Talvez você já saiba do que acontece lá fora, mas isso só se tornará realidade aqui, oficialmente, em 2025.
Até lá, o Porsche Taycan Turbo S 2024 continua a ser o suprassumo de poder elétrico da marca alemã aqui no Brasil e com preço milionário.
Sendo um Porsche, o Taycan Turbo S tem sobrenome de poder e performance, por isso, não poderia custar menos que R$ 1.099.000. Bem, isso limpo, realmente, já que a versão avaliada pelo NA, tem alguns opcionais que o deixam ainda mais luxuoso e sofisticado.
Com tudo dentro, pelo menos o que foi adicionado a este carro, o preço salta para exatos R$ 1.273.869,00.
É o tipo de conta que ninguém gostaria de somar, aliás, nem mesmo quem tem dinheiro para levar um Taycan Turbo S para casa, mas é como a Porsche trabalha e, pelas vendas do modelo aqui, muitos não estão reclamando disso.
Um carro como o Taycan Turbo S não pode ser encarado simplesmente como um automóvel que você chega na loja e sai dirigindo.
São meses de espera pela configuração cuidadosamente executada para os itens adicionados estarem conforme o desejo do cliente.
Fora isso, são dois motores, 761 cavalos, um sistema elétrico de 800 volts e um pacote tecnológico, sem contar uma aceleração instantânea e uma boa autonomia, ainda que os números contem outra história.
Só isso? Não, tem muito mais.
Passado e futuro esculpidos
O Porsche Taycan Turbo S, assim como as demais versões do bólido, fundem o passado da marca, em linhas que rementem aos anos 60 com o 911, mas que profundamente levam até os anos 50 com o 356.
Com carroceria baixa e larga, o esportivo alemão evoca desempenho em suas partes, com rodas RS Spyder Design aro 21 polegadas com pneus 265/35 ZR21 na frente e 305/30 ZR21 atrás. Este modelo de roda custa um extra R$ 2.517.
Com faróis full LED Matrix inteligentes que adicionam R$ 2.161 ao preço. Atrás, as lanternas full LED possuem o logotipo com nome Porsche iluminado que opcionalmente sai por R$ 3.283.
Tendo maçanetas retráteis, assim como um aerofólio traseiro e detalhes escurecidos, o Taycan Turbo S tem ainda um teto panorâmico sofisticado e a pintura Ultraviolet, que custa R$ 40.493, ou seja, o preço de um carro usado.
Tendo para-choques Sport Design e retrovisores na cor do carro, o preço desses opcionais chega a R$ 16.636. Nas portas, há iluminação com nome Porsche projetado, custando R$ 1.313 como opcional. A impressão geral chama atenção, mesmo em cidades como São Paulo, por exemplo.
Dentro, o Porsche Taycan Turbo S expõe uma combinação de tons de preto e um caramelo chamado Amora, que reveste todo o ambiente, mesmo as soleiras, colunas, guarnições, portas, console, túnel, etc.
Praticamente onde se toca ou se pisa é de couro costurado. Trata-se de uma série de apliques decorativos que incluem ainda o logo da Porsche em relevo e para-sol em couro. Quanto? Somando, esses opcionais chegam a R$ 25.941…
Com painel seguindo as linhas básicas da marca, o Taycan Turbo S contam com HUD colorido, assim como cluster digital touchscreen com reprodução de mapas de navegação, funcionalidades de performance e eficiência, entre outros.
Eles são controlados no belíssimo volante sem paddle shifts, já que se trata de um elétrico, mas com seletor de modos de condução. Há também nele, ajuste elétrico da coluna com memória e haste do controle de cruzeiro adaptativo.
O painel tem ainda o cronógrafo do pacote Sport Chrono, que custa R$ 4.625, que somado ao HUD de R$ 7.333, chega a R$ 11.958. Há também, além da multimídia PCM, uma tela de entretenimento do passageiro que custa R$ 4.706.
Não perca as contas! Num ambiente onde o ionizador custa R$ 1.313 e os bancos dianteiros ventilados adicionam mais R$ 4.652, fica fácil se perder nos cálculos, mas não mais quando se olha para cima.
O teto panorâmico tem um vidro fixo com transmissão de luz variável, como a Porsche se refere ao sistema que permite deixar a superfície opaca para não adentrar a luz ou transparente.
Melhor? Então, pode-se fracionar a luz em espaços separados e inverter essa ordem. Mais? Pode-se então abrir ou fechar cada um desses nichos com um movimento touchscreen na tela do PCM. Preço? Impressione seus amigos por R$ 23.202.
Dentro, o espaço para quatro é o ideal, ainda que o Taycan Turbo S admita oficialmente um quinto passageiro, mas ele ficará pouco confortável entre as duas poltronas traseiras.
