Com as especulações em torno de como será o futuro Gol GTI (e se ele realmente será lançado) decidimos relembrar alguns carros esportivos brasileiros em mais uma lista do Notícias Automotivas.
Ela reúne 10 carros esportivos brasileiros escolhidos pelo desempenho e principalmente pelas modificações em relação às versões originais.
Veja também nossa lista com carros esportivos antigos.
Um fato curioso é que a Ford, conhecida mundialmente por seus grandes esportivos como o Mustang, o GT40, o Escort RS Cosworth e recentemente o Focus RS, ficou de fora da lista por nunca ter feito um carro esportivo de verdade no Brasil.
O Ford Ka XR por exemplo, anda muito bem, mas não tem modificações extensas para que pudesse ser qualificado como esportivo. Na lista também constam somente carros esportivos brasileiros produzidos em série, o que excluiu o Lobini H1.
Aqui estão 10 verdadeiros carros esportivos que foram produzidos no Brasil. A lista não é qualitativa, mas sim escrita por ordem alfabética.
Veja também: os esportivos mais baratos do Brasil (0km)
Civic Si (2007-2011)
O Honda Civic chegou ao Brasil em 1993, assim como o Golf, mas suas versões esportivas tinham alto desempenho, caso da VTi 1.6 de 160 cv. Em 1998 o Civic passou a ser fabricado no Brasil e virou um carro comportado e familiar.
Em 2007 a Honda decidiu produzir o Civic Si, aproveitando a sugerida esportividade do motor 1.8 de 140 cv do “New Civic”. O Si é um verdadeiro carro esportivo brasileiro, pois usa um exclusivo motor de 2 litros com duplo comando variável, de 192 cv e câmbio de seis marchas.
De acordo com a Honda do Brasil, o conjunto leva o carro a 232 km/h e o faz acelerar de zero a 100 km/h em 7,9s.
As rodas de 17 polegadas também são exclusivas da versão, assim como os bancos em camurça, iluminação do painel, direção elétrica e o aerofólio na tampa do porta-malas. O japonês travou com o Golf GTI uma das maiores rivalidades do mercado brasileiro até o início de 2009, quando o GTI saiu de linha.
Atualmente o Civic Si é o mais potente esportivo brasileiro e segue sem concorrentes.
Peso: 1.322 kg
Potência: 192 cv
Torque: 19,2 kgfm
Velocidade máxima: 232 km/h
Aceleração (0-100km/h): 7,9 s
Relação peso x potência: 6,88 kg/cv
Corsa GSi (1994-1996)
No Salão do Automóvel de 1994, o Brasil conhecia o Corsa GSi.
Se as linhas curvas e modernas do Corsa deixaram seus concorrentes defasados da noite para o dia naquele distante 1994, o motor Ecotec 1.6 16v importado da Hungria era o mais moderno encontrado no mercado nacional.
Com esse motor, o GSi se tornava um carro esportivo brasileiro, pois chegava a 192 km/h e acelerava até 100 km/h em 9,8s. Como era comum nos esportivos da época, o conjunto mecânico foi totalmente adequado para receber o motor mais potente: a suspensão era mais rígida e o câmbio tinha relações mais curtas.
O pequeno esportivo brasileiro ainda tinha discos ventilados na dianteira e ABS de série. Por dentro, o volante de três raios combinava com os bancos esportivos, o comando dos retrovisores era elétrico e havia um teto solar como opcional.
Por fora o tradicional kit esportivo com saias, spoilers e rodas exclusivas da versão. O Corsa GSi foi produzido até 1996 e foi o último dos verdadeiros esportivos da Chevrolet. Desde então, os esportivos da marca recebem somente alterações estéticas, sem mudanças mecânicas.
