Estreia mundial, a Rampage é a primeira picape da Ram desenvolvida fora dos EUA e mostra a importância do mercado brasileiro para a marca americana, agora com produção no Brasil.
Desde que separou da Dodge, que já produziu aqui a Dakota, a Ram vem crescendo com o agronegócio brasileiro, que hoje puxa a economia nacional e traz agora a Rampage a partir de R$ 239.990.
Posicionada acima da Fiat Toro na Stellantis e abaixo da Ram 1500 Classic, a Rampage é um desenvolvimento a partir da primeira e surge com uma proposta diferenciada de performance e luxo.
Com 5,028 m de comprimento, 1,886 m de largura, 1,780 m de altura e 2,994 m de entre eixos, a Rampage é um pouco maior que a Toro e tem caçamba com 980 litros contra 936 da Fiat.
Tendo ainda mais 35 litros de porta-objetos no interior, a Rampage chega com duas motorizações, sendo uma a diesel com motor 2.0 Multijet II de 170 cavalos e 38,8 kgfm, mais torque que a calibração do Commander.
Aliás, a Rampage tem mais em comum com a Jeep, já que sua opção a gasolina tem o motor Hurricane 4 2.0 Turbo do Wrangler vendido aqui, com os mesmos 272 cavalos e 40,8 kgfm.
Nas duas opções, a Rampage tem transmissão automática ZF 9HP de nove marchas com tração permanente nas quatro rodas, tendo modo Sport em todas, exceto numa versão.
Oferecida em três versões, a Rampage inicia sua jornada com a Rebel, focada no fora de estrada, com opções a gasolina ou diesel, enquanto a Laramie foca no luxo, trazendo as mesmas opções mecânicas.
Por fim, a Rampage R/T 2024 surge como a opção esportiva, apenas com motor a gasolina, mas com preparação de escape e modo de desempenho R/T.
Fabricada em Goiana-PE na mesma linha da Toro, a Rampage exigiu investimento de R$ 1,3 bilhão com 1,2 milhão de horas de desenvolvimento e emprego de 800 engenheiros.
Com capacidade de carga de 1.015 kg para a versão diesel e 750 kg na gasolina, a Rampage herda da irmã o conjunto de suspensão traseira multilink, mas com nova calibração e altura maior.
Tendo ângulo de ataque de 25,7 graus, ângulo de fuga de 27,5 graus e transposição de 23,6 graus, com vão livre de 264 mm, sendo 257 mm na R/T.
Pesando de 1.906 kg a 1.942 kg, a Rampage Diesel tem consumo de 9,8 km/l (9,9 na Laramie) na cidade e 12,4 km/l na estrada.
Já a Rampage Hurricane faz 7,9 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada, mas na R/T, a economia é maior com média de 8,0 km/l no urbano e 10,0 km/l no rodoviário.
Em desempenho, a Rampage Diesel tem máxima de 186 km/h com 0 a 100 km/h em 10,9 segundos, enquanto a Hurricane alcança 210 km/h com tempo de 271 cavalos, ficando a R/T com 6,9 segundos e final de 220 km/h.
Obrigando um aumento da rede Ram para 100 lojas até setembro, a Rampage quer um público novo para a marca, aqui considerada premium, iniciando pela pré-venda em duas fases, começando em 22 de junho às 10h, mas só online e faturado até setembro.
Na rede, 100% offline, a pré-venda vale para junho e julho, com faturamento até outubro. Os clientes da pré-venda levarão o Pack Elite com banco do passageiro elétrico, sistema de som Harman Kardon de 360 watts com subwoofer e 10 alto-falantes, além de luzes ambientes em LED.
Há também o pacote Lifecare de 3 revisões e limpeza por R$ 189 mensais e o Lifecare de garantia estendida de R$ 49 por mês.
Já nas revisões, a Rampage tem custo de R$ 6.120 na versão a gasolina até 60.000 km, enquanto na diesel será de R$ 4.464.
Com mais de 35 acessórios Mopar, a Rampage tem até o Mopar 3D Lab, que permite ao cliente usar uma impressora 3D em qualquer lugar para confeccionar itens da marca Ram gratuitamente.
