Quando foi lançado no Brasil, em setembro de 2016, o Jeep Compass mostrava que sua segunda geração não era apenas um Renegade anabolizado, algo que poderia parecer com os muitos componentes compartilhados entre os dois modelos.
As melhorias mecânicas e as novidades tecnológicas, além do conforto superior para os ocupantes, colocavam o SUV num outro patamar, o que obviamente ficou claro nos seus preços. De início, eles variavam entre R$ 99.990 e R$ 149.990, mas os costumeiros aumentos o fizeram ficar na faixa atual entre R$ 161.472 e R$ 233.200.
Mas o que dizem os proprietários do modelo, em suas diversas versões? Veja abaixo quais são as principais reclamações registradas na internet, e como a marca tem respondido a elas.
Pane elétrica
O motivo mais citado entre as reclamações dos proprietários do Jeep Compass certamente é a pane elétrica. São dezenas de relatos, muitas vezes citando que o problema ocorreu com o veículo em funcionamento, em avenidas movimentadas ou até estradas.
Um deles cita um modelo com apenas uma semana de uso, que teve o problema à noite, numa rodovia. Segundo o relato, todas as luzes do painel e os faróis apagaram subitamente, o que obrigou o motorista a encostar o carro de forma urgente.
Com isso, o carro foi levado para a concessionária, que não constatou nenhum problema relacionado a isso. Por causa das outras reclamações feitas (problemas no limpador e no botão da maçaneta externa), a montadora indicou a substituição do chicote elétrico da porta do motorista, mas ela mesma não autorizou a troca de imediato.
Outro relato fala sobre um Compass que teve problema na parte elétrica com 20 dias de uso, indicando isso no painel. Ao levar o veículo para uma análise, o dono ouviu que “a água do ar condicionado estava pingando em cima do painel eletrônico” e que o problema demoraria cerca de 10 dias para ser resolvido, já que uma peça precisava ser encomendada.
Com um problema parecido, uma proprietária de Belo Horizonte (MG) citou que a marca indicou o sensor de chuva como a causa da pane, que afetou todo o sistema elétrico do veículo. O prazo inicial para resolver o problema também foi de 10 dias, mas depois de quase um mês ele ainda persistia.
Em outros casos, como num relato de Porto Alegre (RS), o problema aparecia quando o motorista ia ligar o carro, que não dava nenhum sinal de vida. Na concessionária, ao ser feita a checagem do sistema, notou-se que a central não estava funcionando e precisaria ser substituída.
Foi o que aconteceu também com um proprietário de Brasília (DF), mas no meio de uma viagem. Ao parar num posto para abastecer, o carro não ligou mais, sendo necessário acionar um guincho.
Outros relatos sobre problemas parecidos podem ser vistos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Problemas no Start/stop
O sistema start/stop tem como objetivo diminuir o consumo de combustível e as emissões do carro, desligando seu motor quando o veículo para num semáforo, por exemplo.
Mas a verdade é que, por ser um sistema presente em poucos carros no Brasil, ele ainda é alvo de muitas críticas (principalmente em relação a estragar a bateria, o que é um mito) e desconfiança (de início pode parecer estranho ver seu carro “morrer” a todo momento).
O Jeep Compass é um dos modelos que conta com esse sistema. Apesar de ter sua utilidade, ele ainda é visto com desconfiança por alguns dos interessados no SUV, especialmente depois de verem os relatos de problemas relacionados ao start/stop, que podem causar muita dor de cabeça.
Um desses casos é dum Compass Limited 2018, que teve problemas no sistema depois de cinco meses de uso e 3.000 km rodados. Logo de cara o veículo precisou ficar 10 dias na concessionária para um diagnóstico, que não resolveu o problema.
Ao sair dali, o painel indicava a mensagem “Start Stop não disponível – modo de proteção da bateria”. O carro voltou para a concessionária, vários testes foram feitos, mas o problema continuou.
Outro relato fala sobre o problema ter acontecido com o veículo no meio do trânsito, o que poderia ter causado um acidente, já que as panes imobilizam o carro. Assim como no caso acima, o Compass (que tinha menos de 5.000 km rodados) ficou na concessionária para análise do problema, sem previsão de entrega.
Casos parecidos podem ser vistos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Veja também informações sobre o Jeep Cherokee.
Ar-condicionado ineficiente
Outro alvo frequente de reclamações é o sistema de ar-condicionado do Jeep Compass. Alguns deles, como o relato do proprietário dum modelo Longitude 2018, falam sobre sua ineficiência para gelar o interior do veículo. Nesse caso o veículo não tinha completado 1.000 km rodados e já havia visitado a concessionária três vezes por causa do mesmo problema.
Já o relato dum modelo Trailhawk 2017, do Rio de Janeiro (RJ), cita o mau cheiro quando o ar-condicionado era ligado. Mesmo após uma revisão completa, o problema continuou, e a solução dada pela concessionária ao proprietário pareceu absurda.
Como o motivo do mau cheiro é mofo, e esse é um defeito de fábrica, ele deveria “ligar o ar condicionado em temperatura quente por cerca de 5-10 minutos, uma vez por semana, indefinidamente”. A montadora, quando questionada, deu a mesma orientação.
Além dos casos citados acima, existem outros relatos sobre o mesmo problema. Para ler mais, clique aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Outros problemas e as formigas gigantes
Outros problemas citados pelos proprietários do Jeep Compass incluem defeitos na bateria, no computador de bordo, no teto solar, no funcionamento dos vidros e da direção.
Mas, sem sombra de dúvidas, o relato mais curioso e absurdo que encontramos foi o caso das formigas gigantes. Sim, há um relato sobre um Compass Longitude, comprado zero km, com uma infestação de formigas.
Ainda na concessionária, a proprietária relata ter visto uma formiga no carro, mas isso não chamou sua atenção. Em casa, porém, ela percebeu que várias formigas estavam aparecendo de todos os lados.
Ao reclamar sobre isso com a concessionária, alegando que o problema ocorreu em menos de 8 horas depois de retirar o veículo, a empresa disse que não tinha uma posição sobre o assunto, além de não poder oferecer um modelo similar como carro reserva. Um vídeo sobre o problema foi publicado pela proprietária.
Em 22 de setembro de 2017 ocorreu o primeiro recall do Jeep Compass até aqui. Ele afetou exclusivamente as versões diesel, ano/modelo 2016/2017, num chamado que envolveu 1.395 unidades.
O objetivo era a substituição do cabo massa da transmissão, que afetava o funcionamento do motor (provocando seu desligamento súbito, com o carro em movimento, ou impedindo sua partida).
Depois disso, o modelo foi chamado em junho de 2018, envolvendo 92.081 unidades de 2017/2018 numa falha que poderia resultar no desligamento do motor. Em outubro do mesmo ano, unidades 2018 foram convocadas para resolver uma falha nos freios.
Já em fevereiro de 2019, veio o último recall (até o momento) do Compass, num chamado que abrangeu 88.803 unidades novamente por uma falha que poderia resultar no desligamento involuntário do motor.
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