O Citroen DS3 chegou ao mercado nacional em 2012, sendo um hatch compacto de luxo num segmento que na época era preenchido por MINI Cooper e Audi A1.
O compacto da PSA ainda estava preso à marca Citroën, mas desde 2015 assumiu sua própria identidade e da nova marca, que se tornou premium dentro do grupo francês. No começo de 2017, deixou de ser vendido por aqui.
Com estilo mesclando charme e esportividade, o Citroen DS3 tinha mecânica bem conhecida no mercado, usando o propulsor da família Prince, o 1.6 THP, mas abastecido apenas por gasolina.
Entregando 165 cavalos e 24,5 kgfm, o DS3 tinha ainda transmissão manual de seis marchas, que o deixava exatamente como os clientes queriam, bem purista para dispor de um desempenho realmente bom, diferente do Peugeot RCZ.
Se ele era bom de visual e desempenho, o que os donos de Citroen DS3 reclamam então?
Alguns donos relatam problemas com carbonização de válvulas, defeito na válvula termostática, ruídos de suspensão, bomba de combustível, corrente de comando (tensionador), nível do óleo caindo e tampa de válvulas.
Suspensão com ruídos
O Citroen DS3 é elogiado por seu estilo, performance e economia, mas também tem defeitos e problemas. De acordo com seus donos, o principal deles é a suspensão.
Alguns proprietários reclamam de ruídos no conjunto de suspensão dianteira e inclusive com troca de peças antes da hora. O motivo alegado pela maioria é a condição de ruas e estradas brasileiras, mas os danos são apresentados como defeitos.
O problema de durabilidade de buchas e batentes de suspensão em carros da PSA são conhecidos e o DS3, infelizmente, não escapa disso nos relatos de alguns donos.
Como se trata de um conjunto bem mais firme que uma calibração de carro de passeio comum, o DS3 reproduzirá muito do que encontrar pela frente.
Também existem relatos na internet sobre carbonização excessiva nas válvulas do motor, o que reduz a eficiência na compressão e queima de combustível, gerando consumo maior e menor desempenho.
Outro problema é a tampa de válvulas, indicada como sendo responsável por vazamentos no cabeçote e de custo muito alto, já que é necessária sua substituição completa nesse caso.
Ela gera um vazamento bastante comum no motor THP, mas outro passa despercebido, sendo este um duto de óleo de lubrificação da turbina, que acaba provocando vazamento sobre as partes quentes do compressor, gerando fumaça.
Além disso, baixa o nível de óleo com algum tempo de vazamento, sendo relatado por alguns donos.
Válvula termostática
Um item que chama atenção no Citroen DS3 é a válvula termostática. A carcaça que sustenta esse dispositivo de regulagem de passagem de água, foi apontada como sendo um defeito crônico no modelo.
O motivo é que a carcaça é plástica e, ressecada, racharia. Isso provocaria perda de líquido e pressão, afetando diretamente o arrefecimento do motor.
Os donos que detectaram o problemas indicaram que o sinal vem de um alerta no painel e que é preciso encostar e desligar o carro imediatamente sob risco de dano catastrófico no propulsor (superaquecimento).
Falando em temperatura, alguns donos de DS3 reclamaram de defeitos no sensor de temperatura do motor, que deixa de funcionar e eleva bastante o calor dentro do motor.
Um proprietário chegou a comprar a peça, orçado em quase R$ 1.000 e, depois de já ter feito todo o trabalho, com mão de obra caríssima, descobriu que havia um recall do componente.
Contudo, tal recall só é conhecido dentro da rede Citroën, pois, no site da marca parisiense, não há indicação de recall do sensor de temperatura, o que coloca muitos clientes da marca em situação difícil, tendo que consertar um defeito que está num recall.
Corrente de comando
Outros casos de defeitos e problemas apontam para a corrente de comando. Não se trata de rompimento da mesma, mas sua folga no acionamento dos dois comandos de válvulas do motor 1.6 THP do Citroen DS3.
O motivo é em decorrência de um esticador de corrente, que acaba liberando a tensão sobre a mesma e assim afrouxando a cinta metálica que circula pela frente do motor.
Alguns proprietários relatam um estranho barulho metálico vindo do motor, agravando-se com o tempo. Segundo relatos, o problema é considerado crônico e alguns conseguiram reparo na rede Citroen mesmo fora da garantia.
Vários vídeos na internet falam do tensor de corrente do THP, inclusive com relatos de carros da MINI, quando usavam o mesmo motor.
Quando fica frouxa, a corrente pula da coroa e tira o motor do ponto, fazendo com que haja atropelamento de válvulas e consequente obrigação de retífica, o que sai bastante caro. Um dono de DS3 relatou que o serviço custou R$ 6 mil.
De acordo com um mecânico da Citroen, o kit de corrente entre 150 mil e 170 mil km, segundo relatado por um proprietário. Outro fala em 200 mil km, mas existem relatos de trocas feitas pouco acima de 20 mil km.
Alguns falam que a PSA substituiu a corrente por outro modelo e, nesse caso, o problema teria sido resolvido. Na internet, o referido kit custa em torno de R$ 1.500, mas só o tensor sai na casa de R$ 100.
Nunca houve um recall declarado do tensor da corrente de comando do motor 1.6 THP, pelo menos não está listado no site da Citroën.
Vários donos falam desse recall, que pode ser branco, vide que tanto na Citroën quanto na Peugeot, foram feitos reparos fora da garantia, consistindo estes de troca do kit de corrente.
Outros defeitos
Mais defeitos e problemas aparecem no Citroen DS3, segundo os donos. Nesse caso, a bomba de combustível surge como um problema recorrente.
Trata-se da chamada “bomba de alta”, relatada por vários donos de DS3, sendo que alguns dizem que a mesma apresenta defeito mais em modelos acima de 2012.
A bomba de alta pressão de combustível é um dos problemas citados pelos donos de DS3, que relatam oscilações em marcha lenta, oscilação na partida, estalos no escapamento e falhas na aceleração, inclusive com entrada no modo de segurança.
O defeito na bomba seria do regulador de passagem de combustível, alguns relatando que o problema ocorre bem antes de 100 mil km, alguns até antes de 60 mil km.
Outro problema que alguns donos relatam no THP do DS3 é o nível baixo de óleo lubrificante no motor. Uns dizem que ele baixa bastante entre as revisões, obrigando a complementação de lubrificante por evitar o risco de danos ao motor.
No painel, surge um alerta para “corrigir o nível de óleo”. Alguns comentam que não há vazamento nenhum, mas outros dizem que o problema seria na vareta de medição, que é de fibra e não de aço, como é geralmente usado nos motores.
Com a alta temperatura do óleo, a mesma pode encolher e assim marcar menos que o real, fazendo com que o proprietário acabe até adicionando mais óleo do que o necessário ou tenha de levar o carro “às pressas” até uma oficina especializada.
Finalmente, e em anos recentes, o DS3 tem tido problemas com falta de pelas em recalls e com a demora na entrega de peças.
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