A briga entre Nissan Kicks e Fiat Pulse mostra que esses SUVs tem estratégias bem diferentes em nosso mercado.
O primeiro segue com seu público fiel, enquanto o outro está entre os mais baratos do segmento.
Além disso, eles também apresentam muitas diferenças na lista de equipamentos, custo de manutenção, espaço interno e principalmente na motorização.
Mas você vai ficar surpreso com o resultado desse comparativo.
Confira!
Preço
A estratégia usada pelas marcas neste quesito do duelo é diferente, tanto no número de versões, como na faixa de preço. Enquanto um tem mais versões e é mais caro, o outro enxugou sua linha e aposta em valores mais chamativos.
Vamos começar pelo Kicks 2024, que não altera o conjunto mecânico em suas sete configurações. O que muda é conteúdo de cada versão, sendo que algumas delas ainda contam com pacotes opcionais (que são vendidos como versões separadas).
Os valores partem de R$ 112.990 na versão Active, o que é interessante no segmento quando vemos que ela vem com câmbio automático e uma lista razoável de equipamentos. Acima dela ainda aparecem as versões Active com multimídia e Sense.
Depois disso, o SUV da Nissan dá um salto de quase R$ 15 mil no preço para chegar à intermediária Advance, que conta com duas opções.
Finalmente, a linha ainda tem a topo de linha Exclusive, que alcança os R$ 148.790.
Confira os preços do Kicks 2024:
- Kicks Active 1.6 CVT – R$ 112.990
- Kicks Active 1.6 CVT + Multimídia – R$ 114.990
- Kicks Sense 1.6 CVT – R$ 118.290
- Kicks Advance 1.6 CVT – R$ 132.990
- Kicks Advance 1.6 CVT + Pack Plus – R$ 135.190
- Kicks Exclusive 1.6 CVT – R$ 146.790
- Kicks Exclusive 1.6 CVT + Pack Tech – R$ 148.790
No caso do Pulse, a estratégia é diferente, pois ele conta com uma versão de entrada com câmbio manual. Isso torna o SUV da Fiat um dos mais baratos do mercado, partindo de quase R$ 104 mil.
Essa mesma versão, chamada Drive, ainda tem a configuração com câmbio automático, que exige R$ 7 mil a mais. Depois, com um acréscimo parecidos no preço, aparece a configuração S-Design, a mais cara com motor 1.3.
Para completar, o modelo da Fiat ainda tem três opções com motorização turbo: a Audace, que sai por R$ 122.490, a Impetus, que já custa R$ 134.490, e a esportiva Abarth, por R$ 149.990.
Esses valores contrastam bastante com os preços de lançamento do Pulse, que chegou ao mercado brasileiro em outubro de 2021. Naquela época, e ainda sem a versão Abarth, a linha começava em R$ 80 mil e chegava a R$ 116 mil.
Mesmo assim, o Pulse consegue atrair mais consumidores se falarmos apenas de seus preços, seja na versão de entrada ou na topo de linha, que oferece um bom conjunto mecânico. Por isso, o italiano leva a melhor nesse tópico.
Veja quanto custa o Pulse 2024 (com o valor máximo com todos os opcionais):
- Pulse Drive 1.3 MT – R$ 103.990 (R$ 106.880)
- Pulse Drive 1.3 CVT – R$ 110.990 (R$ 113.880)
- Pulse S-Design 1.3 CVT – R$ 115.990
- Pulse Audace 1.0 Turbo CVT – R$ 122.490 (R$ 129.460)
- Pulse Impetus 1.0 Turbo CVT – R$ 134.490 (R$ 137.340)
- Pulse Abarth 1.3 Turbo AT – R$ 149.990
VENCEDOR: Pulse.
Equipamentos
Olhando com mais atenção para o que cada um oferece, vemos que o Kicks tem um pacote mais racional em suas versões intermediárias. Ou seja, a opção de entrada Active pode não ser uma boa.
Nesse caso, ele entrega banco do motorista com ajuste de altura, volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, piloto automático, lanternas em LED, A/C, controle de tração e estabilidade, 6 airbags, assistente em rampa, entre outros.
Já a intermediária Advance adiciona rodas de liga leve aro 17, sensor crepuscular, chave presencial, painel em HD de 7″, botão de partida, câmera de ré, sensores de estacionamento e multimídia de 8″, com Apple CarPlay e Android Auto.
A Exclusive tem ar digital e automático, carregador wireless, faróis em LED, alertas de colisão frontal, de mudanças de faixa e de tráfego cruzado traseiro, câmera 360º, monitoramento de ponto cego e som Bose, mas custa quase R$ 150 mil.
Pulando para o Pulse, vemos uma versão de entrada mais caprichada, com A/C automático digital, multimídia de 8,4″ com espelhamento sem fio, faróis e lanternas em LED e piloto automático, ainda que ele tenha apenas 4 airbags.
