O Renault Clio, um dos carros de maior sucesso da Renault, já tem mais de 30 anos de vida.
Suas soluções inteligentes e versões diferentes, com motor turbo e até V6, ajudaram o pequeno hatch a conquistar o mundo.
Vamos falar primeiro sobre a passagem do modelo pelo mercado do Brasil, depois vamos entrar em detalhes de todas as suas gerações ao redor do mundo.
Confira!
Renault Clio no Brasil
O Renault Clio foi apresentado no mercado nacional em 1996, quando ele vinha trazido da Argentina, onde a Renault já tinha um forte mercado.
A primeira geração do modelo não cativou muito os brasileiros, apesar de suas qualidades, e soluções modernas.
Com a inauguração da planta da Renault em São José dos Pinhais – Paraná, a Renault começava a montar a minivan Scénic, e em 1999, apresentava a segunda geração do Clio que cativou os brasileiros.
Com leves alterações em relação ao modelo europeu, o nosso Renault Clio de segunda geração durou até meados de 2016/2017, quando foi substituído pelo Kwid.
Nesse meio tempo que o modelo ficou aqui, ganhávamos motores flexíveis – incluindo o primeiro motor Renault movido a álcool em 2005, quando o modelo já ostentava o visual do facelift empregado em 2003.
Como era de costume, o Renault Clio teve no mercado nacional uma versão sedan, que também o acompanhou durante boa parte de sua vida, com inúmeras versões para atrair o público.
Em meados de 2009, o Renault Clio sedan era substituído pelo Renault Symbol – um Clio sedan, com uma terceira janela na coluna C, um novo nome e frente e traseira remodelados.
O modelo pouco fez sucesso, sendo descontinuado cerca de 3 anos depois devido a sua baixa procura.
O modelo nacional foi importante para provar que a Renault sabia conquistar o mercado brasileiro, e que podia se adaptar aos nossos costumes, incluindo nossos combustíveis.
Como trazer as outras gerações do Clio europeu faria com que o modelo subisse de patamar e com isso, seu preço ficasse elevado, a solução foi pedir ajuda á marca romena da Renault, a Dacia, para criar um Clio de baixo custo.
Renault Clio I – 1990 – 1998
A primeira geração do Renault Clio foi apresentada na França em 1990 com a missão de ser o novo compacto da marca.
Com uma extensa expertise em criar modelos compactos e fazê-los best sellers, a Renault precisava de um novo marco em sua história, e o Clio vinha para ser esse marco.
Seu nome, diferente de seus irmãos e seus antecessores que eram em muitas vezes compostos apenas por números em algoritmos romanos, agora vinha de uma deusa grega chamada Clio que é a suposta musa da história e da criatividade.
Se no restante da Europa e outros mercados – como o da América do Sul – o modelo era chamado de Clio, o mesmo não ocorria com o modelo vendido no Japão que recebia o nome de Lutecia – pois a Honda já detinha os direitos sobre o nome Clio.
Mas vamos voltar ao lançamento do modelo no mercado europeu.
O Renault Clio foi lançado no Salão do Automóvel de Genebra na Suíça, em março de 1990 – com vendas logo em seguida.
Suas formas simples e bem quadradas – típicas dos anos 90 – não traziam muita beleza para o modelo, no entanto o Renault Clio tinha seu carisma.
O Renault Clio dos anos 90 tinha 3,71 metros de comprimento, entre eixos de 2,47 metros e um excelente coeficiente aerodinâmico de 0,32, algo muito bom para um modelo compacto.
De início, o Renault Clio oferecia quatro motores, sendo os primeiros deles 1.2 litro de 49 cavalos e 1.4 litro de 80 cavalos – ambos movidos a gasolina e dotados de carburador.
Os motores a diesel do Renault Clio eram 1.8 litro com 92 cavalos e injeção, e outro 1.8 litro – sem injeção eletrônica – com 65 cavalos.
Eles podiam vir com a opção de câmbio manual de 4 ou 5 velocidades e pneus com medidas 145/70 de aro 13, ou 165/60 de aro 14, dependendo da versão.
Por ser pequeno e compacto, o Renault Clio tinha peso final que variava entre 810 e 905 kg.
Sua suspensão era do tipo McPherson na dianteira, e na traseira o modelo usava a velha escola francesa de rodas independentes, braços arrastados e barras de torção – que garantiam um rodar mais macio e deixava o compacto mais eficiente.
No ano de 1991, o Renault Clio recebia um novo motor 1.2 de 60 cavalos – ainda com o auxílio do carburador – mas de concepção mais moderna.
Passando-se 2 anos, o Clio ganhava um ajuste de potência do motor 1.4, que agora passava a utilizar injeção eletrônica e tinha potência reduzida para 73 cavalos.
No mesmo ano, a Renault apresentava as versões mais esportivas do Renault Clio. A versão RSi vinha dotada com um motor 1.8 – 1.764 cm³ – com injeção do tipo de multiponto, que fazia o motor render 110 cavalos e torque de 15,8 kgfm.