Peso: 999 kg
Potência: 108 cv
Torque: 14,8 kgfm
Velocidade máxima: 192 km/h
Aceleração (0-100km/h): 9,8 s
Relação peso x potência: 9,25 kg/cv
Gol GT (1984-1986)
O Gol GT foi o primeiro carro esportivo nacional a acelerar de zero a 100 em menos de 10 segundos. Para atingir o tempo de 9,7s ele usava o motor 1.8 do Passat com comando de válvulas do Golf GTi, que rendia 99 cv, aliado ao baixo peso do carro.
A velocidade máxima era de 180 km/h, que não impressiona mas era bastante razoável para o porte do modelo mesmo comparando com o Golf GTi Mk2, que atingia 192 km/h. Além disso, o visual também era diferenciado.
Havia o enorme adesivo GT no vidro traseiro, rodas de liga leve e faróis de milha.
Por dentro vinha com exclusivos bancos Recaro, um relógio com cronômetro e volante de quatro raios. O modelo foi produzido até 1986, quando foi substituído pela versão GTS 1987.
Peso: 950 kg
Potência: 99 cv
Torque: 14,9 kgfm
Velocidade máxima: 180 km/h
Aceleração (0-100km/h): 9,7 s
Relação peso x potência: 9,59 kg/cv
Gol GTI 16v (1995-1997)
Em 1995 o Gol “bola” já estava consagrado, mas os fãs ainda aguardavam o retorno da versão esportiva GTi. E ela chegou com duas motorizações, ambas com o bloco de 2 litros mas com cabeçotes diferentes.
O SOHC – de 8v – era idêntico ao da versão GLSi, ficando a diferença restrita ao kit esportivo externo e aos bancos Recaro. O verdadeiro esportivo da família era o GTI (com o “i” maiúsculo) com o cabeçote de 16v.
Devido à posição do motor – longitudinal – foi necessário criar um novo capô, com um ressalto, para abrigar o cabeçote maior. Essa era a mais marcante alteração estética do carro.
As outras diferenças eram as rodas de 15 polegadas com cinco raios exclusivas da versão 16v e o aerofólio comum ao irmão de 8 válvulas. O carro também tinha bancos esportivos da Recaro com a opção de revestimento em couro de duas cores.
Com esse motor de 141cv, o GTI 16v chegava a 100km/h em 8,7 segundos e continuava a ganhar velocidade até atingir 206km/h. Em 1998 o GTI 16v ganhou portas traseiras e nunca mais foi vendido sem elas.
Um verdadeiro carro esportivo brasileiro. Com a reestilização de 2000 (a chamada G3), perdeu o ressalto no capô e com ele todo o charme esportivo do modelo original.
Peso: 1.120 kg
Potência: 141 cv
Torque: 17,8 kgfm
Velocidade máxima: 206 km/h
Aceleração (0-100km/h): 8,7 s
Relação peso x potência: 7,94 kg/cv
Golf GTI 180cv (2003-2009)
O Golf chegou ao Brasil ainda importado, em 1993. A versão GTI 2.0 daquela geração é considerada a pior de todas desde o lançamento do carro, em 1976.
O motor era o mesmo da versão GLX e as diferenças ficavam restritas ao revestimento dos bancos. Em 1999 o Golf passou a ser produzido no Brasil, na mesma fábrica onde era produzido o Audi A3, com quem compartilhava a plataforma e motor.
Nesse mesmo ano foi lançada a versão GTI nacional com motor 1.8 turbo de 150 cv. Em 2003 o GTI passava a desenvolver 180cv com o mesmo motor 1.8 turbo, mas agora somente com 4 portas.
Dessa forma, chegava a 227 km/h e acelerava de zero a 100 km/h em 8s.
Mas o grande trunfo do esportivo era mesmo a linearidade do torque proporcionada pela turbina, que deixava o carro muito ágil nas retomadas. Houve também uma versão com o motor VR6 de 2,8 litros, importado da Alemanha, que, embora gerasse 200cv, não alterava significantemente o desempenho e ainda eliminava a elogiada linearidade do torque.
Em 2007 o Golf recebeu um discutível facelift em vez do lançamento da quinta geração e o GTI passou a desenvolver 193cv de potência máxima se abastecido com gasolina podium.