Rampage – Preços e conteúdo das versões
Rampage Rebel Turbo Diesel – R$ 239.990
– Câmbio automático de 9 marchas
– Tração 4×4 com reduzida
– Central multimídia de 12,3” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio
– Quadro de instrumentos full digital de 10,3”
– Revestimento interno de couro preto
– Banco do motorista com ajustes elétricos de 12 vias
– Ram Connect (plataforma de serviços conectados)
– Faróis e lanternas full LED
– RamCharger (carregador de celular por indução com resfriamento)
– Freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold
– 7 airbags
– Controle de velocidade adaptativo
– Monitoramento de pontos cegos
– Sistema de permanência na faixa de rodagem
– Alerta de colisão frontal com frenagem autônoma e detecção de pedestres e ciclistas
– Pneus All Terrain 235/65 R17
Rampage Rebel Hurricane 4 Turbo Gasolina – R$ 249.990
Itens acima, mais:
– Motor Hurricane 4
– Escapamento duplo
– Modo Sport
– Pneus All Terrain Plus 235/65 R17
Rampage Laramie Turbo Diesel – R$ 249.990
Itens da versão Rebel Turbo Diesel mais:
– Revestimento interno de couro na cor Mountain Brown
– Para-choque traseiro cromado
– Rodas aro 18” diamantadas com pneus 235/60 R18
– Acabamentos externos cromados
Rampage Laramie Hurricane 4 Turbo Gasolina – R$ 259.990
Itens acima, mais:
– Motor Hurricane 4
– Escapamento duplo
– Modo Sport
Rampage R/T Hurricane 4Turbo Gasolina – R$ 269.990
Itens acima, mais:
– Revestimento interno de couro e suede com costuras Ruby Red
– Modo R/T
– Suspensão esportiva
– Escapamento duplo esportivo
– Rodas aro 19” em preto brilhante com pneus 235/55 R19
– Teto preto brilhante
Opcional (todas as versões): Pack Elite com ambiente light em LED, som premium Harman Kardon com 360 watts e banco do passageiro com
ajustes elétricos
Rampage – Impressões visuais
A Rampage tem um estilo que remete às irmãs maiores, em especial a Ram 1500 da geração atual, mas ainda mantendo uma impressão de que se trata de uma Fiat Toro levemente anabolizada.
Isso fica mais nítido ao se comparar a cabine e ao entrar no carro, não propriamente o interior, mas o acesso, já que a altura maior causa estranheza quando inconscientemente, após certo tempo, ela lembrar a Toro.
O pé esbarrar na soleira é um indicativo de que devemos esquecer a picape da Fiat e apreciar os detalhes da nova Ram, que foram feitos exatamente para dar algo novo o consumidor e não uma Ram 1000…
Mais quadrada e robusta, a Rampage eleva sua posição não só com a cintura alta, que não corresponde ao vão livre maior que o da Toro, chegando a ser de fato necessário o estribo retrátil.
A frente com faróis duplos de LED, devidamente escurecidos na R/T, não chama mais a atenção que as grades, preta e envolvente na Rebel, cromada e imponente na Laramie, enquanto a mesma fica em preto brilhante na R/T.
Esta última, agrega ainda faixas decorativas pretas no capô, detalhes em vermelho como o logo R/T na grade e nas laterais da caçamba.
Com retrovisores grandes, que podem ser pretos (Rebel e R/T) ou cromados (Laremie), a Rampage destaca duas rodas aro 17 polegadas com pneus todo-terreno na Rebel, aro 18 polegadas diamantadas na Laramie e Black Piano de desenho esportivo na R/T, com direito ao logo vermelho.
Para-choques em preto ou na cor do carro, com o traseiro cromado na Laramie, vendem bem a Rampage, apesar de a Rebel nos dar falta de ganchos de cor laranja e maior robustez do protetor frontal. Talvez venha na atualização de meia vida.
Na caçamba revestida, a tampa tem amortecimento, o que é bom, mas não tem capota marítima de série, como nas demais irmãs da Ram. As lanternas em LED tem elementos que lembram a bandeira dos EUA.
Para identificar qual motorização, basta olhar o escape, com a versão diesel tendo uma saída e a gasolina com duas ponteiras.
Dentro, o espaço interno lembra a Toro e não foi surpresa, tendo também um painel novo com cluster digital de 10,3 polegadas, dispondo de duas visualizações, com uma delas em horizontal, lembra os clássicos da Dodge.
