Carro falhando: veja quais são as causas e os riscos

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Continuando nossa linha de raciocínio a respeito da luz de injeção acesa no painel do carro, depois do nosso texto inicial, vamos agora falar sobre os riscos e as causas de o motor estar falhando, junto com essa luz acesa.

É muito comum veículos com luz de injeção acesa e falhando. E mais comum ainda a demora (por conta do proprietário) em solucionar quando há essa falha. E o alerta aqui vai justamente para o risco quando seu veículo está falhando e você demora para levar seu veículo numa oficina de confiança.

Vou direto ao ponto! Quando seu veículo está falhando você corre alto risco: primeiro de segurança, tanto para quem está no carro quanto para terceiros, e segundo, risco de danificar seu motor por conta do calço hidráulico (já vi acontecer).

Onde começa o problema

O problema geralmente começa lá no tanque de combustível. Muitos já tiveram a experiência de encher o tanque e logo em seguida a luz de injeção acender e o veículo mudar o comportamento. Sabe-se que aquele posto pode ter adulterado o combustível. E é muito comum a pessoa chegar na oficina e solicitar que passe o scanner (como se o scanner fosse uma lâmpada mágica do Aladdin, ou uma bola de cristal que revela o exato problema do veículo).

Sim, o scanner revelará a peça que está com funcionamento alterado, porém ela pode ser a consequência, e não a causa. Exemplo: o que é mais comum, o scanner aponta uma falha na sonda lambda (sensor de oxigênio), mas a falha dela pode ser por conta do catalisador que está entupido da sujeira da má queima do nosso combustível, fazendo com que a sonda Lambda tenha uma leitura errada.

E o Catalisador pode ser consequência da má queima de combustível da câmara de combustão que pelas peças envolvidas não queimam corretamente o combustível. E que pode ser consequência… por aí vai.

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Manutenção que não é feita

Seguindo o mapa do veículo, a falta da manutenção é o segundo maior vilão. Posso dizer que muitos e muitos motoristas apenas trocam o óleo e o filtro do óleo do motor, esquecendo-se dos outros filtros (não dão a devida importância a eles).

Aí vem dizer (uma desculpa) de que é leigo. Muitos a quem eu pergunto sobre o histórico de manutenção do veículo, as pessoas na grande maioria não sabem dizer os itens que foram trocados, nem quilometragem, nem o tempo. Alguns raros e poucos anotam tudo.

Os mais comuns e ignorados, são o filtro de combustível (na maioria dos veículos flex troca-se a cada 10 mil km e os modelos a gasolina troca-se de 30 a 40 mil km e por incrível que pareça alguns manuais diz que não é preciso trocar… aham…) e o filtro do ar do motor. Estes itens de custo baixo da manutenção periódica são ignorados.

Avançando no mapa do veículo, com o filtro de combustível e o filtro de ar do motor saturados, impedem o perfeito funcionamento geral dos outros componentes e afetam peças de maior custo: bico injetor (lembra do filtro de combustível saturado?), velas de ignição, bobinas e outros componentes internos.

Para veículos a Diesel o filtro de combustível geralmente troca-se em toda manutenção, e há veículos com mais de um filtro de combustível. Há outro detalhe também que é um procedimento em alguns veículos que você precisa pressionar um botão para remover o excesso de água acumulado.

bico injetor

Bico injetor

Bico injetor, como é conhecido, é o mais comum de dar problema e este problema na maioria das vezes você é o culpado por abreviar a vida útil dessa peça. Mas detalharei sobre ele a seguir. Velas de ignição, responsável por fornecer a centelha que queimará o combustível em veículos com motor ciclo Otto (gasolina, álcool, gás natural) são ignorados também nas manutenções periódicas.

Há dois tipos mais conhecidos de velas no mercado, a saber as de Níquel (troca-se em média a cada 40 mil km) e as de Iridium (e mais caras, troca-se em média a cada 100 mil km).

Um detalhe, você pode usar velas de Iridium em veículos que saíram de fábrica com as de Níquel, nunca ao contrário. E sempre confira o modelo correto da vela no manual do veículo.

Velas gastas forçam as bobinas. Esta peça em alguns modelos tem valor muito alto. Ela é quem gera a centelha para a vela queimar o combustível na câmara de combustão.

É um pouco técnico, mas vou tentar simplificar: ela recebe a energia do veículo (fornecida pela bateria 12V) e transforma em alta tensão para as velas. Quem já tomou choque na bobina sabe bem o quão forte é!

A fuga de centelha, que é a falha mais comum da bobina de ignição, geralmente pode ser visualizada. Mas, em muitos casos, é necessário de equipamento especializado, a saber scanner ou um líquido específico que o profissional pode pulverizar nas bobinas para enxergar a fuga de centelha (quando há fuga). P.S.: Os veículos a Diesel não usam velas de ignição para queima de combustível.

Para veículos com motor 4 cilindros, que é mais comum, uma bobina pode custar por volta de R$ 500,00 cada uma na concessionária. Há marcas alternativas mais baratas, mas geralmente não dura muito tempo e faz com que você viva um cilo eterno de troca de bobinas constantes (já peguei muito caso assim). É o famoso barato que sai caro. Veículos a Diesel não usam bobinas de ignição também.

