Ele é o líder de vendas no mercado brasileiro há mais de três anos e emplaca mais do que a maioria das marcas. Sozinho, o Chevrolet Onix seria a quarta marca mais vendida do Brasil, se fosse uma.
Agora, além de hatch, ele aparece também como sedã e é este que avaliamos agora, o Onix Plus 2024.
O Chevrolet Onix Plus Premier é o topo de linha do novo sedã compacto da GM e traz algumas surpresas boas.
A começar pelo motor 1.0 Turbo que surpreende em desempenho e, principalmente, em economia.
Ele vem com recheio interessante, ainda mais na hora de estacionar e de ficar na “net”.
Custando a partir de R$ 73.190, mas com tudo dentro, o Onix Plus Premier pula para R$ 76.190.
Por fora…
Olhando por cima, o Chevrolet Onix Plus lembra bastante o Cruze e até confunde algumas pessoas na rua. O sedã compacto tem visual agradável e equilibrado, sem exagerar nos detalhes e com proposta bem funcional.
A frente com faróis dotados de projetores tem lentes de desenho interessante, mesmo sem assinatura em LED. Essa iluminação adicional em LED e envolvida em cromo, fica no para-choque, em molduras que lembram bumerangues.
A grade dupla com frisos pretos, assim como nas tais molduras laterais, marcam a presença do modelo.
Nas laterais, as rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 195/55 R16, possuem desenho elegante e bom acabamento diamantado.
Os retrovisores grandes chamam atenção, bem desenhados, mas os piscas auxiliares ficam nos para-lamas. Destaque para maçanetas e frisos cromados na base das janelas.
Atrás, as lanternas duplas com feixes de LED dividiram opiniões, mas o conjunto em si ficou bom.
O para-choque traseiro tem até um desenho mais expressivo que o frontal, completando o visual do Onix Plus.
Por dentro…
Discreto por fora, o Onix Plus também não veio para chamar muito atenção por dentro. O ambiente é bem sóbrio, mas com uma pitada premium no Premier, que no pacote completo tem opção de caramelo “Maple Sugar” e preto.
A tonalidade fica nas portas e painel, diferenciando o ambiente das demais versões. Existe a opção do cinza também.
No painel existe uma textura diferenciada. O acabamento geral não tem materiais soft, o que infelizmente já era esperado em um sedã compacto.
O volante novo tem design atraente e uma pegada boa, só o ajuste da coluna é que poderia ser mais suave e preciso.
Dependendo da posição, gera uma pequena briga para travar. Pode ser coisa das primeiras unidades, então, se você já tem o carro, comente.
O cluster tem bom aspecto e é bem funcional, tendo um computador de bordo completo, mas seu acionamento por um botão na haste do limpador não é o melhor. Um botão na ponta da haste é bem mais ergonômico.
A multimídia MyLink 3 tem belo visual e operação intuitiva, sendo muito fácil acessar todas as funcionalidades.
A câmera de ré tem boa visualização e os sistemas Android Auto e Car Play ajudam no dia a dia. Pode-se acessar o OnStar (também pelo console no teto) e conexão com internet.
Outra funcionalidade boa do MyLink 3 é o ar condicionado automático com ajustes fáceis de operar na tela. Esta, de sete polegadas, poderia ser maior. O ar condicionado digital tem comandos renovados, tendo logo abaixo o slot para recarga sem fio de smartphones mais sofisticados.
Há um alerta para objetos colocados inadvertidamente nesse local, inclusive aviso no MyLink, caso ocorra. Existe o risco de incêndio em objetos metálicos. Por isso cabe uma forte observação.
Os bancos em couro são confortáveis e se ajustam bem ao corpo. Atrás, o espaço para pernas é bom, mas inferior do ao VW Virtus, por exemplo. Afinal, são 2,60 m contra 2,65 m de entre-eixos.
Os apoios de cabeça traseiros são projetados e apoiam bem quando levantados. Quem vai atrás tem luz central e duas portas USB, sendo que a terceira fica na frente. O porta-luvas é pequeno e há luzes de leitura na frente.
O porta-malas tem 469 litros. Sim, perdeu 31 litros para o Prisma, contudo ainda assim são suficientes. O banco bipartido ajuda a ampliar o espaço.