Acima, a versão Drive AT adiciona apenas o câmbio automático e a S-Design tem visual escurecido e carregador wireless. Com motor turbo, o Pulse Audace ganha rodas diamantadas e volante em couro.
Ou seja, a opção topo de linha com motor 1.0 turbo Impetus acaba sendo uma boa, pois agrega bancos em couro, multimídia de 10,1″, painel digital, rodas de 17″, GPS e pacote ADAS (frenagem autônoma, alerta de mudança de faixa e farol alto automático).
Olhando para o custo-benefício, a melhor opção do Kicks é a versão Advance (R$ 132.990), enquanto o Pulse já começa bem na versão Drive (R$ 103.990) e fica bem completo na topo de linha Impetus Turbo (R$ 134.490).
VENCEDOR: Pulse.
Motor
Quando o assunto é a motorização de cada SUV, podemos dizer que o embate entre Kicks e Pulse terminaria empatado se o modelo da Fiat tivesse apenas as versões com o motor 1.3 aspirado.
E isso fica evidente nos números. O modelo da Nissan tem motor 1.6 de até 113 cv e 15,3 kgfm, com câmbio automático de 6 marchas, enquanto o rival é 1.3 e entrega 107 cv e 13,7 kgfm, com câmbio manual manual ou automático.
Apesar da diferença nos números, na prática o desempenho é muito parecido. O Kicks chega aos 100 km/h em 11,8 segundos, enquanto o Pulse 1.3 MT faz o mesmo em 11,7 segundos e o 1.3 CVT leva 11,4 segundos.
Na velocidade máxima, o japonês alcança 175 km/l, enquanto seu rival chega a 178 km/l na versão manual e 177 km/l na automática. Pouca diferença, e ela ainda aparece em favor do Pulse.
Mas o fato é que o italiano não tem apenas esse motor, mas também conta com propulsores mais fortes: o 1.0 turbo tem 130 cv e 20,4 kgfm, com o mesmo câmbio CVT, enquanto a versão Abarth 1.3 turbo tem 185 cv e 27,5 kgfm, com transmissão automática de 6 marchas.
Novamente falando sobre o desempenho, o primeiro acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e chega a 189 km/h, enquanto a versão esportiva precisa de apenas 7,6 segundos e tem máxima de 215 km/h.
E ainda resta falar sobre o consumo, onde o Pulse consegue ótimos números com sua versão 1.3 aspirada, especialmente quando equipado com câmbio automático. Confira:
Consumo | Kicks 1.6 | Pulse 1.3 MT | Pulse 1.3 AT | Pulse 1.0 Turbo | Pulse Abarth |
Cidade – etanol | 7,8 | 9,0 | 9,0 | 8,4 | 6,8 |
Cidade – gasolina | 11,4 | 12,5 | 12,8 | 12,1 | 10,0 |
Estrada – etanol | 9,6 | 10,4 | 10,3 | 10,2 | 8,8 |
Estrada – gasolina | 13,9 | 14,7 | 14,0 | 14,4 | 12,3 |
VENCEDOR: Pulse.
Visual e design
A Nissan acertou no visual do Kicks desde o começo, antes do modelo receber a atualização que temos hoje. E mesmo nela, a marca foi capaz de ajustar alguns aspectos específicos que melhoraram ainda mais seu modelo.
O mesmo ocorreu com o Pulse, que agradou o público brasileiro assim que chegou. Ainda que exista uma diferença notável entre o modelo de entrada e as versões mais caras, o italiano é bonito.
Falando sobre as medidas, o Kicks tem 4,31 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de entre-eixos, sendo maior que o Pulse no comprimento (4,10 m), na altura (1,57 m) e no entre-eixos (2,53 m), mas perdendo na largura (1,77 m).
Vale ressaltar que, na versão Abarth, o modelo da Fiat mede 4,11 metros de comprimento e 1,54 m de altura, enquanto as outras medidas são as mesmas.
No porta-malas, o SUV da Nissan ganha facilmente, pois ele é um dos melhores da categoria nesse quesito. São 432 litros nesse compartimento, contra 370 litros do Pulse em todas as suas versões.
Tirando de lado o aspecto visual, que cada um pode ter uma opinião, o Kicks acomoda melhor passageiros adultos e ainda leva as bagagens com mais facilidade.
VENCEDOR: Kicks.
Manutenção
Os dois SUVs seguem o padrão de revisões a cada 10.000 km ou 12 meses, e eles também aparecem com o mesmo tempo de garantia, que é de 3 anos.
Olhando para os valores de manutenção, porém, o Kicks acaba sendo mais barato até os 60.000 km. Revezando entre dois valores fixos, suas paradas somam quase R$ 4,4 mil.
