Olá pessoal que acompanha o site Notícias Automotivas, meu nome é Tiago e desde criança sou apaixonado por carros.
Possuo um Fusion Titanium 2014 e uma Evoque diesel 2015. Sou frequentador assíduo do site há muito tempo, porém só agora resolvi tirar um tempinho pra contribuir um pouco.
O alvo desta avaliação será o Fusion. Ele é da versão Titanium FWD 2.0 turbo, está com 56.000 km, foi adquirido em novembro de 2013, porém ano do modelo já 2014.
Esse já é o meu quarto Fusion, sendo que tive no passado um 2008, um 2011 e um 2012, todos da versão básica SEL (motores 2.3, 2.5 e 2.5, respectivamente). Hoje, além desse meu Titanium, temos um outro Fusion 2.5 2014 em casa que eu também uso às vezes.
Escolha do modelo e negociação
A escolha do carro levou em consideração o preço, design, os equipamentos e o conjunto mecânico. Nunca escolhi carro pela marca, mas sim avaliando as suas qualidades individuais. A verdade é que o Fusion é um pouco solitário na categoria. Existem concorrentes tão bons quanto, porém mais caros ou menos equipados.
Talvez eu me satisfizesse adquirindo uma BMW 320 2024 ou Mercedes C180, porém os custos de manutenção e seguro são bem mais elevados. Acabo rodando bastante com o Fusion, então prefiro ter só um outro carro de marca “premium”.
Outro ponto que eu destaco é que para definir meu futuro carro eu simplesmente defino a faixa de preço. Gosto de todos os estilos de carroceria, seja hatch, sedã, SUV, perua, etc. Já tive de quase todas elas e de muitas marcas diferentes. Todos os estilos atendem a minha necessidade, então escolho o carro que eu mais gostar na faixa de preço estabelecida.
Nesse caso, a minha ideia era um veículo zero km (não gosto muito de coisas usadas) custando um pouco mais que R$ 100.000. Na época não consegui pensar em opções melhores para meu gosto pessoal do que o Fusion.
Era bem equipado e tinha um preço razoável, ou seja, apresentava um bom custo benefício. As únicas alternativas que pensei foram de marcas premium e, por motivos já mencionados, resolvi não comprar.
A versão do Fusion primeiramente escolhida era a SE 2.5, porém comecei a pesquisar, andei no turbo, comparei as diferenças de equipamentos e preços, e me pareceu que a Titanium FWD tinha um melhor custo benefício.
Após defini-la, foi a hora de achar o melhor preço do país para o carro e barganhar muito. Queria na cor branca e não fazia muita questão do teto solar (não uso muito), que é o único opcional do Fusion.
Perdi algum tempo negociando em diversas concessionárias e consegui um FWD branco com teto solar por R$ 105.900 em Florianópolis. Não me recordo qual era o preço de tabela na época, mas já era bem acima disso. Fechei negócio e retirei o carro na outra semana.
Exterior
O design desse novo Fusion já não é mais nenhuma novidade. No mercado desde 2013, ele se tornou muito mais jovial em relação ao modelo anterior. Eu particularmente o acho muito bonito e acredito que essa seja a opinião da maioria das pessoas. Apresenta uma frente agressiva e uma lateral com linhas estilo mais coupé no final da carroceira.
O senão vai para a traseira que acho um pouco sem sal e, olhando de trás, parece um pouco fina. Pelo menos as lanternas são em LED e ficam muito bonitas quando acesas.
As rodas de 18 polegadas (baseadas nos carros da Nascar) com pneus 235/45/R18 dessa versão foram alvo de críticas minhas quando as vi por fotos pela primeira vez, porém pessoalmente elas até casaram bem com o carro e deixaram ele mais esportivo. Outra coisa que o deixa com um ar mais esportivo é o aerofólio traseiro disponível nessa versão.
O Fusion é comprido (4,87 m) e largo (1,85 m), o que dificulta seu uso nas grandes cidades. Fica devendo retrovisores rebatíveis (corrigido na linha 2015), sensor de estacionamento dianteiro nesta versão e faróis de xênon. O alinhamento das peças da carroceria não é dos melhores, principalmente quando se compara com a Range Rover.
Interior
O interior do Fusion acompanha a modernidade do exterior, destacando-se as duas telas LCD no painel de instrumentos e a tela de 8 polegadas ao centro com painel afastado a la Volvo. Os bancos são em couro e abraçam razoavelmente os passageiros.
O painel e portas são quase todos soft touch, com materiais bons, porém os encaixes poderiam ser melhores. Assim como na carroceria, algumas coisas não tem um alinhamento preciso.
