Após o anúncio do governo da Bahia, dando a concessão para o empreendimento da BYD no estado, onde as obras da nova fábrica de carros elétricos da montadora chinesa já começaram, a polêmica surgida com as pretensões da brasileira Lecar ganharam as manchetes.
Como se sabe, em análise do governo da Bahia, a proposta da BYD para a antiga fábrica da Ford e a área a qual pertence à instalação foi a melhor e por isso vitoriosa, ainda mais por envolver uma empresa já consolidada no mundo e com investimento de R$ 3 bilhões proposto.
Com isso, a proposta da Lecar foi recusada, ainda que o governador Jerônimo Rodrigues tenha dito à imprensa que quer conversar com Flávio Figueiredo Assis, dono da empresa e conhecido como “Elon Musk brasileiro”, no sentido de atrair o investimento dele.
Desde então, a Lecar não havia se manifestado sobre a decisão baiana, mas nesta quinta-feira (7), Flávio Figueiredo Assis enviou uma nota ao site Bahia Notícias, sobre sua posição no negócio.
Assis explicou: “Nossos advogados alertaram sobre a morosidade desta ação e, como não podemos atrasar nossos planos de entregar carros elétricos feitos por brasileiros para brasileiros, desistimos de Camaçari para não atrasar o Brasil”.
Mesmo com a possibilidade de emitir recursos jurídicos, a Lecar optou por não recorrer da decisão do governo estadual, deixando assim o caminho livre para a BYD tocar seu projeto em Camaçari, que envolve uma nova fábrica para 150.000 carros ao ano e uso das antigas instalações por fornecedores.
Como já falamos aqui, o distrito industrial de Camaçari é enorme e existem muitas áreas onde a Lecar poderia se instalar, tendo como exemplo a proposta fracassada da JAC Motors na mesma região, em uma área nunca ocupada.
No caso da Lecar, o trecho sobre “desistimos de Camaçari” pode ser um recado ao estado, indicando que a empresa desistiu também da Bahia. Outro ponto é que o governador Jerônimo Rodrigues diz ter “tentado” entrar em contato com Flávio Assis, sem êxito.
Então, diante disso, só podemos esperar que o projeto da Lecar, de fazer um carro elétrico de R$ 100 mil, seja tocado em outra região, que poderia ser ainda no Nordeste, embora a empresa esteja de olho em oportunidades aonde houver.
Flávio explicou: “Precisamos de indústrias nacionais fortes e estratégicas. Temos uma proposta clara de desenvolvimento de fornecedores locais, geração de empregos e renda para o país. Acreditamos e buscamos o incentivo dos governos estaduais e federal para criarmos uma montadora brasileira que será respeitada em todo o mundo. Queremos ser motivo de orgulho”.
[Fonte: Bahia Notícias]
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