Disco de freio: Como funciona? Como saber se está gasto/ruim?

disco de freio

Seu carro vibra em determinadas situações? O culpado pode não ser o balanceamento… Fizemos esse guia para falar um pouco mais sobre o freio, em especial o disco do freio.

Como o disco de freio funciona? Diferença para o tambor

Antes de mais nada, um breve resumo sobre o funcionamento do sistema de freios, existem diferenças de um carro para outro, mas conceitualmente são similares.

Quando acionamos o pedal do freio, através de um sistema hidráulico, existe o contato de dois componentes que atritam entre si, transformado a energia cinética (movimento do carro) em energia térmica (calor dissipado nos freios), fazendo com que as rodas desacelerem e essa desaceleração faz com que o carro diminua sua velocidade até parar.

Esses componentes que atritam podem ser a lona (sapata) com o tambor ou o disco de freio com a pastilha.

O freio a tambor, que possui sapata e tambor, foi amplamente utilizado até a década de 70, quando foi perdendo espaço para o disco, principalmente nas rodas da frente.

Ainda hoje existem carros 0km com freios a tambor nas rodas traseiras, pois são mais simples e baratos, mas também menos eficientes.

Foto do interior de um freio a tambor
Foto do interior de um freio a tambor

Os freios a disco, foco desse texto, são mais eficientes que os a tambor: Dissipam melhor o calor gerado pelo atrito e possuem um tempo de resposta menor, porém com um custo de manutenção maior, já fizemos um texto falando sobre as pastilhas.

Quando trocar o disco de freio?

O disco de freio tem uma vida útil esperada, que está no plano de manutenção do seu carro, porém essa vida útil pode ser maior, ou menor, a depender da forma como o carro é conduzido.

Aqui já começa a polêmica, em grande parte por falta de conhecimento dos reparadores, alguns recomendam trocar a cada 3 trocas de pastilha, ou simplesmente inspecionam o disco visualmente para ver se está “fino” ou “torto”.

Os discos duram mais que as pastilhas, isso é fato, então durante a troca delas, o mecânico deve medir a espessura dos discos e comparar com o recomendado pela montadora, por exemplo, a Ford recomenda no mínimo 23mm para o EcoSport 2013.

Se no momento da troca a espessura for menor ou igual a essa, o disco deve ser trocado, se for ligeiramente maior, a troca é recomendada, mas não obrigatória.

Outro momento que o disco deve ser trocado é se estiver empenado ou trincado, no primeiro caso, se o disco ainda tiver uma espessura boa, é possível dar um “passe”, ou seja, levar para ser usinado em um torno mecânico, deixando ele plano novamente, já no segundo deve ser trocado.

disco de freio desgastado

Falando em dar um “passe” nos discos, esse procedimento é padrão na maioria das oficinas, mas saiba que nem sempre é necessário, se o disco não apresentar irregularidades, o procedimento pode ser ignorado.

Como saber se o disco de freio está ruim? Sintomas de um disco ruim

Um disco de freio com a espessura menor que a recomendada pode não apresentar nenhum sintoma, e esse é o grande perigo, pois pode quebrar do nada, entretanto alguns problemas no disco apresentam sim sintomas, são eles:

  • Trepidações e vibrações ao frear: Esse é um sintoma clássico de disco de freio empenado ou com irregularidades;
  • Alterações no pedal do freio: Um pedal que era macio e alto, agora está duro e baixo, necessitando pisar até o fundo para obter a frenagem, indica problemas no freio, incluindo os discos;
  • Barulhos: Barulhos de metal com metal ao frear pode ser um indicativo de problemas no disco ou pastilhas;
  • Baixa eficiência de frenagem: Seu carro já não freia mais como antes? Pode ser que o disco e pastilha não estejam tendo um atrito ideal;

Como aumentar a vida útil dos discos de freio

As dicas abaixo valem não só para os discos, mas para o sistema de freio de forma geral:

  • Evite frenagens bruscas, elas desgastam os discos e pastilhas, além de aumentar o risco de sobreaquecer;
  • Use o freio motor: Sempre freie o carro com ele engrenado, não pise na embreagem assim que pisar no freio, espere ele desacelerar, principalmente em declives, e não coloque o carro “na banguela”, deixe sempre ele engatado, e em descidas mais íngremes, utilize marchas menores;
  • Faça manutenções preventivas: Uma pastilha gasta, pode danificar um disco que ainda está bom, e vice versa;
  • Ande mais devagar: Além de gastar mais combustível, frenagens em alta velocidade desgastam mais o conjunto dos freios;
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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.