O Chevrolet Opala é um dos carros antigos mais cultuados do Brasil e um dos clássicos que duraram mais tempo no mercado nacional, tendo sido lançado em 1968 e retirado de linha em fins de 1991.
Primeiro automóvel fabricado pela General Motors no Brasil, o Opala era a junção de Opel Rekord e Chevrolet Impala com mecânica antiga, baseada em um propulsor lançado pela GM nos EUA em 1929.
Este era o motor de seis cilindros em linha que num carro que juntou os nomes de Opel e Impala, sedã americano de mesmo perfil, surgiu o Opala em carrocerias cupê de duas portas e sedã com quatro portas.
Logo depois surgiu a versão perua, a Opala Caravan, fechando assim uma família de carros que ainda teria uma versão com motor de quatro cilindros em linha, sendo este um derivado do motor de seis pistões.
No entanto, o projeto do Opala não foi consistente com a mecânica apresentada, gerando muitos dos defeitos e problemas crônicos, que afetam quase todas as unidades disponíveis.
Fabricado em São Caetano do Sul, o Opala surgiu com um motor antiquado já em 1968, que gerava um peso excessivo 200 kg acima do Opala de quatro cilindros.
Com comandos no bloco e cabeçote de ferro fundido, o motor do Opala 4.1 forçava não só as longarinas do chassi, mas também a suspensão e a carroceria, além de deixar a traseira solta.
Mesmo no motor menor, o Opala teve problemas de vibração e o conjunto em si teve que sofrer várias atualizações, tardias, que não melhoraram o carro de fato e hoje são defeitos e problemas constantes.
Vibração e consumo elevados
No motor, o Chevrolet Opala tem muitos defeitos e problemas, que podem dar muita dor de cabeça aos donos, especialmente aos que adiam a resolução dos mesmos.
Uma das maiores reclamações dos donos de Opala é o elevado consumo de combustível por conta dos motores antigos, cujo projeto remontava aos anos 30 e ainda havia o agravante do peso excessivo.
Além do seis em linha 4.1 litros, havia ainda o 2.5 litros, de quatro cilindros, que tinha vibração excessiva que muitos não gostam, acentuada na versão de 153 polegadas cúbicas, que foi posteriormente reduzido para 151 polegadas cúbicas, mas não eliminou o problema, apenas atenuou com mudanças no diâmetro x curso dos pistões.
Fraca alimentação do carburador
Outro defeito da mecânica do Chevrolet Opala é a fraca alimentação do carburador, mas gerada pelo coletor, que não atendia bem o segundo e o quinto cilindros, algo que nunca foi resolvido pela GM.
Isso fazia com que pressão nesses dois cilindros era baixa em relação aos demais, mas ao se enriquecer a mistura para compensar isso, o motor não funciona corretamente.
Em contrapartida, mecânicos e preparadores modificaram o coletor com aletas internas para beneficiar o fluxo de mistura ar-combustível nestes dois cilindros, sendo a solução conhecida como “motor litrado”.
Outro defeito era na partida do motor por conta do não encaixe perfeito do rotor na cremalheira do volante do Opala, que faz com que muitos donos concordem com mecânicos em inverter os dentes no volante de massa para evitar sua substituição.
Motor de partida caindo e vazamentos de óleo
Também é comum que o motor de partida caia por conta de seus parafusos de fixação invertidos, montados de cabeça para baixo. Alguns fazem uma adaptação de motor de arranque de outros modelos para melhorar a partida.
Vazamento de óleo é outro problema do Opala e a culpa é da gaxeta (mecha vedadora) do virabrequim junto ao volante de massa, de fabricação de má qualidade, que provocava poças de óleo onde o Opala parava, gerando até piadas sobre o problema, só resolvido pela GM no fim da vida do modelo.
O projeto do motor do Opala 4.1 litros era tão antigo que os mancais dos cilindros não usavam casquilhos, mas gaxetas, materiais em tecido prensado para absorver o óleo lubrificante, evitando que o mesmo seja vazado do compartimento do motor.
Trincas e rodas que saíam
O Chevrolet Opala sofreu com o peso de seu coração e também pelo material rodante que poderia simplesmente pegar outro rumo, perdendo-se nas curvas da estrada da vida…
No primeiro caso, trincas nas longarinas da carroceria surgem devido a enorme diferença de peso entre as versões de 4 e 6 cilindros em linha, com o segundo chegando mesmo a torcer com o esterçamento da direção, tamanho o esforço do chassi em suportar o motor de seis cilindros 4.1 litros.
Com isso, as buchas da suspensão dianteira passaram a ser trocas mais frequência e os pivôs defeituosos que faziam a roda se solar literalmente, podendo até causar um acidente com morte.
Da mesma forma, a roda traseira também saía e levava junto o semi-eixo interno do eixo rígido, devido à má qualidade da junta elástica de vedação do eixo da Braseixos, que se rompia e permita que a roda saísse girando do carro com os componentes.
O problema foi resolvido com o diferencial da Dana, que tinha uma flange de fixação do conjunto, sendo esta mais robusta e evitando o enorme e perigoso defeito do conjunto da Braseixos.
Corrosão e traseira que flutua
A alta corrosão no Chevrolet Opala é algo conhecido, com baixo tratamento das chapas de aço e entrada de água pelas janelas traseiras da versão cupê, que desciam como as dianteiras, além da tampa do porta-malas, cujas borrachas eram de má qualidade.
Flutuação da traseira também é outro problema do Opala, por ser bem mais leve que a dianteira e provoca enorme oscilação durante a condução, onde os donos adicionavam peso ao porta-malas para reduzir esse movimento irregular do carro.
A General Motors, perto do fim da vida do Opala, criou uma barra estabilizadora inferior no eixo rígido da suspensão traseira para eliminar a oscilação, mas apenas atenuou o problema.
Ferradura ruim é outro problema que permitia outras chaves abrirem as portas, assim como também provocavam a quebra da chave em seu interior.
Havia problemas nos forros das portas que, com o tempo, encolhem e borrachas de vedação, haste do pisca que quebrava fácil era outro defeito, tal como o miolo de partida que é crônico de todos os Opalas com partida na coluna de direção.
Teto interno pré-moldado que se solta (91/92) e molduras laterais externas também faziam parte do pacote…
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