Polêmico, o rodízio de pneus ainda divide muita gente. O tema é complicado de ser resolvido pelo simples fato de não haver um padrão para executar tal revezamento de pneus em um automóvel.
E o pior é que cada fabricante de pneus (veja tabela de peso e velocidade) e quase cada marca de veículos pensa de forma diferente sobre o assunto.
E agora? Faço ou não faço? O melhor é fazer, mas a forma como irá fazê-lo já é outra história, que contaremos a seguir. Quando fazer? Também é outro assunto que divide opiniões dos fabricantes de pneus e das marcas de carros.
Mas, primeiro, vamos a tal decisão de fazer o rodízio. Popularmente, existe um “padrão” nesse tipo de revezamento de material rodante.
Como fazer o rodízio de pneus?
Muita gente simplesmente faz, por recomendação de um amigo ou profissional, a troca dos pneus dianteiros pelos traseiros, mas cruzando-os para se obter melhor equilíbrio no tocante ao desgaste.
Porém, não deve ser feito exatamente assim, apesar da Continental recomendar realizar dessa forma para veículos 4×4. Se a tração é dianteira, a dupla da frente deve seguir para trás nos mesmos lados. Apenas os traseiros é que se cruzam na frente. Com tração traseira, o rodízio deve ser feito ao contrário.
Isso não é errado e até alguns fabricantes de pneus recomendam executá-lo dessa forma, mas para pneus assimétricos ou radiais comuns, que funcionam em dois sentidos. Outros fazem a mudança jogando os dianteiros para trás e vice-versa, mas isso era indicado para pneus unidirecionais, os mais antigos e que hoje em dia quase não existem mais.
Mas a história não para por aí. Lembrou do estepe? Pois é. Ele entra ou não na dança das cadeiras? Para alguns fabricantes de pneus e automóveis, sim, o estepe deve entrar e num esquema próprio, geralmente começando a rodar pelos lados do carro pela posição dianteira direita. A partir daí existem três rotas para o estepe nesse tipo de rodízio.
Na primeira, ele volta para trás no mesmo lado, retornando para o bagageiro. Na segunda ele cruza para o eixo dianteiro, voltando para o lado esquerdo traseiro e retornando ao seu compartimento.
Na terceira, ele faz um X saindo da dianteira direita para a traseira esquerda, subindo para a dianteira esquerda e descendo para a traseira direita, depois retornando ao porta-malas. Quem os recomenda assim? Pirelli, Goodyear e Bridgestone, nessa ordem. A Yokohama não recomenda usar o estepe. E então, isso responde a pergunta?
Se o rodízio parece um consenso, engenheiros da BMW e Renault pensam diferente. Para as duas marcas, não se deve executar o revezamento de posição dos pneus, pois o desgaste irregular pode trazer problemas de estabilidade e consequentemente de segurança nos carros.
E agora? Uma marca popular e outra de luxo falando isso? Elas estão certas ou erradas? Nessa história do rodízio, parece que existem mais perguntas do que respostas.
Como fazer o rodízio com dois pneus novos?
É igual ao fato de se comprar dois pneus novos para substituir dois já bem gastos no veículo. Isso geralmente acontece com quem não faz o rodízio e é desaconselhado pelos fabricantes de pneus e veículos.
Mas, se não tiver jeito, veja como fazer. Esse é outro ponto que confunde muita gente e já ouvimos pessoas comentando que fazem exatamente o que segue abaixo.
Quando os pneus dianteiros já estão no fim da vida, o condutor simplesmente coloca os gastos atrás, introduzindo os novos na frente. Está errado. Pela lógica popular, os pneus novos darão maior aderência à frente em caso de chuva. Quando o carro aquaplanar, o motorista terá melhor controle direcional e assim garantirá a segurança do veículo e passageiros.
O pensamento até tem razão de ser, mas existe um efeito desconhecido pela maioria dos motoristas que, quando se deparam com ele nessa configuração, não têm mais o que fazer a não ser ver o mundo girar, com consequências potencialmente fatais.
Os pneus novos precisam ir atrás e não na frente. Em chuva, fica mais fácil controlar a traseira do que a frente. Estranho, não é mesmo? Mas vejamos: o efeito de aquaplanar – quando o carro perde aderência na frente – pode ser controlado com os pneus mais gastos, bastando-se tirar o pé e movimentando o volante para buscar novamente o contato com o chão. Isso numa reta, é claro.
Numa curva, por exemplo, o carro tenderá a sair de sua trajetória. Para corrigir, basta apenas tirar o pé do acelerador e tentar controlar a direção, trazendo o carro de volta. Esse efeito de sair de frente é chamado subesterço.
No caso de pneus usados na traseira, numa situação de chuva e em uma curva, o carro simplesmente sairá de traseira de forma mais acentuada, gerando o efeito conhecido como sobresterço.
Nessa caso, é mais difícil controlar o carro, provocando sua rotação na pista e potencialmente uma colisão contra outro veículo, mureta/barra de proteção ou simplesmente sair da estrada, podendo cair em um barranco ou colidindo contra pedras/encosta.
Por isso, os pneus novos vão atrás e não na frente.
De quanto em quanto tempo fazer o rodízio?
Os fabricantes de pneus geralmente recomendam fazer o rodízio em períodos entre 5.000 km e 10.000 km rodados, variando assim de acordo com a marca do material rodante.
O proprietário pode observar o desgaste maior nos pneus da frente – quando o carro tem tração dianteira – e assim iniciar o procedimento de revezamento conforme os modos descritos nesta matéria. Isso pode ser feito até em casa, se for o caso, mas não é aconselhável fazendo sem balanceamento e alinhamento das rodas.
Por isso, a grande maioria dos proprietários de veículos executam o rodízio em estabelecimentos dedicados ao serviço ou durante a revisão em certas marcas de automóveis. É imprescindível realizar esses dois serviços para que haja um desgaste equilibrado de todos os pneus.
Isso garante que, no momento da troca, todos tenham o mesmo nível de desgaste e um novo jogo possa ser adicionado. O caso do estepe fica na preferência do dono do carro.
Alguns não recomendam o uso do estepe, pois o pneu fica muito tempo parado no compartimento abaixo do porta-malas, onde esquenta bastante, ou sob a estrutura do veículo, muito próximo do escapamento. O pneu reserva exterior também fica exposto ao clima durante muito tempo e sem uso, com o material sofrendo degradação por esse motivo.
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