Um deles é o SUV mais vendido do país, enquanto o outro conta com a reputação japonesa que facilmente convence os brasileiros.
Afinal, quem é melhor: Volkswagen T-Cross ou Nissan Kicks?
A disputa entre esses modelos levou em conta diversos fatores, como preços, custo-benefício, quem é mais equipado, custo das revisões, motorização e espaço interno.
No final, a disputa foi bem apertada, mas um deles saiu vencedor.
Confira!
Preços mais atraentes
Assim como em outros modelos atuais, a Volkswagen manteve a linha do T-Cross 2024 um pouco mais enxuta, ainda que ele tenha mais opções que os outros SUVs da marca alemã.
Os preços ficam numa faixa de R$ 56 mil, começando pela versão Sense, vendida por quase R$ 120 mil. Acima dela, e com uma diferença de R$ 23 mil, está a opção 200 TSI, ofertada por quase R$ 143 mil.
Depois aparecem as duas versões mais procuradas do modelo, mesmo sendo as mais caras: a Comfortline, que já custa R$ 161 mil, e a topo de linha Highline, vendida por salgados R$ 176 mil.
Quase todas as opções usam o motor 1.0 TSI, sendo que apenas a mais cara o troca pelo 1.4 TSI. De qualquer forma, é uma gama que começa dentro da média do segmento, mas que alcança valores muito altos.
Confira a gama do T-Cross 2024:
- T-Cross Sense – R$ 119.990
- T-Cross 200 TSI – R$ 142.990
- T-Cross Comfortline – R$ 160.990
- T-Cross Highline – R$ 175.990
Se a VW optou por uma linha com menos versões, a Nissan fez exatamente o oposto com o Kicks 2024. Ao todo, o SUV japonês é vendido por aqui em sete configurações, separadas por apenas R$ 35,8 mil.
Isso faz com que diversas configurações tenham valores muito próximos, como é o caso da Active, vendida por R$ 113 mil ou R$ 115 mil, tendo a central multimídia como diferencial.
Depois aparece a versão Sense, por pouco mais de R$ 118 mil e sem qualquer opcional importante. Acima dela vem a intermediária Advance, por quase R$ 133 mil, e a opção com o Pack Plus, que chega a R$ 135,2 mil.
Finalmente, o Kicks também tem a versão topo de linha Exclusive. Na verdade, são duas configurações, ofertadas por R$ 146,8 mil e R$ 148,8 mil, sendo que a mais cara vem com o Pack Tech.
Toda a linha do SUV da Nissan tem sempre o mesmo conjunto, com motor 1.6 aspirado e câmbio CVT. Isso até a próxima grande mudança no modelo, quando ele terá motorização turbo.
Em resumo, o Kicks começa abaixo do T-Cross e conta com preços mais convidativos, mesmo para quem optar por suas versões mais caras.
Veja quanto custa cada versão do Kicks 2024:
- Kicks Active 1.6 CVT – R$ 112.990
- Kicks Active 1.6 CVT + Multimídia – R$ 114.990
- Kicks Sense 1.6 CVT – R$ 118.290
- Kicks Advance 1.6 CVT – R$ 132.990
- Kicks Advance 1.6 CVT + Pack Plus – R$ 135.190
- Kicks Exclusive 1.6 CVT – R$ 146.790
- Kicks Exclusive 1.6 CVT + Pack Tech – R$ 148.790
VENCEDOR: Kicks.
Mais caro e mais equipado
O T-Cross já começa com 6 airbags, controle de tração e estabilidade, lanternas em LED, rodas aro 16, sensor de estacionamento, sensor de luz, volante multifuncional e assistente de partida em rampas.
A versão 200 TSI adiciona ACC, painel digital de 8″, sistema de som Composition Touch e borboletas para troca de marcha. Parece pouco levando em conta que aqui temos uma versão que custa R$ 23 mil a mais que a básica.
A Comfortline ainda tem ar digital, câmera de ré, carregador wireless, painel digital de 10,25″, rodas aro 17, sensores dianteiros, chave presencial e detector de fadiga. O acréscimo é de R$ 18 mil, mas os itens compensam um pouco mais.
Finalmente, a Highline traz o motor 1.4 TSI e bancos em couro, sensor de chuva, espelho retrovisor fotocrômico e multimídia VW Play, mostrando que você paga R$ 15 mil a mais muito mais pelo motor do que por esses equipamentos.
Já o Kicks, como já citamos em outros comparativos, consegue realmente convencer em suas versões intermediárias, sendo que as mais baratas ainda ficam devendo em alguns aspectos quando o assunto é sua lista de equipamentos.
A versão de entrada Active vem com 6 airbags, piloto automático, lanternas em LED, controle de tração e estabilidade, além de equipamentos mais comuns, como A/C, ajuste de altura no banco do condutor e direção assistida.
Já a opção Advance adiciona multimídia de 8″ Android Auto e Apple CarPlay, rodas aro 17, chave presencial, faróis com acendimento automático, câmera de ré, sensores de estacionamento e painel digital de 7 polegadas.
