O novo governo eleito da Argentina, liderado por Javier Milei, pretende mudar a relação comercial com o Brasil e outros membros do Mercosul, já que a proposta é conferir liberdade aos parceiros do bloco para fecharem acordos de livre-comércio de forma independente.
O presidente eleito da Argentina quer rever o acordo comercial com o Brasil, em especial ligado ao setor automotivo, onde em cada 10 veículos importados pelo país latino, 8 são de fabricação brasileira.
A Argentina exporta 62,8% de sua produção de veículos para o Brasil, com 202.406 unidades enviadas do país hermano para cá em 2022, enquanto enviamos para lá 137.135 unidades.
No ano passado, a Argentina enviou 75.065 unidades da Stellantis, 62.437 da Toyota e 19.744 da VW, sendo estas as maiores exportadoras de lá para cá.
Ainda assim, a GM mandava os modelos Cruze e Cruze Sport6, a Fiat com o Cronos, a Peugeot com o 208, a Ford com a Nova Ranger e a Nissan com a Frontier, enquanto a Toyota envia os modelos SW4 e Hilux (foto), com a VW enviando Amarok e Taos.
Milei quer “negociações bilaterais ou multilaterais terão início imediato com todos os países e regiões com os quais haja a possibilidade de alcançar acordos de livre comércio ou outros de natureza comercial semelhante”.
O novo governo quer rever a política comercial entre os dois países, porém, os termos acumulam 400 páginas e parece que Milei terá muitas dificuldades em mudar isso, porém, o desejo de zerar taxas de importação com outros países, deve atingir diretamente o Brasil.
O temor, nesse caso, é que a Argentina acabe fechando um acordo com livre comércio com players como a China, o que arruinaria de vez as exportações brasileiras para o vizinho do sul, em especial se forem de carros elétricos e híbridos.
Enquanto a Argentina parece mais distante do Brasil no setor automotivo, o México está mais próximo, por passar o hermano como principal destino de carros exportados em 2023.
[Fonte: AE]
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