Carro da semana, opinião de dono: L200 Triton HLS Flex 2014

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Estimados leitores do Notícias Automotivas: é com grande satisfação que vou lhes falar um pouco sobre meu automóvel atual, a Mitsubishi L200 Triton 2.4 HLS Flex 4×2 2014.

Sou proprietário desde zero km, tendo adquirido há cerca de 1 ano e rodado 16.000 km até agora.

1) Compra

Desde a minha adolescência sempre tive vontade de ter uma caminhonete. Quando a Mitsubishi lançou a L200 Triton fiquei apaixonado pelo seu design futurista e ela sempre me atraiu.

No início do ano passado, quando fui trocar meu carro anterior, uma Nissan Livina X-Gear 1.8 Automática, decidi comprar uma caminhonete para experimentar como seria ter um carro cuja proposta é diferente de todos os outros carros que tive que eram carros de passeio.

Como a oferta hoje é muito grande fui primeiro à Ford conhecer a Ranger XLS 2.5 Flex. Minha intenção era gastar até R$ 80.000 na compra e procurava o melhor custo benefício. Na Ford fiz o test drive e achei o carro muito barulhento, câmbio duro e não gostei da posição de dirigir.

O painel da Ranger é bem moderno e estiloso mas o excesso e má qualidade dos plásticos fazem muito ruído e forte vibração ao rodar. Na hora da avaliação do meu usado, outro ponto negativo pois a Ford ofereceu menos de 50% da avaliação da tabela da Fipe, o que considerei muito ruim.

Assim sendo, fui à Chevrolet conhecer a S10 versão 2.4 Flex LT. De cara fui informado que não havida nenhuma unidade para test drive e o preço de oferta da concessionária era superior ao sugerido pelo fabricante já que a caminhonete nessa versão estava em falta no mercado.

A proposta deles era de me empurrar a versão LTZ, completa, bem longe dos R$ 80.000 que eu estava disposto a pagar. A avaliação do meu usado também foi péssima, valor parecido com o pago pela Ford então acabei me decepcionando bastante com a Chevrolet.

Na Toyota fui muito bem atendido e minha intenção era a Hilux SR 2.7 Flex automática. Apesar dessa caminhonete estar um pouco acima da faixa de preço que eu estava disposto a pagar (pediram R$ 87.000), a mesma era automática o que me interessou pois meu usado era automático também.

A avaliação do usado foi mais justa, pagaram Fipe menos 20%. Porém no test drive da Hilux, uma grande decepção. A suspensão dela pula muito e transmite muita insegurança para o motorista, em especial em trechos sinuosos ou esburacados e o visual interno e externo são bem antiquados.

Não visitei a Volkswagen nem a Nissan pois ambas as marcas só oferecem as respectivas caminhonetes Amarok e Frontier com motor a diesel e em faixa de preço superior à faixa que que estava disposto à pagar.

Por fim fui à Mitsubishi. De cara o vendedor se mostrou muito mais interessado que o das outras marcas e logo me levou para um longo test drive de mais de 20 km. Gostei muito da posição de dirigir, da suspensão, que mais parece um carro convencional, dos engates macios, das boas respostas do motor.

Na negociação, outra surpresa positiva. Pagaram no meu usado tabela Fipe menos 15% e me ofereceram a L200 Triton por R$ 75.000.

Tendo em vista Ford, Chevrolet, Toyota e Mitsubishi acabei batendo o martelo com a última pois foi o que mais me agradou e também o melhor custo benefício.

2) Acessórios

Esse é o grande problema de quem compra uma caminhonete. Todas elas não vem com diversos acessórios praticamente obrigatórios que você acaba sendo obrigado a instalar de imediato e portanto o custo final de aquisição acaba sendo maior.

Em todas o estepe fica por baixo da caçamba e muito fácil de ser furtado. Logo você tem que gastar com uma trava de segurança. Outro acessório é o protetor de caçamba. Somente a Toyota Hilux vem com o item de fábrica. Idem para a capota marítima.

