Casos envolvendo passageiras e motoristas de aplicativo em que um gás estaria sendo usado pelo condutor para dopar a usuária do aplicativo estão aumentando em vários lugares do país.
Em São Paulo, a passageira, Giovana Galvão Rebane, teria sido vítima de um golpe onde o condutor utilizaria um tipo de gás paralisante para fazer a vítima perder os sentidos.
Ela teria relatado que ao sentir um forte cheiro e começou a passar mal, saltando do veículo em movimento e se machucando, sendo levada ao hospital Albert Sabin, onde permanece internada.
O motorista teria fugido do local e encontrado em Taboão da Serra, porém, em depoimento, o mesmo alegou que a passageira cancelou a viagem no meio do caminho e que ela parecia “estranha”.
Ele disse que atendeu duas mulheres, sendo que elas ficariam em destinos diferentes, tendo deixado a primeira e seguido com Giovana.
O condutor falou que viu a moça entrar numa região de comércio e retornou para ver se ela estava bem, como não a viu, foi embora.
Além disso, o motorista informou que foi contatado pela esposa, que disse que policiais estavam em sua casa.
Ao chegar à residência, informaram que possivelmente o carro dele havia sido clonado, mas não encontraram evidências de substâncias químicas.
O Uber, em nota, afirmou que os relatos feitos pelo aplicativo e o depoimento na polícia divergem, dizendo que a passageira cancelou a viagem no trajeto e não mencionou gás, mas disse que o motorista tapou o nariz para não inalar o suposto gás.
No Rio, a atriz Júlia Gomes, também passou por algo semelhante em uma corrida na zona sul da capital fluminense.
O motorista do aplicativo teria parado o carro para ver algo no porta-malas e entrou no carro já com máscara, quando ela sentiu um forte cheiro, que descreveu como sendo uma mistura de álcool e éter.
Perdendo os sentidos, Júlia conseguiu sair do carro no trânsito e pediu ajuda, tendo depois feito um BO contra o motorista do aplicativo.
Leia a nota do Uber sobre o caso de SP:
Até onde temos conhecimento, todas as denúncias sobre o chamado “golpe do cheiro” relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, foram arquivadas, já que, de acordo com as investigações, não houve a identificação de elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
Sobre o caso específico, vale ressaltar que os relatos feitos pelo aplicativo e informados no boletim de ocorrência apresentam contradições com o que está sendo noticiado pela imprensa e isso só poderá ser elucidado pelas investigações. A denúncia feita diretamente ao suporte do app informa que a usuária pediu que o motorista parasse o carro no meio da viagem, o que foi feito e assim ela desceu do veículo em segurança e não menciona nenhum dano físico. Além disso, o relato não menciona uso de máscara pelo motorista parceiro, mas sim que ele teria usado as mãos para tapar o nariz e evitar aspirar o suposto gás.
A Uber entende o cenário de insegurança das mulheres e, inclusive participou de uma mesa de discussão sobre o tema com especialistas, debatendo o aumento da sensação de insegurança das mulheres criada pela reverberação de denúncias, muitas surgidas nas redes sociais e até repercutidas pela imprensa sem o acompanhamento sobre a condução dos inquéritos e a ausência de elementos de prática de crime.
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