Opinião do dono: Jeep Renegade Longitude Flex 2016

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Salve leitores do NA! Este será meu 4º relato postado aqui no site. Confesso que estava meio relutante em escrever, porém aqui estou. Acredito que este seja o mais extenso de todos. Tentei ser detalhista para retratar a convivência e o uso do carro.

Lá no início de 2013 escrevi meu primeiro “carro da semana”. Um Renault Sandero Expression comprado 0km em 2010. Passados alguns meses no mesmo ano, escrevi a respeito do carro, que naquele momento, era de uso exclusivo de minha mãe. Um Ford Focus Sedan GLX, também comprado 0km em 2010.

Já em 2015, achei conveniente escrever sobre o carro que ocupou a vaga deixada pelos dois anteriores, um Ford New Fiesta Sedan Powershift, também comprado 0km em 2014.

Partindo do princípio, a decisão da venda do Fiesta em um período tão curto de relacionamento se deu devido a inúmeros (não tão) pequenos problemas ocorridos durante os 3 anos e 2 meses de convivência e os 65 mil km rodados.

A ideia da compra do Fiesta seria substituir dois carros por um intermediário, como eu relatei anteriormente em outro post. Fato é que, infelizmente, não tivemos ‘sorte’ com nossa unidade e, depois de várias idas e vindas e muito stress com a montadora, decidimos que era hora de vende-lo.

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Apenas uma ressalva. Apesar de todos os entreveros apresentados, todo e qualquer problema do carro foi consertado antes de vende-lo, conforme notas apresentadas ao novo proprietário, que comprou sabendo de tudo que se passou com o carro. Da mesma forma que eu não gostei de ter um carro problemático, não acho justo que eu simplesmente maquiasse o carro e passasse para a frente.

Sobre a venda. Em dezembro de 2016 foi quando a paciência chegou ao limite e propus a venda dele em casa, contrariando o planejamento inicial, que era permanecer por cerca de 5 anos, pelo menos.

Na mesma semana resolvi fazer o anúncio on-line. Num primeiro momento a procura foi excelente, mas as propostas não. Àquela época, a tabela FIPE indicava um valor de 42 mil reais como referência.

Meu primeiro anúncio foi com exatos 41 mil reais. Foram diversas propostas e compromissos não assumidos por parte dos compradores. Somente em maio/17, quase seis meses depois do primeiro anúncio é que o carro foi efetivamente entregue ao novo proprietário, pela bagatela de 36 mil reais (nesta época, a tabela já havia caído para próximo dos 40 mil reais).

Acredito que o fato do câmbio ser o Powershift da “primeira fornada” tenha contribuído para a dificuldade em vende-lo, mesmo o câmbio tendo sido plenamente consertado e com funcionamento melhor do que quando era 0km.

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O novo carro

Os únicos dois requisitos para o novo carro era que também fosse automático e que fosse um desses SUV compactos. Não era requisito que fosse 0km e, para ser sincero, nem cogitei essa hipótese.

Desde a decisão da venda do carro anterior, passei a procurar quase diariamente, um que se encaixasse no orçamento. Cogitei desde Nissan Kicks (por ser lançamento naquela época era bem difícil achar um seminovo), até Chevrolet Tracker LTZ 1.8 2016 (havia algumas unidades bem interessantes no mercado).

Em fevereiro/17 achei o anúncio do nosso carro atual. Um Jeep Renegade Longitude 1.8 Flex 2016/2016, na época com 5.700 km. O anúncio pedia exatos 80 mil reais, igual ao valor de tabela.

Após alguma negociação on-line, cheguei ao valor de 78 mil reais, com o vendedor (particular). Viajei 250 km para ver o carro pessoalmente e atestar tudo que era dito no anúncio. Carro visto, teste drive feito e negócio fechado. O carro havia sido adquirido em maio/16 pela primeira dona e dado como parte de pagamento em um imóvel ao anunciante. Ou seja, era um carro com 9 meses de uso com 5.700 km.

A nota fiscal de compra da fábrica anunciava um valor consideravelmente alto. Foi comprado pela primeira proprietária por exatos 93,5 mil reais. Esta unidade é bastante completa, com alguns pacotes opcionais que justificava o alto valor.

Renegade Longitude – Acabamento

O Renegade possui um acabamento correto e muito bem montado. O painel possui superfície suave ao toque e não há rebarbas ou desalinhamento. Os bancos vieram de fábrica com acabamento em couro com costuras vermelhas.

São bastante confortáveis, com densidade correta de espuma, que acomoda bem o corpo. As portas também possuem acabamento em couro e, apesar de também serem bem montadas, tenho a sensação de plásticos de qualidade inferior em sua montagem, uma vez que em alguns momentos apresentam um ‘nhec-nhec’.

Renegade Longitude – Ergonomia / interatividade / tecnologia

Todos os comandos do carro estão sempre a mão do motorista. Só no volante são, ao todo, 22 botões. É questão de costume. A operação deles é bem fácil e intuitiva. O computador de bordo é o mais completo que já tive até então.