Chegando à versão Exclusive, você ainda terá som Bose, A/C digital e automático, carregador sem fio, faróis em LED, câmera 360º e sistemas de auxílio à condução, como alertas de colisão frontal, tráfego cruzado traseiro e mudança de faixa.
E o que acontece ao comparamos versões com preços similares? Podemos fazer isso por colocar lado a lado o T-Cross Sense e o Kicks Sense, que além do nome similar tem preços muito próximos.
O modelo da VW é o único com faróis de neblina, repetidores de seta e sensores de estacionamento, enquanto o Nissan contra-ataca com câmera de ré, alerta de pressão dos pneus, piloto automático, rodas de liga leve e sistema de som.
Outra comparação pode ser feita entre o T-Cross 200 TSI e o Kicks Exclusive, separados por R$ 3,8 mil. O VW é o único com ACC e start/stop, mas o Nissan aparece em sua versão topo de linha, o que significa ter um pacote bem mais recheado.
No final das contas, o T-Cross peca por cobrar muito mais caro para oferecer seus bons equipamentos, enquanto o Kicks é mais razoável nos valores, mas oferece um pouco menos.
VENCEDOR: Empate.
Mais forte e mais econômico
Até chegar com seu novo motor turbo, o Kicks ainda vai sofrer nos comparativos com rivais que já oferecer esse tipo de motorização por aqui. Na briga com o T-Cross, a história não foi diferente.
O Volkswagen começa com o propulsor 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm, pulando para o 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm na versão Highline. Em todas as opções, o câmbio é sempre o mesmo, automático e com 6 marchas.
O desempenho é muito bom, com aceleração de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos e máxima de 187 km/h nas versões mais mansas. Enquanto isso, o T-Cross mais forte faz o mesmo em 8,6 segundos e chega a 204 km/h.
Por outro lado, o Kicks 1.6 CVT entrega 113 cv e 15,3 kgfm, sempre acoplado ao câmbio CVT de 6 marchas simuladas. Mesmo que todos os motores desse comparativo fossem aspirados, seus números já seriam inferiores.
Como não é o caso, a diferença fica ainda maior no desempenho. A aceleração até os 100 km/h no modelo japonês é feita em 11,8 segundos, com máxima de 175 km/h. Na prática, ele é um carro que realmente sofre um pouco na estrada ou quando está cheio.
Falando sobre o consumo, outra derrota do Kicks, que é pior em todas as medições. É verdade que a diferença não é tão grande para as versões do rival, mas ainda assim ele perde nesse quesito.
Já o T-Cross se mostra mais eficiente nas versões 1.0 TSI, que alcançam boas médias na cidade e na estrada. Com gasolina, ele marca 14,4 km/l nos trechos rodoviários. Curiosamente, o modelo 1.4 TSI não fica muito atrás, mesmo com desempenho superior.
Um último detalhe é que a autonomia do VW é bem melhor que o Nissan, e isso pelo tamanho do tanque de combustível: são 52 litros, contra apenas 41 litros do japonês.
Consumo | T-Cross 1.0 TSI | T-Cross 1.4 TSI | Kicks 1.6 |
Cidade – etanol | 8,3 | 8,2 | 7,8 |
Cidade – gasolina | 12,0 | 11,8 | 11,4 |
Estrada – etanol | 10,0 | 10,0 | 9,6 |
Estrada – gasolina | 14,4 | 14,2 | 13,9 |
VENCEDOR: T-Cross.
Quem tem mais espaço?
Ao falar sobre as medidas desses dois SUVs, vemos que o Kicks ganha em quase tudo. A única derrota aparece no entre-eixos, o que pode ser determinante quando o assunto é o espaço interno.
Vamos aos números: o T-Cross mede 4,19 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,56 m de altura e tem 2,65 m de entre-eixos, um dos maiores da categoria. Já o Kicks tem 4,31 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de entre-eixos.
Em alguns casos, os números podem ser enganosos, mas aqui a ficha técnica se comprova na prática. O T-Cross aproveita bem o entre-eixos maior e oferece mais espaço para os ocupantes traseiros, que ganham uma preciosa folga para as pernas.
O túnel central é elevado, afetando o ocupante central, mas o espaço nas laterais permitem colocar uma perna de cada lado sem afetar os outros passageiros. Outros pontos positivos são a saída traseira do ar-condicionado e a luz de leitura.
O Kicks é um pouco mais apertado que seu rival, mas não é um carro apertado em si. A ressalva fica em relação à altura do teto, que pode prejudicar ocupantes mais altos.
Pela proposta familiar, é muito importante citar também o tamanho do porta-malas. O Kicks oferece 432 litros nesse compartimento, sendo 59 litros maior que seu concorrente, que tem apenas 373 litros.
Para melhorar esse número, o T-Cross usa um sistema para mudar a posição do encosto do banco traseiro. Com isso, o espaço vai para 420 litros, mas fique atento: a posição do encosto fica muito desconfortável para os ocupantes traseiros, então essa opção só serve quando você não levar ninguém na segunda fileira.
