Avaliação Corolla Altis Hybrid 2020: economia com etanol

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O Toyota Corolla 2020 chegou para mudar o panorama do nosso mercado automotivo com a introdução de um híbrido nacional e, ainda por cima, flexível em combustível.

Na versão Altis Hybrid, o Novo Corolla prova que pode existir economia com etanol, aliando a baixa emissão do combustível vegetal com a eficiência da eletrificação.

Com tudo novo, um design realmente atraente e dirigibilidade superior ao clássico característico do best seller mundial, o Novo Corolla perdeu a vergonha de ousar.

Contudo, nem tudo são flores, já que não existe mágica para um sedã médio de apenas 123 cavalos de potência combinada.

De qualquer forma, a proposta não é ter desempenho de esportivo, mas economizar e nisso, o Corolla Altis Hybrid mostra que aquele preço menor no posto de combustível agora vale mais a pena.

Isso sem contar outros incentivos que a propulsão híbrida trouxe para o campeão de vendas da Toyota que, no entanto, cobra bem por isso: R$ 124.990.

Por fora…

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Bonito. O Novo Corolla Altis Hybrid – como os demais, em especial o XEi – é muito agradável aos olhos. A mudança de geração trouxe um carro com linhas bem sofisticadas.

Além disso, o sedã médio agora tem um visual mais equilibrado e deixou de ser um pouco exagerado em alguns detalhes, adotando o padrão de estilo Prestige, mas sóbrio que o Sporty.

Prestige? Sporty? O primeiro é o padrão internacional de estilo do Novo Corolla, o que temos aqui. O outro é uma visão jovial e esportiva, para clientes novos, vista nos EUA e Japão.

Na frente, os faróis bem desenhados se mesclam com os frisos da grade falsa, que sustenta o logotipo da Toyota. Com luzes diurnas e projetor, o conjunto ótico atrai olhares.

A grade inferior é bem grande, mas não interfere no conjunto de forma negativa. Já os vincos acentuados nas laterais dão certa esportividade às linhas, contendo ainda faróis de neblina.

As rodas de liga leve aro 17 polegadas são bem elegantes e funcionam bem com o conjunto do Corolla Altis Hybrid. Com colunas A e C avançadas, o sedã tem área envidraçada ampla e equilibrada.

Na traseira, as lanternas em LED possuem baixo relevo nas lentes, criando um efeito 3D. O cromado da tampa se funde com o desenho delas.

O para-choque traseiro emprega dois defletores. No teto limpo, não há nada, pois, a antena barbatana só existe agora como acessório, nem mesmo no Altis Premium, conforme a assessoria de imprensa da Toyota.

Por dentro…

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Diferente do exterior, o ambiente interno do Novo Corolla Hybrid 2020 não impressiona. O cluster análogo-digital com econômetro energético e níveis de combustível e temperatura da água em ponteiros é o mesmo do RAV4 Hybrid.

O display central de 7 polegadas da instrumentação, também segue o mesmo padrão com muitos dados sobre desempenho, economia, navegação, áudio, entre outros.

O tamanho compacto do painel é contrabalançado pela tela de 8 polegadas do Toyota Play, bem alta. Ela agora traz a interface de Android Auto e Car Play, o que ajuda enormemente.

Além disso, traz uma tela múltipla com diversas informações ao mesmo tempo, o que também é bom. Na “Info”, pode-se ver o fluxo de energia entre motor elétrico, motor a combustão, rodas e bateria.

Isso pode ser reproduzido na instrumentação, mas tira do condutor um item que ele sempre estará de olho, o medidor de consumo médio.

Não há como evitar ficar olhando para a eficiência no consumo neste Novo Corolla. Já sem folhas, embora ainda com score discreto, a Toyota quer oferecer um carro normal, mas eficiente.

Por isso, nada de botões em exagero ou console elevado como já visto no Prius atual e anteriores.

Assim, o Corolla Altis Hybrid tem a boa e velha alavanca de câmbio e até exagera em dispor do antiquado freio de estacionamento manual, diferente do modelo internacional, já eletrônico.

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Isso tudo para que o cliente de Corolla não se sinta fora do lugar comum, diferente da proposta do Prius. No Altis, o volante bem acertado vem com o Toyota Sense, o que é ótimo.

Os bancos também são revestidos em couro e há um bom espaço para pernas atrás. O acabamento geral é bom, tendo materiais soft no painel e portas.

Entretanto, o Corolla Altis Hybrid tem alguns pecados que poderiam torna-lo mais um “XEi Plus” do que um Altis de fato.

O ar condicionado é automático, mas apenas de uma zona de temperatura. Tudo bem que ainda tem a função de centra-lo apenas no condutor para reduzir o consumo com o carro quase vazio.

Outro ponto negativo é a ausência de difusores de ar no banco traseiro. Estamos falando de um carro de R$ 125 mil, quando é possível obter tal recurso em sedãs compactos bem mais baratos.

