Colocar metade gasolina e metade etanol é bom?

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Presente no mercado brasileiro há duas décadas, a tecnologia flex já virou uma tradição entre os automóveis oferecidos em nosso país – tanto é que muitos consumidores abominam modelos com motorização monocombustível.

Entretanto, apesar de se tratar de uma tecnologia já difundida em nosso mercado, há uma série de verdades e mitos que a circundam. Uma delas é a respeito do abastecimento misturando gasolina e etanol.

Acredite se quiser: mesmo possuindo um modelo bicombustível na garagem, muitos proprietários acabam afirmando que é praticamente um “absurdo” misturar os dois combustíveis em um só tanque.

Para esses indivíduos, você deve abastecer apenas com gasolina ou com etanol. E a grande maioria de nós sabe que isso é uma inverdade.

Preço da gasolina nos EUA em 2023 (e anos desde 95)

Posso colocar metade gasolina e metade etanol no tanque do meu carro?

Sim, você pode. No carro Flex, qualquer mistura entre os dois combustível pode ser usada tranquilamente.

Desde 50% de cada, até 10% de um, por exemplo, e 90% do outro. Você que decide.

Colocar metade de cada é bom?

Não é bom nem ruim, não faz diferença nenhuma para o motor do seu carro.

Agora, se a dúvida é se isso é bom em sentido financeiro, aí é necessário que você faça as contas para descobrir onde poderá economizar mais.

Existe um cálculo para saber se você deve abastecer com álcool ou gasolina.

Assim como existem proprietários que abominam o uso de gasolina e etanol num mesmo tanque, há outros que afirmam que abastecer com 50% gasolina e os outros 50% de etanol é a melhor opção, tanto para a economia como também para um melhor desempenho do conjunto.

Entretanto, dá para dizer que isso não é totalmente verdade. Aliás, varia de acordo com o estilo de condução do motorista.

O etanol tem um preço mais em conta que a gasolina, porém, tal valor inferior acaba refletindo diretamente no consumo de combustível do veículo, visto que o combustível derivado da cana é menos eficiente, ou seja, gasta mais.

Para se ter uma noção, um automóvel abastecido totalmente com etanol consegue entregar um consumo aproximadamente 40% inferior caso estivesse abastecido com gasolina.

Por outro lado, a potência e o torque de um carro é, na maioria das vezes, bastante superior com etanol (como exemplo, o Polo 1.0 TSI entrega 116 cavalos com gasolina e 128 cv com etanol, ou seja, 12 cv a mais). Portanto, caso a prioridade seja desempenho, o etanol pode ser a melhor opção.

Tendo em vista essas informações, você já deve imaginar que a gasolina é mais vantajosa para aqueles que estejam querendo economizar um pouco e sentir aquele “prazer” ao ver no computador de bordo ou na calculadora que o modelo está com um consumo mais amigável.

A gasolina pode ser mais interessante sobretudo em viagens mais longas, já que você deve parar menos em postos de combustíveis – o que pode ser algo escasso dependendo da rodovia, fora a má qualidade do combustível entregue por diversos postos desconhecidos.

Ou seja, na prática, misturar gasolina e etanol na proporção 50/50 pode ser ideal para aqueles que buscam um equilíbrio entre desempenho e eficiência. É claro que com essa mistura você não vai extrair o máximo de potência e torque do motor do seu carro, tampouco atingir números astronômicos de consumo.

Mas, obviamente, ele terá um desempenho um pouco melhor e também um consumo ligeiramente menor.

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Qual é o combustível mais vantajoso para o meu veículo?

Este assunto também já foi motivo de matérias anteriores aqui no Notícias Automotivas, como uma que fala sobre se o etanol prejudica o motor Flex.

Porém, também resumindo, o etanol tem como benefícios a menor emissão de gases nocivos, resultando num menor impacto ambiental, no aumento do desempenho do propulsor do carro e também no fato de ser uma fonte renovável. Peca, contudo, por ser menos eficiente.

Já a gasolina pode ser interessante por ampliar a eficiência do aparato do veículo e por contar com versões “interessantes” para um motor, como a gasolina aditivada que conta com aditivos para promover uma limpeza nos componentes internos.

No entanto, este combustível provoca uma maior emissão de monóxido de carbono (CO), é uma fonte não renovável (ou seja, uma hora vai acabar) e também tem preços mais elevados e com variações constantes.

Para definir qual é a melhor opção, o indicado é abastecer pelo menos metade do tanque do seu carro com etanol e ver qual foi o consumo em km/l (divida o número de quilômetros rodados pela quantidade de litros de combustível).

Faça o mesmo posteriormente com a gasolina e anote os resultados (quilômetros rodados, litros e preços). Caso haja variações de preços após esse teste, refaça-o e considere o preço atual.

Posso abastecer o meu carro 0 km com ambos os combustíveis?

Caso o vendedor que tenha lhe atendido na concessionária seja um tanto quanto desinformado, provavelmente você deve ter ouvido que o primeiro abastecimento do seu novíssimo carro flex zero km deveria ser realizado com somente etanol.

Tal prática, segundo eles, deve ser prolongada até os primeiros 500 quilômetros do veículo. Entretanto, isso é um mito, visto que o carro flex sai da linha de produção pronto para receber tanto gasolina como etanol, independente da proporção.

Ou seja, logo de início você pode abastecer o seu carro zero km com o combustível mais vantajoso para o seu bolso e/ou para o seu uso.

Na real, o que é um motor flex?

Já havíamos publicado anteriormente uma matéria que explica detalhadamente o que é um motor flex e como ele funciona.

Entretanto, em suma, um propulsor bicombustível tem concepção parecida com a de um monocombustível – tanto é que muitos carros viram flex “de uma hora para a outra”, como foi o caso do próprio Volkswagen Gol 1.6 Total Flex, o primeiro modelo bicombustível lançado no ano de 2003.

Um dos principais diferenciais fica por conta do sistema de alimentação, que conta com bicos injetores maiores (em cerca de 30%) e com mais vazão. Além disso, a taxa de compressão é diferente, ficando entre a de um propulsor somente a gasolina e a de um somente a álcool.

O conjunto inclui ainda a sonda lambda para detectar com qual combustível o carro está abastecido e, em alguns casos, um sistema de partida a frio que dispensa o famoso tanquinho para partidas com etanol em situações com temperaturas mais baixas.

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Autor: Leonardo Andrade

Leonardo atua no segmento automotivo há quase nove anos. Tem experiência/formação em administração de empresas, marketing digital e inbound marketing. Já foi colaborador em mais de sete portais do Brasil. Fissurado por carros, em especial pelo mercado e por essa transformação que o mundo automotivo está vivendo.