Olá amigos, meu nome é Gilcimar, tenho 30 anos e moro em Formosa/GO, cidade a 65 km de Brasília/DF, e estou aqui para compartilhar uma experiência que tive ao adquirir meu segundo e bem querido veículo:
Fiat Stilo Sporting Dualogic 2010/2011, vulgo “Chapolin Cachaceiro”.
Quanto está com o teto-solar acionado chamo-o de “Chapolin Colorado Cachaceiro”.
INTRODUÇÃO
Meu primeiro carro foi um Fiesta Hatch 1.0, motor Endura, 1997/1997, com 78.000km de vida adquirido em 2006.
Até que gostava um “tiquito” dele, e eis que tive o azar de ser contemplado com retifica do motor em 1200.000km. Um prejuízo “módico” de R$ 3.600,00 em junho de 2009.
Após consertar o meu carro, cogitei a a possibilidade de aquisição de um veículo novo, zero em folha, para ficar “susse” da vida.
Nessa época, com o pouco do valor da venda do carro em maio de 2010, cerca de R$ 5.500,00, comecei a juntar dinheiro destinado ao financiamento.
Fiquei aproximadamente um ano e meio andando a pé até obter as condições necessárias para comprar meu segundo automóvel.
Em meados de julho de 2011, eis que me interessei pelo Novo Palio, pois fiquei bastante entusiasmado em adquiri-lo, ainda mais na versão Sporting Dualogic, pois me passava a impressão de que ele tinha tudo o que eu almejava: câmbio automatizado, ABS e air-bag, além de agregar um bom custo x benefício.
Já sabia, de certo modo, como era, na teoria, o câmbio automatizado e as principais diferenças do automático, e decidi me arriscar, apesar de algumas críticas negativas de antigos proprietários.
CONSÓRCIO: UMA MODALIDADE ATRAENTE
Uma semana após o lançamento oficial do Novo Palio, dirigi-me a uma concessionária da Fiat para conferir o valor do carro na versão Palio Sporting Dualogic.
Com R$ 12.500,00 de entrada, valor que juntei durante esse tempo, o carro ficaria com prestações “módicas, suaves e justas” de 60 x 796,48, totalizando R$ 47.778.
O valor do Novo Palio Sporting, no boom de seu lançamento, era de R$ 43.200,00 completo (não havia oferta de teto Sky Wind no início das vendas), cujo valor efetivo do bem equivaleria a R$ 60.288,80; o que acarreta R$ 17.058,80 de juros.
Não dava… simplesmente não dava para engolir esse financiamento, ainda mais depois de ficar tanto tempo a pé e velar pelo meu suor.
Sem delongas, principiei a pesquisar qual seria a melhor forma de comprar um automóvel esquivando-se do nefasto financiamento.
Consultei todos os bancos da minha cidade, 7 ao todo, e a unanimidade foi de que nas minhas condições o consórcio era a melhor modalidade.
Não citarei todos os bancos, mas naquela época, dezembro de 2011, os melhores foram o Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, respectivamente.
Fechei contrato com o Itaú, cujo valor total da taxa administrativa somaria altos R$ 5.631,63 (esse valor sofre alteração em virtude da valorização ou desvalorização do veículo).
Ainda sim julguei uma quantia alta para um consórcio, mas são R$ 11.427,17 de diferença para um financiamento.
Amigos, foram necessários 26 dias para fechar um consórcio com o Itaú, pois pesquisava a exaustão na internet e frequentava, quando podia, os bancos para entender essa modalidade de compra.
Ao longo das semanas, como já entendia os “paranauês” do consórcio, juguei mais sensato iniciar um grupo em andamento para aumentar as chances de ser contemplado, haja visto o percentual no valor do lance ser mais baixo, embora as parcelas iniciais fossem altas.
O plano ficou em 55 x R$ 828,69 em um grupo inicial de 72 meses; ou seja, me associei a um grupo com 17 meses de vida, restando-me 55 parcelas.
