Como escolher o óleo do motor? Como verificar o estado

óleo motor

No corpo humano, nosso sangue é o que faz tudo funcionar, limpando e levando energia entre as células. Num automóvel, seu sangue não é o combustível, mas o óleo lubrificante que move seu coração, o motor.

O lubrificante com composição mineral, semissintética ou sintética é o que faz o propulsor funcionar de forma correta, com menor fricção entre as partes móveis, reduzindo o desgaste dessas peças, bem como proporcionando temperatura mais baixa e menor ruído.

Como os carros elétricos ainda não dominaram o mundo, os óleos lubrificantes possuem papel muito importante na indústria automobilística mundial, pois eles lubrificam uma frota de centenas de milhões de veículos todos os dias.

O detalhe é que não existem apenas três tipos de óleo lubrificante. As específicas e aplicações são diversas, indo desde motores de 2 ou 4 tempos até propulsores de alta performance.

Seja gasolina, diesel ou flex, o óleo do motor precisa ser usado com atenção. A troca do mesmo no tempo certo também é fundamental para a saúde do motor e sua vida útil.

Escolhendo o óleo do meu carro

óleo

Apesar do título da matéria, obviamente, o proprietário do automóvel deve seguir o que o manual do fabricante recomenda. Lá, está especificado o tipo de óleo que o propulsor precisa, tanto na classificação SAE quanto na API.

Como exemplo, a Honda utilizou no Brasil a especificação SAE 10W30 com API SL, sendo este mineral. No manual do veículo, é assim que o lubrificante é recomendado. O tipo de óleo não foi escolhido pela engenharia a esmo.

Houve um estudo relativo ao tipo de lubrificação que beneficiasse completamente o propulsor em sua proposta original, especialmente no que diz respeito à partida com motor frio (5W ou 10W) e o comportamento do mesmo em temperaturas altas (40 ou 50).

Isso significa que o motor da Honda suporta um grau 10W no frio e 30 no verão. Sair disso seria arriscado para o funcionamento eficiente do motor.

Para manter as características de funcionamento do motor em ordem, é preciso sempre realizar as trocas nos períodos especificados pelo fabricante, que geralmente dá uma folga de 1.000 km para mais ou menos. Se o veículo tiver uso severo, recomenda-se substituir o lubrificante e seu filtro na metade do tempo.

Veículos que ficam muito tempo parados, precisam ter o óleo do motor substituído a cada seis meses ou anualmente, dependendo sempre do recomendado. Feito isso, o motor pode ter uma vida longa.

Mas, se fosse sempre assim, a indústria de lubrificantes teria ido à falência há muitos anos. Com o passar do tempo, alguns donos de carros buscam óleos melhores para adicionar aos seus motores, seja para amenizar os efeitos do desgaste natural, seja para buscar uma performance melhor e economia.

Nesse caso, fora das especificações do fabricante, o comprador pode simplesmente se perder e deixar-se levar pelo frentista amigo do posto da esquina, uma armadilha quase sempre fatal. O problema não é a intenção de vender, mas saber exatamente qual é o tipo de óleo para aquele motor.

Frases como “ah…fulano tem um igual [carro] e colocou esse” ou “então, esse aqui é bom, bota ele!”, podem levar o proprietário à ruína.

óleo motor troca

O tal “eu recomendo” pode sair caro. Por isso, é melhor não fugir das especificações do fabricante. Mas o que acontece se o fabricante muda o óleo do motor radicalmente? Parece mentira ou algo inacreditável, mas acontece.

No exemplo da Honda, o 10W30 mineral foi substituído por um lubrificante importado do Japão e mais, ele é 100% sintético e traz a classificação 0W20! Para os proprietários, ficou a dúvida entre seguir a nova recomendação ou manter a que estava.

Em um clube de donos de certo modelo da marca, uma parte aceitou a mudança, mas a grande maioria – já com carros bem rodados – não seguiu a mudança e manteve o lubrificante original, mas nesse caso, tiveram que buscá-lo no mercado.