Ou seja, o porta-malas é uma vantagem do Kicks, que fica menor se você usar o sistema de reposicionamento dos bancos mencionado acima, mas o espaço interno é melhor no T-Cross.
VENCEDOR: Empate.
Revisão de série
Ao falarmos sobre o preço das revisões, a Volkswagen sempre se destaca com seu programa Revisão de Série. Com ele, o cliente não paga pelas três primeiras idas à concessionária, economizando bastante no período até os 60 mil km.
O problema é que isso se aplica apenas ao T-Cross Highline, a versão mais cara, que soma R$ 3,2 mil nesse período. Sem esse programa, como é o caso das outras versões 1.0 TSI, o valor total sobe muito e chega a quase R$ 5,5 mil.
Enquanto isso, o Kicks acaba ficando na metade do caminho, com revisões em dois valores fixos e totalizando R$ 4,4 mil. E se você olhar o valor médio das revisões até os 60 mil km entre as duas versões do T-Cross, o resultado será um custo muito próximo ao Nissan.
Todas as versões desses SUVs contam com garantia de 3 anos, exceto o T-Cross Sense, que tem cobertura de apenas 1 ano.
Kicks 1.6 | T-Cross 1.0 TSI | T-Cross 1.4 TSI | |
10.000 km | R$ 588,00 | R$ 756,05 | (sem custo) |
20.000 km | R$ 876,00 | R$ 839,34 | (sem custo) |
30.000 km | R$ 588,00 | R$ 746,34 | (sem custo) |
40.000 km | R$ 876,00 | R$ 1.559,67 | R$ 1.680,12 |
50.000 km | R$ 588,00 | R$ 746,34 | R$ 746,34 |
60.000 km | R$ 876,00 | R$ 839,34 | R$ 839,34 |
TOTAL | R$ 4.392,00 | R$ 5.487,08 | R$ 3.265,80 |
VENCEDOR: Empate.
O líder dos SUVs
Se existe um assunto em que o T-Cross é indiscutivelmente melhor é seu desempenho nas vendas. Em 2023, o VW alcançou 72.440 emplacamentos, assegurando 9,26% de participação no segmento mais acirrado do mercado.
Enquanto isso, o Kicks fechou o ano na 6ª posição, com 50.778 vendas no período e participação de 6,49%. Não foi um resultado ruim, mas diante do desempenho de seu rival a história é outra.
Uma boa notícia para ambos é que eles souberam aproveitar a alta no mercado nos últimos meses do ano. O Kicks chegou a vender 4,8 mil unidades em dezembro, enquanto o T-Cross alcançou 7,8 mil emplacamentos, números bem acima da média desses SUVs durante 2023.
VENCEDOR: T-Cross.
Conclusão
Poucas vezes tivemos uma vitória tão apertada nos comparativos entre SUVs como na disputa entre T-Cross e Kicks, inclusive com empate na maioria dos quesitos.
Isso aconteceu no nível de equipamentos, onde o VW oferece mais, mas o custo-benefício do Nissan é superior, e também no espaço interno.
Além disso, as revisões grátis do T-Cross não foram suficientes para fazê-lo ganhar na manutenção, pois sem esse benefício o custo das revisões sobe muito.
A vitória para o modelo alemão veio por ter uma oferta de motores mais eficientes e pelo resultado superior nas vendas, enquanto o Kicks só venceu na disputa de preços.
A conclusão é que temos dois SUVs com propostas diferentes, mas isso pode mudar completamente quando a Nissan lançar o novo modelo com motor turbo.
Fichas técnicas
T-Cross |
Kicks |
|
Preço | R$ 119.990 a R$ 175.990 | R$ 112.990 a R$ 148.790 |
Motor | 1.0 TSI ou 1.4 TSI | 1.6 aspirado |
Potência e torque | 128 cv e 20,4 kgfm / 150 cv e 25,5 kgfm | 113 cv e 15,3 kgfm |
Câmbio | Automático de 6 marchas | CVT de 6 marchas |
Aceleração e velocidade máxima | 1.0T – 10,4s e 184 km/h | 11,8s e 175 km/h |
1.4T – 8,7s e 198 km/h | ||
Consumo cidade | 1.0T – 8,3 km/l (E) e 12 km/l (G) | 7,8 km/l (E) e 11,4 km/l (G) |
1.4T – 8,2 km/l (E) e 11,8 km/l (G) | ||
Consumo estrada | 1.0T – 10 km/l (E) e 14,4 km/l (G) | 9,6 km/l (E) e 13,9 km/l (G) |
1.4T – 10 km/l (E) e 14,2 km/l (G) | ||
Rodas e pneus | 205/60 R16 ou 205/55 R17 | 205/60 R16 ou 205/55 R17 |
Medidas | comprimento, 4,19 m; altura, 1,56 m; largura, 1,76 m; entre-eixos, 2,65 m | comprimento, 4,31 m; altura, 1,59 m; largura, 1,76 m; entre-eixos, 2,61 m |
Tanque | 52 litros | 41 litros |
Porta-malas | 373 litros | 432 litros |
Peso | 1.252 kg a 1.292 kg | 1.122 kg a 1.139 kg |
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