Existem apenas duas entradas USB, uma na frente, perdida no acabamento, e outra entre os bancos dianteiros, no porta-objetos, onde fica o carregador 12V. As maçanetas das portas não possuem qualquer acabamento e o banco do motorista tem apenas ajustes manuais.

Nem é preciso lembrar que não tem antena diferenciada e o teto solar só no Altis Premium. Até o apoio de braço no banco traseiro está “caidinho” quando comparado ao do Novo Cerato, por exemplo.

Uma iluminação interna em LED azulado tenta compensar esses deslizes. No restante, agrada mais pela proposta do que por detalhes de uma versão topo de linha. O porta-malas acomoda bem e pode ser ampliado.

Por ruas e estradas…

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Se o Corolla Altis Hybrid peca no conteúdo, pelo menos se destaca muito bem em sua proposta principal, que é a eficiência energética.

Contudo, como falamos no início, não há mágica em relação ao desempenho. O Novo Corolla Hybrid tem apenas performance mediana em comparação com o antigo.

Seu motor 1.8 Dual VVT-i Flex de 98 cavalos na gasolina e 101 cavalos no etanol, ambos a 5.200 rpm, esforça-se para mover os 1.440 kg do sedã médio.

Embora os dois motores elétricos (MG-1 e MG-2), fixados dentro da transmissão Transaxle, entreguem 72 cavalos, a força combinada, que nunca é uma simples soma, só alcança 123 cavalos.

Os torques são de 14,5 kgfm a 3.600 rpm no 1.8 e 16,6 kgfm no elétrico, mas não são somados, por isso, boa parte se perde.

Com isso, o Corolla Hybrid vai de 0 a 100 km/h em 11 segundos e tem máxima de 170 km/h (limitada).

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Não focado no desempenho, o Novo Corolla Hybrid atende bem no dia a dia, mesmo em estrada. Mesmo com a falta de força do motor 1.8, o sistema híbrido permite explorar bem o torque elétrico, obtido de forma imediata.

Isso evita acelerações exageradas do propulsor, economizando muito combustível. Com saídas ágeis por conta disso, todos esses números parecem uma contradição.

Mesmo em subidas íngremes, saídas de semáforo ou mesmo retomadas em meio ao trânsito, o Toyota Corolla Hybrid se comporta muito bem e com pouco acionamento do motor.

Toda essa força em baixa se traduz numa condução prazerosa dentro da cidade, onde o Novo Corolla Hybrid desliza suavemente com números que impressionam.

Ainda que o trânsito seja no anda-e-para, esse Toyota gasta muito pouco e até exagera no computador de bordo com consumos momentâneos que chegam a 32,9 km/l, por exemplo. E estamos falando de etanol, combustível que a Toyota informou estar no tanque.

Com altos e baixos, o consumo fica variando e conseguimos ótima média de 17,3 km/l. O Instituto Mauá em parceria com a Toyota conseguiu média urbana de 20,8 km/l usando gasolina.

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Apuramos em um trecho, cerca de 20 km/l, mas não foi a média geral, infelizmente. É possível alcançar isso? Pelo que observamos durante o tempo em que ficamos com o Corolla Hybrid, acreditamos que sim, mas isso apenas os futuros donos poderão responder.

O Corolla Hybrid sai sem emitir ruído de motor, exceto se a carga da bateria estiver muito baixa, então o motor liga para enchê-la. Porém, ele não a completa.

Na verdade, as células só ficarão cheias plenamente em caso de descida de serra ou declives muito longos. Não há um modo de deixar o motor carregando a bateria até 100%.

O negócio não é se preocupar com a carga da mesma, uma vez que o tanque tem 43 litros e isso dá em teoria quase 744 km de autonomia na cidade.

Então, pode-se rodar muito gastando pouco. No modo EV, o condutor pode rodar sem emitir poluentes, mas a carga da bateria cai rapidamente e logo essa função é desligada.

Contudo, no dia a dia, o modo EV vai aparecer ligado no painel muitas vezes, pois, é quando o motor desliga e o elétrico assume a condução, indo de segundos até alguns minutos.

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Parado no trânsito, só silêncio. Mesmo que se imprima uma condução mais esportiva, usando o modo Power, as respostas sempre serão focadas na eficiência. Vai andar um pouco mais? Sim, mas nem mesmo como um Corolla 1.8 antigo, por exemplo.

Outra coisa interessante é que no modo Eco, o desempenho não cai tanto assim, mas a média fica evidentemente melhor. Mas, usando o modo Normal, o Corolla Hybrid se porta melhor e não bebe muito mais por isso.

Na estrada, o Corolla Hybrid é só conforto. O sedã tem boas respostas quando levamos em consideração sua força combinada, embora com pouca intervenção elétrica.

Assim, usa-se mais o 1.8 Flex, que eleva bem o giro em aclives moderados e muito nos acentuados, mostrando que sua praia não é a rodovia.

