O Peugeot 3008 é um misto de minivan e crossover que surgiu na França em 2009.
Algum tempo depois, o público confundiu a minivan 5008 como sendo sua suposta versão de sete lugares. Sem nunca ter tido mais do que cinco lugares, o modelo logo mostrou ser muito bom, tendo ganhado alguns prêmios na Europa no ano seguinte.
Mas, e por aqui? Pouco tempo depois, o Peugeot 3008 chegou ao Brasil e foi mostrado no Salão do Automóvel de 2010.
O veículo impressionava pelo estilo e pelo pacote tecnológico embarcado. Nesta Avaliação NA você confere mais de perto os detalhes desse crossover francês pouco visto nas ruas, mas que agrada bastante pelo desempenho, conforto, nível de equipamento e estilo.
Mensalmente, entre 120 e 130 unidades são vendidas, sendo que no acumulado até agosto 982 foram emplacadas segundo dados da Fenabrave.
Ou seja, ainda é um ilustre desconhecido para muita gente no Brasil. Ao andarmos com o carro, não foram poucos os que perguntaram sobre ele. Lá fora, o modelo apareceu com facelift no Salão de Frankfurt 2013.
Por fora…
O Peugeot 3008 até certo ponto agrada por seu estilo arrojado. Os faróis duplos projetam-se sobre os para-lamas e a grade com frisos cromados, posicionada logo abaixo do logotipo e sua moldura cria um visual imponente. Além disso, faróis de neblina e mais frisos do conjunto, somados ao spoiler com protetor prateado, reforçam ainda mais essa impressão.
O capô é curto – quase como o de uma minivan – e o para-brisa é bastante inclinado, erguendo-se suavemente sobre o teto – que na versão testada, Griffe, possui vidro panorâmico. A traseira é um pouco truncada.
Há vigias nas colunas A e C, ampliando a sensação de uma minivan aventureira. As janelas possuem frisos cromados na parte superior. As rodas de liga leve aro 17 têm cinco raios e pneus 225/50 R 17. Há um friso cromado na soleira e outro protetor de borracha na base das portas.
Os retrovisores cromados com repetidores de direção/iluminação de solo também se destacam. Eles possuem rebatimento elétrico. Na traseira, as lanternas possuem desenho triangular de visual estranho, ainda mais porque o resto do conjunto é bastante limpo, sem muitos adornos.
Ainda na traseira, a tampa do porta-malas é dividida em duas partes, facilitando entrada e saída de bagagens.
Por dentro…
Se, por fora, ele ainda pode não impressionar alguns, é por dentro que o Peugeot 3008 ganha de vez o pretendente a dono. O visual geral lembra o do 308, da qual ele compartilha a plataforma. No entanto, o crossover tem estilo mais sofisticado e mais adequado à proposta, sem os difusores circulares que deixam o médio com cara de antigo.
Mesmo assim, mantém o volante simples demais – embora com couro e com detalhe cromado – e um espaço vazio acima do áudio.
O Peugeot 3008 Griffe possui cluster analógico com dois grandes mostradores circulares cromados e de boa visualização e um display digital central. Eles cumprem bem sua função, mas um dos diferenciais do crossover em relação ao parente mais barato é o HUD (head-up display).
O espelho localizado sobre o painel de instrumentos e junto ao para-brisa indica a velocidade de forma digital, assim como as funções de limitador/controlador de velocidade. É, de fato, um charme, mas também muito útil para evitar distrações ao volante.
Ainda sobre o painel, o Peugeot 3008 oferece uma tela retrátil de LCD de 7 polegadas com multimídia, navegação GPS WIP-Nav, telefonia (Bluetooth) e sistemas do veículo. Podia oferecer imagem de uma câmera de ré, que realmente faz falta no modelo, apesar do sensor de estacionamento.
Logo abaixo estão difusores de ar que acompanham o desenho do painel, comandos de recolhimento/posição/intensidade do HUD e trava geral, porta-objeto, sistema de áudio com CD/MP3/SD e ar-condicionado dual zone.
O tal espaço aberto no centro do conjunto poderia ser ocupado por um sistema de áudio 2din, já que passa a impressão de ser um modelo básico sem rádio.
O volante não possui comandos remotos, que ficam na coluna de direção, onde temos do lado esquerdo limitador/controlador de velocidade e no direito os conhecidos comandos de áudio, praticamente uma tradição francesa.
Além disso, estão logo acima os comandos de faróis/setas (inclusive com modo automático) e limpadores/lavadores (também automático e o traseiro acionado durante a ré).
Logo abaixo da coluna de direção, um porta-objetos com tampa esconde o manual do proprietário, enquanto ao lado há porta-moedas, porta-cartão, comandos de desativação dos controles de estabilidade/tração, sensor de estacionamento e alarme. Há também regulador de altura dos faróis, que não possuem os famosos xênon direcionais.
