Opala SS: história da versão esportiva e apimentada

SS 1978 2

O Opala foi apresentado no Brasil em 1968, mas foi em 1970 que a famosa versão esportiva Opala SS apareceu, marcando a vida de muitos.

O Opala SS chegava com um sobrenome já bem conhecido nos EUA desde 1961. Modelos como Chevelle e Impala já tinham essa versão mais nervosa SS.

E assim como no mercado norte-americano, a linha SS se estendeu a outros modelos da linha Opala como o sedan e a perua Caravan.

Depois renasceu numa tentativa pífia no Corsa, Meriva e Astra nacionais, mas vamos falar deles depois.

SS 1978

Opala SS

Depois da enorme apresentação e do sucesso que o modelo vinha fazendo, a Chevrolet apresentou em 1970 o Opala SS, inicialmente na versão sedan.

Com seu aclamadíssimo motor 4.1 litros de seis cilindros em linha, com nada menos que 171 cavalos de potência e 32,5 kgfm de torque, associado a um câmbio manual de quatro velocidades.

O visual do Opala SS era intimidador e apaixonante ao mesmo tempo, o modelo vinha com faixas pretas duplas no capô, o logo “SS” ao centro da grade que ganhava contorno cromado e uma faixa preta também com a insígnia SS nas laterais do modelo.

O Opala SS ainda poderia vir em cores bem chamativas para reforçar ainda mais seu lado esportivo, como tons de amarelo, vermelho e até mesmo prata. As rodas do Opala SS eram sempre exclusivas e tinham desenho mais invocado do que as versões “normais” do Opala.

SS 1976 2

No interior, o Opala SS tinha um volante de tamanho exagerado para os dias atuais que combinava com os tons escuros da cabine, e o conjunto mecânico que dava um show em termos de refinamento.

A velocidade máxima do Opala SS era de 200 km/h, e para que tal mágica fosse feita, a Chevrolet adicionou um carburador de corpo duplo e comando de válvulas esportivo, para deixar o Opala ainda mais nervoso.

Um ano depois da versão sedan ter sido apresentada, a Chevrolet introduz no mercado o Opala SS cupê de 2 portas.

SS 1978 1

O visual do Opala SS cupê seguia a mesma receita do sedan, com as cores chamativas, e faixas pretas no capô.

Com a crise do petróleo assombrando a Chevrolet e os consumidores de modo geral na primeira metade dos anos 1970, a marca se viu obrigada a trocar a motorização por algo que consumisse menos do combustível fóssil.

Em meados de 1977 a Chevrolet apresenta o Opala SS4, uma versão mais “mansa” do tradicional esportivo nacional.

SS 1971

A maior diferença entre o Opala SS4 e o Opala SS verdadeiro era a motorização, sai de cena o motor 4.1 litros com seis cilindros em linha e 171 cavalos e entra no lugar um 2.5 litros de quatro cilindros com 98 cavalos e 19,8 kgfm de torque, também associado a um câmbio manual de 4 velocidades e dotado de tração traseira.

Com essa nova motorização o Opala SS conseguia chegar na velocidade máxima de 160 km/h, contra 153 km/h do seu maior rival na época o Ford Maverick GT4.

Por falar nele, segundo um comparativo feito por uma influente e respeitada revista do segmento, o Chevrolet Opala SS ganhou em todos os comparativos.

E por conta da época que ambos viviam – da crise de petróleo – os dois eram mais conhecidos como esportivos de fachada, uma vez que eles não tinham toda a potência dos motores maiores e mais beberrões de seis cilindros tradicionais.

Um dos pontos altos do Opala SS sempre foi o conforto aliado com a esportividade, e não importava se era com um motor de seis cilindros ou de quatro cilindros, os passageiros iam bem acomodados – exceto na versão cupê onde os passageiros do banco traseiro iam mais apertados, ainda mais se tivessem mais de 1,70 metro de altura.

Chevrolet Opala SS

A linha Opala SS para o cupê e sedan viveria até 1980 quando a Chevrolet parou de vender os modelos com tal insígnia e motorização diferenciada.

Apenas em 2005 a Chevrolet tentou reviver de modo digamos pouco convencional a sigla mais admirada pelos consumidores, que ainda se lembravam do Opala SS, com a linha Corsa SS, Meriva SS e Astra SS.

Caravan SS

Além da versão sedan e cupê, a Chevrolet também introduziu a Caravan SS.

Assim como a versão cupê e sedan, a perua Caravan contava com o motor 250-S de seis cilindros e 171 cavalos de potência.

Aliado a isso estavam a seu favor o conforto de poder carregar até 5 adultos sem qualquer aperto e suas respectivas bagagens.

Havia também a versão com motor menor, no caso o 151-S de quatro cilindros e 98 cavalos de potência.

Caravan SS 1978

Segundo as mídias publicitárias da perua, “leve tudo na esportiva” caia como uma luva para a Caravan SS, que além de potente ainda tinha conforto de sobra.

