Está em dúvida sobre o que é pneu remold? Confira!
Se comparado com os originais, o pneu remold pode custar 50% a menos – o que agrada o consumidor. Ao invés de ir para o lixo, outra vantagem é o reaproveitamento de material na sua fabricação.
Contudo, a durabilidade pode chegar a 30% a menos do que aqueles originais, e esse é um dos motivos que fazem alguns motoristas não adquirirem esse produto.
O remold, que também é conhecido como remodelado ou remoldado, se popularizou no Brasil, bem como em outros países da Europa.
Por aqui, o custo dos convencionais ainda é alto. Combinado com a crise financeira, muitos motoristas tiveram que optar pelo modelo mais em conta.
Agora, por que esse tipo de pneu ainda gera tanta dúvida, deixando consumidores a favor e contra? Antes de responder essa pergunta, é preciso entender todo o seu processo.
Pneu remold: o que é, como é a fabricação
Um pneu remold ou remoldado é um pneu usado que recebe uma nova banda de rodagem.
Ele passa por um processo de reaproveitamento: as empresas coletam aqueles que já estão em péssimas condições de uso para dar nova vida e voltar ao mercado, gerando benefícios ao meio ambiente.
Com a chegada das carcaças do pneu na fábrica, é realizada uma avaliação e seleção das peças.
Posteriormente, essas carcaças são inspecionadas por um especialista, passando por inflação à procura por defeitos e assim recebendo os reparos.
Caso o pneu seja aprovado, ele segue para a etapa de raspagem do talão e banda de rodagem, ficando sem rebarbas.
Os fabricantes ainda testam com uma câmara, recebendo cola líquida importante para seguir pelos trilhos até chegar numa máquina, que faz a aplicação da camada de borracha.
Para finalizar, o pneu passa por um processo de colação da borracha anti-quebra. Depois, as carcaças passam pela prensa vulcânica.
Leia também: como calibrar os pneus do carro corretamente e pneu remold é bom?
Usar pneus de marcas diferentes dá problema?
Pneu remold vale a pena?
Responder se compensa ou não adquirir um pneu remold é um tanto complexo, pois requer avaliar alguns pontos.
O primeiro passo é não comprar pneu reformado sem antes conhecer a sua procedência. Portanto, apenas compre pneus remoldados com selo do Inmetro, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
Além da certificação do órgão nacional, é importante comprar de empresas especializadas em remodelados.
Por mais que ele passe por um amplo processo de renovação, o pneu remoldado não é a mesma coisa que um novo de fábrica, em vista disso, considere a sua baixa durabilidade.
Fique atento as informações que constam na lateral do produto. Antes de 2015, o Inmetro não tinha regras claras e muitas falcatruas poderiam acontecer.
A resolução 554/2015 definiu algumas regras a serem seguidas, como marcação de identificação em ambos os flancos e informações visíveis se o pneu é recauchutado, recapado ou remoldado.
Além disso, ele deve conter a expressão “M+S” (ou “M&S”), quando se tratar de pneu para lama ou neve, com altura mínima de 4,0 mm, o CNPJ do fornecedor e a data de reforma, dentre outros detalhes.
Logo, podemos ter como conclusão que pneu remold só vale a pena em casos onde o motorista não consiga adquirir um novo, mas o indicado é comprar em lojas especializadas, com testes comprovados e selo do Inmetro.
No mais, ainda é recomendado o pneu original, novo de fábrica, pois a segurança é algo muito importante em um carro.
Além do pneu remold, outros pneus reaproveitados
Na hora de procurar por pneus reformados, atente-se às outras opções comercializadas no mercado.
Fora o remold, o consumidor poderá encontrar os recapados, método que tem a banda de rodagem – parte que possui contato direto com o solo – substituída.
E o recauchutado, que é feita a substituição da banda de rodagem e dos ombros do pneu, parte externa que fica entre a banda de rodagem e o flanco, na área lateral do pneu.
O que diz o Inmetro sobre pneu remold
Você pode encontrar informações na internet de que o Inmetro não estabelece regras para pneus reformados.
Em virtude dessas controvérsias, a reportagem do Notícias Automotivas entrou em contato com a assessoria de imprensa do órgão governamental para esclarecer sobre o assunto.
Como mencionamos anteriormente, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia garante por meio da Portaria nº 554, de 29 de outubro de 2015 que:
“As informações relacionadas à segurança do produto devem estar presentes, como a designação da dimensão do pneu; a capacidade de carga; o limite de velocidade; a marca, a denominação registrada e o CNPJ do fornecedor; a data de reforma; e indicadores de desgaste da banda de rodagem, entre outras” – afirma a assessoria de imprensa.
Além disso, o Inmetro informou ao Notícias Automotivas que é comum não haver o nome comercial no pneu, pois, eles passam pelo processo de reforma.
Sendo assim, ao procurar por um remold, pode ser que não tenha a marca do fabricante, contudo, nele deve seguir as informações do produto.
Veja o que o Inmetro diz:
“Quanto aos modelos, caso se refira aos nomes comerciais, eles não são utilizados pois, no processo de remoldagem, são substituídos a banda de rodagem, os ombros e toda a superfície dos flancos do pneu. A ausência, no entanto, não implica em redução da segurança, pois todas as informações que caracterizam o produto são apostas, como descrito acima”.
O órgão finaliza dizendo que, por enquanto, não há atualizações em curso referente à legislação de pneus com recapagem, recauchutagem ou remoldagem.
Pneu remold para moto é proibido?
Sim, desde 2004, pneus remold, recauchutados ou recapados para motocicletas estão proibidos, pois eles não garantem segurança, podendo ocasionar acidentes com muito mais facilidade do que em um carro.
O Inmetro estava prestes a fazer a liberação para motos, com nota, inclusive, publicada no Diário Oficial da União, assinada pelo então presidente do órgão, Carlos Augusto Azevedo.
A informação acabou vazando, sendo publicada pelo portal UOL.
A liberação seria feita sem inspeção técnica, mesmo Carlos Augusto ciente dos riscos. Inclusive, o próprio Inmetro tem conhecimento dos perigos há muito tempo.
Por ora, está proibido o uso de pneus recapados, recauchutados, reformados ou remoldados em motos, motonetas e ciclomotores.
Caso o motociclista seja flagrado utilizando algum desses pneus em sua moto, o mesmo estará cometendo infração grave, com adição de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e um prejuízo financeiro de R$ 195,23 (multa).
É sempre bom lembrar que os pneus bem cuidados são fundamentais para a segurança de motoristas e motociclistas, eles são os únicos equipamentos que têm contato direto com o solo.
Um pneu mal conservado pode ocasionar graves acidentes.
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