Olá colegas leitores e equipe do NA, sou o Matheus de Chapecó-SC, tenho 21 anos e sou um grande fã de automóveis.
Peço licença para compartilhar minha experiência de quase 8 anos com o Polo Sedan (desde passageiro até motorista).
O modelo em questão é do ano de lançamento, em 2003, na versão 1.6 Highline e está atualmente com 126 mil quilômetros.
Abaixo, tentei separar em alguns itens dessa boa experiência.
A compra
Era final de 2009, meu irmão do meio na época tinha um Celta Life 2007, a versão mais “pelada” possível. Como ele tinha uma moto, meu pai utilizava frequentemente seu carro por ser mais econômico na cidade.
Porém, sem ar condicionado, o calor era terrível. Aqui no sul faz mais de 30°C no verão, fácil.
Assim, esse foi um dos principais motivadores para iniciar uma troca do carro. Fomos ver alguns 0 km e quase fechamos negócio num Celta com ar e direção. Porém, era o mesmo carro com uma diferença de 10 mil reais.
Sorte que a intuição falou mais alto e começamos a procurar um seminovo completo na faixa de preço (30 mil reais), que fosse econômico e fácil de manter. E buscando a opinião dos donos, o Polo (leia também sobre o Polo GT 2009) era uma boa pedida.
Meu irmão tinha um certo apreço pelo Polo. Lembro quando foi lançado em 2003 e realmente era um modelo diferente.
Tinha traços de VW mais caros na época, faróis com estilo Mercedes, mas com sua personalidade própria (o facelift de 2007 deu um ar de modernidade bacana, que ainda considero atual).
Olhamos alguns outros modelos, como Corsa, por exemplo, mas a diferença em termos de carro era grande.
A princípio ele queria um hatch, até por ser jovem. Mas quando achamos esse modelo sedã de único dono, tirado em nossa cidade, com apenas 50 mil km, impecável, branco e na versão completa, o hatch não teve chance.
E conseguimos um preço cerca de 10% mais em conta que o preço normal de mercado. Agora, faz quase 8 anos que ele está na família, sendo 3 comigo.
O Polo foi um carro que nos surpreendeu aos poucos. Sempre tinha ideia dele como um carro mais simples. Mas foi só entrar nele para ver a diferença considerável em acabamento, recortes das peças e materiais.
Você passa a mão e não sente rebarbas. Aquela iluminação azul e vermelha do Golf, me agrada até hoje.
Os bancos com esse tecido de veludo eram opcionais, vindo com apoios de cabeça para todos, bipartido e com bom nível de conforto. Posso estar enganado, mas esse tecido é muito semelhante ao utilizado nos Jetta 2.5.
Sua chave já era canivete com sistema de abertura de porta-malas e alarme inteligente, com subida de vidros. Hoje parece algo muito comum, mas Corolla e Civic na época não dispunham de tal item, por exemplo.
Dia a dia…
Aos poucos fui descobrindo coisas que geralmente não são notadas de primeira, como sistema que avisa se alguma porta ficou mal fechada, porta-malas ou capô. Um simples toque na alavanca de seta e ele faz piscá-la 3 vezes, perfeito para mudanças de faixa.
Ele possui uma excelente gaveta embaixo do banco do motorista, bem espaçosa e útil.
O ar condicionado inteligente é bem prático, assim como o restante dos comandos. Há saídas de ar condicionado para os pés dos passageiros do banco traseiro, que ajudam a distribuir o ar na cabine.
Alças no teto, inclusive para o motorista. Os bancos traseiros podem ser travados com a chave, garantindo maior segurança no caso de deixar algum objeto valioso no porta-malas. E o acesso ao tanque de combustível tem trava elétrica.
Além disso, há um excelente porta-copo que se ajusta exatamente ao tamanho do recipiente, sem riscos de virar. Caso não for utilizar, basta empurrá-lo, que fica totalmente escondido e integrado ao painel.
Não sei por que outros carros não utilizam dessa boa solução. Uso-o muito, já que gosto de levar café para o trabalho. E nos porta-objetos dos dois lados do painel, abaixo do porta luvas e do volante, pode-se largar diversos itens. Só faltou nas portas traseiras, apesar de ter no centro, ao lado e atrás do freio de mão.
O porta-malas é espaçoso, com aproximadamente 430 litros. As dobradiças pantográficas ajudam também a não amassar as malas. Carpete por todo o lado. E seu fechamento é suave. Pode-se largar a menos de 4 dedos que o mesmo se fecha sozinho.
Sem necessidade de aplicar força. Somente para levantar, que nesse modelo é um pouco mais pesada. Aliás, esse fechamento suave se repete no capô dianteiro (que possui amortecedor ao invés de vareta) e nas portas do carro.
Transmitindo uma boa sensação de qualidade construtiva e encaixes.
Isso se repete no interior, pois o carro tem 14 anos e posso andar numa estrada irregular sem ruídos. Alguns carros com 6 meses parecem um sambódromo. O espaço interno é adequado: espaçoso sem ser gigante, compacto sem ser apertado.
Acho que a solução de aproveitamento de espaço foi bem feita. Para 4 pessoas e uma criança, dá para viajar sossegado.
Na direção…
Mas o que surpreende mesmo é o prazer em dirigir proporcionado pelo carro. Ele torna a direção muito divertida.