Lá, felizmente, o 10W30 pode ser encontrado, agora mais do que nunca, mas geralmente semissintético ou sintético. A API varia de SH a SN. Nesse caso, nunca misture óleo mineral com sintético ou semissintético, pois isso compromete o funcionamento do motor, criando borras de óleo em certas partes do propulsor e reduzindo sua vida útil.

Nessa busca por óleo de motor, o fator preço influencia muita gente. Os óleos minerais, feitos por compostos derivados do petróleo, são mais baratos e geralmente são os que estampam os cartazes com preços por litro bem atraentes nas lojas ou postos.

Os semissintéticos usam porções de compostos sintéticos e minerais para compor o lubrificante. Seu preço é intermediário, logicamente.

Por fim, os sintéticos são feitos com elementos criados em laboratórios, possuindo aditivos e outros componentes que eliminam borras, reduzem o atrito e o arrasto de peças, diminuem o ruído, ajudam a ampliar a durabilidade e resistem à oxidação.

Verificando o estado do óleo

óleo motor nivel

Manter o óleo lubrificante em dia não é apenas trocá-lo no tempo certo. É preciso ficar de olho nele. Tal como fazemos check up para ver como está nossa saúde, no caso do lubrificante, a coisa é um pouco mais intensiva.

O recomendável – quando o carro já está fora da garantia – é verificar o nível a cada 30 dias, com o motor frio e em local plano. Nível dentro do correto, viscosidade ou aparência boa, tudo bem. Se estiver muito escuro e grosso, troque-o. Se o carro for muito antigo, reduza o tempo de verificação pela metade.

Observe bem a quilometragem quando tiver que trocar o óleo no primeiro caso. Se o nível estiver muito baixo ou o óleo muito gasto em período inferior ao normal, então o motor está com um consumo alto de óleo, indicando problemas.

Ele precisa estar entre as duas barrinhas da haste para um funcionamento normal. Acima é um indicativo de que mais óleo foi admitido e isso trará problemas de pressão no cárter e redução da performance.

Classificação do óleo

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É preciso saber como são classificados os tipos diversos de óleo de motor.

Tal foi feito pela SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos) dos EUA, que classificou os lubrificantes de acordo com sua viscosidade em óleos de verão (SAE 20/30/40/60), inverno (SAE 0W/5W/10W/15W/20W/25W) e multiviscoso, que atua nos dois climas (SAE 10W30/10W40/5W40/20W40).

Quanto maior o número, maior é a viscosidade.

Nesse último caso, o óleo multiviscoso é o mais usado, pois, ele possui múltiplo grau de viscosidade, podendo assim suportar baixas temperaturas sem congelar (10W) e altas temperaturas com bom rendimento (40), por exemplo.

Mas não é somente isso, a API é uma sigla que faz parte da classificação dos lubrificantes. Criada pelo Instituto Americano de Petróleo, o API se dá por letras, que acompanham a classificação SAE.

Ela está ligada aos testes de qualidade e, quanto mais se avança na ordem alfabética, melhor é a qualidade do óleo.

Assim, temos em ordem crescente de qualidade: SF, SG, SH, SI, SJ, SL, SM e SN, por exemplo.

O SH é geralmente usado no Brasil para motores a gasolina, etanol e GNV. Motores de dois tempos e diesel possuem outras classificações de API. Quanto mais a letra avança no alfabeto, mais testes são cumpridos pelo lubrificante.

Além disso, na hora de comprar óleo lubrificante, vem outra questão, a origem da composição.

Não é a marca, mas se o mesmo é mineral, semissintético ou sintético. O mineral é derivado direto do petróleo com um desempenho inferior em relação aos demais.

O intermediário é uma mistura de mineral e sintético, enquanto este último é puramente feito em laboratório, a fim de buscar resultados melhores em termos de desgaste, retenção de calor, ruído e arrasto de peças móveis.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X