Dodge Polara 1800: mais um clássico que faz 50 anos em 2023

dodge 1800

Nos últimos dias, falamos por aqui do aniversário de 50 anos da Brasília, do Chevette e do Maverick, agora chegou a vez do modelo menos conhecido entre esses.

O Dodge Polara foi lançado em abril de 1973 com o nome de Dodge 1800, vindo a ser renomeado Polara apenas em 1976.

A mudança de nome foi uma tentativa de dar um novo fôlego nas vendas de um carrinho que tinha ficado queimado no mercado, por vários problemas.

Como a Dodge se apressou para o lançar em 1973, antes de modelos que viriam a se tornar consagrados, como Brasília e Chevette, os problemas de fabricação eram inúmeros.

Vamos ver alguns detalhes do Dodge 1800, ou Dodge Polara, no seu lançamento, em 73:

Visto como superior ao inglês Avenger

O Dodge 1800 era a versão nacionalizada do inglês Hillman Avenger.

Ele, depois, em 76, viria a se chamar também de Chrysler Avenger e Talbot Avenger.

Ele era mais estável e mais moderno que o Hillman, mas por outro lado perdia no espaço interno, por ser um cupê, enquanto seu irmão britânico era um sedã.

dodge 1800 se 1

Conforto razoável em seu segmento

O Dodge 1800 Polara tinha conforto razoável para quatro pessoas, e menor para cinco.

A posição do motorista era boa, com volante e alavanca de câmbio bem situados, e a altura do assento em relação aos pedais era adequada.

Apenas o painel era um tanto simples para o carro: tinha apenas dois mostradores no quadro de instrumentos.

Motor grande, mas pequeno

O motor, até que grande para seu segmento em 1973, era destacado no nome do carro: era um 1.8 de apenas 78 cavalos de potência.

Ou seja, tinha menos potência que muito carro 1.0 de hoje em dia, e números similares aos do Passat 1.5, por exemplo.

Os números de desempenho não eram muito animadores, mas adequados, se nos situarmos nos anos 70:

Uma velocidade máxima de pouco mais de 140 km/h e aceleração de 0-100 km/h em 16 segundos.

E, dependendo da publicação automotiva que testava o carro, os números de 0-100 chegavam a ser de 20 segundos, graças a um fraco carburador Solex 32.

Logo, a Chrysler trocaria o carburador, não apenas uma, mas duas vezes, na tentativa de melhorar seu desempenho.

dodge polara 78 traseira

Um carro problemático

Não só os compradores do Dodge Polara tinham muitos problemas com ele, mas também as revistas que o testavam.

Era consumo alto demais, direção que vibrava, câmbio com engates ruins e imprecisos, acabamento de péssima qualidade, e até alavanca de câmbio que quebrava, deixando o carro impossível de ser usado.

Uma versão 1800 SE foi lançada em 1974, tentando dar um ar de esportividade ao modelo, assim como tinha sido feito com o Dodge Charger SE, mas apenas se tratava de uma versão barateada e simplificada, com vários itens retirados.

dodge 1800 polara interior

Dodge Polara chega em 1976

Em 1976, o nome do carrinho foi mudado por completo, passou a se chamar Dodge Polara. Esse nome era usado em vários mercados pela marca, para designar carros maiores e mais imponentes.

Ele ficou mais potente, chegando a 93 cavalos, versus 78 inicialmente, e também teve o acabamento interno melhorado.

Outra novidade foi a suspensão traseira, que foi melhor ajustada.

dodge polara 78 traseira

Uma nova frente em 1978

Em 1978 o modelo foi atualizado em seu visual externo, ganhando novos faróis retangulares bem grandes.

A grade até mesmo ganhou um novo símbolo, na tentativa de apagar da memória do mercado qualquer resquício do 1800.

O acabamento foi melhorado novamente, e uma nova versão GL, mais requintada, foi apresentada.

Ela tinha bancos reclináveis, outro carburador, e pneus radiais.

E não é que deu certo? A imagem do Dodge Polara passou a ser bem melhor.

dodge polara gl

Câmbio automático inovador em 1979

Em 1979, o Dodge Polara ganhou uma versão com câmbio automático de quatro marchas, o que hoje pode parecer algo bem trivial.

Mas na época, os modelos que tinham câmbio automático eram bem mais caros, e sempre eram apenas três marchas.

Apenas em 1989 foi que outro carro nacional passou a ter câmbio automático de quatro marchas, com o Diplomata.

O Ford Del Rey mesmo, em 1988, ainda tinha câmbio automático de três marchas, como opcional.

O Landau, modelo bem mais caro e refinado do que o Polara, nunca teve câmbio automático de quatro marchas.

O fim nos anos 80

Em 1980, ele ganhou uma nova versão Polara GLS, ainda mais sofisticada que o modelo GL, com bancos dianteiros com encostos de cabeça.

O painel também era novo, com seis mostradores, calotas novas e parabrisa laminado (como opcional).

Então, em 1981, o Polara finalmente deu seu adeus, com cerca de 92.000 unidades fabricadas em toda a sua vida.

Isso aconteceu por causa da compra da Chrysler do Brasil pela Volkswagen, que não só tirou o Polara do mercado, como a linha de modelos maiores baseada no Dart/Charger, com o Magnum e o LeBaron.

Ficha técnica do Dodge 1800 Polara

Motor dianteiro de quatro cilindros e 1.798 cm3 de deslocamento, com 78 cavalos de potência, 13,4 kgfm de torque e taxa de compressão de 7,5:1.

Câmbio manual de quatro marchas sincronizadas.

Suspensão dianteira McPherson, com molas helicoidais e barra estabilizadora.

Suspensão traseira de de eixo rígido com molas helicoidais, com tensores longitudinais.

Freios a disco nas rodas dianteiras e a tambor na traseira.

Direção mecânica do tipo pinhão e cremalheira.

Rodas de aço de 13 por 5 polegadas, com pneus 6.45×13.

Comprimento, 4,15m; largura, 1,58m; altura, 1,42m; entre-eixos, 2,48m.

Peso de 930 quilos em ordem de marcha.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.