Fiat Toro – veja quais são seus problemas

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Um modelo que chega para brigar com a Renault Duster Oroch, mas também que visa chamar a atenção de donos de sedãs, SUVs e outras picapes e que estão pensando em mudar de segmento.

Foi com essa proposta que a Fiat lançou a Fiat Toro no mercado brasileiro, em fevereiro de 2016.

Mas, como nem tudo são flores, procuramos em fóruns e no Reclame Aqui pelas principais ocorrências envolvendo a Fiat Toro. Veja abaixo algumas das mais citadas pelos proprietários.

Consumo bem acima do divulgado

fiat toro freedom 24 flex 2

Uma das principais reclamações de quem comprou a Toro é em relação ao seu consumo.

Sempre citando os número divulgados pelo Inmetro (que não são um padrão, mas deveriam servir como base), os proprietários dizem que os números reais são bem diferentes.

Toro com motor 1.8 flex recebe nota A em consumo

O Inmetro classifica a Fiat Toro com nota A, na maioria de suas versões, no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Em suas medições, o modelo conseguiu os seguintes números:

KM/L
ETANOL GASOLINA/DIESEL
VERSÃO CIDADE ESTRADA CIDADE ESTRADA
Freedom 1.8 16V AT6 5,8 7,4 8,3 10,5
Open Edition 1.8 16V AT6 5,8 7,4 8,3 10,5
Freedom 2.0 16V 4×2 M6 10,4 12,5
Freedom 2.0 16V 4×4 M6 10,3 12,1
Volcano 2.0 16V 4×4 AT9 9 11,2
Freedom 2.4 16V AT9 5,9 7,4 8,6 10,8
Freedom 2.0 16V 4×2 M6 (2018) 10,4 12,5
Freedom 1.8 16V AT6 (2018) 6,4 7,8 9,6 11,2
Open Edition 1.8 16V AT6 (2018) n/d 7,8 9,6 11,2
Freedom 2.0 16V 4×4 M6 (2018) 10,3 12,1
Volcano 2.0 16V 4×4 AT9 (2018) 9 11,2
Freedom 2.4 16V AT9 (2018) 5,9 7,4 8,6 10,8
Freedom 2.4 16V 4×4 AT9 (2018) 9 11,2

Mas o que dizem os donos da Toro? Um deles, uma proprietária do modelo flex, citou que seu carro estava fazendo 5,4 km/l na cidade com gasolina aditivada. Como já havia visto os números do Inmetro e os confirmado com o vendedor, ela foi à concessionária ver se algo estava errado.

Segundo seu relato, o atendente disse que o veículo havia sido “reprogramado para uso com gasolina”. Durante dois dias o consumo urbano passou para 8,2 km/l, mas logo voltou aos números anteriores.

Depois de uma nova reclamação, ela recebeu a resposta da Fiat: “é considerado normal um consumo de 5.0 km/l a 7.0 km/l para abastecimento a gasolina”.

Outro relato cita que a compra de uma Toro Freedom 1.8 Flex os fez iniciar “uma sociedade com o posto de gasolina”. A decisão pela compra do modelo foi com base nos números divulgados pelo Inmetro e na confirmação da vendedora, mas depois o veículo não passava dos 4,5 km/l com gasolina, dentro da cidade.

Um número parecido foi o alvo da reclamação de um modelo em São Luís (MA), que segundo o dono não passava dos 5 km/l na cidade, com gasolina.

Num caso ainda mais grave, um proprietário citou médias de 3,6 km/l (ele não disse qual o combustível usado). Citando o mesmo problema, mas com o uso na estrada, um outro relato fala sobre uma média de 6,5 km/l numa Toro Freedom 1.8.

Vale a pena citar que o modelo estava com apenas 1.500 km rodados.

Ar-condicionado insuficiente

Também é possível encontrar várias reclamações em relação ao funcionamento do ar-condicionado da Fiat Toro. O motivo mais comum é que ele não gela o ambiente como deveria, como aconteceu no caso de um proprietário em Goiânia, onde o calor é frequente.

Segundo seu relato, o ar-condicionado ligado tinha o mesmo efeito de um ventilador, não mudando a temperatura do interior.

Outra reclamação, vinda do Rio de Janeiro, fala sobre um mau funcionamento quando o carro está no trânsito pesado, onde ele simplesmente para de funcionar. Foram feitas várias visitas à concessionária para tentar resolver o problema.

Primeiro, foi dito que era a falta de gás, depois o problema era num “sensor desregulado”, e numa terceira visita, um módulo precisava ser atualizado. Nada disso resolveu o problema.

O relato termina dizendo que um técnico da Fiat analisou o carro e constatou o problema: “quando acelera o carro o ar tem que desarmar para o carro ter força para sair”.

No caso de um modelo de Juquitiba (SP), o problema no ar-condicionado deixou o proprietário mais de uma semana sem o carro. E num outro relato, bem curioso, o dono diz que o ar-condicionado solta ar quente nos pés quando o sistema está ligado e um dos vidros é abaixado.

Outras reclamações em relação ao ar-condicionado da Toro podem ser vistas aqui e aqui.

Problemas elétricos

As reclamações em relação à parte elétrica da Fiat Toro também são comuns no Reclame Aqui, e por diversos motivos. Um deles está ligado a problemas com a bateria, que descarrega. Esse foi o caso dum modelo com apenas 400 km rodados, que ficou parado 24 horas na garagem e teve sua bateria totalmente descarregada.

Algo parecido aconteceu com uma Toro, que tinha 1.000 km rodados. Depois de uma carga na concessionária, o problema voltou a aparecer, quando ela tinha 2.000 km rodados.

Segundo o proprietário, sempre que o carro ficava um dia sem ser ligado, a bateria descarregava. A bateria então foi trocada, mas o problema persistiu.

Outro problema relacionado, mas bem mais grave, são panes elétricas que desligam o carro no meio da rua. Foi isso o que aconteceu com dois modelos, um no Mato Grosso do Sul e outro em São Paulo, este último vítima de 5 panes elétricas.

Outros problemas e recall

Em anos recentes, a lista de problemas envolvendo a Fiat Toro (e relatados na internet por seus donos) incluem a demora em serviços na concessionária, barulhos irritantes e não resolvidos, espelhos elétricos com defeitos, entre outros.

Outros problemas citados envolvem o sistema Start/Stop, água que entra na caçamba, problemas na injeção, no câmbio (trava na posição P), no teto solar e ruídos no painel.

Até aqui o Fiat Toro passou por diversos recalls. O primeiro foi em 23/05/2016, e o motivo foi um problema no dispositivo de trava do suporte do pneu estepe, e afetou as versões Freedom 4×4 e Volcano 4×4, ano 2015/2016.

Em abril de 2017, a picape foi chamada para um ajuste no motor, envolvendo 9.300 unidades. Em outubro do mesmo ano, o problema foi uma falha na central eletrônica, mas afetando apenas 223 unidades.

No final de 2017, uma quantidade bem maior de modelos (quase 10 mil unidades) foi chamada para resolver um problema no DPF (Filtro Particulado de Diesel).

Depois disso, a picape teve mais dois recalls: em junho de 2018, afetando 48.900 unidades (junto com milhares de outras unidades de modelos da marca), e em novembro de 2019, com quase 3 mil picapes envolvidas.

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viny
Autor: Viny Furlani

Trabalha no segmento automotivo há mais de 18 anos. Desde 2009 trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escrevendo avaliações e notícias sobre carros, totalizando mais de 2.000 artigos.