A altura interna é boa, mesmo atrás, onde há uma queda do teto, mas alguém com até 1,80 m não terá problemas ali.
Já o porta-malas do Porsche Taycan Turbo S tem acesso com uma tampa de abertura elétrica, porém, os 447 litros disponíveis são tomados em mais de 50% por um enorme estepe, reduzindo muito a capacidade de bagagem.
Na frente há outro compartimento, mas somente suficiente para os cabos de carregamento.
Preparado para alçar voo
O Porsche Taycan Turbo S continua a ser uma máquina para se explorar ao máximo o poder da energia, entregue instantaneamente com seus 761 cavalos, bem distribuídos entre os dois motores elétricos, alimentados por uma enorme bateria de 93,4 kWh.
Na frente, o motor tem 258 cavalos e 40,8 kgfm, enquanto o traseiro entrega 455 cavalos e 56,1 kgfm, disponibilizando no total 761 cavalos e 107,1 kgfm.
Isso tudo é suficiente para levar o Taycan Turbo S de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos e com final de 260 km/h. Ele só não é mais veloz por conta dos motores elétricos.
O Taycan Turbo S tem alguns modos de condução, como Range, Normal, Sport, Sport Plus e Individual, com o primeiro focando essencialmente na economia de energia e chega ao ponto de desligar o ar condicionado e a multimídia do passageiro para o carro chegar até um eletroposto.
Já o Normal é para o dia a dia, mantendo a suspensão em altura adequada e entregando um desempenho acima do esperado, bastando pressionar mais o pedal para se obter arranques realmente impressionantes, tal como no modo Range, que ainda corta boa parte da energia.
No dia a dia, o Taycan Turbo S tem excelente resposta ao acelerador, freios e direção.
Como é elétrico, ele entrega muita força, mas no modo Normal, a programação atenua saídas abruptas e o enorme Porsche, com seus 4,963 m de comprimento, 1,966 m de largura, 1,378 m de altura e 2,900 m de entre eixos, se desloca como um lorde, sem ficar exigindo do condutor uma direção mais esportiva a todo tempo.
Na cabine devidamente fechada e “pressurizada”, com direito a fluxos de ar ajustáveis por touchscreen, pouco se ouve do movimento do Taycan Turbo S.
Mas se a ideia é sentir um pouco mais de emoção, basta ligar o som digitalizado que não imita um motor. Ele se assemelha mais a uma nave de ficção científica focada no mundo automotivo. Não é como um V8 biturbo com tudo dentro, mas é melhor que apenas um som elétrico como de um metrô.
De movimentos rápidos, o Taycan Turbo S vai de 8 a 80 na força do pé direito ou na preparação para “decolagem” a partir dos modos Sport e Sport Plus.
Mas, para que dois modos esportivos? O primeiro podemos usar no dia a dia urbano, ainda que se tenha em mente os limites de velocidade da região.
É uma força realmente empolgante, que faz os 2.295 kg do peso dessa máquina, desaparecem rapidamente diante da aceleração que te faz grudar no assento envolvente, feito exatamente para isso e com todo conforto.
É pisar e ver o nível de força subir como se realmente fosse entrar no hiperespaço. Com todo mundo preso aos bancos, o Taycan Turbo S no modo Sport é um passeio realmente emocionante.
Mas, chegar ao modo Sport Plus com o Sport Chrono pronto, deve ser como estar numa catapulta a bordo de um Super Hornet.
Com o carro parado e o seletor do volante nessa posição, os sons mudam, ligando-se as ventoinhas da suspensão e da refrigeração, acreditamos, rebaixando a altura do carro e energizando os potentes motores.
Como no Super Hornet, o Taycan Turbo S abaixa e se prepara para uma rápida aceleração, que surge como um soco e deixa todos a bordo fusionados com os assentos. Nisso, o mundo em volta se move como num flash, fazendo o Porsche alcançar 100 km/h em menos tempo do que dizer palavra qualquer.
O arranque é brutal e não poderia deixar de ser, afinal, com tanta cavalaria surgindo do “zero” e força nas quatro rodas, o Porsche Taycan Turbo S supera fácil, carros bem mais potentes e caros.
Além disso, garante uma condução apurada, com freios e direção adaptados em cada modo, não deixando passar nada que não seja necessário para se aproveitar todo o potencial do bólido.
Na cidade, a baixa altura é um problema que exige que você alterne a altura do chassi entre Regular e Elevar, com esta última mais em lombadas e rampas.
Dependendo das ruas, rodar com o Taycan Turbo S não é uma tarefa agradável, dados buracos e depressões que causam sempre preocupação.