O modelo fazia o 0a100 em 9 segundos – algo impressionante para o início dos anos 90. O pequeno francês ainda conseguia chegar aos 190 km/h.
O Renault Clio tinha visual composto por novas rodas de alumínio de 14 polegadas, volante e bancos esportivos e ainda vinha com freio a disco nas 4 rodas.
Um modelo que vinha acima do Renault Clio RSi, era o Clio 16S – soupapes, válvulas em francês – que utilizava o mesmo motor, com a diferença de usar as 16 válvulas e com isso, alcançar os 137 cavalos e impressionantes 16,4 kgfm de torque.
Com esse upgrade, o modelo passava dos 208 km/h e fazia o 0a100 em apenas 8,3 segundos. No visual, o pequeno velocista vinha com um calombo no capô – assim como o Volkswagen Gol GTI – para acomodar melhor o motor maior.
Em 1993, a Renault apresenta um Renault Clio Williams – modelo preparado pela Renault Sport – que visava ser o Clio mais rápido e mais potente da gama.
O motor em questão era um 2.0 litros com 16 válvulas e incríveis 150 cavalos. O torque era de 17,9 kgfm, fazendo dele um dos modelos mais potentes da gama até hoje.
Com velocidade estimada em 215 km/h e fazendo o 0a100 em menos de 8 segundos, o pequeno foguetinho Renault Clio Williams era praticamente invencível.
No quesito visual, o Clio Williams era vendido apenas na cor azul, vinha com belíssimas rodas douradas Speedline, calçadas em pneus 185/55 de aro 15.
No interior, um acabamento mais primoroso, com direito a bancos envolventes e no caso do banco do motorista, ele contava com ajuste de altura e apoio lombar.
A edição que deveria ser de apenas 2500 unidades previamente demarcadas por um selo colado na carroceria, não foi o suficiente para o tamanho do sucesso do modelo.
A Renault teve que correr para fabricar mais unidades e reviveu o modelo em 1996.
O Renault Clio recebe seu primeiro facelift em 1994, onde a grade dianteira virava uma peça só, as lanternas e faróis ganhavam um desenho mais arredondado – amendoado – retrovisores maiores e um novo painel.
Para o modelo Williams, novas barras protetoras foram adicionadas dentro das portas, e o modelo passava a contar com novos itens opcionais, como teto solar, e opção de câmbio automático.
Uma nova versão de luxo – chamada de Renault Clio Baccara – era oferecida com bancos de couro (confira os carros mais baratos com bancos de couro), interior mais luxuoso, rodas de alumínio de 14 polegadas, câmbio automático e motor 1.8 litro com 95 cavalos.
Renault Clio II – 1998 – 2005
A segunda geração do Renault Clio foi apresentada em 1998 durante o Salão do Automóvel de Genebra na Suíça.
No mercado europeu o modelo viveu até meados de 2005 – já no mercado nacional até 2016/2017 quando foi substituído pelo compacto Renault Kwid.
Mas antes, vamos voltar a segunda geração do Clio.
Agora o Renault Clio vinha com linhas mais arredondadas, o que reforçava seu aspecto de carismático e amigável.
Em termos de medida, o novo Clio agora tinha 3,77 metros de comprimento e distância entre eixos de 2,48 metros. E assim como todo o mercado, seus concorrentes se mexiam para acompanhar as mudanças.
Agora o modelo tinha a companhia dos novos Fiat Punto, Opel Corsa, Citroën Saxo, Volkswagen Polo, e meses após seu lançamento, a sua conterrânea Peugeot apresentava o 206.
Os motores do Renault Clio receberam um upgrade, agora o 1.2 litro gerava 60 cavalos, o 1.4 litro gerava 80 cavalos, 1.6 litro com 90 cavalos – todos dotados de comando de válvulas por cabeçote – e ainda uma versão com 16 válvulas com 110 cavalos – esses movidos a gasolina e injeção eletrônica.
Os motores a diesel eram 1.9 litro agora com turbo e 80 cavalos ou sem turbo com 65 cavalos. Novos aprimoramentos foram feitos no câmbio automático, que agora se adaptavam ao modo de conduzir do motorista.
Novos freios agora com ABS poderiam vir em várias versões do modelo.
O pequeno francês Renault Clio agora contava um para-brisas térmico – o vidro vinha com pequenas partículas de prata e titânio no seu interior – bolsas infláveis frontais e laterais.
Na suspensão o modelo contava com um projeto mais simples, agora por eixo de torção.
Seis meses depois de apresentado, o Renault Clio ganhava uma inédita versão com motor V6!
Sim um enorme V6 montado dentro do carro no lugar dos bancos traseiros.
Ainda em forma de conceito, o Renault Clio V6 usava o motor 3.0 litros V6 do Laguna, que fora preparado para render 250 cavalos e utilizava tração traseira.
Novos para-lamas maiores e mais largos ajudavam a compor o visual bravo do carro, e ajudar na aerodinâmica.
Infelizmente o modelo foi descartado para ser um modelo de rua, por conta do alto investimento para deixa-lo seguro para andar em vias comuns – uma pena né, Renault? – No entanto, o modelo competiu em algumas corridas da Renault Sport Trophy.
