Um dos modelos mais famosos da história da marca japonesa, o Nissan Skyline completou em 2017 nada menos que 60 anos de recordes e inúmeras versões vendidas.
Gerou mitos como o Nissan GT-R e hoje vive sob a pele do Infiniti Q50 no mercado norte americano e como Nissan Skyline no Japão.
Antes de contar a história do esportivo que derivou do Nissan Skyline, vamos nos aprofundar um pouco na trajetória do modelo desde seu lançamento em 1957.
Confira:
Nissan Skyline 1957 a 1963
A história do Nissan Skyline chega a se confundir com a própria história da marca.
Originalmente o Nissan Skyline era um produto da Prince Motor Company, que foi fundada cerca de 3 anos antes do modelo ser apresentado de forma oficial pela Tama Electric Car Company – fabricante de carros elétricos – que era dona original do projeto.
A Prince Motor Company fazia parte de umas das ramificações da Tachikawa Aircraft Company, que durante a Segunda Guerra Mundial fabricava aviões de combate.
Além de equipamentos aeronáuticos, a Prince produzia automóveis como o Skyline que surgiu em 24 de abril de 1957, e outros modelos como o Gloria e R380.
O Prince Skyline vinha inicialmente com um motor 1.5 litro com 60 cavalos de potência, que também era encontrado no Subaru 1500.
Ele utilizava suspensão traseira do tipo de Dion e era capaz de alcançar a máxima de 140 km/h. Para um modelo que pesava cerca de 1300 kg esses números eram interessantes na época.
De início o Nissan Skyline, ops, Prince Skyline vinha nas configurações sedan de quatro portas e perua de quatro portas.
Além dos modelos citados, o Prince Skyline também ganhou uma variante picape e uma van de entrega. Em 1959, a linha Skyline ganha novidades no motor, e ganhou potência – agora chegava aos 70 cavalos.
Já para 1960 a linha Skyline ganha uma nova versão topo de linha chamada Deluxe, que traz uma atualização de estilo profunda, com uma nova carroceria e uma variante conversível.
A nova carroceria agora tinha desenho próprio e faróis duplos que ficavam em posição mais lateral, dando um ar de “cara de mal”, se comparado ao antigo modelo que parecia mais pacato e uma cópia do Chevrolet Bel Air.
No ano seguinte a linha Skyline ganhava um novo motor com 90 cavalos e pequenas melhorias no interior. Nessa geração, que durou até 1963 o modelo que teve mais destaque foi o Skyline Sport, nas configurações cupê e conversível e que mais para frente deu origem ao mítico GT-R.
Nissan Skyline 1963 a 1968
A segunda geração do Nissan Skyline foi apresentada em setembro de 1963, e trazia uma nova carroceria com desenho mais retilíneo como ditava a moda nos anos 60, e também faróis duplos redondos emoldurados por uma enorme grade dianteira totalmente cromada.
Os espelhos retrovisores ficavam bem afastados das portas dianteiras e as laterais contavam com frisos cromados na versão mais cara Deluxe.
Na traseira agora existiam duas lanternas redondas e de tamanho mediano, com a placa ao centro.
No quesito motorização, o Prince Skyline usava motores que poderiam vir com 106 ou 127 cavalos, com direito a três carburadores Weber 40, diferencial autobloqueante e câmbio de cinco velocidades que poderia vir acoplado no assoalho do carro ou na coluna de direção.
Antes de mudar de geração, a Prince fundiu-se com a Nissan e juntas continuaram a produzir o Nissan Skyline agora com o nome de Nissan Prince Skyline.
Mas com o passar do tempo a nomenclatura passou a ser apenas Nissan Skyline e o nome Prince passou a ser usado como apenas para designar o nome das concessionárias japonesas da Nissan e Datsun, e por fim acabou por ficar conhecido apenas como Nissan Prince Store.
Nissan Skyline 1968 a 1972
A terceira geração do Nissan Skyline ainda era produzida pela Prince, mas era vendida como Nissan e com os emblemas da mesma.
O modelo foi apresentado em julho de 1968 e contava com um visual mais moderno se comparado com o anterior.
As linhas retilíneas estavam lá, só que com menos cromados e frisos. Na dianteira, novos faróis duplos eram emoldurados por uma grade menor e sem tantos cromados como na geração anterior.
A linha do Nissan Skyline passa a contar novamente com sedan, perua e dois anos após o lançamento um cupê hardtop. Na motorização destacavam-se os novos motores 1.5 litro e 1.8 litro.
