Nos últimos anos, a Volkswagen apresentou poucos conceitos no Brasil e pelo menos três deles pareciam prontos para produção e tudo indicava que assim seria feito, mas… Bem, não aconteceu como o mercado e nós esperávamos.
Destes três conceitos, pelo menos um era carro de produção, numa proposta que fez os olhos de entusiastas, especialmente aqueles com mais de 40 anos, ficarem marejados.
Outro era um sucessor nato do Volkswagen CrossFox, mas numa proposta que hoje em dia é bem comum, a de SUV compacto, sendo estiloso e feito sobre uma plataforma existente na época e, cuja produção em Taubaté seria viável.
Estranhamente ou não, essa coisa de SUV pequeno e a famosa cidade do Vale do Paraíba não parece uma história de 12 anos atrás…
E, por fim, um veículo praticamente pronto e com direito a raio-x revelador. Isso tudo com um rival que já havia criado um nicho promissor. Quem são eles?
Volkswagen Gol GT
No penúltimo Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em 2016, a VW mostrou uma proposta esportiva para o Gol, chamado Gol GT Concept, desenvolvido como um resgate dos clássicos Gol GTS e Gol GTI.
O Gol GT tinha pintura Cinza Volcano com filetes em Lava Red, além de um pacote aerodinâmico e estético realmente atraente, que utilizou a carroceria do Gol duas portas renascido na época, com spoilers, saias laterais, difusor de ar e escape de ponteira dupla.
Com aerofólio no teto e conjunto ótico escurecido, o Gol GT Concept tinha ainda suspensão rebaixada, rodas aro 18 polegadas e pinças de freio vermelhas.
Por dentro, os bancos esportivos tinham formato de concha com elementos vazados, enquanto as portas tinham design exclusivo.
O painel era todo retrabalhado com elementos estéticos bons e um volante esportivo de fundo chato com a sigla GT.
Pedais esportivos e difusores de ar exclusivos estavam na proposta, que poderia gerar uma versão esportiva do Gol, pelo menos usando a maioria dos elementos sugeridos e com motor que poderia ser o 1.0 TSI.
No conceito, o câmbio era de 5 marchas, por isso, o motor 1.0 TSI de até 128 cavalos ou mais, seria interessante.
O Polo GTS surgiu anos depois como uma resposta ao que o público desejou ver no Gol GT e está até hoje no mercado.
Volkswagen Taigun
No Salão do Automóvel de 2012, a Volkswagen mostrou ao público um interessante conceito que poderia ter alterado significativamente os caminhos da marca até seu primeiro SUV compacto, o T-Cross.
Tratava-se do conceito Taigun, um pequeno crossover derivado do Up e feito sobre a plataforma PQ12, ainda hoje em produção na Europa, sendo uma proposta diferenciada que mataria de cara o CrossFox e que seria um complemento importante ao Up.
A ser feito em Taubaté, por mais estranho que pareça, após quase 14 anos, o Taigun é exatamente a ideia que a VW teria para um sucessor do Gol, o A00, pecando o conceito apenas por não ter a plataforma MQB-A00.
Com 3,859 m de comprimento, 1,728 m de largura, 1,570 m de altura e o entre eixos “padrão” da VW da 2,470 m, o Taigun seria ótimo hoje até para a Índia, mas sem a PQ12, considerada mais cara de fazer.
Quadradinho, o Taigun tinha cara de SUV e elementos que correspondiam tecnicamente à categoria, com frente alta, suspensão de altura adequada, para-lamas abaulados e colunas C largas, sendo uma proposta muito interessante da VW.
Tinha barras no teto moldado, assim como maçanetas traseiras embutidas.
Dentro, o espaço era coerente para sua proposta, lembrando o Fox, porém, mais baixo, com porta-malas tendo bons 280 litros e até 987 litros com o banco traseiro rebatido.
Usava elementos do Fox, como o banco ajustável e do Up, o assoalho móvel, tendo ainda um painel com instrumentação do Up, mas com um design geral bom, aparentemente pensado para converter smartphone em multimídia.
Pesando 985 kg, o Taigun tinha motor 1.0 TSI com 110 cavalos e 17,8 kgfm, mas usaria certamente a configuração do Up TSI, com transmissão manual e eventualmente Tiptronic.
O conceito ia de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos com final de 186 km/h.
Com controle de estabilidade e uma estrutura de proteção “5 estrelas” como do Up, o Taigun certamente passaria pelo crivo do NCAP. No entanto, nem isso, visto que a VWB ainda tentou vender a ideia na Europa, mas não deu.
Assim, o Taigun foi mais uma oportunidade perdida e só conseguiu sobreviver com seu próprio nome no T-Cross indiano.
Diante do “caso” de Taubaté, hoje poderíamos estar falando da segunda geração do modelo, que teria então já uma década na estrada.
Volkswagen Tarok
Ué, a Tarok não virá agora? A resposta vem com outra pergunta: será mesmo? Há quase seis anos, em 2018, a Volkswagen mostrou no derradeiro Salão do Automóvel 2018, uma resposta à altura da Fiat Toro e com tudo dentro…
Era a Tarok, uma picape cabine dupla monobloco que fez os entusiastas da VW esfregarem as mãos, afinal, com 4,914 m de comprimento, 1,830 m de largura, 1,677 m de altura e 2,990 m de entre eixos, o conceito era a coisa certa na hora certa.
No tempo devido, a VWB respondeu à Fiat e os comparativos já eram tidos como pautas obrigatórias para revistas, sites e youtubers, mas isso não aconteceu, porque simplesmente a Tarok teve morte neo-natal.
Por quê? Não se sabe ao certo.
Até com raio-x atestando seu bom estado de projeto, a Tarok misteriosamente nem recebeu certidão de nascimento.
Feita sobre a base modular MQB-A1, a mesma do Taos, a picape tinha até chances de ser feita na Argentina.
Com motor 1.4 TSI de 150 cavalos e 25,5 kgfm, a Tarok tinha suspensão traseira multilink, câmbio Tiptronic de seis marchas, caçamba com extensão articulada para dentro da cabine, uma inovação, assim como um visual que a fusionava com SUV.
Ela poderia ter qualquer coisa que quisesse tecnicamente, como um 2.0 TDI de 170 cavalos para peitar a Toro, um 2.0 TSI de 220 cavalos para uma eventual R-Line, câmbio automático de 8 marchas ou DSG de 7, enfim.
Até tração 4Motion poderia ter, no caso dos dois últimos motores.
Mesmo com tudo dentro, a Tarok sumiu na neblina da Ala 17 e de lá nunca mais saiu. Agora vem?
Pelos indícios recentes, com produção no Paraná, a nova picape da VW parece mais direcionada a ser uma sucessora da Saveiro com porte de Montana e Oroch, baseada no T-Cross, o que sairia muito mais barato.
Com essa nova picape, a VW não precisaria apostar num diesel para brigar com Toro ou Rampage, mas poderia usar o motor 1.0 TSI com até 128 cavalos e ainda o 1.4 TSI, bem como um híbrido com 1.5 TSI lá na frente.
Fora isso, uma variante de cabine simples e caçamba grande, faria também pressão sobre a Fiat Strada. No final, os custos (suspeitos de serem a causa mortis da Tarok) menores seriam mais aceitáveis para VW hoje.
Então, melhor não esperar pela picape de 2018.
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