O Chevrolet Monza tem uma história muito bem sucedida em nosso país, onde foi comercializado por 14 anos até a chegada de seu sucessor, o Vectra.
O carro desembarcou em 1982 trazendo uma série de tendências do mercado europeu e se tornou o primeiro automóvel mundial no Brasil, ou seja, era o mesmo modelo vendido na Europa, cujo seu nome era Opel Ascona.
Este GM chegou com motorização 1.6, passando pelo 1.8, 2.0 e, a partir de 1990, ganhava a motorização 2.0 com injeção eletrônica, estreada pelo Classic 500 E.F, uma serie especial ao piloto Emerson Fittipaldi.
O Monza figurou por dois anos (1984 e 1986) como o carro mais vendido em nosso país, conseguindo até mesmo superar carros populares que custavam menos que o sedam médio da GM na época.
Em 1991, o Monza recebe um novo desenho, porém internamente o carro muito pouco, provavelmente porque em um futuro próximo ele já deixaria de ser fabricado.
Em 1994, com a chegada da primeira geração do Vectra, o Monza já estava com os dias contatos, até que em 1996 a Chevrolet deixou de lado seu grande sucesso, para apostar no seu sucesso, o Vectra.
Durante esse período, foram produzidos 857.810 unidades do veículo.
O Monza chegou à nossa garagem apenas em 2006, quando meu pai comprou o Classic SE 1989, completo, porém ainda carburado.
O veículo possui direção hidráulica, ar-condicionado (opcional), vidros, retrovisores e travas elétricas, desembaçador traseiro, rodas de liga leve, farol de milha, mala elétrica, descanso para braço nos bancos traseiros e luz de neblina.
A linha Classic foi marcada pelo seu requinte e extensa lista de itens de série, que ainda poderia contar bancos de couro, ar-condicionado, pintura com dois tons de cores entre outros acessórios que eram opcionais da época.
O Classic equipado com a motorização 2.0 rendia 110 cv, embora toda a documentação seja 99 cv. Esta foi uma artimanha da montadora para que o imposto sobre o veículo não interferisse tanto em seu valor, e a estratégia acabou dando certo.
Mesmo com mais de uma tonelada de peso, o carro conseguia ter um torque de 16,2 kgfm a 3500 rpm.
Então vamos à avaliação do mesmo.
Preço:
Hoje você encontra esse tipo de carro na faixa de R$ 6.000 até R$ 15.000, conforme o estado de conservação do veículo. Por ser um carro forte, barato e com baixa manutenção, é muito utilizado para trabalho e muitos o compram para ir restaurando, pois em breve ele poderá ser um dos carros que poderá ganhar placa preta.
Isso motiva alguns saudosistas que já foram donos de Monza, a buscá-los e relembrar os velhos tempos, quando o automóvel era sinônimo de modernidade e tecnologia.
Desempenho:
O desempenho do Monza regulava com os demais concorrentes da época.
Com um motor forte, mesmo em baixas rotações, ele respondia e conseguia bons números de retomada. A velocidade atestada em seus testes variava entre 165 km/h a 168 km/h.
Condução/Dirigibilidade:
A Chevrolet tem histórico de fazer carros com suspensões voltadas ao conforto, e o Monza prova essa marca da montadora. Com uma regulagem extremamente suave, o carro ganhou muitos fãs que prezavam justamente esse ponto em um carro do porte de Classic.
Mesmo sendo suave, o carro é estável e possui uma condução prazerosa. Dotado de 5 marchas (4-automático), o câmbio do carro possui relações longas que dificilmente exigem mudança de marcha em uma viagem.
Segurança:
Considerando a sua idade, o Classic não possui nenhum elemento de segurança que os carros atuais de mesmo segmento possuem. Mesmo assim, o carro se mostra confiável pelo bom projeto feito.
É importante revisar o cilindro mestre do Classic, em virtude de já ter se passado mais de 20 anos de sua fabricação. O nosso foi trocado em virtude do desgaste normal do tempo.
Consumo:
O carro tem o retrospecto de beberrão, principalmente devido ao fato de ser carburado ainda, porém fazendo uma avaliação mais profunda, ele até não bebe tanto.
É fato que os motores carburados exigem mais cuidado e trabalho, pois um carburador funcionando bem e estando bem regulado, tem influência no consumo do carro. Na cidade, o carro tem conseguido médias de 7,5 km/l, que é a mesma média de um Focus 2008 2.0 de um colega meu.
Não conheço muito bem o consumo do carro da Ford, mas se compararmos ao Santana GLS 89, seu principal concorrente, o Monza era mais econômico. Em rodovias, nossa média tem ficado em 14,5 km/l, considerando viagens a 100 km/h, todas elas sem ar-condicionado ligado.
Conforto e conveniência:
Por ser um carro de segmento médio, o Monza é um automóvel muito confortável e estável. O grande número de itens de série e opcionais com o AC deixava o carro com um toque de luxo, devido a todo o conceito que o Classic possuía na época.
Embora já tenha se passado todo esse tempo, ainda é bem fácil achar algumas peças do Classic, principalmente relacionadas à mecânica, porém existem itens de acabamento que são raros de ser encontrados, até pelo número de carros que foram produzidos da edição Classic SE.
Vida a bordo:
Como o projeto é antigo, existem coisas que hoje foram melhoradas, e que na época o carro pecava. Embora tivesse um computador de bordo com algumas funções, ele fica deslocado à direta do painel, e o motorista precisa ter cuidado ao ficar mexendo no mesmo, pois tira o foco da condução do carro.
Os comandos de vidros e retrovisores elétricos ficam perto do câmbio, uma tendência que na década de 1990 já mudou, embora até hoje algumas marcas insistam em deixá-los naquela posição. Os demais comandos são de fácil acesso, e o automóvel apresenta uma ótima visibilidade para manobras e condução.
Acabamento:
Considerado o TOP dos Monzas, o Classic ganhava uma direção com as escritas de seu nome “Classic SE”, com 4 raios, presente apenas nessa versão. O estofamento é bem trabalhado e ainda combinava com a cor do veiculo, ou seja, se o Monza fosse azul, a forração do banco também vinha com o mesmo tom de cor, além do console e acabamento das portas que seguiam esse mesmo tom.
O carro ainda tem as famosas luzes nas portas, que eram um charme da época. Existem também as famosas luzes de leitura para os bancos de trás do veículo, que somadas ao apoio para a cabeça dos bancos, trazia uma leitura agradável.
Pontos Fortes:
– Preço;
– Acabamento;
– Conforto;
– Manutenção (Mecânica);
– Estabilidade;
– Itens de série;
Pontos Negativos:
– Manutenção (Peças de acabamento);
– Consumo (Quando não se sabe dosar o acelerador);
– Roubos (Monza é o 7º carro mais roubado do país);
Símbolo dos anos 80, e com uma legião de admiradores, o Classic tinha o melhor em tecnologia e estilo daquela época, lembrando que as importações eram extremamente limitadas.
De modo geral, o carro é muito bom e se assemelha a qualquer Monza SL/E em termos de mecânica, porém por se tratar de uma série especial, há peças que são raras e quando são vendidas, possuem preço exorbitante.
Em julho de 2012, um Vectra bateu na traseira do veiculo, e tivemos que trocá-la toda, onde só o custo das sinaleiras e apliques originais (usados) saiu R$ 800. Também se deve cuidar do carburador, mantendo uma limpeza seguida para evitar problemas com consumo.
E você, já foi dono de um Monza? Qual é a sua opinião sobre este automóvel?
Por Willian Kochhann
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