Em setembro do mesmo ano, a Nissan apresenta a terceira encarnação da versão esportiva do Nissan Skyline, o 2000 GT-R, que usava um motor seis cilindros em linha com comando no cabeçote e 120 cavalos e 17 kgfm de torque.
Em fevereiro de 1969 a Nissan apresentava um novo 2000 GT-R, com um motor novo com duplo comando no cabeçote e quatro válvulas por cilindros.
Isso significava que o pequeno samurai rendia 160 cavalos e 18,2 kgfm de torque bruto. A potência era tamanha, que para efeito de comparação era a mesma encontrada no Porsche 911 S de 1968.
E isso se estendeu pelas gerações a frente. Já no ano de 1971 a Nissan troca o motor do 2000 GT-X – outra variante do Nissan Skyline e do 2000 GT-R – com um novo motor 2.0 litros mais potente com cerca de 130 cavalos, e para o ano seguinte essa variante ganha a opção de carroceria sedan.
Nissan Skyline 1972 a 1977
A quarta geração do Nissan Skyline foi apresentada em 1972, e mantinha as versões sedan, cupê de duas portas e perua de quatro portas.
A quarta geração também era chamada internamente de projeto C110 e era vendido também sob a marca de baixo custo Datsun como 160K, 180K e 240k – para cada tipo de carroceria respectivamente.
No caso do cupê, este apostava numa carroceria com aspecto mais de fastback e como a moda pedia, toda a linha ficava mais encorpada e de certa forma mais “cheinha” a despeito dos modelos norte-americanos.
As versões comuns do Nissan Skyline usavam motores 1.6 e 1.8 litros, já a versão esportiva GT-X vinha com um poderoso motor seis cilindros, 2.0 litros e 130 cavalos de potência.
Na versão GT-R, a mais cara e potente da gama, o modelo vinha com motor também de seis cilindros, mas recalibrado para render 160 cavalos.
Por conta da crise de petróleo em voga nos anos 1970 a Nissan deixou de produzir as versões mais potentes do Nissan Skyline por um tempo, e também por conta das novas normas de emissão de poluentes que estavam entrando em vigor.
No quesito design, a quarta geração do Nissan Skyline usava faróis duplos na dianteira e grade comprida e bipartida como era vista nos modelos norte americanos da Dodge por exemplo.
No caso do sedan, as linhas laterais eram limpas e elegantes, respeitando a escola japonesa de estilo dos anos 1970.
Para o cupê que usava uma carroceria mais fastback, o visual lateral era mais pesado, com a janela traseira com um recorte pouco comum na linha Nissan e com bastante lataria.
Na traseira do cupê fastback, era possível ver as lanternas duplas redondas que já estavam se tornando padrão dentro da linha Skyline.
Nissan Skyline 1977 a 1981
A quinta geração do Nissan Skyline foi apresentada em agosto de 1977, e seu estilo mudava para acompanhar a entrada na nova década.
Saem de cena os faróis duplos redondos e entram no lugar faróis simples e mais retangulares com grade filetada.
No caso do cupê, que anteriormente usava uma carroceria fastback, agora usava uma carroceria que muito se assemelhava ao nosso Ford Corcel 2 com desenho mais tradicional e janelas de tamanho padrão para um modelo de apenas duas portas.
Como ainda estava em baixa modelos com motores mais potentes, a versão do Nissan Skyline GT-R era substituída pela versão GT-ES, com um motor 2.0 litros turbo e 145 cavalos de potência.
No quesito motorização, entram em cena novos motores com 1.6 litros e 95 cavalos e 1.8 litros de 115 cavalos, para as versões de entrada e intermediárias do Nissan Skyline.
No Nissan Skyline GT, os faróis eram mais retilíneos e tinham dupla parábola e grade mais estreita e com filetes pretos.
Nissan Skyline 1981 a 1985
Na sexta geração do Nissan Skyline, apresentada em agosto de 1981, o estilo mudava completamente.
Sai de cena as carrocerias com volume e linhas representantes dos 1970 e entram no lugar linhas retas e sóbrias, condizentes com os anos 1980. A gama agora era composta por um sedan de quatro portas, uma perua, um cupê de duas portas e uma inédita versão hatchback de quatro portas.
Agora os faróis eram mais retangulares, com a grade mais estreita e os retrovisores finalmente iam para as portas dianteiras, e não mais ficavam no capô.
