Muito se fala hoje em dia em downsizing, que é a tendência de redução no tamanho dos motores, mas com foco na economia e na performance. Mas como? Com a introdução de turbocompressor, intercooler e, na maioria dos casos, injeção direta de combustível.
Quando se comenta sobre o assunto, uma das primeiras coisas que vem à mente é o motor 1.0 turbinado com economia superior ao aspirado, potência de 1.6 e desempenho de 2.0.
No passado, o Brasil chegou a ter carro nacional com motor 1.0 litro turbinado. Isso aconteceu no começo dos anos 2000, quando a Volkswagen introduziu o EA111 1.0 (de quatro cilindros) 16V Turbo, que entregava 112 cv e 15,8 kgfm com gasolina.
Era um motor à frente do seu tempo, visto que não era usado nem na Europa e aqui serviu aos modelos Gol e Parati. Para a época, era uma maravilha tecnológica, mas hoje seria apenas uma necessidade.
Se o mercado tivesse aceitado esse motor, provavelmente hoje teríamos carros muito mais sofisticados tecnologicamente e com níveis de consumo e performance bem superiores.
A Ford seguiu a Volkswagen pouco depois, com um 1.0 turbo Zetec Rocam Supercharger de 95 cv e 12,6 kgfm, mas utilizando um compressor volumétrico (abandonado anos antes pela VW) para elevar os números de seu 1.0 litro. Não pegou por ser considerado fraco.
Outro que apareceu com proposta semelhante, mas em outro nível, foi a Smart – atualmente fora do mercado – que comercializou o Fortwo nas versões cupê e conversível com motor 1.0 de três cilindros com turbo, mas injeção indireta, entregando 84 cv e 12,2 kgfm.
Com exceção da Volkswagen, essas marcas tinha torque máximo em rotações bem altas, quase como se fossem aspirados. Nos Gol e Parati, isso era obtido em 2.000 rpm, o mesmo que ocorre hoje no 1.0 TSI.
Falando nele, o motor da Volkswagen está em boa parte da pequena oferta de motores 1.0 Turbo no mercado brasileiro. Além dele, temos opções recentes, da Chevrolet e da Hyundai.
Renault, Fiat e Honda são algumas marcas que já possuem ou estão trabalhando com motores desse nível, apesar do foco de outras estar no desenvolvimento de motores com volumes maiores, especialmente na casa de 1,3 litro.
No caso dos motores 1.0 turbinados, todos têm três cilindros, diferente das propostas de maior volume. Então, se não há outra opção no momento, vamos aos que já estão disponíveis para o consumidor brasileiro.
Só lembrando que a lista abaixo não visa dizer qual é o melhor modelo, mas apenas informar quais estão disponíveis em nosso mercado.
Confira!
1) Chevrolet Onix Turbo e Onix Plus Turbo
O último lançamento da Chevrolet no país foi também um dos mais importantes em anos recentes. Afinal, a marca apresentou a nova geração do Onix, líder de vendas no Brasil.
Além da renovação visual, que agradou mais do que seu concorrente HB20, o modelo também veio com uma novidade debaixo do capô: o novo motor 1.0 turbo flex (sem injeção direta), de 116 cv.
Esse motor está disponível nas versões mais caras do Onix e em todas as configurações do Onix Plus.
O Onix com motor turbo tem preços entre R$ 84.200 e R$ 102.310 e o Onix Plus fica entre R$ 89.670 e R$ 107.760. Vale lembrar que a família ainda ganhou recentemente os modelos Onix RS e Onix Plus Midnight, que custam R$ 95.790 e R$ 103.600, respectivamente.
2) Volkswagen Polo TSI
O motor é o mesmo do extinto up!, mas com algumas mudanças. O conjunto tem alterações no intercooler e injeção, entre outros, sendo a mesma concepção do Golf TSI, mas entregando um pouco mais de potência com etanol: 128 cv.
Na gasolina, são os mesmos 116 cv. Já o torque máximo não muda em relação ao hatch médio, com 20,4 kgfm a 2.000 rpm.
Apesar dessa rotação, a força quase máxima aparece por volta dos 1.500 rpm. No Polo 2022, o EA211 R3 só trabalha com o câmbio automático Aisin de seis marchas com sistema Tiptronic de mudanças manuais na alavanca ou no volante. Tão frugal quanto no up! TSI, ele permite ao hatch ir de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos.
Os preços variam entre R$ 108.290 e R$ 116.350.
3) Volkswagen Virtus TSI
O novo sedã da VW também não ficou de fora no caso do motor EA211 R3. Com três cilindros e arquitetura em alumínio, o motor 1.0 TSI garante os mesmos números do Polo TSI, igualmente trabalhando com o Tiptronic de seis marchas.
