O que fazer com baterias dos carros elétricos

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Os carros elétricos já estão por aí e prometem dominar a paisagem urbana e rodoviária – e até fora de estrada – nos principais mercados do mundo. Junto com a condução autônoma e o compartilhamento, esse tipo de automóvel é o incontestável futuro para os fabricantes de automóveis.

Mas, se eles possuem emissão zero, motivo pelo qual sua ascensão meteórica após mais de um século de esquecimento, podem provocar um novo problema ambiental.

Ainda se fala muito na cavalaria de um automóvel, mas nos carros elétricos, o que pode fazer a diferença para mais ou para menos em termos de performance e também de alcance é a densidade em kWh e isso não está relacionado com o motor elétrico a bordo, mas com o pacote de baterias que o carro transporta.

Ela é sem dúvidas o maior custo de um carro elétrico e assim continuará por muito tempo. Cheia de tecnologia e química, o dispositivo que armazena energia nesse tipo de automóvel já está preocupando o setor antes mesmo da prometida invasão dos veículos plugados. E aí podemos incluir também os plug-in hybrid. A pergunta agora é: o que fazer com a bateria de um carro elétrico?

Conforme os fabricantes de veículos vão elevando os investimentos na produção de baterias, um futuro mercado de reciclagem lentamente começa a ganhar forma. Ainda são poucas as empresas que estão se formando para nos próximos anos atuar na recuperação das baterias de lítio.

Mas ainda assim, os problemas são muitos, a começar pela padronização do serviço. Não haverá tão cedo. O motivo é que cada fabricante – de carros ou baterias – aposta em determinadas tecnologias e processos químicos diferentes para obter maior rendimento das células.

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A busca implacável por lítio já promete elevar em quatro vezes o consumo da principal matéria-prima das baterias e em 2025, os carros serão responsável por 90% da produção mundial.

Lembre, todos os dispositivos eletrônicos modernos possuem baterias de lítio, desde os bilhões de smartphones até as calculadoras de mão. Todo esse universo de aparelhos que usam pequenas baterias desse elemento químico ficarão só com 10% de um todo.

Além disso, os preços do cobalto já subiram 80%, pois também é matéria-prima essencial na produção de baterias. A Volkswagen, por exemplo, já se adiantou em reservar um lote enorme dele para sustentar sua mega produção de baterias para a próxima década.

Ainda não se fala em fim das reservas de lítio e a mais recentemente descoberta fica em Minas Gerais. A Bolívia, no entanto, tem as maiores reservas do planeta e pode enriquecer com essa com commodity no cenário internacional, sendo agora chamado de “petróleo branco”.

O banco Goldman Sachs o chamado de “nova gasolina”. Argentina e Chile, com seus desertos de sal, também possuem reservas enormes do metal e o trio de nações representam 60% das reservas mundiais conhecidas.

No caso do cobalto, entre 50% e 60% das reservas mundiais estão no Congo. Ou seja, todo o mundo está de olho nesses quatro países. Em 2015, de acordo com a consultoria Roskill, US$ 2 bilhões foram consumidos nestes minerais.

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Mas, se as reservas ainda parecem longe do fim, já que nem se sabe se existem mais de lítio, por exemplo, o descarte das baterias é um motivo secundário nessas corrida do ouro elétrico.

Empresas como a OnTo Technology dos EUA, começam a se preparar para um mercado de reciclagem. A companhia prevê um setor robusto em 2025. Sua aposta é produzir materiais para produção de eletrodos para novas baterias a partir de unidades expiradas ao invés de decompor cada elemento individualmente.

A Tesla, por exemplo, diz que usará baterias para abastecer de energia sua Gigafactory e pretende reciclar as células exauridas. A BYD, por sua vez, utiliza baterias em fim de vida útil para veículos em grandes acumuladores de energia estacionários, que terão funcionamento por muito mais tempo que os automóveis.

Hoje, o tempo de vida das células atuais varia de 8 a 10 anos. Então, podemos esperar pelo aumento na reciclagem para além de 2025.

Europa e China já determinaram que essa tarefa caberá ao fabricante do veículo. Este pode contratar uma empresa para reaproveitar componentes dessas unidades em fim de carreira, mas ainda assim caberá aos governos uma fiscalização rigorosa quanto a isso.

Utilizar metais e produtos químicos de baterias usadas em novas unidades, no entanto, pode ser reprovada pela indústria. Atualmente, os principais fabricantes de pneus se recusam a usar borracha reciclada em pneus novos.

[Fonte: Folha/BBC/Galileu]

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X