Se alguém lhe perguntasse qual foi o primeiro carro chinês a ganhar motorização Flex no Brasil, qual modelo você responderia?
Talvez um JAC J3, um Chery Tiggo, ou mesmo um Chery QQ?
Muito provavelmente você nem mesmo se lembrava da existência do S-18, não é mesmo?
Vamos falar um pouco sobre o modelo escolhido pela Chery para ser o primeiro Flex no Brasil, deixando de lado Face, Cielo, QQ e Tiggo.
Confira:
Um breve resumo do início dos chineses no Brasil
Nos anos 2009, 2010 e 2011, vimos os primeiros carros chineses chegando ao Brasil.
Eles chegaram um pouco depois do Effa M100, que foi o primeiro de todos em 2008.
E a experiência do brasileiro com esses modelos chineses foi melhorando aos poucos, apesar de no começo ser bem ruim.
O M100 mesmo, era tão ruim e perigoso, que seu teste de longa duração, feito por uma revista automotiva, foi interrompido no meio do processo, por total falta de condições de continuar.
O que aconteceu foi que o primeiro lote de M100 chegou em 2007, mas a Effa foi impedida de importar esses carros através do Uruguai.
Então eles ficaram um ano esperando essa liberação, e por isso tiveram muitos problemas de qualidade, pois nem mesmo foram revisados para serem vendidos.
Depois, em 2010, a Chery acabou trazendo vários modelos para o país, para se juntarem ao Tiggo antigo. Eles eram Face, Cielo e S-18, e tinham uma qualidade bem melhor que aquela vista no Effa M100, mas ainda nem mesmo perto da qualidade dos carros de marcas mais tradicionais.
Em 2011, a JAC Motors estreou com todo alarde possível, usando até mesmo o Faustão como garoto-propaganda.
Mas em pleno 2012, a JAC ainda não tinha nenhum modelo Flex, isso só aconteceria em novembro daquele ano, com o J3 Sport, uma versão mais potente com motor 1.5 16v de 127 cavalos.
O Chery S-18, no geral
O S-18 chegou ao Brasil no começo de 2012 com um preço inicial de R$ 31.990. Ele tinha um design bem resolvido, feito na Itália, e grandes faróis arredondados que lhe davam um visual até um pouco infantil.
A qualidade de montagem e acabamento era satisfatória, tanto que era necessário procurar de forma bem atenta para encontrar os famosos deslizes que os carros chineses tinham naquela época.
O desenho arredondado continuava na traseira, com as lanternas redondas e de tamanho não tão exagerado quanto os faróis, e no interior.
Ali, o carrinho tinha puxadores de porta em formato de meia lua, desenho que continuava no quadro de instrumentos que ficava centralizado no painel.
Quem não gostava de um painel de instrumentos central, mal sabia o que vinha por aí, pois o Toyota Etios seria lançado no final daquele mesmo ano.
As saídas de ar centrais eram feitas de plástico de baixa qualidade, com manchas, e a mesma qualidade ruim era observada nos comandos do ar-condicionado.
Veja nossa página completa sobre o Chery S-18.
Tamanho e potência, comparado com os outros populares
O Chery S-18 tinha 3,60 metros de comprimento, sendo menor do que todos os seus concorrentes, a saber: Celta, Ka, Mille, March e Clio, com exceção do Kia Picanto, que tinha 3,59 metros.
Hoje, apenas um carro atual é menor do que todos esses, incluíndo o S-18: o Fiat Mobi, com 3,56 metros de comprimento. O Kwid tem 3,68.
Mas na motorização, o S-18 tinha larga vantagem, pois era o único equipado com motor 1.3 16v, e não 1.0.
Seu conjunto mecânico tinha duplo comando de válvulas, com potência máxima de 91 cavalos.
Ele era até que arisco, para seu segmento. Era um carrinho fácil e divertido de se guiar dentro da cidade.
As respostas ao acelerador eram rápidas, e as retomadas eram feitas de maneira igualmente rápida. O único problema era a suspensão, que apesar de privilegiar o conforto, apresentava bastante ruído.
O câmbio também era um calcanhar de Aquiles, pois os engates eram barulhentos e imprecisos, como todos os chineses daquela época.
Espaço interno
O modelo da Chery era vendido como tendo espaço para cinco pessoas, mas isso era puro marketing.
Assim como era impossível levar cinco pessoas nos carros populares da época, no S-18 também. Qualquer coisa acima de quatro adultos, e todos sofreriam a viagem toda.
E essas quatro pessoas não podiam ter mais do que 1,80 metro de altura, para não ficarem raspando a cabeça no teto.
Acha o porta-malas do Fiat Mobi muito pequeno, com seus míseros 200 litros? Pois bem, o Chery S-18 tinha apenas 160 litros de capacidade.
Equipamentos e dados técnicos do motor
O Chery S-18 vinha de fábrica com CD player, trio elétrico, regulagem de altura do volante, regulagem de altura do banco do motorista, freios ABS, airbag duplo e rodas de liga leve.
Seu motor tinha 1.297 cm3 de deslocamento, taxa de compressão de 10,8:1, potência de 91 cavalos a 5.600 rotações, torque máximo de 13,0 kgfm a 4.600 rotações e câmbio manual de cinco marchas.
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