As pedaleiras são cromadas, muito bonitas, mas às vezes parece que vão escorregar do pé. Ao centro do painel apresenta bonitos detalhes em black piano, porém riscam com facilidade, é preciso tomar cuidado.
Possui um grande porta objetos abaixo do encosto de braço, onde passa o duto do ar condicionado, fazendo com que ele seja levemente resfriado. Ponto positivo para as luzes internas com cores selecionáveis que fazem o ambiente ficar bem mais agradável a noite.
Espaço interno
Bom, aqui muitas pessoas irão ficar decepcionadas. Quando você olha o Fusion de fora, logo já pensa: “nossa, deve ser muito espaçoso”. A realidade não é exatamente essa. Ele tem um espaço ótimo para os ocupantes dianteiros, porém para os traseiros não é tão bom assim, piorou muito nesse novo modelo.
Para as pernas o espaço para quem vai atrás é apenas razoável e o que dificulta mais ainda é que o teto na traseira é baixo, pessoas com mais de 1,80 m vão se sentir bem desconfortáveis.
Tudo isso ainda é agravado pelo alto túnel central (faltou umas aulinhas com a Honda) e o assento elevado na parte central, muito desconfortável e que torna a altura até o teto ainda menor. Tudo isso leva a crer que os projetistas da Ford fizeram primeiro o exterior e depois pensaram no interior.
Deixaram-no bonito, mas não muito confortável para quem vai atrás. Claro que ele tem muito mais espaço que a maioria dos carros vendidos, porém quem está comprando um sedan grande pode se sentir incomodado.
Esta falta de espaço no banco traseiro não faz diferença para o meu uso, conto nos dedos as vezes que carreguei pessoas no banco traseiro. E também porque tenho uma Evoque e sei bem o que é realmente não ter espaço no banco de trás.
Outro ponto negativo é a posição do extintor, fica na frente do assento do banco do passageiro e quando este está posicionado mais para trás as pernas do passageiro acabam batendo no extintor. Com essa nova lei você pode até arrancá-lo do carro se quiser.
O fato curioso fica por conta do assoalho do banco do passageiro que é inclinado na frente. Eu até gosto, mas muitos não devem compartilhar da mesma opinião.
Itens de conveniência e segurança
Acredito que o grande mérito do Fusion seja oferecer uma extensa lista de equipamentos e itens de segurança por um preço atraente. Os ótimos itens de conforto e conveniência me atraem muito nele.
Na hora de comprar um carro, vale a pena considerar bastante essa parte. Às vezes a emoção faz a pessoa escolher um carro com um motorzão, porém sem muitos equipamentos que tornariam a vida à bordo mais confortável.
Falo isso porque sei que quando compramos um carro com um motor grande, o usamos na primeira e segunda acelerada e depois ele fica adormecido por longos períodos. Pelo menos comigo acontece assim.
Na parte da segurança o Fusion conta com 8 airbags, incluindo de joelhos para motorista e passageiro, controle de tração e estabilidade, freios ABS e toda aquela sopa de letrinhas. A partir de 2015 ele já conta também com cintos com airbag para os passageiros traseiros.
Diferentemente dos alemães o freio não tem grande sensibilidade, sendo mais gradual quando você não pisa com força. Feito para quem quer ir diminuindo a velocidade após ver que o sinal fechou lá na outra esquina.
Claro que se você pisar forte ele vai frear bem, mas dá impressão que ele quer que você seja cauteloso pra viagem ficar mais confortável. Destaque para a posição do alerta, diferentemente da Evoque que quando precisei liga-lo pela primeira vez fiquei uns 10 minutos procurando, já nem adiantaria mais…
Na parte de conforto e conveniência aí sim a lista fica bem maior. O Fusion nesta versão conta com sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré (a melhor de todas que já tive, indicando o percurso do carro), sensor de pressão dos pneus, sensor crepuscular, bancos elétricos e retrovisores com 3 memórias (nada me dava mais raiva do que alguém mexer na posição do meu banco e eu demorar um tempão pra acha-la novamente) e bancos dianteiros com aquecimento e 3 níveis de intensidade.
Tem ainda destravamento e travamento do veiculo com a chave no bolso (abre ao encostar na maçaneta e fecha ao deslizar o dedo sobre ela), partida sem chave, partida a distância de fora do veículo (uso para resfriá-lo antes de entrar), central multimídia com GPS, controle climático e telefone e teto solar elétrico (acho pequeno).
Fechando a lista, ele tem freio de estacionamento elétrico, Hill holder, volante multifuncional com comandos do rádio, telefone, piloto automático e comandos de voz, que pode ser usado para controlar quase todas as funções do carro (climatização, telefone, GPS, som, etc), basta você ir descobrindo as falas correspondentes.
