Hoje, o sedã quadradão Audi 80 pode ser visto como feio e ultrapassado pelos mais jovens, mas no Brasil de 1994, a novidade era de muita tecnologia.
Depois da liberação de importação de carros novos para o Brasil, feita pelo presidente Collor em 1990, Ayrton Senna procurava representar alguma montadora no país, e acabou conseguindo fazer isso com a Audi.
Senna chegou até mesmo a conversar com a Mercedes, mas como as negociações com a Audi já estavam adiantadas, o acordo foi fechado com esta empresa.
O Audi 80
Audi 80 era o nome dado ao sedã médio da marca, de 1966 a 1996 (médio para nós, compacto lá fora).
Ele existiu em quatro gerações, e a trazida ao Brasil foi a última delas, B4, que já era vendida no mercado europeu desde 1991.
Depois, em 1996, o modelo ganhou uma nova geração e recebeu o nome pelo qual o conhecemos hoje, Audi A4.
Detalhes do sedã
O Audi 80 era o suprassumo do luxo, para quem só conhecia carros fabricados no Brasil.
Seus bancos em couro, seu ar-condicionado digital e a potência de seu motor seis cilindros eram novidades super interessantes.
A potência do sedã de 4,48 metros não era tão impressionante diante dos números de hoje, 150 cavalos.
Mas levando-se em conta seu peso, de 1.330 quilos, e seu câmbio automático de respostas rápidas, o resultado era um desempenho bem legal.
O comprimento do 80 era um centímetro menor do que o Monza da época, mas com cinco centímetros a mais na largura, o sedã tinha uma boa estabilidade.
Destaque para a segurança
A segurança era um ponto focal no apelo de vendas do Audi 80, tanto perante concorrentes nacionais quanto importados.
Ele tinha sistema de freios com disco nas quatro rodas e freios ABS de última geração. Airbag duplo era item de série.
Além disso, existia a opção de comprar o Audi 80 com seu sistema de tração integral Quattro, que tinha uma reputação altíssima no mundo automotivo.
Motores da Audi na época
A linha 80 da Audi chegava ao Brasil com opção de motores 2.0, 2.6 e 2.8, além de um conjunto 2.2 do esportivo S2 sedã.
Eram motores de quatro, cinco e seis cilindros, sendo o 2.0 com quatro cilindros, o 2.2 com cinco cilindros e os motores seis cilindros tendo 2.6 ou 2.8 litros de deslocamento.
A potência era de 90 ou 115 cavalos no 2.0, 133 cavalos no 2.2 (230 na versão turbo do S2) e 150 ou 174 cavalos nos seis cilindros, com 2.6 e 2.8 litros.
Mesmo tendo entrado no Grupo VW nos anos 60, a empresa continuou o desenvolvimento separado de vários motores, e já tinha uma imagem tão “high end” quanto hoje em dia.
O 80 no mercado brasileiro
O modelo mais enfatizado na comercialização da Audi naquele início de vida no Brasil foi o Audi 80 2.6E, que tinha preço de tabela na faixa dos 55.000 dólares.
Ele era vendido com interior forrado em couro, detalhes em madeira, ar-condicionado eletrônico, teto solar elétrico, rodas de liga leve, airbag duplo e câmbio automático.
O câmbio escolhido poderia ser o mecânico de cinco marchas. Com isso, o preço caía para 53.000 dólares, mas poucos faziam esta escolha, deixando de lado o conforto do câmbio automático.
O Audi 80 com motor de quatro cilindros também era oferecido, mas por 42.000 dólares com câmbio manual e 44.000 dólares com o câmbio automático.
Ele deixava de ter o teto solar, o ar-condicionado eletrônico e o acabamento em couro.
As respectivas peruas, 80 Avant e 100 Avant também eram vendidas, bem como os esportivos Audi S2 e Audi S4.
O fim da parceria
Em 1999, a Senna Import passou a ser uma subsidiária dos alemães, tendo 49% de propriedade da nova empresa Audi Senna Ltda.
Em 2005, a participação da empresa de Senna foi extinta, ficando a empresa com 100% das operações no Brasil.
Entre 1994 e 2004, foram vendidos mais de 64.000 carros da Audi através das empresas de Ayrton Senna em nosso país.
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