Ao centro, o túnel da transmissão é alto e, no topo, temos a alavanca do câmbio automático de seis marchas com mudanças sequenciais e modos Sport e Inverno. Também há dois porta-copos e o freio de estacionamento, que é elétrico.
Há também o botão que aciona a persiana do teto panorâmico, que pode ser aberta total ou parcialmente, e uma das três fontes de 12V do veículo. No lado direito, entre o túnel e o console, há uma barra com acabamento em couro e detalhes cromados que servem de alça para o passageiro.
É meramente estética em nossa opinião, mas confere ainda mais charme ao ambiente.
O apoio de braço central oculta um porta-objetos enorme, mas sem refrigeração, tal como no DS5, por exemplo. Sob o apoio-tampa, há entrada auxiliar para aparelhos móveis, mas faltou conexão USB. Um prático suporte retrátil para parelhos móveis está fixado logo na entrada, pois até o “fundo do baú” cabe todo um antebraço.
No teto, luzes de leitura na frente, individuais nas laterais traseiras e central atrás. Os para-sóis possuem espelhos, mas faltou a iluminação.
O esquema de iluminação do Peugeot 3008 é interessante pois, ao acionar a chave, luzes de solo, pisca-alertas, faróis com temporizador e luzes de posição na parte interna das portas surgem rapidamente. Inclusive as luzes de leitura nas laterais também se acendem.
Tudo isso é bom para a segurança em locais escuros e pisos com pedras ou buracos, evitando acidentes.
O porta-malas com iluminação é bem pequeno para a proposta do veículo, mas as quatro portas possuem espaço para pequenos objetos, assim como o console central e os dois compartimentos ocultos sob o piso traseiro.
Na frente, os bancos em couro (Griffe se diferencia da versão de entrada Allure por ter couro e teto panorâmico) são confortáveis e possuem aquecimento, além de regulagem de altura e lombar (manual e somente no do motorista).
Atrás, banco bipartido com Isofix e sistema de rebatimento por alavancas no porta-malas. O banco do passageiro dianteiro possui comando traseiro para derrubar o encosto para a frente, a fim de criar uma plataforma quase plana para transporte de objetos de mais de 2,5 metros.
Persianas retráteis nas janelas reduzem a incidência de luz e proporcionam maior conforto. Além dos assentos, há couro nas portas, que possuem acabamento cromado e plástico duro, enquanto a parte superior do painel é emborrachada e o console é revestido em material cinza brilhante.
O espaço dianteiro é suficiente para pessoas de qualquer estatura, enquanto o traseiro é apenas mediano.
A rede para revistas nos encostos é fixada em uma base de plástico duro. Este material não é nada agradável para pessoas de estatura alta com alguém também alto sentado na frente, batendo assim os joelhos na entrada e saída do veículo. Há difusores de ar centrais e mais uma fonte 12V.
O porta-malas tem capacidade para 512 litros de bagagem e possui plataforma móvel para aumentar o volume do compartimento inferior.
Também possui iluminação/lanterna, fonte 12V e outro compartimento fechado, além de outro aberto e abertura da tampa em dois estágios, sendo primeiro o superior e depois o inferior, que se transforma em uma pequena rampa de acesso.
O estepe fica sob o assoalho. A cobertura junto ao vidro é articulada, mas evite colocar objetos sobre ela, pois é muito fácil vê-los cair ao abrir o bagageiro. O espaço dá conta do recado para uma família de tamanho médio.
Por ruas e estradas…
O Peugeot 3008 é agradável de dirigir. Com 4,36 m de comprimento e 2,61 de entre-eixos, oferece bom espaço interno e posição de condução apropriada. A visibilidade é ampla, mas faltam sensores de estacionamento dianteiro – já que a frente é alta e dificulta as manobras – e uma câmera de ré, pois por R$ 94.990 (R$ 86.990 na Allure), os itens não seriam tão caros assim de se colocar. Não é luxo, é segurança.
Os retrovisores rebatidos eletricamente também facilitam a entrada em garagens apertadas, tendo o mesmo comando dos espelhos. Aliás, ótima posição dos comandos elétricos na porta do motorista.
Além disso, o HUD deixa a vida mais fácil durante a condução, enquanto o apoio de braço central favorece a ergonomia dos comandos próximos. O isolamento acústico é um dos pontos altos do carro, ocultando muitos dos ruídos externos e reduzindo bastante o do motor.
O Peugeot 3008 é pesado. Seus 1.480 kg surgem logo que se acelera lentamente o motor 1.6 THP de 165 cv a 6.000 rpm, mas os 24,5 kgfm a partir de 1.400 rpm dão conta do recado. Pisando um pouco mais, lá pela casa dos 2.000 rpm, as respostas começam a agradar mais e, acima de 3.000 rpm, a silenciosa turbina deixa o crossover esperto.
Ainda há o modo Sport, que torna as coisas mais ágeis, mas com prejuízo do consumo.
