Olá, meu nome é Gilberto Silva, tenho 27 anos, sou Analista Comercial e resido em Goiânia/GO. Sou leitor assíduo do NA há 7 anos, e sempre me interessei por carros e tudo aquilo que diga respeito.
Uma seção que sempre gostei de ler no NA, é o “Carro da Semana” (observação do NA: iniciamos essa seção em 2009 e hoje já temos 230 relatos), onde tirava muitas dúvidas sobre diversos modelos, e sempre quis fazer o relato do meu, hoje um Renault Clio 1.0 16v Expression, adquirido há pouco tempo, na verdade estamos ainda em Lua de mel.
Porém a minha história com o Clio é antiga, sempre admirei muito o modelo, desde os anos 90, quando ele na minha opinião era o que tínhamos de mais moderno no mercado, em termos de carros compactos.
• A ESCOLHA
A decisão pelo Clio, devo confessar que não foi muito difícil, na época estava com um Ford Ka 1.0 MP3 07/07, adquirido seminovo cujo a quilometragem acredito estava adulterada.
O Ka foi um parceiro fiel no dia-a-dia, porém ao longo de seus 127 mil km rodados, e após uma batida lateral causado por um “motociclista” que não sabe que a preferência é de quem está na rotatória, o Kazinho já estava na hora de deixar a minha garagem e abrir espaço para outro amor.
Momento em que comecei a buscar por nomes como Ford Focus 1.6 GLX Hatch, Chevrolet Astra 2.0 Advantage, Fiat Linea 1.8 Essence… todos seminovos, mas devido ao estado do meu Ford Ka ao fim de seus dias de glória, não me permitia passa-lo para um particular, pois seu estado estava deplorável.
Então o jeito foi procurar uma garagem para negociar, e também não queria arrumar e depois ter o comprador me ligando com aqueles mimimis de sempre.
Então como procurava algo em torno de R$ 31.000, comecei a olhar os zero quilômetros que fossem mais completos possível por esse valor, eis que me surgiram nomes como Palio Fire, Celta LT, Clio Expression, Gol Especial, Uno Vivace, Up! Take, Onix LS.
Depois desses todos já estavam muito além dos R$ 31.000 que eu estava visando tais como Novo Ka, HB20 e versões mais completas de Gol, Onix e up!. Então dentre os que citei acima, e numa visão extremamente racional, acabei reduzindo a lista em dois nomes, Palio Fire e Clio Expression, isso levando em conta os itens de série x preço.
Porém o Palio Fire para ter os mesmos equipamentos do Clio ficaria um pouco mais caro, e como não estava comprando um carro de luxo, até um mísero retrovisor na cor do carro faria diferença.
Para termos de comparação, o Palio não dispunha de itens como Computador de Bordo, Conta Giros, Desembaçador e limpador dos Vidros Traseiros, Trava Elétrica das portas de série, todos inclusos no Clio pelo mesmo preço aqui em Goiânia. Além do motor mais potente, melhor consumo, e dimensões mais confortáveis que o compacto italiano.
Logo a escolha foi pelo pequenino da Renault, até mesmo porque em questão de projetos defasados, ambos estão no mesmo patamar, com a diferença que o francês foi idealizado para ser digamos mais “luxuoso” que o italiano.
• A COMPRA
Ao procurar ainda naquele momento de escolha, na concessionária Fiat o vendedor sequer olhou meu Ka pra começarmos uma negociação, isso porque naquela época o Palio era o líder de mercado.
Então fui em uma outra concessionária daqui e o tratamento foi tão desrespeitador que me fizeram aguardar uns 20 minutos enquanto os vendedores tomavam um café ou visualizavam todas as conversas do Whatsapp.
Quando enfim me atenderam, disseram que não era interessante pra eles o meu veículo devido a batida, mas que me passariam o número de uma revenda particular, que eu vendesse e então retornasse com o dinheiro.
Fui então à outra concessionária de Goiânia, e ao chegar lá, a vendedora que estava vendendo uma Oroch, me encaminhou a uma sala dentro da loja e me deu uns comes e bebes enquanto eu a aguardava, esperei por uns 15 minutos e quando ela retornou, e eu disse que a minha procura seria pelo Clio, o atendimento continuou tão bom como no começo.