A velocidade máxima aumentou para estimados 231 km/h (conforme dados de fábrica) mas a aceleração manteve-se nos 8 segundos. O Golf GTI saiu de linha no começo de 2009 devido à baixa demanda e não deixou um substituto a sua altura.
Peso: 1.344 kg
Potência: 180 cv (193 cv)
Torque: 25,5 kgfm
Velocidade máxima: 227 km/h (231 km/h)
Aceleração (0-100km/h): 8 s
Relação peso x potência: 7,46 kg/cv (6,96 kg/cv)
Marea Turbo (1998-2007)
Dois anos depois do fim do Tempra Turbo, seu sucessor chegava às ruas. Era o Marea Turbo, oferecido somente com quatro portas, mas com um motor 2 litros de 5 cilindros com 20 válvulas vindo do italiano Fiat Coupé. A potência era de 182 cv em vez dos 220 cv do primo europeu.
Assim mesmo foi o carro mais potente do país até 2003, quando a Volkswagen lançou o especial Golf VR6. Mas os 182 cv foram suficientes para levar o Marea a 223 km/h de velocidade máxima e arrancar em direção aos 100 km/h em 7,9 segundos, outro recorde que foi igualado somente em 2007 pelo Civic Si.
O Marea Turbo era um esportivo discreto. As diferenças eram o volante de couro perfurado, instrumentos do painel com fundo claro, rodas esportivas e os respiros no capô.
O Marea não conseguiu repetir o sucesso do Tempra, mas sua versão esportiva foi desejada pelos fãs de esportivos e durou até 2007, quando a Fiat decidiu manter somente a motorização 1.6, assumindo o fim da trajetória do modelo.
Peso: 1.360 kg
Potência: 182 cv
Torque: 27 kgfm
Velocidade máxima: 223 km/h
Aceleração (0-100km/h): 7,9 s
Relação peso x potência: 7,47 kg/cv
Punto T-Jet (2009-2015)
Em 2006, a Fiat relançou a linha esportiva “R” utilizando como base o Palio com motor 1.8, mas o modelo não tinha o carisma dos antigos Uno 1.5R amarelos com a tampa traseira preta e o desempenho era o mesmo dos Palio HLX.
Foi no mesmo ano que o Marea Turbo saiu de linha, deixando a marca novamente sem um modelo esportivo em sua gama. No ano seguinte, foi lançado o Punto, que chegou com a versão Sporting, com o mesmo motor 1.8 do Palio e de sua versão HLX.
As diferenças eram puramente estéticas. Enquanto isso na Itália, a Fiat dava à Abarth status de divisão esportiva, tal como é a AMG na Mercedes, guardadas as devidas proporções, e por ela lançava o Grande Punto Abarth, com motor 1.4 de 155 cv.
Pouco tempo depois em um evento público de uma grande publicação brasileira, a Fiat disponibilizava um protótipo do Punto com motor 1.4 turbo, exatamente como o Abarth, um sinal de que a marca, na verdade, testava a aceitação do público para o modelo.
E foi em 2009 que o Punto T-Jet chegou às lojas. O T-Jet é basicamente uma versão quatro portas do Abarth, com aplique no painel da mesma cor do veículo, apliques plásticos no para-lamas e rodas e para-choques exclusivos da versão.
O Punto T-Jet tornou-se o aguardado sucessor do Uno Turbo, uma espera de 13 anos que valeu a pena, pois o desempenho do compacto condiz com os modelos similares europeus e ainda não tem concorrentes no Brasil.
Pelo menos até a Volkswagen decidir se vai relançar ou não o Gol GTI.
Peso: 1.230 kg
Potência: 152 cv
Torque: 21,1 kgfm
Velocidade máxima: 203 km/h
Aceleração (0-100km/h): 8,4 s
Relação peso x potência: 8,09 kg/cv
Tempra Turbo (1995-1996)
Com o Uno Turbo no mercado, a Fiat não escondia o fato de que o recurso logo chegaria ao Tempra.