Mesmo pneumática, a suspensão não filtra isso tudo e melhor mesmo é rodar no chassi com amortecimento Sport, pois, por incrível que pareça, o Taycan tende a oscilar muito com a maciez no modo Normal, quando em vias irregulares. Isso é um convite para raspadas sob o carro, o que nos faz temer sempre pela bateria…
Em nossa realidade urbana, rodar com o Taycan Turbo S nunca será uma tarefa monótona, especialmente se decidir ir por rotas, de modo a cortar caminho.
Se você já conhece parte delas e sabe que são ruins, não vá, porque o enorme Porsche pode ter problemas em vencer alguns obstáculos não naturais de uma via pública digna.
No entanto, na estrada, o céu é o limite. Ou melhor, a via e a fiscalização. É estranho você decolar de um porta-aviões com um Super Hornet e ter que fazer a rota de um E-Jet comercial.
Enfim, essa é a regra e sair dela fica por conta e risco. Então, dentro da “aerovia” até o limite que se tem, pode-se explorar muito do Taycan Turbo S, que não vê diferença em velocidades, muito menos em retomadas, sempre acima da média.
Imponente, ele até impõe respeito aos que tentam “faroletar”. Os apressadinhos até tomam outra faixa ilegalmente e vão adiante.
O poder de 761 cavalos pode ser usado a qualquer momento, fazendo a distância se encolher como uma dobra espacial. Ok, nem tanto, mas as retomadas, mesmo em cruzeiro elevado, são de tirar o fôlego de alguns.
Nas curvas, neutralidade máxima, garantindo fazê-las em velocidade alta, assim como mudanças rápidas de direção, como se ele fosse um trem.
Numa posição de dirigir essencialmente esportiva, o condutor vê o mundo a sua volta com outros olhos. Afinal, não é todo dia que se está num carro tão poderoso e rápido, capaz de curvar incrivelmente rápido e ainda assim, rodar suavemente como se fosse um sedã grande comum.
Com o PDCC (Porsche Dynamic Chassis Control Sport), que custa R$ 15.049, o Taycan Turbo S tem nesse pacote de controle dinâmico com ajustes de suspensão, freios e direção, entre outros, um item obrigatório.
Da mesma forma, como diz um slogan por aí, não há poder sem controle e o PCCB (Porsche Ceramic Composite Brake) com discos perfurados e pinças em preto brilhante, custam R$ 3.777.
Para dirigir a noite, um item auxilia bastante além do HUD, o sistema de visão noturna, que adiciona R$ 10.179 ao valor do carro, assim como um sistema de estacionamento automático que não deixa o carro se aproximar demais em outro nas manobras, por mais R$ 7.689. Assim, termina aqui a nossa conta, mas a história continua.
No consumo, o Porsche Taycan Turbo S “bebe” bastante, com 4,54 km/kWh na cidade, sem o modo Range, diga-se de passagem. Então, ele pode ser mais eficiente, apesar do desconforto relativo. Na estrada, rodando a 120 km/h, o consumo 3,80 km/kWh, caindo pouco para 4,00 km/kWh a 100 km/h e 4,25 km/kWh a 80 km/h.
A autonomia ficou no máximo em 381 km, mas ela não entrega o alcance máximo e sim uma variação conforme o uso. Com 93,4 kWh, a célula de lítio tem um alcance mediano para sua proposta e para recarga doméstica de um sistema de 800 volts, só aterrado.
Num carregador de 7,4 kW, o tempo é longo, passando de 57% para 66% em 2 horas, passando de 257 para 273 km de alcance.
É preciso um wallbox para recarga doméstica e um eletroposto de 350 kW para não ter medo de acelerar o Taycan Turbo S no dia a dia ou em viagens, respectivamente. O bólido tem até dois plugues de recarga com portinholas retráteis.
Vale a pena, mesmo com…
Pois é, quando ele chegou para nós, a Porsche anunciou (no mesmo dia) a atualização na Europa, mas assim como o sabor agridoce da avaliação foi sentida na boca, quem espera pelo novo também se decepcionou com a data, só em 2025.
Então, até sabe se lá quando no próximo ano, o Taycan Turbo S que você pode comprar é esse.
De qualquer forma, pelo menos para quem não liga para ano/modelo ou atualização/facelift, o Taycan Turbo S atual continua a ser uma máquina que chama atenção pelo visual e notadamente pela performance.
Ele é excelentemente capaz e uma alternativa sensacional pelo preço de pouco mais de R$ 1,2 milhão, sendo mais rápido que alguns famosos italianos bem acima de R$ 4 ou 5 milhões.
Nessa configuração, o Porsche Taycan Turbo S é excelente em sua missão, com conforto, performance e tecnologia avançada, que só veremos nos carros comuns daqui a alguns anos e olhe lá.
Vale? Claro que vale! Para quem tem muito dinheiro, este bólido alemão, devidamente energizado, é um vislumbre do futuro com desempenho estonteante.
Porsche Taycan Turbo S 2024 – Galeria de fotos
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