Há um ano relatei no NA minha busca por trocar de carro e levar outro 0 km pra casa. Estavam sendo vendidas as últimas unidades com IPI reduzido, e minha escolha final, como dizia, ficou entre um Etios Hatch 1.5 XS e um Hyundai HB20S 1.6 Comfort Plus por uns R$ 10 mil a mais.
Levei pra casa a segunda opção, sem arrependimento até então. Venho hoje dar minha opinião sobre o carro, considerando também o meu anterior: um VW Gol G4 2013, que é bem mais modesto, mas traz saudades em alguns momentos.
A linha HB20 se destaca primeiramente no estilo, que costuma agradar ao público em geral. Meu pai chegou a perguntar se era importado, mas não é, e por isso o número de concessionárias é bom.
Os atendentes são simpáticos e prestativos, mas a loja e assistências são burocráticas com os horários. Apesar disso, foi melhor (e muito) que a concessionária Volks. Enquanto escrevia esse texto, me ligaram para agendar a revisão, o que não tive em nenhuma das duas revisões do meu antigo carro.
Apesar disso, no primeiro problema mecânico que tive (e único até então), essa boa impressão sofreu uma queda: a quebra do reservatório do fluido de freio gerou estresse, e precisei ameaçar ir ao Procon para ver o problema resolvido.
Ao todo, foram oito dias sem o carro, por uma peça que o próprio consultor alegou ser fácil conseguir. Ao final, problema solucionado.
A HMB oferece (ou oferecia na época) um carro reserva no caso de manutenção no HB20 no primeiro ano. Diferencial positivo, fruto de uma parceria entre Hyundai do Brasil com a locadora Movida, pouco conhecida, mas que também apresentou um bom trabalho.
Porém o processo para conseguir esse carro foi demorado. A Hyundai veio pegar meu carro em casa, eu tive que ir até a locadora para retirar outro modelo. Demorei três dias para conseguir um Logan.
Na primeira revisão, feita poucos dias antes dessa publicação, a Hyundai Bari, onde também fiz a compra do carro, foi muito melhor que a concorrente da Volkswagen, em preço, tempo e atendimento.
Ao custo de R$ 185,00, contra os quase R$ 250,00 cobrados pela VW, a revisão completa foi feita em duas horas, comigo acompanhando o serviço do lado de dentro da concessionaria, sentado em um sofá, com ar condicionado, TV, cafezinho e muito conforto.
Na Volks, foram quase três dias, não trocaram uma borracha de vedação do para-brisa dianteiro que havia solicitado, e o atendimento foi péssimo do começo ao fim, uma grande decepção.
Acredito que a maior reclamação que tenha sobre meu HB20S seja a pintura. Muito frágil, ela ganha uma “cicatriz” diferente a cada rodovia que cruza. A parte da grade pintada em preto está cheia de pequenas manchas brancas, onde um bom polimento não fez efeito.
O problema é relatado por outros proprietários também. É principalmente nesse ponto que citei meu velho Gol como um exemplo a ser seguido: 15 mil quilômetros rodados com ele e nenhum defeito na pintura.
Um dos destaques positivos do HB20 (também compartilhado por outros donos) é o nível de ruído e vibração. O motor é mais silencioso e vibra menos do que de qualquer outro similar que tenha dirigido.
Em um momento de distração, por exemplo, deixei o motor “morrer” em um ponto movimentado da cidade e só percebi quando acelerei e o carro não foi. Em outro carro, vibração e som do motor desligando seriam perceptíveis, mesmo com o barulho do trânsito no lado de fora.
Por dentro, é agradável em quase tudo. Ele é menor que a maioria dos concorrentes, mas ainda assim tem bom espaço interno. O porta-malas também menor não deixa muito a desejar, mas falha com o sistema de fechamento por hastes articuladas.
O painel é de bom gosto, bonito e funcional. Não é difícil se entender com as dezenas de funções, a não ser o Bluetooth, que não conecta fácil.
Traz porta-malas com dispositivo antissequestro, comando de som e de recebimento de ligações no volante e um painel com informações bem precisas. Incomoda a pequena quantidade de porta-trecos e a falta das alças-de-segurança, disponível apenas na versão topo de linha, segundo o vendedor.
O interior é bonito, como disse, mas a qualidade dos materiais usados me faz sentir saudades do Gol. As costuras dos bancos desfiam com facilidade, os plásticos ganham riscos com pouco esforço, e qualquer mancha no estofado é fácil de surgir e quase impossível de sair.
Para o padrão do segmento, é bastante confortável. Tem um rodar mais macio que outros da categoria que tive a oportunidade de dirigir, como Logan, Etios Sedan, Ka+ e Voyage, todos 1.5 ou 1.6.
Bem acertado em ajustes de altura e profundidade dos bancos. O câmbio manual é curto e tem troca precisa. Eficaz no desempenho, bom de frenagem e melhor de potência e aceleração que maior parte dos rivais, não me faz sentir falta da sexta marcha colocada no modelo 2016.
Juntando isso à boa aerodinâmica, se torna agradável de dirigir. Ao mesmo tempo, é bastante econômico, chegando a superar os 17 km/l na estrada e os 12 km/l na cidade.
Pois bem, se indico ele pra quem pensa em comprar um? Sim. As qualidades do carro e do atendimento pós-venda são inegáveis e se você gosta dos pontos que elogiei, não vai se arrepender.
Se eu trocaria meu HB20S por outro? Não. Mas digo isso mais pela vontade de conhecer a concorrência do que pelas poucas decepções que tive. No geral, é um bom carro. Ele oferece tudo que se busca em um compacto nacional, e tudo o que se acha na maioria.
Se você estiver pensando em comprar algum desse segmento, vai com certeza pensar nele. Como se diz, ele agrada “à anjos e demônios”. Enfim, de todas as problemáticas, o Hyundai HB20S é bem resolvido.
Por Gilberto Belin.
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