Com ele, o Virtus vai de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos. Manual? Por ora não haverá essa opção, nem mesmo com a chegada da versão de apelo esportivo GTS, que também está presente no Polo e sempre tem câmbio automático.
Os preços variam entre R$ 113.250 e R$ 129.410.
4) Hyundai HB20 TGDI e HB20S TGDI
O lançamento da nova geração do Hyundai HB20 causou muita discussão em relação ao visual, mas uma coisa ninguém nega que a marca acertou: a oferta do novo motor turbo.
O antigo propulsor turbinado era muito criticado, mas agora foi substituído pela opção 1.0 TGDI, de 3 cilindros e com injeção direta. Ele entrega 120 cv e 17,5 kgfm de torque, associado a uma transmissão automática de seis velocidades.
Com esse motor, os valores variam entre R$ 91.690 e R$ 105.690 para o hatch e R$ 96.690 e R$ 110.090 para o HB20S. O HB20 ainda tem a versão Sport, que custa R$ 101.690.
5) Volkswagen T-Cross 200 TSI
O SUV compacto T-Cross é outro modelo da Volkswagen a utilizar o bom motor 1.0 turbo, conhecido como 200 TSI. Disponível em duas versões de equipamentos, sempre com transmissão automática, o propulsor rende 116/128 cv e 20,4 kgfm de torque.
Os preços variam entre R$ 132.970 e R$ 149.670.
6) Chevrolet Tracker Turbo
Um dos modelos mais recentes em nosso mercado com o motor 1.0 turbo é o Chevrolet Tracker. Ele oferece o mesmo conjunto da dupla Onix e Onix Plus, com propulsor 1.0 turbo de 116 cv e 16,3/16,8 kgfm de torque e câmbio automático de seis marchas.
Com esse conjunto, seus preços começam em R$ 113.490 e chega a R$ 138.580.
7) Volkswagen Nivus 200 TSI
Mais recente ainda que o Tracker é o Volkswagen Nivus, que é oferecido aqui no Brasil apenas com o motor 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm de torque.
Os preços do modelo que chegaram às lojas da marca em agosto de 2020 ficam entre R$ 119.550 e R$ 136.270, sendo bem mais altos hoje que na época de seu lançamento. Aliás, a versão de entrada atualmente custa mais caro que a topo de linha em 2020.
8) Chery Tiggo 3X
Uma das últimas novidades no mercado de SUVs por aqui é o Tiggo 3X, que veio como a atualização do Tiggo 2. Além da mudança visual na dianteira e no interior, o chinês também apresentou o novo motor 1.0 turbo.
Esse propulsor é dos mais fracos por aqui, entregando apenas 102 cv e 17,1 kgfm de torque. Vendido em duas versões, o modelo da Chery tem preços entre R$ 105.490 e R$ 113.490.
Se você gostou dele, corra antes que os estoques acabem, pois a marca já anunciou que seu recente produto sairá de linha. O motivo é a atualização de sua fábrica nacional para a produção de modelos híbridos e elétricos.
9) Fiat Pulse
O mercado de SUVs ainda recebeu outra novidade interessante no final de 2021. O Fiat Pulse chegou com visual chamativo e uma oferta de motores que inclui a opção 1.0 turbo de 3 cilindros, com 130 cv e 20,4 kgfm.
Esses bons números aparecem aliados ao câmbio automático CVT de 7 marchas simuladas, dando bom desempenho ao italiano. Seus preços com esse conjunto variam entre R$ 110.290 e R$ 126.990.
10) Hyundai Creta
Outro concorrente entre os utilitários é o novo Hyundai Creta. Ainda que a versão antiga continue sendo vendida, os holofotes estão voltados para essa novidade, que conta com os motores 1.0 turbo ou 2.0 aspirado.
Falando sobre o primeiro, ele tem 120 cv e 17,5 kgfm de torque, com câmbio automático de 6 marchas. Esse é o conjunto usado também na nova versão Creta N Line 2023, que chegou em junho de 2022.
Os preços variam entre R$ 115.790 e R$ 148.790, enquanto a variante com visual esportivo sai por R$ 159.490.
Bônus: Kia Stonic Hybrid
Você talvez nunca tenha ouvido falar dele e dificilmente já viu um nas ruas de sua cidade, mas o Kia Stonic é outro modelo com motor 1.0 turbo em nosso mercado. E aqui existe outra novidade, que é o uso do motor híbrido-leve de 48V.
Ele chegou em 2021 por R$ 149.990, preço que hoje caiu para R$ 147.990. Seu conjunto é composto pelo motor 1.0 turbo de 120 cv e 20,5 kgfm, com câmbio automatizado de 7 marchas.
Sua média de consumo é de 13,25 km/l em percurso misto, o que é apenas razoável.
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