No meu caso, instalei trava do estepe, protetor de caçamba, capota marítima, farol de milha dianteiro, estribos laterais e sensor de estacionamento. Por motivos particulares como comodidade e também garantia, instalei todos esses itens na própria concessionária antes de retirar o carro.

A negociação de acessórios foi sofrida, pediam R$ 7.000 mas acabei conseguindo fechar o pacote por R$ 3.600 em 6 vezes no cartão de crédito. Tem que barganhar bastante pois eles cobram caro demais e no mercado paralelo ou lojas de acessórios esses itens são bem mais baratos.

3) Dia a Dia

Nunca tive uma caminhonete e no meu caso comprei para uso estritamente particular. Acabei gostando tanto e me acostumando de forma que o dia em que for trocar, trocarei por outra caminhonete.

Esse tipo de automóvel oferece uma versatilidade incrível pois você pode carregar bastante coisa, andar em estradas sem pavimentação sem riscos de danos, enfrentar alagamentos e ao mesmo tempo rodar na cidade ou na estrada como num automóvel de passeio. Você dirige numa posição bem mais alta que os carros convencionais e isso transmite muita segurança.

No caso do L200 a suspensão foi muito bem projetada pois ela parece um carro convencional. Geralmente, quem tem caminhonete fala que esse tipo de carro pula muito e percebi isso no test drive da Ranger e da Hilux.

Na Mitsubishi o mundo é outro, a suspensão é muito confortável e estável. Você consegue dirigir em trechos esburacados ou sinuosos como serra em velocidades altas sem qualquer “sacolejo” e mesmo insegurança das caminhonetes tradicionais.

No início demora uns dias para você se acostumar com o tamanho (meu carro anterior era uma Nissan Livina), mas depois de rodar uns 1.000 km você entra num carro convencional e estranha muito. O porte da caminhonete é um ponto positivo.

No caso da minha L200, além da suspensão chamo a atenção para o funcionamento do conjunto motor e câmbio que é muito bom. O motor 2.4 flex apresenta ótimo torque em baixas rotações mesmo sendo um 16 válvulas.

Em muitas situações nas quais você precisa engatar, por exemplo, a segunda marcha, no 2.4 da Triton você coloca em terceira e mesmo em giro baixo, cerca de uns 1.500rpm o motor responde bem e não reclama. O câmbio tem engates macios e precisos.

Dou preferência ao uso do etanol pois com gasolina seja ela comum, aditivada, premium ou podium a aceleração fica mais lenta e isso é perceptível. A aceleração se assemelha à aceleração de um motor 1.6 tradicional e a primeira marcha é bem curta.

No geral considero o desempenho da caminhonete muito bom levando em consideração não só a dirigibilidade mas o conjunto motor, câmbio e suspensão.

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4) Conforto e itens de série

Essa versão da L200 a 2.4 HLS não possui itens opcionais. Tudo é de série. Ela vem com o básico, ou seja, air bag frontal, freios ABS, ar condicionado manual, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, rádio CD/MP3 com Bluetooth, rodas de liga leve aro 16, ajustes de banco, cintos e volante e alarme.

A pintura metálica não é cobrada como opcional ou seja, qualquer cor seja sólida ou metálica o preço é o mesmo.

Na minha opinião ficou faltando um computador de bordo (ela não tem nem relógio) e também comandos de áudio no volante, item imprescindível nos dias de hoje. Outro item importante presente só na Hilux – trava da tampa da caçamba.

Como não existe trava ou fechadura, qualquer pessoa abre a tampa da caçamba e a carga fica completamente desprotegida.

Isso para não falar nos acessórios que mencionei. Se todos os clientes acabam instalando trava do estepe, protetor de caçamba, capota marítima e sensor de estacionamento, por que não trazer esses itens já de série?

