ser vendido com o atestado de correção e a tal garantia de 10 anos da Ford, sendo uma caixa mais problemática que a terrível AL4 da Peugeot Citroën.
As reclamações são tão notórias que nem precisam ser relatadas, com a Ford criando kit de reparo, dando garantia de uma década e até suprimindo o nome Powershift do modelo.
Ford EcoSport – Recall
O Ford EcoSport teve muitas chamadas de recall para corrigir seus vários defeitos e problemas, como a substituição de fluido de freio do veículo, que poderia ocasionar problemas de frenagem.
Foi feita ainda a inspeção e substituição do cabo de acionamento e do mecanismo equalizador do sistema de freio de estacionamento.
Em outra chamada, o EcoSport teve a obrigatória desconexão do interruptor do controle de velocidade (piloto automático) e posterior instalação de um chicote com fusível para eliminar potencial risco de superaquecimento deste interruptor.
O coxim de fixação da transmissão automática também foi outro recall do EcoSport, assim como a impressionante substituição de pneus dianteiros, traseiros e sobressalente (estepe).
As chamadas incluem ainda a substituição do trinco da fechadura das portas, enquanto outro recall chama para troca do fecho dos cintos de segurança dianteiros e traseiros.
A Ford ainda chamou donos do EcoSport para reprogramação gratuita do software do módulo de controle do motor (PCM), da mesma forma que outra chamada se tratou do reclinador manual do encosto dos bancos dianteiros.
O site de recall da Ford contém todas as chamadas para o EcoSport.
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