E foi em 1995 que a fabricante italiana apresentou o Tempra Turbo, um esportivo de origem italiana com 165 cv, capaz de atingir 212 km/h de velocidade máxima, o que fazia dele o segundo carro mais veloz do país, atrás somente do Omega, que tinha a mesma potência, mas era equipado com motor de 3 litros e 6 cilindros.
O Tempra Turbo foi oferecido somente com duas portas, como um legítimo esportivo deve ser. Também tinha molas e amortecedores especiais, cambagem negativa na frente, rodas de liga leve de 14 polegadas e aerofólio na tampa traseira.
Assim como o Uno Turbo, o Tempra trazia termômetro do óleo e manômetros de óleo e do turbo.
Apesar do sucesso do Tempra Turbo, em 1997 a Fiat substituiu o modelo pela linha Stile, que tinha um ar mais sofisticado e sóbrio e restringia a esportividade ao desempenho do modelo.
Seu sucessor foi o Marea Turbo, um sedã esportivo que foi o legítimo sucessor do Tempra Turbo, pelo carisma e pela essência esportiva.
Peso: 1.275 kg
Potência: 165 cv
Torque: 26,5 kgfm
Velocidade máxima: 212 km/h
Aceleração (0-100km/h): 8,2 s
Relação peso x potência: 7,72 kg/cv
Uno Turbo i.e. (1994-1996)
O primeiro carro brasileiro a sair da fábrica equipado com turbocompressor tinha 118 cv e torque de 17,5 kgfm extraídos de um motor de 1,4 litro.
O Uno Turbo i.e. trazia para-choques e rodas esportivas, usava cubos e freios de Tempra e por dentro tinha bancos envolventes, volante de três raios de diâmetro reduzido em relação ao original e instrumentos como manômetros de óleo e turbo além do termômetro de óleo e tacômetro.
Com isso o pequeno esportivo da Fiat atingia 195 km/h de velocidade máxima. Quem comprasse o Uno Turbo, ganharia da fábrica um curso de pilotagem, uma tentativa de evitar acidentes e reduzir o valor dos seguros.
Sua produção durou de 1994 a 1996 e representou uma mudança radical em relação aos comportados esportivos 1.5R e 1.6R mesmo sem o sucesso e o carisma destas versões (especialmente a 1.5R).
Foi o Uno Turbo quem abriu o caminho para os motores com turbocompressor no Brasil. Caminho pelo qual chegariam o Tempra, o Marea, o Gol e a Parati, o Linea e o recente Punto T-Jet, que preencheu o espaço deixado pelo Uno há 13 anos.
Peso: 975 kg
Potência: 118 cv
Torque: 17,5 kgfm
Velocidade máxima: 195 km/h
Aceleração (0-100km/h): 9,2 s
Relação peso x potência: 8,26 kg/cv
Vectra GSi (1993-1996)
Já fazia quase 7 anos que a Chevrolet não produzia nenhum esportivo. O último havia sido o Monza S/R em 1987, com seu motor 2.0, suspensão e câmbio especiais. A chegada do Vectra ao país dava continuidade à renovação da gama Chevrolet no Brasil e a deixaria em sintonia com a Opel.
Por isso a marca decidiu montar no país a versão esportiva do Vectra, o GSi. Com motor 2.0 e cabeçote especial com 16 válvulas, o esportivo tinha 150cv e um desempenho surpreendente, chegando aos 215 km/h.
Em relação às demais versões o GSi tinha, além da mecânica especial, o volante vindo do Calibra, de menor diâmetro, rodas exclusivas e um discreto spoiler na tampa do porta-malas.
Foi produzido até 1996, ano de lançamento da nova geração que, infelizmente, não trouxe um esportivo.
Peso: 1.220 kg
Potência: 150 cv
Torque: 20 kgfm
Velocidade máxima: 215 km/h
Aceleração (0-100km/h): 8,5 s
Relação peso x potência: 8,13 kg/cv
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!