O propulsor elétrico ajuda no que pode. Nas retomadas, ele é um sedã médio apenas moderado, assim como nas ultrapassagens, com o motor gritando muito e com pouco efeito imediato.

No entanto, não é algo tão preocupante assim, podendo ser naturalmente administrado pelo condutor, já que existem três modos de condução, porém, diferente do Altis Premium, não há seletor de mudança de marchas de forma manual.

Rodando a 110 km/h, não há como saber em que rotação o motor está, afinal, ele geralmente funciona com o elétrico em momentos diversos.

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O interessante nesse caso é manter o ponteiro do econômetro na faixa Eco. Apenas na Power o motor entrará com mais vigor.

É legal ver o fluxo de energia variando entre os elementos do sistema híbrido, chegando mesmo ao ponto do 1.8 mover o carro sozinho, assim como o elétrico.

Na média, conseguimos na estrada 14,2 km/l com etanol, o que é ótimo para um carro grande com motor pequeno. Nos declives, o ponteiro vai para a faixar CHG (Charge), onde o fluxo de energia alimenta diretamente a bateria.

Nessa condição, o condutor pode usar o modo B (Brake Force), que permite usar os propulsores como freio-motor.

Já em relação à condução em si, o Toyota Corolla Altis Hybrid é um carro bem agradável de guiar. A direção elétrica é leve e eficiente, assim como o acerto da suspensão, bem equilibrada para a proposta.

Com multilink na traseira, o Novo Corolla tem uma pegada muito melhor que o anterior, fazendo curvas com boa estabilidade e sem saídas bruscas de traseira.

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A direção bem direta nessas situações ajuda muito, assim como a dinâmica do chassi, bem neutro. Com freios mais fortes do que o necessário, fruto do sistema regenerativo atuante, o Corolla Hybrid garante boa sensação atrás do volante.

Em pisos ruins, ele ainda filtra razoavelmente bem as imperfeições, sendo um carro realmente acertado para rodar no Brasil.

O Toyota Safety Sense garante um adicional em segurança, que é muito bom. Basta ajustar o piloto automático e ajustar a distância para o carro da frente, que ele faz o resto.

Só não confie tanto no controle do alerta de faixa assumindo quando se queima a faixa de rolamento, pois, é muito breve, apenas para alertar.

Pelo pacote de tecnologia de segurança, que ainda inclui frenagem automática de emergência e alerta de colisão, o Corolla Altis Hybrid ganha um ponto.

Por você…

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O Corolla Altis Hybrid tem uma proposta muito boa, que traz vantagens adicionais, como se livrar o rodízio em São Paulo ou deixar de ser presença constante nos postos de combustíveis.

Em tempos de preço da gasolina nas alturas e etanol mais em conta, rodar com esse e ainda fazer média como se fosse um frugal 1.0 com gasolina num subcompacto é realmente um ponto importante.

Pena que o preço sugerido não contemple também o que se espera de uma versão mais completa, ficando assim mais próximo do XEi 2.0.

No desempenho, quem busca andar de forma mais solta e com alguma sobra, a indicação é ir para o Altis Premium 2.0, que custa o mesmo e é mais equipado.

E então, vale a pena? Pelo conjunto híbrido, tecnologia de segurança e economia, sim, vale mesmo. Agora, por desempenho e conteúdo, infelizmente não.

Medidas e números…

Ficha Técnica do Toyota Corolla Altis Hybrid 2020

Motor/Transmissão

Número de cilindros – 4 em linha, flex

Cilindrada – 1.798 cm³

Potência – 98/101 cv a 5.200 rpm (gasolina/etanol)

Torque – 14,5 kgfm a 3.600 rpm (gasolina/etanol)

Potência elétrico – 72 cv a 0 rpm

Torque elétrico – 16,6 kgfm a 0 rpm

Potência combinada – 123 cv

Transmissão – Transaxle com variação contínua de marchas

Desempenho

Aceleração de 0 a 100 km/h – 11 segundos

Velocidade máxima – 170 km/h (limitada)

Rotação a 110 km/h – ND

Consumo urbano – 17,3 km/litro (etanol)

Consumo rodoviário – 14,2 km/litro (etanol)

Suspensão/Direção

Dianteira – McPherson/Traseira – Multilink

Elétrica

Freios

Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB

Rodas/Pneus

Liga leve aro 17 com pneus 225/45 R17

Dimensões/Pesos/Capacidades

Comprimento – 4.630 mm

Largura – 1.780 mm (sem retrovisores)

Altura – 1.455 mm

Entre eixos – 2.700 mm

Peso em ordem de marcha – 1.440 kg

Tanque – 43 litros

Porta-malas – 470 litros

Preço: R$ 124.990 (versão avaliada)

Toyota Corolla Altis Hybrid 2020 – Galeria de fotos

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X