Convidamos um leitor do site para testar o Novo Onix Premier 2, cedido pela GM, e compará-lo com seu Onix antigo, da geração anterior.
Olá, amigos do NA! Agradeço pela oportunidade de fazer o teste desse carro. Tenho um Onix LTZ 1.4 2018, comprado no começo de 2020.
Foi uma boa oportunidade, pois o novo modelo é uma das opções que considero numa futura troca.
Pra facilitar essa breve avaliação, vou separar em alguns tópicos e, no final de cada um, falo a minha conclusão sobre o assunto. Claro que isso é apenas minha opinião e não um veredicto sobre o carro.
Motor e câmbio
De cara, dá pra dizer que a nova geração melhorou consideravelmente em diversos aspectos. Gostaria de começar falando sobre o principal deles, na minha opinião: o motor 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm de torque.
Eu não considero o motor do meu Onix 1.4 fraco, pelo contrário. Para a proposta de um modelo popular, ele anda bem e exige poucas reduções de marcha na cidade ou na estrada (ressaltando que ando sozinho ou com apenas um passageiro na maior parte do tempo).
Ainda assim, é muito mais prazeroso dirigir um carro com motor turbo.
A diferença entre os dois parece maior do que a ficha de cada um indica, lembrando que meu Onix 1.4 tem 98/106 cv e 13/13,9 kgfm de torque.
Mesmo sendo um pouco mais pesado, o novo Onix realmente empurra o carro quando você pisa tudo. O som característico do motor de 3 cilindros também me agrada, ainda que muita gente reclame da vibração, percebida até mesmo no banco dianteiro que vibra quando o carro está parado.
Durante o tempo que fiquei com o carro, andei por trechos urbanos e estradas, e essa disposição apareceu o tempo todo. Mas aqui gostaria de fazer uma ressalva num aspecto diferente entre o meu Onix e o carro testado, que é o câmbio.
Eu me acostumei bem com o câmbio manual de seis marchas do meu carro, ainda que engatar a primeira irrita um pouco por parecer que ela não entra suavemente. Não fecho questão quando o assunto é a transmissão, acho que os dois tipos tem suas vantagens e desvantagens.
Mas falando sobre o Onix Premier 2022, que tem um câmbio automático de seis marchas, fiquei um pouco decepcionado com suas respostas. Em diversas situações, parece que ele demora um pouco para entender o que você está pedindo com o pé direito no acelerador.
Um exemplo disso ocorreu num cruzamento com trânsito mais intenso. Quando eu quis aproveitar a chance para atravessar e pisei no acelerador, demorou alguns segundos pro carro responder. É uma mistura entre indecisão do câmbio com o lag do turbo.
Pode não parecer algo tão importante, mas acho que alguém desavisado vai ficar em apuros numa situação assim.
Na estrada, esse problema apareceu menos, mas ainda assim dava pra perceber esse detalhe. É óbvio que isso vai acontecer em outros modelos e é fácil se acostumar com a faixa de rotação ideal depois de algum tempo. De qualquer forma, eu achei que a resposta fosse mais rápida.
Conclusão: mesmo com esse “problema” que senti no câmbio, o motor turbo usado nessa geração é uma evolução muito grande. Gostei do fôlego desse motor e acredito que o câmbio é só uma questão de se acostumar.
Consumo
Ainda falando sobre a diferença entre os dois conjuntos mecânicos, também quero falar sobre o consumo. O meu Onix costuma ficar entre 11 e 12,5 km/l na cidade, abastecido com gasolina e ar-condicionado ligado cerca de 50% do tempo.
Fiz poucas medições na estrada, pois costumo viajar com outro carro. Mas posso dizer que ele chega a 14 km/l (com ar-condicionado ligado e mais passageiros), também abastecido com gasolina.
No caso do novo Onix, a situação é melhor. Na cidade você consegue a mesma média do modelo 1.4 mesmo sem se preocupar com isso e pisando mais. Já na estrada, dá pra chegar em 16 ou 17 km/l se a condução for mais tranquila (já li que alguns conseguem ainda mais que isso).
Conclusão: assim como nos outros aspectos da condução, o consumo também fica melhor graças ao novo conjunto mecânico. Outro ponto que também gostei bastante nesse carro.
Vida a bordo
Eu conhecia o novo Onix apenas na versão com motor 1.0 aspirado, embora boa parte do interior seja exatamente igual. Mas é claro que a lista de equipamentos fica ainda mais interessante na versão Premier.
Acho que as mudanças dessa nova geração eram necessárias para dar mais modernidade ao interior. Gostei do novo painel de instrumentos e do volante, com comandos de fácil acesso. A posição mais elevada da central multimídia também me agradou bastante, pois fica mais fácil manuseá-la e enxergar sua tela.