Já o Pulse varia entre cada versão e também no valor de cada ida à concessionária. A versão mais barata é a 1.3 aspirada, que chega a R$ 4,6 mil. Depois aparecem as versões 1.0 turbo (R$ 4,8 mil) e Abarth (R$ 5,7 mil).
Revisões | Kicks 1.6 | Pulse 1.3 | Pulse 1.0 Turbo | Pulse Abarth |
10.000 km | R$ 588,00 | R$ 540,00 | R$ 660,00 | R$ 760,00 |
20.000 km | R$ 876,00 | R$ 616,00 | R$ 676,00 | R$ 880,00 |
30.000 km | R$ 588,00 | R$ 616,00 | R$ 764,00 | R$ 760,00 |
40.000 km | R$ 876,00 | R$ 1.456,00 | R$ 860,00 | R$ 1.080,00 |
50.000 km | R$ 588,00 | R$ 584,00 | R$ 688,00 | R$ 792,00 |
60.000 km | R$ 876,00 | R$ 816,00 | R$ 1.196,00 | R$ 1.456,00 |
TOTAL | R$ 4.392,00 | R$ 4.628,00 | R$ 4.844,00 | R$ 5.728,00 |
VENCEDOR: Kicks.
Vendas
Finalmente, chegamos ao último embate entre esses dois modelos: o desempenho nas vendas. Já podemos adiantar que o Kicks é um dos mais vendidos por aqui, ficando atrás apenas de T-Cross, Tracker, Creta, Compass e Nivus.
Até outubro, foram 41.770 unidades emplacadas, com 6,68% de participação no segmento e a 6ª posição assegurada.
Enquanto isso, o Pulse aparece na 9ª colocação, com 5,85% e 36.552 carros vendidos no ano.
Olhando para o desempenho apenas em outubro, dá pra ver que os dois estão melhorando suas vendas.
O modelo da Nissan emplacou 6.115 unidades, enquanto o Fiat teve 4.157 vendas, ambos acima de sua média em 2023.
VENCEDOR: Kicks.
Conclusão
Em alguns duelos anteriores, vimos que um SUV dominou seu rival em diversos quesitos, mas aqui a história foi diferente: tivemos um empate, com três vitórias para cada lado.
O Pulse levou a melhor no preço, nível de equipamentos e motorização, enquanto o Kicks ficou na frente no espaço interno, custo de manutenção e desempenho nas vendas.
Isso indica qual caminho você deve seguir se estiver em dúvida entre esses rivais: vá de Pulse se preferir um carro mais barato e eficiente, mas opte pelo Kicks se precisa de espaço e quer gastar menos com as revisões.
Fichas técnicas
Kicks |
Pulse |
|
Preço | R$ 112.990 a R$ 148.790 | R$ 103.990 a R$ 149.990 |
Motor | 1.6 | 1.3, 1.0 turbo e 1.3 turbo |
Potência e torque | 113 cv e 15,3 kgfm | 1.3 – 107 cv e 13,7 kgfm |
1.0 turbo – 130 cv e 20,4 kgfm | ||
1.3 turbo – 185 cv e 27,5 kgfm | ||
Câmbio | CVT de 6 marchas | MT5, CVT ou AT6 |
Aceleração e velocidade máxima | 11,8s e 175 km/h | 1.3 – 11,7s/11,4s e 178/177 km/h |
1.0T – 9,4s e 189 km/h | ||
1.3T – 7,6s e 215 km/h | ||
Consumo cidade | 7,8 km/l (E) e 11,4 km/l (G) | 1.3 – 9 km/l (E) e 12,5/12,8 km/l (G) |
1.0T – 8,4 km/l (E) e 12,1 km/l (G) | ||
1.3T – 6,8 km/l (E) e 10 km/l (G) | ||
Consumo estrada | 9,6 km/l (E) e 13,9 km/l (G) | 1.3 – 10,4/10,3 km/l (E) e 14,7/14 km/l (G) |
1.0T – 10,2 km/l (E) e 14 km/l (G) | ||
1.3T – 8,8 km/l (E) e 12,3 km/l (G) | ||
Rodas e pneus | 205/60 R16 ou 205/55 R17 | 195/60 R16 e 215/50 R17 |
Medidas | comprimento, 4,31 m; altura, 1,59 m; largura, 1,76 m; entre-eixos, 2,61 m | 1.3 e 1.0T – comprimento, 4,10 m; altura, 1,57 m; largura, 1,77 m; entre-eixos, 2,53 m |
1.3T – comprimento, 4,11 m; altura, 1,54 m; largura, 1,77 m; entre-eixos, 2,53 m | ||
Tanque | 41 litros | 47 litros |
Porta-malas | 432 litros | 370 litros |
Peso | 1.122 kg a 1.139 kg | 1.3 – 1.187 kg |
1.0T e 1.3T – 1.281 kg |
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