Ao falarmos do Ka, ela me perguntou quanto eu queria por ele, e eu falei que não fecharia por menos que R$ 8.000, devido os problemas dele, e então fomos ver o Ka, ela chamou o avaliador, e após a análise dele, me ofereceram R$ 6.000, e eu disse que não teria negócio, então ela foi até o gerente e após uns 10 minutos voltou com os R$ 8.000 que pedi.
Como eu já tinha pesquisado muito sobre o Clio, tive algumas agradáveis surpresas, diferente da maioria que se pode ver na internet, no meu, os cintos traseiros são sim retráteis, e o carro estava realmente completo, porém sem o som, somente preparação.
Fechamos em R$ 31.900, segundo ela não conseguiria um preço melhor, devido ao valor que estava pegando o Ka, mas como todos os outros que tinha visto estavam com preço maior, fechei por esse valor mesmo.
Ah… sim, tive que financiar o valor, então foi o Ka de entrada, mais R$ 10.000 que eu possuía, e o saldo em 48x com taxa zero. Achei bom, pois não tinha como comprar nada melhor com os R$ 18.000 que eu dispunha.
• O CARRO
Bom, como disse, ainda estamos em lua de mel, pois meu carro está com 14.000 km, acabou de fazer a primeira revisão de R$ 10.000, então não teve nenhum problema ainda, porém pude perceber alguns senões no carro.
O banco do motorista embora largo, tem uma espuma muito ruim para o dia-a-dia, e incomoda a região lombar, além de parecer as vezes que está meio bambo. Procurei a concessionária para que ajustassem e me disseram que é característico do veículo, o que pude ver em fóruns que a informação procede.
Além disso o câmbio no início era um problema, pois seus engates não são muito precisos e um pouco longos demais. Fora isso estou satisfeito com o restante.
Acredito que seus pontos positivos são: o acabamento dentro da média, a disposição de itens que hoje são raros em carros dessa categoria, como os citados computador de bordo com 8 funções, conta giros, o dispensável Eco Drive que mostra o momento de trocar as marchas e o Ar Condicionado que gela muito bem mas que tem uns botões minúsculos.
Tem ainda porta trecos, limpador e desembaçador traseiros, ótima visibilidade, excelente estabilidade (ao menos se comparado ao meu antigo Ka), desempenho esperto pra uma cidade plana como Goiânia, imagino que em Belo Horizonte minha cidade natal, ele deva sofrer bastante nas ladeiras com o Ar ligado, e um design que eu particularmente gosto, mesmo sabendo que é defasado em relação ao europeu, assim como diversos outros carros no Brasil, eu gosto.
Mas principalmente, o consumo de verdadeiros 14,4 km/l com gasolina na cidade, ou 9,9 km/l com etanol, para um carro com só 14.000 km, penso que está ótimo (Sempre com o Ar Ligado). Penso que quando estiver com uns 50.000 km estará com um consumo melhor.
O acabamento está na minha opinião acima de carros como Palio e Celta, quase não se vê rebarbas embora elas estejam aqui e ali. O material é bom para o seu preço de popular brasileiro e os comandos estão todos à mão, diferente dos antigos que ficavam no console central, salvo o botão de alerta, que fica numa posição ruim de ser acionado em caso de uma frenagem mais brusca numa rodovia, devido à falta de sistemas presentes em modelos mais modernos que acionam os alertas automaticamente.
Além disso, retrovisores, maçanetas e para-choques são na cor do carro, porta malas tem um bom tamanho para um casal sem filhos como eu minha esposa, o tamanho do carro é bom para o transito diário.
Aqui em Goiânia, vê-se muitos Renaults, então acredito que não terei muitos problemas no momento de vende-lo, mas sinceramente, como irei ficar com ele no mínimo 4 anos, penso que quando for trocá-lo o caminho será parecido com este, trocar por outro zero.
Sei que muitos seminovos valem sim a pena, eu mesmo já possui outros, porém mesmo sabendo da desvalorização do zero, o fato de não ter dor de cabeça tanto no momento de compra, quanto na revenda do meu usado com comprador perturbando depois, ou problemas aparecendo, vale a pena!
E além disso, não tem nada como entrar no carro com a certeza de que tudo está ok, e que ninguém dirigiu o seu carro antes de você, isso sem dúvida faz toda diferença.
Esse foi meu relato, desculpem se faltou alguma informação. Mas responderei aos comentários se tiverem alguma dúvida.
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