Uma das picapes mais famosas da Ford, a F250 faz parte de uma longa linhagem de picapes que ajudaram a construir os Estados Unidos e até hoje continua a fazer história.
Antes de falar sobre o modelo da Ford F250 que ainda é vendido nos Estados Unidos, vamos inverter um pouco a história e contar a sua participação no mercado nacional.
A nossa Ford F250 brasileira deixou de ser produzida pela Ford do Brasil em meados de 2012.
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F250: vendida entre 1998 e 2011 no Brasil
Apresentada para ser a sucessora da Ford F1000, que até então era a maior caminhonete da marca no mercado nacional, a Ford F250 chegava também para concorrer com sua eterna conterrânea, a Chevrolet Silverado, lançada em 1997.
Montada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desde 1998, a Ford F250 vinha com um motor 3.9 litros de seis cilindros com 145 cavalos e torque de 47 kgfm, movido a diesel, com tração traseira e câmbio manual de 5 velocidades.
Outra opção de motor era oferecida na Ford F250 a gasolina, tendo um 4.2 de seis cilindros com 205 cavalos e 35,7 kgfm de torque, tração traseira e câmbio manual de 5 velocidades.
O motor a gasolina da F250 foi descontinuado cerca de dois anos depois do seu lançamento, devido ao grande consumo de combustível – algo não muito bem visto para um veículo dessa categoria.
E em meados de 1999, a Ford opta por mudar o seu motor a diesel da Ford F250 – trocando a fornecedora Cummins Diesel pelo mesmo motor empregado na concorrente Chevrolet Silverado, que usava um MWM, mas com a diferença de que o motor na Ford F250 rendia mais, por conta do auxílio de um Intercooler.
Em 2003, a Ford passa a oferecer no mercado nacional a F250 cabine dupla, o que era esperado por muitos dos compradores, pois a F250 cabine estendida era boa para carregar crianças e só.
Antes de oferecer a opção de cabine dupla na F250, os consumidores tinham que recorrer a preparadoras, para transformarem suas F250 de cabine simples em dupla.
E para evitar que seus compradores migrassem para a concorrência, ou sofrer algum acidente por conta da transformação indevida no modelo, a marca aderiu ao pedido do mercado.
A Ford F250 sempre teve fama de “picape de agroboy”, pois seu tamanho sempre foi grande e pouco usual para quem precisasse utilizar a picape na cidade.
Por conta do seu enorme entre-eixos e caçamba longa, a picape facilmente passava dos 6 metros de comprimento. Ou seja, não era uma picape para levar as crianças na escola, parar na frente daquele restaurante badalado e muito menos estacionar nas vagas de shoppings centers.
Além do seu tamanho exagerado, a Ford F250 ainda exigia – e exige – que os condutores portem a habilitação de categoria C – para veículos que ultrapassem os 3.500 kg de carga bruta.
E isso a torna um caminhão perante as leis de trânsito brasileiras, ainda que seja de pequeno porte (mas ainda sim um caminhão). Para 2006, a Ford atualiza o visual da F250, onde recebe novos faróis, grade e lanternas.
O visual agora segue a mesma receita dos modelos à venda no mercado norte-americano, e a deixa mais imponente, graças à sua enorme grade cromada, com o logo oval da Ford ao centro.
No interior, novos materiais no acabamento, um novo desenho para o quadro de instrumentos e novas opções de cores para o revestimento dos bancos são adicionados.
As enormes rodas da F250 contrastam com as diminutas lanternas traseiras, que ficam meio perdidas na imensidão da carroceria da picape.
Além da atualização do visual, chega finalmente a F250 4×4, um velho pedido dos clientes da marca desde seu lançamento em 1998. A Ford troca também o fornecedor do seu motor, que no começo era Cummins, mudou para MWM e voltou a ser Cummins.
Para alguns proprietários, isso foi uma troca inteligente, já para outros – bom, eles torceram o nariz. O detalhe é que esse era o mesmo motor de 1998, apenas com alguns reajustes para render mais e consumir menos.
Algo com o qual estamos já acostumados – Volkswagen e Chevrolet que o digam.
Agora o motor 3.9 da Ford F250 rendia 203 cavalos, com 56 kgfm de torque e tração integral. Para o câmbio, nenhuma novidade, mantendo o bom e velho conjunto de 5 velocidades manual.
Um dos detalhes extras que o “novo” motor tinha, era a adoção da injeção eletrônica, sendo o primeiro motor a diesel dentro da linha F a receber esse tipo de tecnologia.
A adoção da injeção eletrônica deu um novo respiro ao motor do final dos anos 90. Mas como nem tudo nessa vida pode ser resumido em um mar de rosas, o motor não conseguia ser tão potente quanto a versão a gasolina, e ainda era muito chegado no diesel.
Seu fim foi decretado de forma bem silenciosa, já que não estava mais despertando o desejo de abrir uma fazenda no interior e viver disso.
O motor da Ford F250 era o mesmo de 2006, sendo vendido nas opções com tração 4X2 e 4X4. As opções de cabine também eram bem restritas, apenas a dupla ou a simples eram ofertadas.
Outro fator que não ajudava muito era o preço do modelo.
Com valores iniciando em cerca de R$ 111.140 reais para a cabine simples, com tração 4X2, e chegando até R$ 138.330 reais na versão com cabine dupla e tração 4X4, a Ford F250 se despediu do nosso mercado sem deixar um sucessor.
Atualmente, as únicas opções acima da Ford Ranger são os modelos da Série F – F-350, F-4000 e F-4000 4X4 – e caso você tenha uma boa grana sobrando, pode importar a nova Ford F-250 XLT Super Duty 2023 com seu enorme e poderoso motor de 6.7 litros, V8 turbo diesel com 485 cavalos de potência e monstruosos 145,1 kgfm de torque.
Sempre acompanhado da tração integral e do câmbio automático de 6 velocidades.
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