Uma formação inicial do grupo acarreta parcelas mensais menores; a contrapartida fica nos altos lances a ofertar, cujo percentual é de aproximadamente 45% a 60% incidido no valor da carta de crédito (para se ter uma ideia, fui contemplado com 25% do lance).
Decidi optar por uma carta de crédito baseada no Punto Attractive, equivalente a R$ 39.900,00. Nos dois primeiros meses, como não fui contemplado, arcava uma parcela mensal salgada de R$ 828,69.
No terceiro mês ofertei novamente meus R$ 12.500,00 e, graças a DEUS (sim acredito Nele) fui contemplado.
Por fim, optei por diluir o valor das parcelas, as quais de R$ 828,69 girava em torno de R$ 525,71 (atualmente pago 555,00 devido ao encarecimento do Punto). Parcela alta, mas em comparação ao financiamento…
Alegria!!! afinal foi necessária muita paciência para se adquirir a contemplação de carta de crédito, amigos! De R$ 12.500,00 disponho-me agora de R$ 39.900,00; um poder aquisitivo quatro vezes maior.
Eis a vantagem do consórcio, mas é uma modalidade que exige paciência e um planejamento para quem não dispõe de recursos altos.
INTERNET: UM INSTRUMENTO PODEROSO DE INFORMAÇÃO
Como estava decidido a comprar o Novo Palio Sporting Dualogic, retornei à concessionária para comprar o meu carro em março de 2012.
O problema é que, ciente que eu tinha uma carta de crédito de 39.900,00; acreditava inocentemente que se pagando à vista teria um desconto considerável. E tive: R$ 1.000,00.
O carro ficou cotado em R$ 42.200,00. Fiquei possesso!!!
A vendedora, vendo a oportunidade, queria me empurrar a versão Essence, mas eu já estava decido a comprar o Sporting; e infelizmente não tinha meios de obter R$ 2.300,00 devido à minha descapitalização no lance. Fiquei bravo por ver minha aquisição adiada por mais tempo…! e ainda bem que não deu certo naquela ocasião.
Desse dia em diante, fiquei quatro meses em busca de um carro. Cogitei até mesmo a compra de um Polo Hatch manual, mas o valor de R$ 44.500,00 desanimava-me bastante.
Os carros novos que eu almejava agregavam um valor alto, e isso me decepcionava dia após dia. Quase caí na besteira de fazer um empréstimo consignado para somar o montante… quase…
Foi então que comecei a pesquisar em sítios automotivos informações de como comprar um carro.
Disparadamente o NA foi o canal que melhor me oferecia informação no mundo automobilístico mundial e nacional: atualizações constantes, informações diárias e um sistema de “post informativo” bem dinâmico (sinto falta do botão “like” e da antiga homepage).
Comecei a ser um leitor assíduo e diariamente frequentava o sítio como expectador.
O que me despertava atenção no NA (Notícias Automotivas) era simplesmente a crítica que se fazia nesse país chamado Brasil ou República da Banana, principalmente nos quesitos voltados ao preço e à segurança automotiva.
Achava o máximo, e mesmo que muitos leitores atualmente julgam um tédio/saco ficar falando no alto preço dos carros, vide comparação direta ao Golf VII e as versões topo de linha de cada veículo, eu ainda acho que devemos bater nessa tecla, sim, sempre reclamar e reivindicar uma racionalização dos preços, pois senti na pele o que é ter expectativa de comprar um carro novo e caro: não se trata de pobreza financeira, mas a surrealidade mercadológica que impera no Brasil.
Foi pelo NA que principiou a vontade de se adquirir um carro semi-novo. Fascinava-me o compartilhamento de informações dos proprietários que adquiriram um em ótimas condições e estavam plenamente satisfeitos.
Percebi que meu leque havia se expandido e a concorrência era mais interessante, pois cheguei à conclusão de que comprar um carro de entrada novo é uma verdadeira chatice.