O volante tem um bom visual, enquanto o console com botão giratório de marchas remete à 1500, mas em posição diferente. Carregamento indutivo e freio de estacionamento eletrônico são bem-vindos.
A multimídia com tela de 12,3 polegadas tem projeção sem fio para Android Auto e CarPlay, além de câmera de ré e demais serviços da Ram.
Destaque mesmo vai para os bancos, num design e padronagem agradáveis, destacando-se os assentos em couro e Suede da versão R/T, assim como o acabamento marrom da Laramie.
Tem 6 entradas USB com 3 USB-C, além de 35 litros em porta-objetos e um console com elemento vazado, bem como revestimento premium no painel e portas dianteiras.
A proposta visual agrada, ainda mais com bancos dianteiros elétricos se com o pacote Elite, além do som Harman Kardon e luzes ambientes em LED.
A versão R/T (Road/ Track) é, sem dúvidas, a cereja do bolo da Rampage, com seu visual personalizado e desempenho extra.
Rampage – Impressões ao dirigir
Andamos na Rampage no autódromo de Interlagos, em São Paulo, com a R/T sendo a opção de pista e a Rebel Hurricane no off-road.
A R/T tem uma preparação mais esportiva, com suspensão alguns milímetros mais baixa e firme, assim como dispondo de rodas aro 19 polegadas.
De cara, o modo R/T adiciona um extra sobre o modo Sport das demais versões, garantindo assim uma boa saída e retomadas de carro esportivo, graças aos 272 cavalos e 40,8 kgfm disponíveis.
Com ponteiro digital batendo nos 5.500 rpm, a Rampage R/T responde prontamente ao pedal e até dispensa “puxar” o giro nos paddle shifts, devido à programação apimentada.
O câmbio de nove marchas tem trocas suaves e no tempo adequado para se obter o melhor do Hurricane 4.
Mesmo com suspensão elevada, a Rampage R/T se assenta bem sobre os pneus 235/55 R19, segurando firme nas curvas, ainda mais ajudada pela suspensão traseira multilink e tração nas quatro rodas.
Em curvas bem fechadas, entrando forte, basta trazer a direção elétrica de volta que a Rampage obedece, garantindo assim segurança e também emoção.
A atuação da assistência da Rampage R/T permite mudanças rápidas de direção com maior conforto, enquanto a frenagem em alta merece a atenção do condutor, apesar de ter discos nas quatro rodas.
Com escape duplo emitindo um ronco diferenciado, lembrando o de um esportivo V8, a Rampage R/t tem um bom conjunto, eficiente na proposta e divertido de provar num circuito.
Já a Rampage Rebel Hurricane mostrou a boa calibragem da plataforma monobloco Small Wide da Stellantis, com cursos de suspensão adequados, assim como os ângulos de entrada, saída e vão.
Chegando a inclinar-se muito em trechos com valas enormes, a Rampage ajustou tudo na assistência eletrônica, exigindo poucas vezes a aceleração e algumas vezes os freios.
Usamos sempre o 4×4 com reduzida nas partes mais difíceis e a tração automática nos trechos mais suaves, assim como controle de descida e assistente de rampa.
Andando como uma picape grande de chassi, a Rampage Rebel se adapta bem às condições de fora de estrada extremo e garante uma transposição segura.
A força do Hurricane é mais que suficiente, enquanto o trabalho da caixa ZF de nove marchas e a tração permanente ajudam a sair de qualquer situação.
O conjunto com pneu de uso misto, agradou bastante e torna a condução no fora de estrada mais confortável, especialmente para quem tem pouca prática.
A suspensão absorve bem os impactos e a direção se mantém firme, não causando surpresas no condutor.
Com boa posição de dirigir nas duas versões, ainda mais com ajustes elétricos no banco do motorista, a Rampage garante ainda visibilidade extra com os espelhos grandes e comandos dispostos eficientemente no habitáculo.
O nível de ruído também agrada e na R/T até que poderia ter um efeito sonoro extra no habitáculo, afinal, a Ram destaca tanto isso no escape, que acaba faltando para quem garante a brincadeira atrás do volante.
Em resumo, a Rampage chega como uma alternativa muito interessante em relação à Toro e também em comparação com as picapes médias em versões mais baratas.
Nos tempos de diesel caro e falta de renovação na maioria das médias de chassi, a Rampage dará o que falar.
Rampage 2024 – Galeria de fotos
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