Com retomadas rápidas e boa disposição para manter uma velocidade de cruzeiro elevada, o Peugeot 3008 não agradou em termos de consumo. A melhor média urbana foi de 6,9 km/litro, sempre com ar ligado. Sem ele, não fez muita diferença e, em trechos curtos, sem semáforos, o pior resultado foi 5,5 km/litro.
Já na estrada, um alívio, pois a 110 km/h o Peugeot 3008 chegou a marcar 12,1 km/litro. É bom? Poderia ser melhor, ainda mais porque há sob o diminuto capô um motor com injeção direta e turbocompressor, mas o peso do veículo vai contra os números. Nas condições acima, o ponteiro marca 2.300 rpm, garantindo menor ruído e consumo.
A transmissão de seis marchas garante trocas suaves e, com o veículo parado, nem percebe-se o engate de “D” ou “R”. A transição das marchas também é quase imperceptível e no modo Sport (S), o giro sobe muito rapidamente.
O modo inverno torna a condução mais prudente, mas é desnecessária no dia a dia. A direção eletro-hidráulica se mostrou um pouco pesada com o veículo em baixas velocidades e os freios são muito eficientes.
O Peugeot 3008 tem ABS, AFU (auxílio a frenagem de urgência), REF (repartidor eletrônico de frenagem) e ESP (controle eletrônico de estabilidade), além de seis airbags.
Já a suspensão do Peugeot 3008 é bastante firme e voltada para o asfalto, embora absorva razoavelmente alguns buracos e defeitos do asfalto. Os pneus de perfil 50 são muito baixos e expõem as belas rodas, além de ajudar na transmissão de ruídos e vibração ao interior.
No entanto, garantem boa estabilidade em curvas. Às vezes, até nos esquecemos de que estamos em um veículo ligeiramente mais alto, dado o conforto nas curvas, feitas sem oscilações exageradas da carroceria.
Por você…
O Peugeot 3008 é elogiado por muitos e as críticas não são exatamente do produto, mas relacionadas à rede Peugeot. Estilo, conforto, tecnologia embarcada e desempenho são elogiáveis por clientes e por nós também. O consumo elevado é algo que vai depender do dia a dia de cada um, mais especificamente na cidade.
Para quem não quer ser mais um dono de SUV de origem asiática e prefere ter um carro com estilo diferenciado, mesmo com alguns pontos já mencionados acima, o Peugeot 3008 parece uma boa alternativa.
Destacam-se também retrovisores com rebatimento elétrico, teto panorâmico, HUD, eletrônica embarcada e visibilidade de minivan.
O motor 1.6 THP confere fôlego extra em relação aos rivais, aliado à transmissão automática de seis marchas de série. Por tudo isso, a Peugeot cobra R$ 94.990, embora acreditemos que alguns itens citados poderiam ter sido adicionados.
A desvalorização é grande (bom para quem quer usado) e, embora as revisões tenham preços fixos, há reclamação de falta de peças e demora na entrega. Enfim, o Peugeot 3008 é um bom carro “pouco visto”, digamos assim, presente no mercado nacional.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Peugeot 3008 Griffe THP
Motor/Transmissão
Nome – 1.6 THP (Turbo High Pressure)
Número de cilindros – 4 em linha, turbocompressor e injeção direta
Cilindrada – 1587 cm³
Potência – 165 cv a 6.000 rpm
Torque – 24,5 kgfm a 1.400 rpm
Transmissão – Automática de seis marchas com funções Sport e Winter, mudanças manuais sequenciais
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 9,5 segundos
Velocidade máxima – 202 km/h (limitada)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Barra de torção
Eletro-hidráulica variável
Freios
Discos nas quatro rodas com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 17 com pneus 225/50 R17
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.365 mm
Largura – 1.837 mm
Altura – 1.635 mm
Entre-eixos – 2.613 mm
Peso em ordem de marcha – 1.480 kg
Tanque – 60 litros
Porta-malas – 512 litros
Seguro/Perfil/Prêmio
Sexo: Masculino
Idade: 30 anos
Bairros (residência, trabalho) – Bela Vista – São Paulo
Prêmio médio: R$ 3.383,33
Fonte: Willis Brasil
Custo de Peças
• Pneu (cada) – R$ 646,05
• Roda(cada) – R$ 801,54
• Farol (dir) – R$ 903,92
• Lanterna (dir) – R$ 446,31
• Retrovisor (esq) – R$ 273,54
• Sonda Lambda – R$ 179,15
• Bico injetor (cada) – R$ 156,01
• Pastilha da Freio (par) – R$ 293,09
• Palheta do limp (par) – R$ 71,64
• Para-choque (tras) – R$ 1.525,37
• Amortecedores(4) – R$ 237,73 (dianteiro cada), R$ 2.279,54 (traseiro peça única esq/dir)
Total = R$ 8.051,62
[Imagens ilustrativas]
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