No mercado brasileiro, os carros usados muitas vezes se valorizam por causa do alto preço dos novos e não há uma política para renovação da frota, apenas incentivos para que as pessoas possam ter veículos muito velhos nas mãos.
Taxas de juros elevadas também dificultam a aquisição do novo, incentivando a compra do usado.
Por outro lado, a situação é bem diferente nos EUA. Lá os carros com 20 anos de idade custam muito menos que os novos, visto que o mercado já está consolidado há décadas e existe a cultura da reciclagem, bem como uma renovação anual da frota.
Abaixo temos uma relação de seis modelos que custam até US$ 1.000 (pouco mais de R$ 5.000) e ainda estão em condições de uso. Esse valor no Brasil em geral é atribuído para veículos em péssimo estado de conservação ou sucata.
Subaru Justy 1994
Comparado aos compactos vendidos no Brasil, o Subaru Justy 1994 – derivado do Suzuki Swift – pode ser encontrado no mercado de usados nos EUA (confira aqui: Os carros usados que vendem mais rápido nos EUA em 2018) por cerca de US$ 595. É um valor muito baixo e pode ser a saída para quem realmente tem pouco para gastar com carro.
As condições podem variar muito e como todo veículo de segunda mão, é necessário verificar com cuidado sua manutenção.
Mas como é o Subaru Justy? O pequeno japonês surgiu em 1984 como um irmão maior do Subaru Rex, que foi o primeiro kei car moderno da marca japonesa.
Um pouco maior que este, o modelo utilizava motor 1.0 litro para deixar o Rex no segmento kei e assim buscar clientes que queriam um desempenho maior, fugindo das restrições impostas ao segmento.
Chevrolet C/K 1994
Para quem precisa de uma picape, uma opção que surge no mercado americano e que custa até US$ 1.000 é a Chevrolet C/K 1994.
Essa série de picape – conhecida no Brasil como Silverado e herdeira das antigas feitas pela GMB – pode ter exemplares na faixa de US$ 699, mas com esse preço geralmente estão bem desgastadas e com várias partes enferrujadas. Não dá para precisar o tempo de uso que ainda podem oferecer ao novo dono.
Como já mencionado acima, essa linha de picapes da General Motors deu origem a diversos modelos e originalmente surgiu em 1960. Com designações conhecidas do brasileiro, como C10, por exemplo, a primeira geração tinha linhas compactas e elegantes, sendo feita até 1966. Essa geração não foi feita no Brasil, mas teve produção na Argentina.
A segunda geração foi feita até 1972 e também continuou com os hermanos, tendo estilo mais quadrado. Como na primeira, a linha C/K nesta época também contava com caminhões. Algumas versões tinham quatro faróis.
Já na terceira, a partir de 1973, a linha começou a ser identificada com nomes, o que se intensificou mais nos anos 80. Com produção até 1987, dela nasceram de fato a Silverado e a GMC Sierra.
Com corpo mais musculoso, a linha C/K de terceira geração chegou a ter o enorme V8 7.4 litros Big Block, sendo o menor um singelo seis em linha 4.1, que era o mesmo do nosso Opala.
Mazda 626 1996
O sedã conhecido também como Capella e Cronos é outra opção no mercado de usados, podendo ser encontrado por US$ 895. O Mazda 626 1996 é um sedã de porte médio-grande, garantindo conforto e espaço.
Pode ter teto solar e bancos em couro, embora os estofamentos possam estar com acabamento bastante desgastado pelo uso e tempo.
No Japão pode ser Capella, mas no mercado mundial, o sedã médio da Mazda era conhecido como 626. Ele chegou a ser vendido no Brasil e hoje é raro de se ver nas ruas. O projeto surgiu no começo dos anos 70 e apareceu como uma opção intermediária entre o Family e o Luce.
Com motores 1.5 ou 1.6 inicialmente, ele chegou a ter motor 1.8 nos EUA, fato que o fez ser vendido como Mazda 618.
