Olá pessoal. Meu nome é Vinicius, moro no Rio de Janeiro, e gostaria de dividir com você mais uma experiência com a compra de um carro de 7 lugares. Dessa vez, não busquei por veículos zero quilômetro. Todas as opções foram dentro do mercado de usados.
O texto a seguir é um relato de uma nova experiência na difícil missão de comprar de um carro de 7 lugares, um nicho cada menos explorado pelas montadoras e que deixam poucas opções no mercado para quem precisa de veículos maiores e com mais assentos.
Minha primeira experiência com a compra de carros desse porte foi compartilhada com vocês em 2015, onde escrevi a minha saga na pesquisa e compra de um carro para família, necessariamente com 7 lugares (clique aqui para ler a matéria).
Minha Nissan Grand Livina 2014
Por motivos pessoais eu precisei me desfazer do carro (com muita tristeza, pois adorava minha Grand Livina) e fiquei um período sem carro. Ficamos somente usando o carro da minha esposa, um compacto bem limitado.
Recentemente, resolvi que era hora de comprar novamente um carro grande para a família, que também deveria ser de 7 lugares. Com os tempos atuais difíceis, limitação cada vez maior de oferta de veículos dessa configuração e preço do carro zero beirando a insanidade, foquei totalmente na busca por um veículo usado.
Como estava buscando um carro já usado, não me limitei aos veículos em linha, e com isso vi a possibilidade de adquirir um carro mais antigo, porém com uma oferta de equipamentos bem recheada.
Os modelos de 7 lugares do mercado
Não considerei nas minhas opções apenas 2 carros: O chinês JAC J6, por não conquistarem ainda minha confiança devido aos inúmeros problemas de pós-venda e falta de peças, além da reclamação de donos sobre a qualidade do produto e do consumo elevado.
O Fiat Dobló eu também não considerei nas minhas pesquisas por considerar um projeto velho, inseguro, caro e feio demais!!
Vamos a minha lista de opções:
Chevrolet Spin 2024 LTZ
Nissan Grand Livina
Citroen C4 Grand Picasso
Land Rover Discovery III
Fiat Freemont
Dodge Journey
Kia Sorento
Hyundai Santa Fé
Mitsubishi Pajero Full
Meu orçamento era de R$ 55.000, mas olhei o maior número possível de carros, até alguns que não estavam na minha lista inicial (Hyundai Vera Cruz, Kia Mohave e Kia Carnival).
Comecei procurando as ofertas disponíveis pela internet. Depois de conferir os carros que cabiam no bolso, planilhei todas as opções que me interessavam e busquei todo tipo de informação sobre os carros. Sites de opinião dos donos, fóruns das marcas e diversos vídeos de testes e problemas no canal do YouTube.
Quando se começa a procurar um veículo com uma lista de opções acima, naturalmente você começa a ver a possibilidade de ter um carro realmente completo e robusto, acaba “se desinteressando” pelos carros mais simples dessa lista.
Vale ressaltar que todos os carros da lista são excelentes, até porque já tive uma Grand Livina SL e posso atestar o ótimo carro.
Grand Livina e Spin eu não descartei num primeiro momento, mas quando comecei a ver a possibilidade de ter um carro de classe superior, eu meio que deixei esses modelos para lista emergencial.
Ou seja, caso não encontrasse nada dentro do meu crivo de qualidade e que coubesse no meu orçamento, seriam a minha tábua de salvação. Elas ficaram, portanto, em stand by.
Não me interessei pela C4 Grand Picasso. Por conhecer pessoas que tiveram e relataram inúmeros problemas com o carro, além do péssimo pós-venda, me afastaram de cara desse modelo. Nem aprofundei muito a pesquisa.
Pode ser que seja um ótimo carro, mas os feedbacks que recebi não me encorajaram a continuar com ela na lista.
Os carros de 7 lugares que mais me chamaram a atenção
A Land Rover Discovery é a mais cara dessa turma e, como todas as opiniões diziam, a de manutenção muito custosa e com alguns pontos problemáticos, como suspensão, por exemplo.
Naturalmente oferece um conforto espetacular, mas cobra caro para manter e carros nessa faixa de preço já passavam dos 12 anos de uso, o que foi difícil de achar exemplares que estivessem em bom estado.
A Fiat Freemont e a Dodge Journey são projetos gêmeos, mudando apenas motorização. A Dodge utiliza um V6 e a Fiat um 2.4. Falando da Freemont, a minha preferência recaia sobre a versão 2013 em diante.
Isso pois a partir daí houve a atualização do câmbio para 6 marchas, o que melhorou muito o fôlego e o consumo do carro, pois ela utiliza um 2.4, porém de 2013 em diante, as opções estavam muito caras.
Com isso, comecei a ver modelos mais antigos mesmo, mas das unidades que vi, não me chamaram atenção, muito judiadas ou muito rodadas.