Dessa forma, nem me interessei em carros de entrada, já pesquisava logo sobre Punto, Polo, Tiida, New Fista Hatch, Sentra, Peugeot 307, Honda Civic e, até mesmo, uma perua que achava sensacional: Megane Grand Tour.
Pesquisava constantemente na internet sítios de carros usados, classificado de jornais e garagens da minha cidade. Era tanta opção, que às vezes me deixava levar pela emoção ao invés da razão.
Entretanto, deveria ser cauteloso, pois comprar um carro usado é bastante delicado.
Quatro meses pesquisando exaustivamente e sempre esperançoso.
Para minha surpresa, na segunda quinzena de junho de 2012, a mesma vendedora que me atendeu ligou para mim querendo saber se tinha interesse no Novo Palio Sporting.
Fiz logo um jogo aberto descartando o carro e disse que não queria mais carros novos, pois estava à procura de semi-novos. Subitamente ela me apresentou alguns carros: Punto, Honda Civic, Golf e Stilo.
Ela então gentilmente me pediu para retornar na concessionária para ver o estoque à disposição.
Aceitei a proposta, até pela gentileza da vendedora, e uma semana depois, junto com um primo meu, que é mecânico, ela me revela os carros à disposição.
CARRO USADO: UMA AQUISIÇÃO VANTAJOSA
Na concessionária pude conferir uns 30 carros: alguns bons outros nem tanto.
Apenas quatro se destacaram: o Punto Sporting, mas com direção manual, o Golf e o Honda Civic, modelos de um ano de uso, mas com preços altos, chegando na casa de R$ 49.000,00 a R$ 53.000,00 respectivamente.
O último, um Stilo, revelou-se bastante interessante, mas R$ 47.000,00 estava fora de questão.
Antes de descartá-lo de imediato, a vendedora informou-me que a concessionária precisava desovar vários carros, dentre eles o Stilo (Punto, Golf e o Civic não estavam na lista por estarem menos de 30 dias no pátio), e que estava oferecendo um bom desconto para pagamento à vista, com descontos de R$ 5.000,00.
Ela ainda acrescentou que o veículo tinha tudo o que exigi, mas não tinha teto-solar. Como não primava por esse item e o desconto foi atraente, fui observar o carro para ver suas reais condições de conservação, embora estivesse cético.
Minha surpresa ao fitar o Stilo foi tamanha que nem acreditava na sua impecabilidade: único dono, 27.361 kms rodados, completo e com câmbio automático, além de um motor 1.8.
Enquanto meu primo via as condições do motor, eu olhava o acabamento interno para saber se havia avarias e sinais de desgaste.
Tanto o motor quanto internamente estavam ótimos, e o carro não sofreu nenhum reparo de lanternagem, apresentando pequenos arranhões e um pequeno amassado próximo ao tanque de combustível. Nossa! quanta alegria de ver aquele carro.
No final da conversa, quando estávamos discutindo a proposta de possível compra do carro, eis que olho para o teto e vejo o lá o Sky-Window.
A vendedora olhou a planilha e viu que a placa do carro confere com as descrições de preço e itens, mas não constava o teto.
Ela simplesmente olhou para mim e, com grande suspiro, disse nesses termos: “se você comprar o carro, você vai levar com o teto-solar nesse preço, pois a placa é a que está discriminado na nota”.
Com o aval do meu primo, não tive outra saída senão comprá-lo. Amigos, eu já estava alegre demais porque o carro tinha tudo o que queria.
Mais felicidade encontrei quando a vendedora estava checando toda a papelada em frente ao computador, eis que ela me mostra no monitor uma lista de 15 carros com abonos proporcionais do valor do veículo.
Para minha felicidade, o Stilo estava cotado em R$ 2.000,00. O carro, que valia R$ 47.000,00 foi-me repassado por exatos R$ 40.000,00.
Eu só precisava arcar com R$ 100,00 para comprar meu carrinho, amigos. Pode isso, Arnaldo?