No quesito motorização, a linha 1981 perdia o motor 1.6 litros de 95 cavalos e no lugar dele era oferecido nas opções mais baratas um novo motor 1.8 litro com 105 cavalos e injeção eletrônica.
As versões 2000 GT e o novo 2800 GT do Nissan Skyline ganha um novo motor 2.8 litros com seis cilindros e rendia 134 cavalos de potência.
Já a versão mais esportiva – que ainda cobria a lacuna do GT-R – usava um motor 2.0 litros de quatro válvulas por cilindro e tinha duas versões de potência, sendo uma com 150 cavalos e outra com 190 com adição de turbo.
A sexta geração se despede em 1985, depois de mais de 406.432 unidades vendidas, e com grandes expectativas para a nova linha que viria a seguir.
Nissan Skyline 1985 a 1989
Sob os cuidados da dupla de designers Shinichiro Sakurai e Naganori Ito, a nova geração do Nissan Skyline foi apresentada no final de 1985 e trazia uma evolução de estilo em comparação a sexta geração apresentada em 1981.
Suas linhas gerais estavam ligeiramente maiores e bem mais retilíneas, e de modo mais geral, mas sóbrio e elegante, como mandava o figurino.
Nessa sétima geração a linha Nissan Skyline perdia a carroceria hatchback por conta da baixa procura pelo modelo, mas mantinha em linha o sedan e as demais opções como o cupê e a perua.
Chamado também de R31 a sétima geração do Nissan Skyline marcou também a estreia de novas tecnologias como o sistema HICAS – sigla para direção ativa de alta capacidade – que podia esterçar as rodas traseiras na mesma direção das rodas dianteiras com o objetivo de aumentar a estabilidade em curvas mais fechadas e não para facilitar em manobras em vagas mais apertadas.
Agora o novo motor 1.8 rendia 100 cavalos e contava também com comando duplo no cabeçote. As versões mais potentes como a GTS e o GT Passage vinham com 155 cavalos e 180 cavalos nas versões com turbo.
Já os modelos mais esportivos da gama Skyline o GTS-X e o GT-R rendiam 190 e 210 cavalos respectivamente.
Nissan Skyline 1989 a 1994
A oitava geração do Nissan Skyline, ou R32, veio ao mundo em 1989 e contava com carroceria sedan e cupê e ainda vinha com inédita versão com tração traseira ou integral nas quatro rodas.
O estilo em geral não mudava tanto, mas ficava mais arredondado seguindo as tendências do início dos anos 1990.
No quesito motorização, a oitava geração do Nissan Skyline mantinha nas versões de entrada o 1.8 litro e para as versões intermediárias e topo de linha havia a opção do motor seis cilindros em linha com 2.0 litros e 155 cavalos para o GT-S e um novo 2.8 litros de 180 cavalos para o GT-S 25.
As opções de câmbio seriam o manual para as versões de entrada e nas demais poderiam vir acompanhadas com um novo câmbio automático de quatro velocidades.
A versão esportiva e mais amada da linha Nissan Skyline, o GT-R, agora voltava com tudo e ganhava um novo apelido: Godzilla – que vinha com um motor 2.6 litros V6 e 280 cavalos e 36 kgfm de torque.
O novo GT-R vinha na carroceria cupê que tinha um desenho mais agressivo e bem mais retilíneo que as gerações anteriores.
Nissan Skyline 1994 a 1998
A nona geração do Nissan Skyline foi apresentada no final de 1993 já como linha 1994 e contava com as carrocerias sedan e cupê.
Também chamado de R33, a nova geração entrava no meio dos anos 90 com pequenas atualizações de estilo e uma carroceria com poucas diferenças.
A gama perdia a versão perua, mas em contrapartida a Nissan apostava mais em tecnologia e segurança como airbags para passageiro e motorista nesta nova geração.
A motorização do Nissan Skyline também evoluía, sai de cena o motor 1.8 nas versões de entrada e entra um novo motor 2.0 litros com 130 cavalos.
Já as versões GT-S contavam com um motor 2.5 litros V6 com 190 cavalos ou 255 cavalos com o auxílio do turbo.
Na versão mais potente a GT-R o motor era recalibrado e rendia 280 cavalos e 38,2 kgfm de torque.
Para o sedan, a Nissan reservou uma versão preparada pela Nismo – uma AMG nipônica – que tinha 380 cavalos de potência, o que fazia dele um dos sedans esportivos mais rápidos da sua época.