Visualmente falando a Caravan SS se igualava aos seus demais irmãos com a questão das faixas decorativas e capô com faixa preta.

O interior alinhava a esportividade do Opala SS com a segurança e conforto da perua. A Caravan poderia alcançar a velocidade máxima de 162 km/h, o que dizia muito na época para um carro que pesava 1.250 kg.

Caravan SS 1978 2

Uma das poucas mudanças estéticas que a linha Caravan ganhou, foi em 1980, quando ganhou nova frente em comunhão com as demais versões. Esse também foi seu último ano, aliás o último da linha Opala SS no país.

Linha SS no Brasil

Chevrolet Corsa SS 2006 1

Se você estava se perguntando quando nós falaríamos da tentativa pífia da Chevrolet de ressuscitar a linha SS por aqui, bem agora chegou a hora.

Deixando a época de ouro do Opala SS, chegamos a meados de 2005 quando a marca teve a brilhante ideia de resgatar o nome SS no mercado brasileiro.

MerivaSS

Mas ao invés de trazer algo de fora e colocar ele como um modelo de nicho ou como um carro de imagem da marca – como ocorre com o Camaro – eles decidiram fazer uma adaptação à moda da casa para a linha SS.

Os modelos escolhidos foram nada mais, nada menos que o Corsa hatch, a minivan Meriva e o hatch médio Astra.

AstraSS

Antes de falar dessa linha, vamos lembrar que ao menos o Astra teve uma versão um pouco mais esportiva, quando foi apresentado em 2003 o Astra GSI.

O modelo em questão vinha com um motor 2.0 litros de 16 válvulas, que tinha bons 136 cavalos, e 19,2 kgfm de torque, que faziam o modelo alcançar a máxima de 203 km/h.

Astra GSI

Mas em 2005, a marca da gravata dourada resolvia apostar em outra linha de sucesso a SS com os modelos citados anteriormente.

No caso do Corsa e da Meriva, dividiam o mesmo motor 1.8 litro Flexpower de 114 cavalos com etanol e 112 cavalos quando abastecido com gasolina.

E o torque também não impressionava muito na dupla 17,7 kgfm para ambos os combustíveis.

Já no caso do Astra, ele usava o motor 2.0 litros de 8 válvulas, que tinha 121 cavalos na gasolina e 127,6 cavalos no etanol.

Não eram números exatamente excitantes, mas com certeza eram melhores que o Corsa e da Meriva.

Com a baixa recepção do público, a Chevrolet encerrou pouco tempo depois a linha SS no país, e acabou por ficar sem uma linha de fato esportiva como ela tinha nos anos dourados com o Opala SS.

Atualmente se você quiser algo minimamente potente dentro da Chevrolet, você deve procurar ou pela linha Cruze nos modelos hatch e sedan que utilizam o motor 1.4 litro turbo de até 153 cavalos, ou no SUV Tracker que também divide a mesma motorização.

CamaroSS

Ou se a conta estiver bem recheada, você pode partir para o Camaro SS que vem nas configurações Cupê a partir de R$ 315 mil ou pela versão Conversível que tem preços a partir de R$ 350 mil.

Ambos vêm com o motor 6.2 litros V8 com 461 cavalos de potência e 62,9 kgfm de torque. E tem também a seu favor o design clássico dos muscle cars norte americanos.

Sendo assim os definitivos sucessores reais dos legítimos Opala SS, que ainda fazem a cabeça de muitos entusiastas e da nova geração que adora os clássicos como eles eram.

Ficha Técnica

Opala SS4 1977

Motor dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 2.474 cm³, 101,5 x 76,2 mm, carburador, 98 cavalos a 4.800 rpm, 19,8 kgfm a 2.600 rpm
Câmbio manual de 4 marchas, tração traseira
Dimensões comprimento, 467 cm; largura, 176 centímetros; altura, 136 centímetros; entre eixos, 266 cm; peso, 1.116 kg

Caravan SS 1978

Caravan SS
Motor: dianteiro, 6 cilindros em linha, 4 093 cm³, carburador de corpo duplo e fluxo descendente,
comando de válvulas lateral, a gasolina Diâmetro x curso: 98,4 x 89,7 mm
Taxa de compressão: 7,8:1 Potência: 171 cavalos a 4 800 rpm Torque: 32,5 kgfm a 2 600 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Dimensões: comprimento, 463 cm; largura, 173 cm; altura, 139 cm; entre eixos, 267 cm; peso, 1.250 kg
Suspensão: amortecedores e molas helicoidais. Dianteira: independente, com braço triangular superior,
braço simples inferior. Traseira: eixo rígido, barras tensoras longitudinais,
barra transversal tipo Panhard
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira,
de acionamento hidráulico, com Servo freio
Rodas e pneus: aço, 14 x 5; pneus 6,95 S 14

 

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klebersilva
Autor: Kleber Silva

Kleber, 28 anos, designer e apaixonado por carros desde pequeno. Formado em design gráfico pela UNIP, ouvinte assíduo de música pop e master chef nas horas vagas.