Em 1999, a Renault apresentava a versão sedan do Renault Clio – primeira vez que isso aconteceria, e basicamente a única.
Como sedans derivados de carros compactos não faziam muito sucesso na Europa, o modelo foi destinado a mercados emergentes e em desenvolvimento.
Sua produção ficou a cargo da Turquia – onde se chamava Symbol, um velho conhecido nosso também – que tinha motores 1.4 litro com 8 ou 16 válvulas e ainda tinha um excelente porta-malas – com 510 litros de bagagem.
Um fato curioso sobre a versão sedan do modelo é que no mercado da Turquia e da Rússia o modelo se chamava Renault Symbol – atualmente uma versão local do Renault Logan – no mercado japonês, era Lutécia e na Polônia se chamava de Thalia – outra deusa da mitologia grega, assim como Clio.
O caso mais curioso, no entanto, se dá no mercado mexicano, onde não só recebe outro nome, mas também uma cara nova e uma marca nova. No México, o Renault Clio/Symbol sedan era vendido pela Nissan sob o nome de Platina, e tinha um visual frontal totalmente diferente das versões vendidas no restante do globo.
Mas voltando ao pequeno hatch, no ano de 2000 ele recebia uma versão esportiva com motor 2.0 16 válvulas, com 172 cavalos e 20,4 kgfm de torque, foi durante muito tempo o modelo com um dos motores mais potentes a venda na Europa em compactos.
O Renault Clio Sport, era somente vendido na versão de 2 portas, com um pacote visual que deixavam o modelo mais agressivo.
Pneus com medida 195/50 e rodas de 15 polegadas apareciam para reforçar esse visual. Mas a Renault tinha uma carta na manga.
Um Clio V6 estava novamente nos planos da empresa, que outrora havia negado qualquer possibilidade de execução do modelo.
O modelo com motor V6 era fabricado na Suécia e seguia muito do conceito original, mas com potência menor – agora com 230 cavalos, ao invés dos 250 do conceito.
O torque agora seria de monstruosos 30,6 kgfm e atingia os 235 km/h e fazia o 0a100 em 6,4 segundos.
Já para abril de 2001, o Renault Clio de segunda geração ganhava seu primeiro facelift.
O estilo adotado era o mesmo visto no modelo mais caro e luxuoso da época, o Vel Satis. Agora com novos faróis maiores e mais triangulares – de dupla parábola – o interior ganhava um novo acabamento, mais refinado e luxuoso.
Novidades eram vistas também na adoção de faróis de xenônio, computador de bordo e direção elétrica.
No Salão do Automóvel de 2002, a Renault atualizava o Clio V6 com as mesmas alterações do modelo comum, incluindo uma nova cor – Azul Mundial.
As mesmas alterações foram aplicadas no modelo sedan, e em outras versões do modelo.
Renault Clio III – 2005 – 2014
A terceira geração do Renault Clio foi apresentada no Salão do Automóvel de Frankfurt em 2005.
A plataforma agora era a Nissan B, uma vez que a Nissan agora tinha uma parceria forte com a Renault. O modelo crescia em relação a geração anterior, e ganhava um design mais amigável, com novos faróis, grade, painel e traseira.
O aspecto geral da carroceria do novo Renault Clio era semelhante ao do modelo anterior, mas com mais músculos e formas mais vincadas.
Em junho de 2006, o modelo ganhava uma nova versão Clio Sport, que agora conta com um novo motor 2.0 litros que produz 197 cavalos e atinge a máxima de 215 km/h.
Em março de 2007, o Renault Clio recebe a companhia da versão perua, chamada de Sport Tourer.
A versão sedan deixa de ser ofertada nessa terceira geração. Um novo facelift foi empregado no modelo em meados de 2009, onde os faróis ficavam maiores, o interior ganhava novos revestimentos e deu uma nova identidade ao Clio RS.
Foi criado também para esse facelift uma nova versão chamada Clio Gordini, que usava um motor 2.0 litros com 16 válvulas e 200 cavalos. O modelo era limitado, e durou até praticamente o final de vida da terceira geração em 2014.
Renault Clio IV – 2014 – 2020
A 4 ª geração do Renault Clio começou a ser vendida em 2013, já como modelo 2014.
Agora o modelo estava bem maior que as outras gerações, e contava com forte inspiração o Renault Mégane.
Agora o Clio tinha apenas a opção de carroceria de 4 portas, com um desenho que fazia parecer ter apenas 3, já que as maçanetas das portas traseiras ficavam escondidas na base das janelas.
Isso deixava o visual mais limpo e agressivo.
Novidades eram vistas nos motores, que agora poderiam ser tri cilíndricos e um novo câmbio automático de 6 velocidades e com o auxílio de dupla embreagem.
Assim como na geração anterior, o Renault Clio conta com uma versão perua, com o mesmo estilo visual do hatch – incluindo as maçanetas escondidas e mesmas opções de motores do hatch.
O Clio ganhava também ganhava a companhia de novas versões esportivas, como a GT e a RS.
O modelo passou por um facelift, e a 5ª geração chegou em 2019.
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