Ainda sobre o interior, percebi que o espaço cresceu pouco na prática. Com o banco do motorista ajustado pra mim (tenho 1,81 m), o espaço atrás é apenas razoável, sendo que o ocupante central vai sofrer bastante com o túnel central bem elevado.
Na frente, os bancos do meu carro me pareceram mais confortáveis, pois o novo Onix tem assentos mais estreitos. Ou seja, não acho que a nova geração tenha evoluído tanto assim quando o assunto é o conforto dos ocupantes.
Em termos de acabamento, a situação é a mesma. O carro que testei tem esses detalhes em caramelo (que eu não gostei), mas continua com plásticos por todos os lados. Apenas nas portas dianteiras é que a Chevrolet colocou um material mais suave ao toque.
Algo desanimador, principalmente em termos de acabamento, levando-se em conta que essa versão Premier custa hoje 100.000 reais.
No apoio de braço entre os bancos dianteiros (um ponto positivo da nova geração), o acabamento também é em plástico duro e nada suave ao toque. Como o propósito dele é descansar o braço numa viagem, não entendi esse material escolhido. Redução de custos extrema.
Conclusão: apesar do interior mais moderno, o novo Onix continua sendo um carro apertado e eu achei que o conforto para o motorista ficou até um pouco abaixo do modelo anterior, que tinha bancos maiores.
Equipamentos
O nível de equipamentos é muito bom nessa versão. Lembrando que estou comparando dois modelos top de linha (o meu LTZ não tem apenas o piloto automático), mas a diferença é gritante.
Além dos seis airbags, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas e outros que são itens de série, a versão Premier tem estacionamento automático, alerta de ponto cego, carregamento wireless e muito mais.
Tudo isso me deu a impressão que o carro realmente subiu de nível, por assim dizer. Mas enquanto eu dirigia, fiquei pensando em quais desses itens eu realmente usaria no dia a dia e se comprar essa versão seria a decisão mais sensata.
Se fosse possível, eu escolheria apenas alerta de ponto cego, carregador wireless e conexão sem fio na central multimídia entre os equipamentos adicionais que essa versão tem, mas isso não é possível pois eles fazem parte de um mesmo pacote com outros equipamentos que eu não faço questão.
Um deles é o estacionamento automático, que me parece apenas um item divertido para mostrar aos amigos, não sendo tão útil no dia a dia. Aliás, eu já tinha testado esse sistema anteriormente em carros da VW e Jeep, mas achei que no Onix o sistema é um pouco pior.
Explicando: apesar do acionamento simples e rápido (você aperta um botão no painel e as informações completas aparecem na central multimídia), a manobra em si que o sistema faz fica um pouco perdida em algumas situações.
Ele se aproximava muito do meio-fio e até chegou a encostar o pneu numa das tentativas. Sinceramente, prefiro estacionar do jeito convencional, ainda mais num carro pequeno, com sensor de estacionamento e câmera de ré.
Conclusão: além do motor, esse foi um dos aspectos que esse carro mais avançou, na minha opinião. O único problema é ter que pagar por itens que talvez não sejam tão necessários se você quiser levar aqueles que realmente precisa.
Conclusão final
Eu sempre preferi modelos hatch, pois nunca tive a necessidade de mais espaço e não sou tão fã dos SUVs. Por isso, era natural pensar no Novo Onix quando fosse trocar meu modelo atual.
Depois desse teste, posso dizer que continuo com essa opinião. A nova geração tem um motor muito mais divertido, potente e econômico em suas versões mais caras. Além disso, o nível de equipamentos me agrada bastante.
Como falei acima, também vi alguns pontos negativos, como o conforto no banco do motorista, o acabamento simples e uma certa lentidão do câmbio/lag do turbo. Mas pra ser sincero, nada disso me faria desistir da compra.
O que realmente me faz pensar em outros modelos é o preço absurdo cobrado atualmente por essa versão. Ela chegou por aqui no final de 2019 por R$ 72.990, mas hoje já custa R$ 102.340!
É verdade que tudo está muito mais caro, inclusive meu próprio carro, comprado no início de 2020 por R$ 43.500 e hoje tabelado na Fipe em R$ 64.550, mas parece que tenho um bloqueio em pagar mais de R$ 100 mil num Onix (certamente não faria isso).
Concluindo, pra mim esse carro valeria a pena se fosse seminovo e com baixa quilometragem. Ou, se puder gastar mais, prefiro subir pra outro segmento e procurar um hatch médio.
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