Nissan Skyline 1998 a 2002
Na décima geração do Skyline que fora apresentada em janeiro de 1998, a Nissan reforça ainda mais a aura esportiva do sedan e do cupê com alterações no motor e no estilo das carrocerias.
Na versão sedan o Nissan Skyline ficava nitidamente maior e contava com faróis ligeiramente menores e mais amendoados que das gerações anteriores.
As laterais denunciavam que ali existia um sedan médio, com linhas limpas e sóbrias. Já no cupê, esportividade era a palavra chave no estilo, principalmente nas versões GT-R e nas que eram preparadas pela Nismo.
As versões tradicionais do Nissan Skyline contavam nessa época com o motor 2.0 litros de 140 cavalos, e nas versões intermediárias um 2.5 V6 com 193 cavalos.
Na versão GT-R que foi apresentada em 1999 o motor 2.6 litros V6 rendia 330 cavalos e tinha torque de 40 kgfm.
Por conta das novas normas em vigor de emissão de poluentes e com altas nos preços dos combustíveis, a Nissan encerrou em 2001 a produção do GT-R, com uma produção limitada de 1000 unidades.
Nissan Skyline 2002 a 2006
A décima primeira geração do Nissan Skyline, mudava radicalmente de forma e de conceito ao entrar para os anos 2000.
A carroceria sedan por exemplo adotava formas mais arredondadas e condizentes com que era moda e compartilhava detalhes de estilo e plataforma com o Infiniti G35 – marca de luxo da Nissan – e com o esportivo 350Z.
A versão cupê ficava com design mais comportado, se comparado as gerações anteriores e herdava o mesmo conjunto frontal do sedan.
Sem uma versão literalmente esportiva como o antigo GT-R, os fãs mais assíduos do Nissan Skyline se contentavam com as versões GT do cupê e do sedan.
Na motorização, eram agora encontradas opções 2.5 litros V6 nas versões de entrada e 3.5 ou 3.0 V6 com potencias bastantes variadas – iam de 215 cavalos para o motor 2.5 e chegavam a 280 cavalos com o motor 3.5.
Nissan Skyline 2006 a 2014
A décima segunda geração do Nissan Skyline foi apresentado em novembro de 2006 já como linha 2007.
Nessa nova geração o modelo chegava com carroceria sedan mais tradicional, que tinha o mesmo estilo do Infiniti G35, com linhas bem harmoniosas e faróis com aspecto mais agressivo e elegante ao mesmo tempo.
O cupê foi apresentado em 2007 e dividia a mesma carroceria com o Infiniti G37, com uma variante conversível que seria apresentada tempos depois.
No quesito motorização a nova geração do Skyline usava nos modelos de entrada e intermediários o 2.5 litros V6 com 225 cavalos e nas versões topo de linha, o 3.7 litros V6 com 333 cavalos de potência.
Um crossover foi introduzido na gama Skyline em 2009, que nada mais era que uma versão japonesa do Infiniti EX 37.
Com linhas modernas e um aspecto cupê o modelo se destacava em relação ao sedan, o cupê e o conversível pelo seu estilo mais aventureiro e sofisticado.
Até 2014 a linha Nissan Skyline ganhou pequenas melhorias no estilo e pequenas atualizações na motorização.
Mas a versão mais amada, o GT-R, voltaria apenas em 2010 como modelo separado da gama Skyline, sobre a qual falaremos mais adiante.
Nissan Skyline 2014 até o presente
Na sua décima terceira geração, o Nissan Skyline chega na carroceria sedan e com opções de motores a gasolina ou um sistema híbrido.
Também chamado de Infiniti Q50 o novo sedan tem porte médio com linhas elegantes e bastante agressivas.
Na dianteira, os faróis têm desenho mais agressivo que combinam com o capô longo e as laterais limpas.
No mercado norte americano ele é vendido pela Infiniti como Q50, e no Japão é vendido apenas como Nissan Skyline, mas com os logos da marca norte americana Infiniti.
A versão mais vendida nos Estados Unidos é a Hybrid com motor 3.5 litros com 311 cavalos de potência, associado a um motor elétrico de 50 kW – 67 cavalos – que juntos rendem 369 cavalos.
A versão a gasolina usa um motor 3.7 litros V6 com 332 cavalos e 37,1 kgfm de torque.
O Infiniti Q50 no mercado norte americano tem preços que começam em USSD 35,550 dólares.
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