No painel de instrumentos você tem duas telas de LCD que podem ser modificadas. Na da esquerda você tem as informações do computador de bordo e pode colocar as rotações do motor, ver a temperatura do motor, etc.
É onde também você pode desligar os controles do carro como o de tração, o sensor de estacionamento, entre outros. Na da direita você alterna entre vários itens, como navegador, rádio, telefone e climatização. Cada um deles torna a tela de uma cor diferente e quase todas as funções de cada um você controla ali mesmo por meio das teclas no volante.
A central multimídia usa um sistema Microsoft (se não me engano) e apresenta um funcionamento fluido, sendo bem intuitiva. Todas as funções podem ser comandadas por ali e você tem a opção de escolher uma imagem qualquer pelo pendrive para colocar na proteção de tela.
A sensibilidade da tela é feita pra você ter que apertar um pouco mais forte, talvez para não esbarrar nos comandos sem querer. Não consegui executar vídeos nela nem mesmo com o carro parado.
Aliás, ela bloqueia o sistema de digitação do GPS e algumas outras funções com o carro em movimento, sendo necessário que você use os comandos por voz. Estes, por sua vez, são bem fáceis de usar, porém levam um tempo pra você decorar todos.
Aos poucos vai descobrindo e, eu particularmente, uso bastante. Algumas vezes, porém, a central não entende o endereço que você quer, sendo mais fácil parar o carro e digitar.
Mas pode-se falar, por exemplo: Navegador->Destino POI->Por Categoria->Nas proximidades->Churrascaria que ela exibe uma lista para você selecionar e já começar a navegar. É muito legal e ainda surpreende alguns, principalmente os mais velhos.
O som do carro conta com 12 alto falantes Sony, tendo tweeters e subwoofers. Não chega aos pés de um Harman, mas tem um som agradável e bem distribuído.
Fica faltando alguns equipamentos que fazem falta no dia a dia, como regulagem do volante elétrica, sensor de chuva (faz muita falta para mim), stop start, auto hold, sensor de estacionamento dianteiro, park assist, etc.
Desempenho
Essa parte gera muita discussão, vou falar sob o meu ponto de vista. O motor tem 240 cv com 34,5 kgfm de torque. Números de dar inveja e que na prática se confirmam. Apesar do peso elevado do carro, ele responde prontamente a qualquer toque mais fundo no acelerador. A turbina se enche rápido e em giros bem baixos, amenizando muito o turbo lag.
Porém, apesar de andar bem, o Fusion não é feito pra ser esportivo, mas sim para trazer segurança aos ocupantes em uma ultrapassagem, por exemplo. Isso pode ser notado pelo câmbio, um convencional de 6 marchas com conversor de torque e que conta com borboletas para troca de marchas.
Ele é muito suave nas trocas, raramente você as sente, porém não apresenta trocas tão rápidas quanto um DSG, mas é mais confortável que este. No conforto eu acho até melhor que o ZF 9 marchas da Evoque.
Acredito que dificilmente alguém vai precisar mais do que isso. Na prática é possível notar que ele tem mais motor que um Jetta TSI, por exemplo, mas acho que o Jetta anda mais por conta do câmbio e do peso. Ponto negativo vai para o consumo, que será abordado a seguir.
Consumo
Começo dizendo que o consumo do Fusion é melhor que um V6, porém esperava mais de um motor moderno e turbo alimentado. É preciso dirigir com muita cautela pra conseguir médias de 11,5 km/l na estrada, por exemplo. Na cidade ele faz em torno de 8 km/l variando muito, conforme o transito.
Meu estilo de condução é bem calmo, por isso normalmente consigo extrair números bons de consumo nos carros que dirijo. Talvez com um câmbio mais moderno no futuro o consumo melhore.
Se bem que a Evoque a gasolina usa ZF9 e nem assim o consumo fica uma maravilha. O gasto com gasolina acredito que não seja nada absurdo para um carro de mais de R$ 100.000, porém hoje acho que eu optaria por um Fusion Hybrid.
Manutenções e defeitos apresentados
As manutenções na Ford eram de 6 em 6 meses ou a cada 10.000 km. Isso mudou para a cada um ano em modelos a partir de 2015, porém como o meu é 2014 ainda adota o plano de manutenções antigo.
Não chega a ser um problema pra mim, pois normalmente faço as revisões por quilometragem. Os valores delas são tabelados, constam no site e tem preço médio de R$ 700,00, sendo a quarta revisão a mais cara (R$ 1.424).
Não chegam a assustar e acredito que esteja na média da categoria em marcas “comuns”. Na Evoque eu pago mais que o dobro para só trocar o óleo praticamente. Os preços das peças não sei dizer ao certo, porque nunca fiz nenhuma troca fora da garantia, mas ouço o pessoal falar que são caras.