É claro que até pensei, depois de ter comprado carro, que eu poderia ter sido vítima de alguma avaria futura em face do alto desconto, mas a verdade é que até agora não tive dor de cabeça nenhuma.
NENHUMA, NENHUMA, NENHUMA!!!
Em 2012 o Stilo Sporting Dualogic 2010/2011 estava cotado na FIPE por R$ 43.790,00. Definitivamente carro usado é algo que vale a pena pesquisar com muita paciência!
AVALIAÇÃO
Por R$ 40.000,00 adquiri meu carro, Stilo Sporting Dualogic 2010/2011, em Julho de 2012 e, com aproximadamente dois anos, digo-lhes uma coisa: amo-o muito de coração.
Gosto de cada pedacinho dele, não tanto do motor beberrão, e ainda o conservo totalmente original, sem rodões, “sonzão” e decalques no carro, como muitos “amigos manos” influenciaram-me a equipar.
Originalzinho do jeito que eu gosto e quero, assim enquanto tiver em minhas mãos. Atualmente o Chapolin Cachaceiro está com aproximadamente 4 anos de vida e 56.210 kms percorridos.
As únicas ressalvas são para a educação do trânsito brasileiro: meu carro já foi avariado duas vezes em pleno estacionamento de shoppings: uma no para-choque do lado esquerdo e outra atrás do carro.
Além disso, algum flanelinha furtou o aplique traseiro do carro enquanto estava fazendo compras há 6 meses. Isso me enfurece demais, pois bater no carro ESTACIONADO, além de dilapidar peças do carro, revela a saúde do nosso trânsito e a consciência do povo brasileiro.
DESEMPENHO:
O motor 1.8 de 8V (8V, dona FIAT?) gera 112/114cv e 17.8/18.5 kgfm a 2.8000 rpm abastecido com gasolina e álcool, respectivamente.
Na prática oferece uma performance moderada, embora possa empolgar um pouco em certas circunstâncias. Com seus 1.235 kg, o “Chapolin Cachaceiro” se sai bem em retomadas suaves, mas ligeiramente lento em tocadas agressivas.
O Dualogic casou até bem como o motor, pois cumpre de forma honesta sua função: propor conforto e simplicidade ao condutor.
Entretanto, dependendo da força que se impõe no acelerador, o câmbio requer um certo tempo de resposta para “entender” o comando, principalmente quando se converte uma locomoção suave para agressiva.
Na ponta do lápis, evidencia-se que o câmbio e, principalmente o motor, não são os ideais para o veículo desse porte. 5
ESTABILIDADE:
Considero a suspensão do Stilo muito macia para uma proposta dita “Sporting”.
Suspensão dianteira do tipo McPherson e suspensão traseira semi-independente de torção em aço, os impactos são transmitidos com força ao condutor. Equipado com rodas aro 17 215/50 Pirelli P6000, tornasse um pesadelo andar em cidades esburacadas.
Chega a doer o coração quando se absorve o impacto de irregularidade das ruas (haja irregularidade, meu DEUS!!!), pois a primeira impressão é de que a suspensão sofreu severas avarias.
Na rodovia, porém, mostra-se um comportamento aerodinâmico bem equilibrado, mesmo em curvas acentuadas e em velocidades altas, mantendo-se firme no trajeto sem perder aderência. 7
INTERATIVIDADE:
O sistema de áudio não é o original de fábrica. Acredito que o antigo dono pegou tudo o que há de bom e surripiou para revenda, fazendo-se substituições por peças mais “xing-lings”, as quais encontrei nas quatro portas.
Funciona que é uma beleza! dá um caldo bom, mas não é o original. Justiça seja feita, até mesmo o som original do Stilo é uma bela porcaria, conforme vários depoimentos de proprietários em fóruns.
Os comandos satélites, embora não os possa utilizar por não acoplar uma interface ao som que comprei, são um tanto mal posicionados, pois ficava brincado com eles para entender a intuitividade de sua localização.