Prosseguindo, falamos dos filtros, das velas, das bobinas. Alguns modelos, os mais antigos, tem cabos de ignição que conectam a bobina às velas. Geralmente troca-se junto com as velas. E vamos então nos aprofundar nos bicos injetores. Essa peça tem nos veículos a gasolina, etanol, diesel. Ela é responsável por pulverizar o combustível na câmara de combustão, que é onde gera a energia cinética para o seu veículo se mover.

Quando o seu veículo está falhando é bem provável que o bico injetor possa estar avariado com objetos quem vem lá do tanque, entupindo assim os orifícios. Há dois tipos mais comuns de bicos para veículos gasolina e álcool, que é o comum que fica localizado no coletor de admissão, e o de injeção direta, que fica posicionado geralmente no cabeçote. A diferença é que o primeiro pulveriza antes das válvulas e o segundo pulveriza direto na câmara de combustão, aonde vai o cilindro do motor.

Na década de 90, quando surgiu a injeção eletrônica, era comum os primeiros veículos utilizarem somente um bico injetor. Os veículos atuais já utilizam um bico por cilindro, é o mais comum. Portanto, quando um dos bicos não estão funcionando corretamente, é quando ocorre a falha.

Os bicos comuns geralmente tem uma película que é chamado também de filtro, e essa película é comum avariar. Quando o profissional remove o bico injetor para testar na máquina a estanqueidade e ressonância, pode também no ato trocar este filtro que fica dentro do bico injetor.

Falando ainda do bico, na máquina de testes (ou no próprio scanner) é possível identificar a falha em um ou mais bicos. Quando há falha no bico, o mais comum e mais grave, é quando ele está travado aberto, ou seja, quando você aciona a chave o sistema pressuriza o combustível desde lá do tanque até o bico injetor esperando o momento da partida para pulverizar o combustível na câmara de combustão e assim ter o perfeito funcionamento. Quando ele está travado, ao girar a chave, ele jorrará, como uma torneira aberta, combustível dentro da câmara de combustão. Este combustível não pulverizado lá dentro, quando você dá a partida, pode ocorrer calço hidráulico.

O temido calço hidráulico

Calço hidráulico, de maneira simples de você entender: sabe a seringa? Coloque um líquido dentro da seringa, tampe a saída com o dedo e comprima o líquido dentro. Já conseguiu imaginar o que acontece né. Imagina essa força, mas bruta, dentro da câmara de combustão.

Aí acontece o calço hidráulico, ou seja, o combustível não será queimado e você simplesmente abrirá um buraco no seu motor. Aí o prejuízo poderá ser o valor (ou maior) que a tabela fipe do seu veículo. Isso pode acontecer nos veículos a gasolina, álcool ou diesel.

Portanto, conhecendo agora os riscos, você ainda continuará rodando com o seu veículo falhando? Ah! Mas eu rodo há muito tempo com meu veículo falhando e nada aconteceu! Tudo bem, sem problemas, quando acontecer, após a leitura deste texto, saberá que você foi o responsável pelo prejuízo. As oficinas agradecem.

Quando o bico injetor está avariado, é possível reparar? Geralmente sim. Este processo que é feito na máquina específica faz uma limpeza com ressonância. Quando não é suficiente, há uma técnica muito comum nas oficinas, mas que não pode ser divulgada pois é trancada a sete chaves pelos mecânicos, que retorna a vida do bico injetor rssss.

Porém, dado o fato de que os bicos injetores tem o mesmo tempo de vida e recebem o mesmo combustível, o ideal é comprá-los novos, genuínos da concessionária, troca-se todos para não ter dor de cabeça. O bico injetor recuperado pode não durar muito, e se o mecânico trocar apenas um, os outros poderão dar problemas em breve.

Dependendo do veículo, o mecânico recomendará a troca de todos os bicos para economizar na mão de obra e no seu transtorno de retornar na oficina com o mesmo problema (isso é mais comum do que você possa imaginar). É aí que muitos questionam, porquê trocar todos se apenas um está com problema. Justamente por isso, para você não retornar no mecânico alegando que o diagnóstico foi errado, ou outras acusações.

Já peguei muitos casos que o cliente diz ter comprado o bico injetor original… aham… original da internet, da embalagem fake news cópia da peça genuína, original da marca x, marca y… Original da loja de peças ali da esquina, se duvidar até da farmácia… Aqui no Brasil é muito comum os proprietários que optam por pagar barato. Mas digo e repito, este barato geralmente, poderá sair muito mais caro depois.

Sobre o risco que a falha pode causar, terminarei este texto por aqui e posteriormente poderei discorrer sobre as outras peças mais comuns, a saber o catalisador e a sonda lambda (sensor de oxigênio).

Essas duas outras peças que geralmente aparece no scanner pode não gerar o prejuízo que um falhamento por bico injetor travado aberto causa. Ah, e bico injetor de injeção direta eu nunca vi recuperar, e o custo dele é bem mais alto que o comum. Deixe nos comentários sua experiência com veículo falhando.

Por Rafael Andrade

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.