No geral a Triton oferece bom espaço interno porém para quatro pessoas. O quinto passageiro tem que se apertar no banco traseiro. O isolamento acústico é bom e os plásticos de qualidade mediana.

Falta um pouco de requinte como no caso da Ranger mas pela minha experiência, os carros japoneses primam por uma simplicidade maior no acabamento. Outro detalhe relevante. A L200 Triton tem a menor caçamba da categoria.

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5) Diesel X Flex

Esse é um ponto importante e que gera polêmica. Muita gente quando fala em caminhonete logo diz que é obrigatório o motor a diesel pois Flex não compensa. Mas não é bem assim. O motor à diesel encarece o preço final do carro, o custo de manutenção e do seguro.

No meu caso, que rodo cerca de uns 15.000 km por ano, fiz as contas e o motor à diesel não compensaria. Essas caminhonetes novas só podem rodar com o novo diesel S10 cujo preço é quase o mesmo da gasolina e o consumo pouca coisa menor.

Na minha opinião tudo vai depender do uso. Quem roda pouco e em cidade, geralmente sem carga, o diesel não compensa. No caso da minha L200 o consumo urbano (São Paulo / SP) é de 5 km/l com o ar ligado no etanol e 6,5 km/l com gasolina. Na estrada entre 100 e 110 km/h com o ar ligado, motorista, 3 passageiros e bastante bagagem ela faz 8,5 km/l com etanol e 10 km/l com gasolina.

Já conversei com proprietários de Ranger, Hilux e S10, todas flex e todos ficaram surpresos com os números. Meu vizinho tem uma Ranger e a dele aqui em São Paulo, com etanol e ar ligado não faz mais do que 3 km/l.

6) Tração traseira x Tração 4×4

Como utilizo o veículo 99,9% do tempo em vias pavimentadas, para mim a tração 4×4 seria um gasto desnecessário. Por esse motivo optei pela tração traseira apenas. Já ouvi muitos comentários em diversos sites e revistas sobre benefícios da tração integral mas não acho coerente esse dispositivo quando você rodar em trechos pavimentados e acabar nunca utilizando o recurso.

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7) Custos

Já fiz as 2 primeiras revisões. Com a primeira gastei R$ 375,00 e com a segunda R$ 512,00. Os valores de revisão são tabelados pela Mitsubishi e isso ajuda muito. O atendimento nas revisões é muito bom e eles não ficam empurrando a realização serviços adicionais não previstos no manual do proprietário.

A Mitsubishi tem forte parcerias com seguradoras e consegui um seguro dela em parceria com a Mapfre a um custo bem interessante. Pela Porto Seguro com o meu perfil (38 anos, solteiro, morando na Zona Sul de SP, classe 10 de bônus) o seguro total ficava em mais de R$ 5.000. Pela Mapfre nessa parceria e nas mesmas condições e coberturas ficou em R$ 2.200.

Fora os acessórios instalados, revisões, seguro, combustível e impostos não tive até o momento nenhum custo adicional.

8) Problemas

Até hoje o único problema apresentado foi um barulho no cinto de segurança do passageiro dianteiro. O problema foi resolvido em garantia na primeira revisão. No resto nesses 16.000 km ela não apresentou nenhum problema.

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9) Custo Benefício e Conclusão Final

Considero que a compra de qualquer automóvel deve estar balizada no custo benefício. No meu caso a escolha foi a mais correta e estou satisfeito.

Se você é do tipo de pessoa que compra uma caminhonete para trabalho e vai rodar muito, cerca de uns 7.000 km por mês ou roda frequentemente em estradas não pavimentadas na qual necessita da tração 4×4 essa versão não é adequada.

Mas se o seu uso é urbano, como um carro de passeio tradicional, mas com a versatilidade de uma caminhonete essa é a melhor opção.

Espero que esse meu relato possa auxiliar possíveis compradores a esclarecer suas dúvidas. Agradeço ainda ao site Notícias Automotivas pela oportunidade.

Por Antônio Moreira

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.