É dividido em 8 ‘telas’, algumas delas com várias opções de monitoramento. Há velocímetro digital, controle de temperatura do motor, do câmbio, carga da bateria, visualização gráfica dos comandos do GPS e a mais utilizada por mim, o econômetro. Com indicação gráfica, ele te mostra ‘ao vivo’ o quanto está sendo gasto naquele instante, te auxiliando a dirigir de maneira mais econômica.

Os comandos do som ficam atrás do volante, divididos em 3 botões de cada lado. Num primeiro momento, precisa-se acostumar, pois estão fora do alcance dos olhos. Porém, uma vez familiarizado, são fácil operação.

Controlador e limitador de velocidade também possuem comandos ao alcance dos dedos e são bem intuitivos. O mesmo ocorre com os paddle shifts para trocas de marchas manuais.

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Esta unidade ainda conta com sensores de chuva, crepuscular e retrovisor eletrocrômico. Três equipamentos que nunca havia pensado em ter, porém, uma vez com eles, pode ser difícil acostumar a não os ter novamente.

Para o meu uso, uma vez que o Renegade possui luzes de condução diurna, já tem alguns meses que sequer toco no acionador dos faróis. O rebatimento elétrico dos espelhos retrovisores também é bastante útil em vagas apertadas, como as do meu prédio. Porém, faria mais sentido que fossem vinculados ao acionamento do alarme, por exemplo.

Outra comodidade é a chave presencial. Outra facilidade interessante. Antes de sair de casa já guardo a chave no bolso da calça e lá fica até eu retornar. Não é preciso usa-la para nada.

Estes três últimos, são equipamentos que pelos quais, eu, provavelmente, não pagaria para tê-los como opcionais se tivesse comprado o carro 0km, porém, é muito bom poder contar com toda essas babás eletrônicas de comodidade.

A central multimídia Uconnect tem tela de 5” e atende ao que é esperado dela. Poderia sim ter uma tela maior e, principalmente, contar com AndroidAuto ou Apple Carplay, porem, ainda assim, é rápida e possui comandos intuitivos.

O GPS Tomtom atende as expectativas, com os comandos de navegação sendo mostrados tanto na própria tela, como no computador de bordo e por instruções de voz. Conta também com duas entradas USB (no console e dentro do apoio de braço) e Bluetooth.

O ar condicionado é do tipo automático e com duas zonas de temperaturas. É eficiente e resfria o interior bem rápido. E a iluminação em LED dos porta copos/objetos e da alavanca de câmbio são um diferencial a mais.

Outra comodidade que é bastante interessante e que não está presente na maioria dos carros atualmente, é a tomada 110v (150w), no padrão brasileiro, presente atrás do apoio de braço. Nela é possível, por exemplo, usar o carregador rápido de “parede” do celular para completar a bateria do celular de forma bem mais rápida do que seria via 12v ou USB.

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Sensor de estacionamento traseiro com alertas sonoros e gráficos, somados a câmera de ré, ajudam demais em manobras e espaços apertados.

Renegade Longitude – Espaço interno

Externamente o Jeep aparenta ser menor do que realmente é. Devido a posição mais elevada de dirigir, a acomodação no banco traseiro é bastante amigável. O espaço para as pernas dos ocupantes do banco de trás é adequado e não há aperto.

Entretanto, o porta malas paga o preço do maior espaço interno. São apenas 260l. Poderia ser maior se não houvesse um estepe de 18” guardado lá dentro, porém, não é um problema. Se porta-malas grande fosse um requisito indispensável, a escolha do carro seria outro. Mesmo com essa capacidade, atende perfeitamente o que se espera dele.

Renegade Longitude – Segurança

Além dos obrigatórios airbags duplos e freios ABS, estão presentes os controles de estabilidade e tração que, somados à suspensão independente nas 4 rodas transmitem muita segurança e confiança ao motorista.

O monitor e ponto cedo é outra ‘comodidade’ que ajuda bastante. Os radares contidos dentro do para-choque traseiro, na quina do carro, detectam outros carros/motos/bicicletas que podem estar em sua lateral, num ponto cego do retrovisor.

Tudo é detectado e, com isso, um led laranja acende no retrovisor do lado correspondente. Caso eu sinalize na seta, a intenção de ir para o mesmo lado em que há o objeto detectado, soa um alarme agudo e alto dentro do carro, de forma a alertar o motorista que há algo ali e que pode não estar sendo visto. O mesmo sensor traseiro faz o alerta de tráfego cruzado em marcha a ré.

Uma vez engatada a marcha reversa, quando um carro se aproxima lateralmente, um alerta visual (no respectivo retrovisor) e sonoro também é feito dentro do carro, de forma a alertar o motorista que há um carro passando. É realmente muito bom.

Infelizmente, apesar dos diversos opcionais do carro, não há airbags laterais e de cortina.

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Renegade Longitude – convivência diária, custos, manutenção, problemas

O Renegade certamente está entre os carros mais confortáveis que já tivemos em casa. Tem rodar macio, absorve bem as irregularidades do asfalto, mas, ao mesmo tempo, tem um forte compromisso com a estabilidade e segurança.

