A faixa de pedestres, que segundo o Código de Trânsito Brasileiro “regulamenta o local da travessia de pedestres”, é onde o transeunte deveria ter a prioridade de passagem sobre qualquer outro veículo, exceto em casos onde há sinalização com semáforos.
Dessas coisas a maioria de nós já sabe, mas quais efeitos que uma simples mudança de cor nesse tipo de sinalização pode provocar? Confira abaixo.
Em algumas cidades do Brasil, as autoridades de trânsito locais estão implantando essa mudança, alegando que a cor vermelha chama mais atenção do motorista e do pedestre para a necessidade de utilização da faixa.
Por um lado isso pode estar certo, afinal, nós motoristas e motociclistas estamos condicionados a sempre que vermos a cor vermelha associá-la à ordem de parar ou pelo menos seguir com mais cuidado.
Esse tipo de mudança, mesmo que pequena, deveria ser feita com todo o cuidado, o que aparentemente não está havendo. Todos os motociclistas sabem que, em dias de chuva, andar sobre as faixas no asfalto é um convite a ter uma aproximação não muito afetiva com o chão.
Por isso, sempre que possível ele passa no ponto onde não há pintura. Mas como nesse tipo de faixa não tem esse “ponto seguro” pra passar, então só resta ao motociclista rezar pra que não tenha nenhum desnível na faixa, porque se houver a queda é bem provável.
Não só motociclistas são prejudicados com as faixas vermelhas, os próprios pedestres também podem escorregar facilmente num dia de chuva por causa da tinta de baixa aderência que normalmente é usada nas sinalizações verticais.
Há também a questão legal sobre esse assunto, e nisso o Código de Trânsito Brasileiro já é bem claro quando fala sobre as cores da sinalização horizontal. São cinco no total, mas vamos separar apenas as que nos interessam:
– Branca: utilizada na regulação de fluxos de mesmo sentido; na delimitação de trechos de vias, destinados ao estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais; na marcação de faixas de travessias de pedestres, símbolos e legendas.
– Vermelha: utilizada para proporcionar contraste, quando necessário, entre a marca viária e o pavimento das ciclofaixas e/ou ciclovias, na parte interna destas, associada à linha de bordo branca ou de linha de divisão de fluxo de mesmo sentido e nos símbolos de hospitais e farmácias (cruz).
Não há lugar algum que mencione que faixas de pedestres também podem ser vermelhas. Omais próximo disso são as ciclovias, essas sim deveriam ter esse tipo de sinalização. Ou seja, por não estar na lei, as cidades que usam as faixas vermelhas podem ser punidas..
Em 2009, o Ministério Público de São Paulo pediu explicações à Prefeitura de Diadema sobre o motivo para desrespeitar a legislação federal, mas provavelmente não foi tomada nenhuma ação, pois algumas cidades ainda estão implantando essas faixas.
Esse pode parecer um motivo pequeno para fazer um texto, mas as cidades que aderiram às faixas vermelhas, no lugar de fazer experiências pavlovianas ilegais com motoristas, poderiam gastar melhor o dinheiro público em campanhas de conscientização e fiscalização sobre o uso de faixas de pedestres.
Ou, se continuar assim, que pelo menos usem tintas de melhor qualidade.
Por Marcos Lima Silva
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