Na Europa, essa geração era chamada 616. O mais interessante do 626 no passado era o fato de ter usado duas versões do motor rotativo alemão Wankel, com 1.1 litro. Ele foi feito também na África do Sul e teve opção automática de três marchas.
Na segunda geração, de 1978 a 1982, ele apareceu com linhas dos anos 80, ficou mais comportado e teve apenas motores 1.6, 1.8 e 2.0.
Dodge Caravan 2000
Para famílias de orçamento muito apertado e sem condições alguma de ter algo melhor, a minivan Dodge Caravan 2000 pode ser a saída. O veículo é espaçoso e oferece bom nível de conforto.
Por US$ 950, é possível pegar uma versão V6 3.0 com câmbio automático de 4 marchas. Com um salário mínimo nos EUA, pode-se ter uma dessa na garagem em poucas semanas.
Um dos veículos mais importantes e icônicos dos EUA, a Dodge Caravan surgiu como uma ideia de Lee Iacocca, chefe da Ford em 1974. O projeto de um veículo mais versátil que uma perua foi rejeitado por Henry Ford II.
Com Hal Sperlich, Iacocca saiu da Ford e foi para a Chrysler, onde o projeto se desenvolveu e, dez anos depois, originou uma dupla que revolucionou o mercado americano.
Diferente de tudo visto antes, a Dodge Caravan era um veículo menor e mais alto que as peruas, mas impressionantemente mais espaçoso que estas e realmente pensado para as famílias, pois privilegiava o habitáculo ao invés do porta-malas. Junto com ela surgiu a Chrysler Voyager, que mais tarde teria uma irmã mais luxuosa, a Town & Country.
Ford Taurus Wagon 2001
Se a família não for tão grande assim, mas os recursos continuarem escassos para ter um veículo de menor tempo de uso, pode-se optar por uma perua. O mercado de usados nos EUA tem muitas opções e uma delas, por até US$ 1.000, é a Ford Taurus Wagon 2001.
Um exemplar em estado razoável custa exatamente isso e ainda vem com câmbio automático e um generoso porta-malas.
O Ford Taurus surgiu em 1986 como fruto de um projeto para substituir o clássico LTD na linha de sedãs médios da Ford. O desenvolvimento secreto da marca americana foi um tiro no escuro, pois mesmo dentro da empresa, muitos acreditavam que ele seria um fracasso e que a montadora entraria no Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA.
Porém, o Ford Taurus foi um sucesso. A primeira geração chegou junto com o Mercury Sable, tendo ainda uma variante perua, a Wagon. Equipado com motores 2.5 e V6 3.0 ou 3.8, o sedã logo caiu nas graças do consumidor americano, tendo vendido 1 milhão de unidades já na primeira geração, cuja produção durou até 1991. A segunda geração chegou a ser vendida no Brasil.
Esse modelo ficou famoso por participar do seriado Arquivo X e, mesmo aqui, agradou muita gente. Com linhas bem harmônicas, foi vendido como Ford Windstar em outros mercados, bem como Lincoln Continental, sendo equipado apenas com motores V6 3.0 e V6 3.8, das linhas Vulcan e Essex.
Dodge Durango 2001
Por fim, se o desejo de ter um SUV for maior do que a conta bancária, uma saída é ter um Dodge Durango 2001.
O utilitário esportivo de porte médio é derivado da picape Dakota, que foi fabricada no Brasil. É difícil, mas pode-se encontrar ofertas de US$ 1.000 para a versão Sport.
O motor geralmente é o V8 4.7 Power Tech, que substituiu o antigo Magnum 5.2 (também feito no Brasil). Tração 4×4 e câmbio automático são oferecidos no modelo. Essa geração foi substituída por uma ligada à Daimler e por sua vez, a atual é de 2007, tendo passado por facelift e aguardando um futuro ainda desconhecido.
[Imagens ilustrativas]
Agradecimentos ao Leandro Souza pela colaboração.
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