Tanto a Fiat quanto a Dodge, por serem o mesmo projeto, possuem problemas crônicos de freios e suspensão. Li muita reclamação sobre superaquecimento de freio e suspensão baixa do carro. Esses problemas não conseguem ser resolvidos pelas montadoras, demonstrando ser um problema de projeto mesmo.
Não desisti de ambas, mas fiquei preocupado com essas questões e resolvi dar atenção para outros modelos.
A dupla sul coreana Santa Fé e Sorento sempre teve minha simpatia, pois acho o design de ambas muito bonito. Nas minhas pesquisas vi que nas condições que eu dispunha era possível pegar uma 2011 ou 2012. As reclamações desses carros são mínimas e pontuais. Todos elogiando a qualidade, robustez e o custo-benefício.
A Mitsubishi Pajero Full me agradava bastante, mas não estava encontrando muitas unidades com os 7 lugares que precisava. As que achei eram muito antigas (2006/2007), caindo no mesmo problema da Discovery. Sendo assim, eu acabei descartando a Mit.
Agora minha short list tinha os seguintes carros:
Hyundai Santa Fé
Kia Sorento
Fiat Freemont
Dodge Journey
Além, é claro, da lista emergencial (Spin e Grand Livina).
Finalmente a compra
Depois de muita procura e pesquisa me deparo com uma oferta interessante na internet de uma Kia Carens. Nem estava na minha lista, mas ao ver o anúncio lembrei de um amigo que teve e adorava o carro.
Não era o que eu estava imaginando, pois ela entrava na mesma categoria da minha lista de emergência (Spin e Grand Livina), mas como a loja do anúncio era quase na mesma rua do trabalho da minha esposa, fui ver o carro de perto, já que nas fotos ela estava linda.
Chegando lá o vendedor logo tirou o carro para que eu pudesse ver do lado de fora da loja e fazer o test drive. Realmente ela estava muito bem cuidada. Mas foi aí que tudo mudou…
Quando ele tirou o carro, vi que tinha uma Santa Fé na segunda fileira. Branca, ano 2012, com motor 3.5 V6 e de 7 lugares. Preço: R$ 57.000. Apesar de estar acima do meu orçamento, eu passei a dar atenção para a Santa Fé e ignorei solenemente a Carens. Nem fiz o test drive da Kia!!
Analisei tudo, sentei em todos os bancos, abri o teto solar, regulei o banco e pedi para fazer um test drive. Aqui vai um conselho, caso vocês que estão lendo só tenham dirigido até hoje carros normais como eu (1.6, 1.8 ou 2.0), não façam o test Drive num V6. É covardia!!
Me apaixonei pelo carro e por todo conforto e segurança que ele oferece, mas não fechei negócio de imediato. Graças a Deus minha esposa estava junto e decidimos pensar no final de semana. Mas não teve jeito, voltei na segunda e comprei o carro.
Branca com interior bege, completa de tudo. Teto solar elétrico, 10 airbags, 4×4 AWD, controle de tração, estabilidade, piloto automático, câmbio automático 6 marchas com Tiptronic, ar-condicionado digital para as 3 fileiras de bancos, volante multifuncional, DVD player, GPS, câmera de ré, compartimento refrigerado, sensor crepuscular, sensor de chuva, sensor de estacionamento, pneus novos e bancos elétricos. Tudo funcionando perfeitamente.
Sou muito chato no cuidado com o carro e quando vou procurar um usado torna-se uma missão impossível encontrar um carro que me agrade em todos os aspectos, pois mesmo sabendo que é um modelo 2012, quero sempre o mais perfeito possível.
A loja me repassou a pesquisa de histórico do veículo onde é investigado toda a vida do carro, sobre sinistros, multas, histórico de km, acidentes e etc. Nada desabonava esse carro, que era de um único dono, com todas as revisões feitas na concessionária e com todas as NFs dos serviços executados.
Numa dessas notas, pude ver que o regulador eletrônico do banco do passageiro foi trocado. De resto, não apresentava nenhum problema.
Estou há 3 meses com o carro e muito feliz com minha escolha. O carro é uma máquina maravilhosa. O consumo, que é uma grande reclamação sobre esses carros (mas não deveria, por ser um V6 de 285 cv e 34 kgfm de torque) consegue ser mais econômica que a minha antiga Grand Livina (1.8 automática de 4 marchas).
Consigo médias na cidade de 6,0 a 6,5 km/l e na estrada chega a 9 km/l ou 10 km/l, marcas muito boas para um carro de 1.800 kg.
Recomendo muito a compra desse carro, se você tiver outro para andar no dia-a-dia, como eu faço (para ir ao trabalho, levar as crianças no colégio etc.). Fazemos tudo isso no carro da minha esposa e nos finais de semana e viagens usamos a Santa Fé.
Por Vinícius Luz
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