Conectado
O Onix Plus Premier vem com a internet 4G da Claro com Wi-Fi, podendo conectar até sete aparelhos. Ela funciona muito bem em diversas situações e o processo para conectar é muito simples.
A velocidade de navegação e download é muito boa. Ela serve bem para usar a internet dentro do carro. Fora, o alcance é de 15 m, mas o problema é manter o MyLink ligado. Após alguns minutos com o carro desligado, ele apaga e lá se foi a conexão.
Bom é que não é necessário apertar o botão de partida para liga-la novamente. O pacote de 3 GB parece ser suficiente para uso durante um mês, para quem não vai usar muito.
O proprietário obviamente usará sua rede doméstica e a do trabalho para navegar longe do carro, isso sem contar os dados do celular quando estiver em outro local.
Por ruas e estradas…
O Chevrolet Onix Plus chega para deixar o passado do Prisma para trás. Agora, com motor turbinado, o novo sedã anda solto… O pequeno três cilindros com turbocompressor, intercooler e injeção indireta flex, caiu bem no modelo.
Mesmo sem os bicos injetores colocados diretamente na câmara de combustão, a engenharia da GM resolveu a questão do consumo e fez bem a lição de casa.
Com 116 cavalos, tanto no álcool quanto na gasolina, o Chevrolet Onix Plus 1.0 Turbo (teremos o 1.0 aspirado também) alcança essa força aos 5.500 rpm.
Já os torques são de 16,3/16,8 kgfm em somente 2.000 rpm, respectivamente com gasolina e etanol.
Os números são bons, mas não surpreendentes em relação aos concorrentes. De qualquer forma, tais valores se mostram mais do que suficientes para a proposta do carro.
Sim, o pequeno motor empurra bem o Onix Plus, fazendo isso de forma progressiva, suave e com vontade de mostrar serviço.
Não há socos ou impulsos bruscos por conta do turbo, mas uma progressão que mostra vigor e empolga.
O ronco típico do motor de três cilindros é mais grave do que se espera e o silvo da turbina pode ser ouvido com os vidros abertos…
O Onix Plus 1.0 Turbo tem saídas ágeis e retomadas igualmente agradáveis, com uso de pouca rotação para cumprir a missão.
Ultrapassagens? Pode fazer sem mover o ponteiro do conta-giros. Aliás, dependendo da ponte ou aclive de rua, ou estrada, ele permanece onde está.
Isso mostra toda a força do torque em baixa, funcionando plenamente e traduzindo-se em eficiência.
Sim, ele é o melhor dos dois mundos também. Com bom escalonamento das seis marchas na caixa automática GF6-3, o Onix Plus deslancha na cidade ou na estrada.
Parece ter mais força que os números apresentam, especialmente no caso do torque, e olha que estávamos com gasolina.
Gostoso de acelerar, o Onix Plus não tem nenhuma comparação com o antigo.
No entanto, a transmissão ainda apresenta alguns pequenos trancos entre primeira e segunda marcha, coisas que a integração precisa ajustar adiante.
Aliás, falando no câmbio, quando era apenas Prisma, o tal botão na alavanca até podia ser funcional, embora nada ergonômico.
No Onix Plus, sim, ele precisa de paddle shifts. O sedã anda bem, muito bem. É um pecado não ter as borboletas para saber até aonde vai este novo carro.
Se quiser saber disso no Onix Plus Premier, terá que jogar a posição para L (parece mais um CVT com essa designação).
No L (Low), a rotação sobe imediatamente e só aí é possível mudar as marchas no botão da alavanca.
Não é nada legal fazer isso, mas o interessante é que você pode colocar até a sexta com o carro parado...
Cada posição segura a marcha, mas não reduz. É um bom freio motor para descidas longas e íngremes, como serras, por exemplo.
Agora, para saídas rápidas e condução esportiva, não é nada intuitiva.
Rodando com o Onix Plus na cidade, ele geralmente fica entre 1.500 e 2.000 rpm. Na estrada, 2.300 rpm a 110 km/h.
É aí que ele “estaciona” mesmo em aclives longos, ultrapassagens e retomadas moderadas, mesmo com quatro adultos e alguma bagagem.