A direção elétrica tem o peso ideal em todas as situações e achar uma boa posição para dirigir é fácil, com os ajustes de altura e de profundidade do volante. Entretanto, o controle de inclinação do encosto do banco seria mais fácil de operar se fosse do tipo roldana, e não com alavanca como é atualmente.

O motor 1.8 está no limite para o peso/porte do carro, mas dá conta do recado. Apresenta alguma morosidade em baixas rotações, porém responde melhor com o giro mais alto. Característica que já foi mudada para os modelos mais novos, com alguns aprimoramentos no motor.

O cambio de 6 marchas tem engates suaves, porém a relação de marchas é demasiadamente longa, o que acentua a sensação de falta de força do carro em algumas situações. Em 6ª marcha, a 110km/h o motor trabalha a cerca de 2100rpm.

Em estradas com grande variação de relevo, é comum necessitar de reduções sucessivas para manter a velocidade. Com o cruise control ativado, por vezes em subidas não tão íngremes, até a 4ª marcha faz-se necessária. E, infelizmente, quem paga o preço é o consumo.

Particularmente falando, não vejo isso como um problema, ainda mais sendo o câmbio automático, que faz todo trabalho por você. Deixe que ele trabalhe. Uma configuração do câmbio que me incomodava muito, era a troca de marchas ocorrer apenas acima de determinadas rotações do motor.

A terceira marcha só entrava acima dos 3000rpm, a quarta, depois de 2500rpm e assim por diante. Para o transito urbano, é um incomodo que me fazia usar constantemente do paddle shift para adiantar uma marcha, porém, uma atualização eletrônica do carro trouxe um novo comportamento para o câmbio.

As marchas agora entram sob demanda, em qualquer rotação, obedecendo ao pé direito do motorista.

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Em fevereiro/18 completei 1 ano com o Jeep. Neste período foram exatos 24283km rodados, sendo a grande maioria deles em percurso urbano. Ao todo, foram 63 tanques de combustível, sendo 15 de etanol e 48 de gasolina, ao custo total de R$8668,47.

Para minha rotina, tenho uma média geral de 7,05km/l com etanol e 9,51km/l com gasolina, com custo de R$0,37/km para o derivado da cana e R$0,35/km para o derivado do petróleo, comprovando que, para a minha utilização, a gasolina mostra-se mais vantajosa, mesmo o etanol custando R$2,78 (e a gasolina a R$3,77).

Dividindo o consumo em percursos, tenho médias de 6,5km/l e 9,5km/l com etanol na cidade e estrada, respectivamente. Com gasolina, consigo médias de cerca de 8,5km/l e 12,5km/l.

De uma forma geral, o custo/km está cerca de R$0,10 mais caro do que eu tinha no carro anterior, porém, ainda assim, dentro do que já era esperado antes de assumir o Jeep, afinal, um carro maior e mais pesado, certamente teria custos maiores de manutenção.

Falando nela, as revisões do modelo flex são realizadas a cada 12 mil km ou 1 ano e, até o momento, foram feitas 2 revisões. Sendo a primeira ao custo de R$356 e a segunda, de 24 mil km, por R$752.

Somado aos impostos, seguro pago no período e todo serviço de lavagem, alinhamento, rodízio e outros serviços e pequenos acessórios comprados para o carro, tenho um custo de manutenção de R$0,16/km.

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Até o presente momento, apenas dois problemas se manifestaram. Houve um recall para correção de um possível problema no freio de estacionamento elétrico, que nunca havia se manifestado. Porém, como constava a necessidade do recall, foi feito junto com a segunda revisão.

Entretanto, alguns dias após o serviço, o freio de estacionamento travou. Estava abastecendo e, na hora de ir embora, não soltava de forma alguma. Desliguei o carro e após cerca de 10 minutos, voltou a funcionar normalmente.

Isso aconteceu por outras vezes. Após a reclamação pelo 0800, foi feita a reprogramação eletrônica do carro e, até então, não tive mais problemas. Reprogramação esta que trouxe um novo comportamento para o câmbio, mudando da água para o vinho.

Não há mais a restrição para a mudança de marchas, elas entram em qualquer situação, sob demanda e pressão do acelerador. Foi uma mudança bastante sutil, mas que fez muita diferença no conforto do dia a dia.

Houve também, a soltura do acabamento plástico por baixo do carro, no lado do motorista, perto da roda traseira. Uma presilha plástica se soltou e deixou um pedaço do plástico pendurado, o que foi plenamente corrigido em garantia pela concessionária.

De uma forma geral, nos quase 25 mil km rodados por mim e nos 30 mil km completados no carro, posso concluir que tem atendido plenamente ao que é esperado dele. Porém, algumas melhorias seriam muito bem-vindas.

Um motor flex menor com turbo, que alie mais potência/torque com maior eficiência de combustível e uma central multimídia mais atualizada, por exemplo. Se tudo transcorrer como o esperado, a convivência com o Renegade será longa, por mais alguns bons anos.

Por Silas Rana

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.