Existe aquele ditado que diz: “Todo dia sai na rua um otário e um esperto. Se eles se encontram, sai negócio.”
Lá no dia 16 de novembro de 2017, isso se mostrou verdadeiro, em um evento de lançamento, feito por Elon Musk em pessoa, dos caminhões Tesla Semi, que no final, tiveram um pequeno bônus: foi apresentado o novo Tesla Roadster, de segunda geração.
Naquela época, o esportivo elétrico foi prometido para o ano de 2020, o que obviamente não aconteceu.
O cadastro de reservas do Roadster foi aberto logo depois do evento, onde você podia escolher dar a Elon US$ 50.000, através de uma transferência bancária, para garantir seu lugar na fila imaginária, ou, se você estivesse se achando muito rico naquele dia, pagar de uma vez US$ 250.000.
Esse valor maior lhe permitia ficar com um carro do lote inicial de 1.000 unidades, da chamada série “Founders Edition”.
Para 2017, esse lançamento era algo muito importante, pois o Tesla Roadster de segunda geração era divulgado como sendo o carro mais rápido de produção do mundo, acelerando de 0-100 km/h em menos de dois segundos, e fazendo o quarto de milha em menos de 9 segundos.
A velocidade máxima do Roadster seria de 400 quilômetros por hora e a autonomia com a eletricidade das baterias ficaria em 990 quilômetros.
Se fizermos um círculo no mapa, com seu centro começando na cidade de São Paulo, 1.000 quilômetros de autonomia em linha reta chega a lugares bem distantes, como Porto Alegre, Campo Grande, Brasília ou mesmo o Sul da Bahia.
Como no ano de 2017, a Tesla estava com uma hemorragia de dinheiro de mais de 7.000 dólares por minuto, estando, nas palavras de Elon Musk, “a menos de 30 dias da falência”, cobrar esse dinheiro dos fãs mais hardcore da empresa foi uma ótima maneira de arrecadar uma montanha de dinheiro, rapidamente.
Se analisarmos que tivessem sido apenas as 1.000 pessoas do lote especial “Founders Edition”, que tivessem pago o valor solicitado pela Tesla, foram nada menos que US$ 250.000.000, em um estalar de dedos.
Mas muitos outros encomendaram seus Roadsters, pagando apenas o valor de US$ 50.000 para garantir seu lugar na fila.
Hoje, com certeza uma parcela muito pequena ainda não solicitou um reembolso desse dinheiro pago pelos esportivos, mas isso não atrapalhou a Tesla em nada, pois ela passou a vender, por exemplo, o Model 3, e saiu daquela situação desesperadora graças aos seus fãs.
Como bem citou o site Jalopnik, sobre este assunto, assim como o Starbucks não é uma empresa que vende café, a Tesla não é uma empresa que vende carros. Ela vende promessas. Promessas para clientes, governos e empresas.
Outro exemplo disso é a picape Tesla Cybertruck, que foi revelada em 2019, e hoje, quatro anos depois, ainda não começou a ser vendida.
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