Nesse ponto, o Onix Plus parece outro carro, forte e decido a manter sua força máxima em giro adequado.
O torque abundante exige pouco mais de 3.000 rpm e subidas maiores ou retomadas com muito mais velocidade. Dá para andar esportivamente bem entre isso e 4.000 rpm.
Em subida de serra, como na Rodovia dos Imigrantes, ele só sai dos 2.300 rpm em duas ou três ocasiões (sem trânsito, é claro) e mantendo fielmente o limite de 100 km/h.
Se os Onix/Prisma antigos eram carros apenas para o dia a dia urbano, este novo pode viajar com sobra e está longe de dar respostas lentas ou mostra fraqueza.
Na cidade, fizemos 13,8 km/l, enquanto na estrada, o consumo surpreendeu com média de 19,9 km/l. Em muitos trechos, o consumo foi para mais de 20 km/l. Sempre rodando no limite da rodovia.
No dia a dia, o Onix Plus Premier é um carro gostoso de guiar. A direção elétrica é bem progressiva, muito leve em manobras e firme em alta velocidade.
O conjunto de suspensão está bem calibrado para nossa realidade, mesmo em pisos irregulares e cheios de buracos, filtrando razoavelmente bem as imperfeições.
Nas curvas, o conjunto é bem equilibrado e com pouca tendência de saída de traseira.
O Novo Onix vem com controles de tração e estabilidade, assim como assistente de rampa.
Os freios também estão calibrados como devem ser. Graças à maior rigidez, o sedã se comporta melhor.
Durante a condução, o alerta de ponto cego avisa sobre veículos nas laterais, indicados nos retrovisores, mas sem correção de direção.
Nesse caso, o único sistema que assume o volante é o estacionamento automático.
Ativado por um botão no painel, basta indicar o lado com a seta e optar entre vaga paralela ou perpendicular.
O volante dá uma leve tremida e o display do cluster aponta com uma seta que vai sendo preenchida até o aviso “Stop”.
O sistema aponta quando engatar drive ou ré, ficando o motorista a apenas controlar o pedal do freio em toda a operação.
No processo de estacionamento, a manobra pode ter várias etapas, dependendo do tamanho da vaga. Ele deixa o Onix Plus Premier parado direitinho na vaga.
Por você…
O Chevrolet Onix Plus Premier é a versão mais cara do novo sedã, que parte de R$ 58.790. O preço é alto para a realidade brasileira, mas todos em sua categoria também são.
Por R$ 76.190, essa opção mais completa está bem abaixo das mais caras de seus rivais.
Basta olhar para o VW Virtus Highline passando dos R$ 90 mil ou o Fiat Cronos HGT surfando a mais de R$ 86 mil.
Até o discreto Toyota Yaris Sedan XLS custa R$ 85.990. O mais próximo do Chevrolet é o Hyundai HB20S Diamond Plus por R$ 81.290 completo.
Nessa briga, só se salva do Nissan Versa 1.6 CVT, que vai até R$ 72.190. Ainda assim, R$ 1.000 a menos que o Premier básico.
Obviamente, cada modelo tem seus atributos, especialmente em conteúdo.
No caso do Onix Plus Premier, ele chega para a briga com boa performance, muita economia, conectividade superior e até estaciona sozinho…
Vale a pena? O que você acha?
Medidas e números…
Ficha Técnica do Chevrolet Onix Plus Premier 2020
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 3 em linha, turbo, flex
Cilindrada – 999 cm³
Potência – 116 cv a 5.500 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 16,3/16,8 kgfm a 2.000 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – automática de seis marchas com mudanças manuais na alavanca
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 10,9 segundos (etanol)
Velocidade máxima – 185 km/h (etanol)
Rotação a 110 km/h – 2.300 rpm
Consumo urbano – 13,8 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 19,9 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e tambores traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 16 com pneus 195/55 R16
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.474 mm
Largura – 1.730 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.471 mm
Entre eixos – 2.600 mm
Peso em ordem de marcha – 1.117 kg
Tanque – 44 litros
Porta-malas – 469 litros
Preço: R$ 73.190 (preço base) R$ 76.190 (versão avaliada)
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