O câmbio Dualogic é fácil de manusear e requer apenas alguns cuidados simples, além de se posicionar em um ponto bem cômodo, assim como os comandos do vidro elétrico e retrovisores elétricos: todos ao inteiro alcance do condutor sem o mínimo esforço.
Lúdico é o paddle shift que permite a sugestão de troca de marchas sem tirá-lo do modo automático, mas em modo manual a diversão é triplicada!
O cluster agrega informações necessárias ao condutor sem poluir visualmente, iluminado por um tom laranja ajustável em 10 níveis de brilho.
O computador de bordo oferece 10 funções. Ponto para as luzes-espias, com 26 indicadores, que detectam qualquer mau funcionamento do veículo, alertando prontamente o condutor por mensagem de texto em português. 7
CONSUMO:
Nunca coloquei uma gota de álcool no meu veículo, pois a diferença de preço entre etanol e gasolina não é vantajosa. Dessa forma, aferi apenas com mijoli… er…, gasolina. O consumo urbano é uma lástima sem precedentes.
O município em que vivo não é tão moroso quanto as grandes cidades: não trafego por engarrafamentos e, por isso, não justifica um consumo pífio de 7.7km/l, mesmo rezando para Nossa Senhora da Gasolina Brasileira.
Percorrendo em rodovias a eficiência melhora consideravelmente em velocidade cruzeiro de 110 km/h em 3.500 rpm: 12,3km/l. Mas a 140 km/h o cenário muda de vez: 6,9km/l. Ressalto que toda aferição foi feita sem o acionamento do ar-condicionado, pois como meus olhos sofrem por ter a retina seca, o ar acaba por tornar minha visão turva.
Por isso não gosto do consumo! O tanque acomoda bons 58 l mais 9 l de reserva.
O que me revolta ainda mais é o fato de existir uma tal Norma NBR 7024 discriminado o consumo de 12,0km/l e 16,3km/l com gasolina em cidade e rodovia, respectivamente, não especificando a velocidade.
Essa norma é mais mentirosa que as previsões da Mãe Dinah!!! Por fim, a FIAT, mais uma vez, não cumpriu seu objetivo de oferecer um motor eficiente. 4
CONFORTO:
O conforto interno é algo louvável, até digo que é o ponto forte do Stilo Sporting.
Os bancos oferecem requintes de acuidade tanto visual quanto tátil, além de um tecido muito agradável: é macio o suficiente para acomodar o corpo com ergonomia e ainda possuem uma densidade na medida certa, o que faz de longas viagens um expediente menos cansativo.
Atrás, quatro pessoas usufruem de um espaço interno amplo, e uma quinta compromete parcialmente essa folga, mas sem bronca!
O câmbio Dualogic ajuda a potencializar o conforto, oferecendo menos estresse aos pés, principalmente com o Cruise Control acionado.
Conduzir o Stilo é algo revigorante, já que sua direção elétrica, ajustável em altura e profundidade, revela-se bastante precisa; e ainda mais dinâmico quando se aciona a função “city”, em que uma condução mais macia está à disposição do motorista (não recomendado para velocidades superiores a 30km/h).
O isolamento acústico é algo bastante eficiente, pois mesmo em 140km/h o ruído não invade a cabine a ponto de incomodar, principalmente em viagens noturnas em que a audição torna-se mais sensível. 8
TECNOLOGIA:
O motor não esbanja, nem de longe, inovação e/ou sofisticação. Derivado do Powertrain 1.8 8V Flex, o mesmo que equipa a finada Meriva, mostra-se desatualizado, pinguço e meio fraco para um médio.
O automóvel, tachado de “Sporting”, não agrega em nada tal esportividade: nem na condução, tampouco no visual.
O câmbio automatizado cumpre bravamente seu papel, entretanto o delay ao pisar profundamente no acelerador é algo que exige cuidados.