Além das revisões, não tive muitas paradas na concessionária, o veículo nunca apresentou nada sério. Eu costumo rodar em estradas boas, por isso o carro sofre menos com os desgastes. Mesmo assim, tive reclamações quanto a ruído de acabamento interno (ainda não foram resolvidos 100%).
Os apoios de mão internos baixaram (como se tivessem sendo usados), acredito que seja algum problema na fabricação das molinhas que o retraem, pois incrivelmente um baixou e depois mais dois baixaram sem nunca ter sido usados. Defeito arrumado em garantia.
Tampinha que esconde suporte para o gancho de reboque no para-choque dianteiro se soltou (comum, pois já vi vários sem). Defeito também arrumado na garantia. No mais, o carro nunca apresentou nenhum tipo de defeito mecânico. Espero que se apresentar seja até final do ano que vem, pois é quando a garantia acaba.
Até o momento (56.000 km) não troquei nem pastilhas, nem pneus e nem amortecedores. Nos meus carros as pastilhas e pneus costumam durar 80.000 e 70.000 km, respectivamente. Os amortecedores dificilmente eu troco, pois costumo trocar de carro antes.
Suspensão e estabilidade
Hora de falar de um assunto que pode afastar futuros compradores do Fusion. Se pergunte: Você teria um carro com a frente muito baixa, a ponto de ter que tomar cuidado e ir bem devagar até mesmo em lombadas?
Se a sua reposta for “não”, então fuja do Fusion. Ele sempre teve essa característica desde os modelos antigos, porém neste está ainda pior. Além de ser baixo, ele tem a frente muito comprida, fato que agrava a situação.
A suspensão, por sua vez, filtra muito bem pequenas ondulações, sendo macia. No entanto, as rodas de 18 polegadas não são adequadas à maioria de nossas estradas, tornando o carro um pouco desconfortável em estradas piores, que não apresentam apenas ondulações normais.
Temos um outro Fusion com rodas 17 e ele transmite menos os buracos. Além de que, com as rodas 18 tem que cuidar para não cortar os pneus. Comigo nunca aconteceu, mas sei de diversos casos.
Outra coisa que faz com o que o Fusion seja projetado apenas para asfaltos bons é que a suspensão é bem macia e confortável, porém somente até certo ponto. Quando mais exigida (ruas piores ou obstáculos) ela dá umas batidas secas como se chegasse ao final do curso do amortecedor (principalmente a traseira) e torna o carro não adequado para isso.
Quanto à estabilidade, a acho adequada para quem não busca uma direção agressiva, por buscar o conforto ela não deixa o carro tão estável nas curvas. Sinto muita diferença em relação à Evoque, que faz curvas bem melhor por ser mais dura (talvez um pouco por causa da tração integral também).
A direção elétrica do Fusion ficou mais direta que as do modelo anterior, talvez por ter que se adaptar ao mercado europeu. Não chega a ser esportiva, mas ficou bom para a proposta do carro. Seu volante tem diâmetro bem adequado e boa pegada. É leve em manobras e tem um peso adequado em velocidades altas.
Pontos Positivos
– Vasta lista de equipamentos
– Segurança
– Design exterior e interior
– Central multimídia e comandos por voz
– Motor forte
– Cambio com trocas suaves.
– Suspensão macia em asfaltos bons
Pontos Negativos
– Altura em relação ao solo, raspa a frente com facilidade
– Cambio apresenta trocas um pouco lentas
– Suspensão bate em pisos irregulares ou obstáculos
– Falta rebatimento elétrico dos retrovisores, sensor dianteiro, sensor de chuva, xenon, etc.
– Alinhamento das peças poderia ser melhor
– Material do painel risca com facilidade
Conclusão
O Fusion é um bom carro, o seu destaque está no custo benefício e na confiabilidade mecânica. Custando abaixo dos concorrentes, ou o mesmo de outros bem menos equipados, é difícil ainda hoje achar alternativas de compras a ele.
Apresenta diversas qualidades, porém acredito que os defeitos dele podem afastar muitos consumidores. É notável a evolução que a Ford fez a cada geração do Fusion, espero testar a próxima também.
Se fosse efetuar uma nova compra hoje dispondo do dinheiro equivalente ao Fusion, eu optaria novamente por ele (talvez o Hybrid) ou pegaria uma BMW, ou Mercedes de entrada.
Espero que tenham gostado, desculpem se esqueci de algo, fiz este relato durante duas madrugadas, então o sono pode ter atrapalhado um pouco. Quaisquer dúvidas podem perguntar nos comentário que vou tentar responder. Obrigado.
Por Tiago Jeremias
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