Você facilmente encontra a posição ideal de dirigir, graças aos ajustes milimétricos, ajuste de altura do banco e cinto, do volante regulável em altura e profundidade e do apoio de cabeça, que inclina.
Sua direção é eletro-hidráulica progressiva, garantindo leveza para estacionar e firmeza em altas velocidades. Há um bom conjunto câmbio e motor. Em terceira marcha, você passa por uma lombada e tranquilamente segue o percurso.
Não se engane pelo seu 1.6 de apenas 101 cv. O Polo apresenta câmbio preciso e um pouco mais curto, o que torna-o muito ágil.
Atinge os 100km/h em 11,5 segundos, as retomadas são muito boas e ele não sente muito a utilização do ar-condicionado, como em outros carros.
Mesmo carregado, você pisa e o modelo responde muito bem.
O “porém” fica para o ruído do motor, que aumenta um pouco na casa dos 120 km/h em diante, devido a maior rotação. Se tivesse uma sexta marcha seria show (os modelos mais novos tiveram o cambio alongado um pouco por causa disso). Mas, nada que cause grande incômodo.
Estabilidade é um ponto forte do carro. Quanto ao consumo (gasolina), acredito ser coerente: média de 8,5-9,5 km/l na cidade e 13,0 a 14,5 km/l na estrada (dependendo o trânsito e o pé). E o computador de bordo é bem preciso e possui duas memórias.
Lembrando que aqui há muitos morros. Na minha opinião, não há carro em seu segmento que proporcione uma direção tão prazerosa como a do Polo.
Quanto a segurança, ele apresenta apoios de cabeça para todos e uma estrutura com boa qualidade, garantida pelas soldas a laser. É uma pena que airbags e ABS eram opcionais na época e quase ninguém no Brasil se preocupava com esses itens…
Um fato interessante é que, recentemente, o Polo conquistou 4 estrelas no Crash Test (confira aqui 10 carros com melhores notas em crash test 2022), coisa que muitos veículos de projetos mais novos não conseguiram.
Mas como nem tudo são flores, há um deslize nos opcionais muito abertos que a VW tinha (e tem). Um deles é quanto aos vidros elétricos. É raro ver Polo sem o item, praticamente um mico, mas poderiam ser de série.
Esse modelo foi pego 0 km completo, com direito a ar automático digital, porta-óculos aveludado acima do painel central (muito raro), rodas de liga-leve, frisos e maçanetas na cor do carro, bancos diferenciados e tal, porém, ficou de fora retrovisores elétricos.
Como? Não sei. Acredito que o vendedor não informou ao comprador a ausência do item…
Manutenção
A única vez que o carro deixou a gente na mão nesses 8 anos foi recentemente, aos 120 mil km, devido a bomba de gasolina parar de funcionar. Dizem que é um problema comum pela quilometragem (e idade), já que tem 14 anos e era a original de fábrica.
Tirando isso, as únicas peças que estragaram e tivemos que repor foi uma trava elétrica traseira e uma peça do sistema do ar-condicionado (custou uns 200 reais).
Quanto ao resto, somente manutenção normal. Sempre fazíamos as revisões na concessionária, mas nos últimos tempos começaram a torcer a cara pela idade do carro e a abusar nos preços. Aí, parti para mecânica de confiança.
E a propósito, sua manutenção é bem em conta, nada de exageros. Muito confiável.
Os únicos problemas quanto ao acabamento foram: emborrachado que descascou um pouco com o tempo de uso e os forros das portas que precisaram ser recolados.
Quanto ao seguro, seu preço total gira em torno de 1.500 reais, algo razoável. Sua desvalorização é relativamente baixa, com preços estáveis e boa procura.
Viagens recentes…
Em dezembro de 2016 e janeiro desse ano, fiz duas viagens com o carro. Uma para as férias merecidas em Florianópolis (600 km) e a outra para o Rio Grande do Sul (400 km), totalizando aproximadamente 2.000 km com ele em menos de 1 mês.
Lembrando: o carro é 2003. E foi firme e forte. Viagens tranquilas e com conforto.
Finalizando…
É uma pena o Polo ter saído de linha dando lugar ao VW Fox: um carro inferior e que teve seu preço elevado (e muito!), assim como os concorrentes. Outros carros bons como Punto e Bravo também deixaram o mercado.
Atualmente, não vejo viabilidade nenhuma em comprar automóvel 0km, a não ser para quem se beneficia de grandes descontos.
Existem usados praticamente novos e com preços bem melhores, até se sobe de categoria e segurança, algo fundamental para mim na compra do próximo carro. Se for só para trocar de ano e baixar de nível, fico com esse.
Assim, espero ter conseguido passar um pouco da minha experiência longa com o Polo, apesar da pouca idade. Considero ele um carro bem feito e é ainda uma boa opção (ainda mais nas versões completas). Um carro bem racional, mas que agrada.
Bom para a cidade e para viagens, reunindo as qualidades de ser ágil e econômico, gostoso de dirigir.
Aquele que vai te conquistando aos poucos com seus pequenos mimos no dia a dia. E que cria uma relação de confiança contigo, sem dores de cabeça. Assim me despeço e qualquer dúvida estou à disposição.
Agradecimentos ao Matheus.
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