Outro ponto a se observar é que, embora eu goste muito do câmbio Dualogic, trata-se de uma tecnologia que não faz jus ao preço que se agrega ao Stilo.
Felizmente, para melhorar a nota neste quesito, de fábrica inclui uma lista de itens bastante generosa, destacando-se o duplo air bag, ABS/EBD, ar-condicionado automático dual temp, direção elétrica dual drive, sensor de estacionamento, faróis de neblina, retrovisor elétrico com repetidores de seta e padlle shift (gosto demais dele e utilizo com frequência).
O teto-solar é cereja o bolo: amplo e belo, emocionei-me, literalmente, com lágrimas de alegria quando vi o movimento coordenado das 5 lâminas ao abrir toda a extensão do teto.
O carro é outro, tornando-o mais bonito, mas não esportivo. Quando possível, viajo sempre com o teto acionado, pois raramente uso o ar-condicionado. 7
HABITABILIDADE:
O porta-malas recebe bons 380 litros, com opção de expandir-se para 450 com bancos rebatidos. O Entre-eixos de 2.60m confere bom espaço para os ocupantes: 5 pessoas acomodam-se sem problemas.
O porta-objetos para os passageiros a frente é diversificado, mas a crítica fica para aqueles que viagem atrás: nada está ao alcance, exceto o acionamento do vidro elétrico one-touch e anti-esmagamento.
De série poderia oferecer, ao menos, porta-revistas e alguns “mimozinhos” a mais. 8
ACABAMENTO:
O console central, em tom escuro, é amplo e constituído de material emborrachado bem agradável e pouco áspero.
Há forros e tecidos de veludo, além de alguns poucos plásticos, nas quatro portas, oferecendo um ambiente interno bem satisfatório.
Os bancos são revestido em tecido maleável e ergonômico. O porta-copos, bem como o conjunto da caixa de câmbio, são de plástico rígido, com algumas rebarbas ao fundo, mas nada que comprometa a beleza.
Por fim, em comparação com carros populares, incluindo modelos de 2014, o Stilo de 2010 transpassa ares de que está 10 anos a frente que qualquer Palio, Gol, HB20, Fiesta, Punto, New Fiesta, revelando que, mesmo em carros de entrada e premium no Brasil, esse deveria ser o padrão de acabamento: mais veludo e material emborrachado, e menos plástico. 8
DESIGN:
Não mudou muito em relação aos primeiros modelos de 2007 quando se iniciou a comercialização do Stilo Sporting. O carro é bonito, mas não é um “carrão” como muitos brasileiros “deusificam”.
Com um visual um tanto quanto quadrado, para mim ele oferece ares de modernidade distinta em meio aos modelos mais arredondados, principalmente em comparação direta ao seu sucessor, Bravo.
O para-choque, com um duplo filete avermelhado e o logo da marca centralizado, mostra-se mais atraente e harmônico que a traseira, esta que transmite a sensação de ser um tanto quanto elevada.
Ao menos o Stilo é o tipo de carro que não lembra em nada seus amigos menores, Punto e Palio, preservando sua característica singular e bonita.
Com o teto-solar acionado, agrega maior beleza, e talvez seja o teto-solar Sky Window um dos maiores trunfos e pesadelos (manutenção cara) do Stilo Sporting. 8
CUSTO X BENEFÍCIO:
Qual veículo novo o consumidor pode adquirir, com uma carta de crédito de R$ 39.990,00, que agrega os mesmos itens que o Stilo Sporting Dualogic 2010/2011 no ano de 2012? Digo-lhes que nenhum!!!
Mas ao colocar os veículos usados no rol, o leque se torna mais interessante e bem mais atraente. Seu concorrente direto, o Golf, não chegava aos pés do custo. Nas mesmas condições do Stilo, excluindo o teto-solar, era vendido por altos R$ 49.000,00.
Acredito que a paciência que tive, quatro meses para comprar um carro após a contemplação do lance, ofereceu-me algo que estava de melhor ao meu alcance.
