Comprar ou vender um carro é sempre uma decisão que precisa ser feita com calma. Afinal, o custo envolvido nessa transação é cada vez mais alto em nosso país.
Por isso, muitas pessoas ficam em dúvida sobre quanto tempo devem ficar com um carro, especialmente quando ele foi comprado zero quilômetro. O que levar em conta para acertar nessa decisão?
Entre os fatores principais, você precisa pensar no custo de manutenção e na desvalorização do carro. Além disso, avalie detalhes específicos do seu carro, pois modelos de marcas diferentes obviamente vão mudar de preço de forma específica.
Confira mais detalhes sobre esses pontos e descubra quando você deve começar a pensar em trocar seu carro.
Custo de manutenção
O primeiro fator que precisamos levar em conta ao decidir quando trocar de carro é o custo de manutenção. A maioria dos especialistas avalia que, se o gasto anual for superior a 10% do valor do carro, é hora de trocar.
Em média, carros mais novos não chegam nem perto disso, ficando próximo de 2% a 3%. Com o passar do tempo, normalmente depois de 5 anos, esse custo pode dobrar. Ou seja, vai demorar um pouco mais para um carro gastar tanto na manutenção quanto os 10% citados acima.
Se você comprou um carro 0km ou seminovo, e costuma fazer as revisões na concessionária, fique atento à tabela de preços para descobrir quando virão as manutenções mais salgadas.
As primeiras revisões de um Honda City 2023, por exemplo, ficam entre R$ 400 e R$ 790, mas a quarta parada pula para R$ 1.750. Para alguns, não vale a pena ficar com o carro até os 40.000 km e pagar tudo isso numa revisão.
Por outro lado, não devemos isolar esse fator como o único na avaliação de quando trocar um carro. Em qualquer caso, fazer as manutenções de forma correta (e preventivamente) vai aumentar e muito o tempo de vida útil do carro.
Essa prática é muito importante, pois um automóvel costuma ter até 4 mil itens. Ou seja, são muitas peças que podem apresentar algum problema, especialmente quando você deixa isso de lado.
Para piorar a vida de quem esquece de olhar a saúde de seu carro, um problema pode acabar gerando outro. Por exemplo, a falta de alinhamento acaba desgastando prematuramente os pneus, gerando mais gastos para o proprietário.
Finalmente, fique atento também à garantia do veículo, que no Brasil costuma variar entre 3 e 5 anos. Se o período de cobertura está próximo de acabar, é hora de começar a pensar numa troca.
Desvalorização
Além da manutenção, outro ponto importante para pensar nesse assunto é a desvalorização do seu carro. E aqui temos um fator muito peculiar, pois cada carro perde valor de forma diferente.
Em todos os casos, é importante evitar a pressa para vender um automóvel que você comprou novo. O motivo é que a desvalorização é muito maior nos primeiros anos, chegando a mais de 20% nos 12 meses iniciais.
Depois disso, você vai notar que o preço cai de maneira mais suave. Por isso, confira a tabela Fipe para acompanhar quanto vale seu carro. Se notar uma queda brusca, por qualquer motivo, avalie se não vale a pena fazer a troca.
Outro ponto importante é ficar antenado nas mudanças anunciadas pela montadora, como novas versões, mudanças no visual ou até a chegada de uma nova geração. Tudo isso vai impactar diretamente no preço do seu usado.
Peculiaridades do meu carro
Se os dois fatores acima, manutenção e desvalorização, afetam todos os modelos de forma parecida, o terceiro aspecto que vamos citar é muito mais complexo.
Cada carro tem características próprias de mercado que podem afetar seu valor de revenda. Isso inclui sua aceitação pelo público, problemas ao longo dos anos (incluindo recalls), desempenho nas vendas, etc.
Para ilustrar, podemos citar um exemplo clássico, que inclusive você já deve ter dito ou escutado em alguma conversa sobre o tema: o caso do Toyota Corolla e sua incrível aceitação no Brasil.
A comparação pode ser feita com qualquer concorrente, desde os mais tradicionais Civic e Cruze, até os que vendem menos, como Cerato, C4 Lounge, Sentra, Arrizo 6 e outros.
Em todos os casos, o modelo da Toyota costuma vender mais rápido, e por um valor bem próximo (ou até superior) à tabela Fipe. Ou seja, o dono de um Corolla tem uma situação muito específica e que influencia diretamente na decisão de quando vender seu carro.
Enquanto isso, donos de outros sedãs precisam lidar com outros fatores, incluindo uma desvalorização mais acentuada, a dificuldade de vender de forma particular ou a irritação de propostas indecorosas nas trocas em concessionárias.
Existem ainda outras particularidades que você precisa levar em conta se está pensando em trocar de carro. Entre elas, podemos citar o valor do seguro e a taxa de juros num eventual financiamento.
Conclusão
Para concluir, a decisão de quando vender um carro é algo bem complexo, passando por mais fatores do que gostaríamos. Ou seja, não existe uma resposta padrão para essa pergunta.
Mesmo assim, podemos dizer que, de forma geral, ficar 5 anos com o mesmo veículo é um tempo razoável. Nesse período você vai usufruir plenamente da garantia e não vai perder tanto dinheiro como quem vende logo nos primeiros anos.
Isso, é claro, para modelos mais tradicionais, pois os automóveis de luxo acabam reduzindo esse tempo para 3 anos ou 50.000 km. Depois disso, a conta para mantê-los costuma ficar muito alta.
De qualquer forma, vale ressaltar que comprar um carro não é um investimento. É uma compra como outra qualquer, que precisa ser avaliada com calma e usando mais a razão do que a emoção.
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