Some-se ao fato de que desde a compra, limitei-me a apenas manutenções periódicas no carro, exceto os salgados R$ 500,00 nos reparos e peça de reposição do teto-solar que não abriam de jeito nenhum. 9
O Stilo 1.8 Sporting Dualogic 2010/2011 somou 71 de 100 pontos. Um valor que revela um carro bom, mas que foi duramente descaracterizado no mercado brasileiro ante as tropicalizações.
De qualquer forma, não penso em revendê-lo tão cedo, pois a cada dia curto o carro como se fosse a primeira vez. Recomendo e muito o veículo, principalmente para aqueles que primam pelo conforto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Dualogic é uma tecnologia bastante funcional que aprecio em demasia, embora não deveria ser o ideal para um veículo como o Stilo.
Sei que vários leitores não aprovam o câmbio, apelidando-o de “Trancologic” e “Enganologic”, associando-o a um produto de qualidade medíocre; mas gostaria de frisar a evolução que se implementou ao longo dos tempos: menos problemático, mais confortável, mais eficiente e mais acessível.
Li, reli e tre-reli todo o conteúdo de seu funcionamento no manual e digo que faz mais de 1 ano e 5 meses que não aparece mensagem de “operação não permitida” no display; isso porque respeito e muito a sua limitação.
Acredito piamente que o condutor seja o maior responsável pela longevidade do câmbio, pois existem algumas recomendações importantes quanto ao seu uso: em paradas longas, como semáforos e congestionamentos, intuitivamente já coloco em posição N para conservar a temperatura e “evitar a queima da embreagem”.
Em terrenos com aclive acentuado, não é recomendado acelerar para manter o veículo parado (controle de embreagem), já que o certo é utilizar o freio e acionar o câmbio na posição N.
O termo “tranco” que muitos mencionam, para mim é uma ação suave durante a troca de marcha, quase não sentido da 4ª para 5ª marcha; e não o movimento de conter o avanço do corpo em direção ao volante, ocasionado aquele movimento abrupto.
E digo: o “tranco” nem mesmo é sentido caso o condutor esteja dirigindo tranquilamente. Eu mesmo nem sinto mais o efeito. Recomendo e muito!!!
Dessa forma, não considero justo a comparação direta do automatizado com os câmbios automático e dupla-embreagem: a surra com certeza é grande, bem como a funcionalidade e tecnologia ser diferente, embora a proposta seja a mesma.
O maior erro do condutor é utilizar o Dualogic como um automático, ignorando as recomendações do manual e abusando de sua fragilidade. Logo a durabilidade reduzirá consideravelmente.
O que mais há no Brasil são condutores que vivem utilizando o câmbio em ordem de marcha, inclusive em paradas longas.
Já o teto-solar Sky-Window é uma tecnologia que parecer ser 8 e 80: dispendiosa, elegante, frágil, funcional, interessante. É muito bom utilizá-lo, principalmente em época de frio sem chuva, além de oferecer um outro prisma ao condutor.
O cuidado se deve ao fato de que o acionador é uma peça frágil demais e às vezes os comandos se invertem: quando quero fechar, o teto abre mais ainda, e quando abrir ele fecha.
Manutenção preventiva, BASTANTE PREVENTIVA, é a chave para mantê-lo em bom funcionamento, pois o preço de cada lâmina chega a ser uma piada. Fuja da concessionária, pois o valor é literalmente um assalto!!!
Por fim, o seguro ficou cotado em R$ 2.501,78.
Valor alto em se tratando de residir em um bairro relativamente seguro e fora da idade de risco (30 anos); mas infelizmente foi o valor mais baixo que encontrei, pelo Banco Bradesco.
Incrível foi o Banco Itaú, o qual sou consorciado, oferecer o valor de R$ 9.360,21. Brasil é uma piada sem-graça, de fato!
Agradecimentos ao Gilcimar pelo relato.
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