O Opala Diplomata foi uma versão topo de linha do clássico modelo da Chevrolet que existiu entre 1979 e 1992, sendo uma das mais caras e desejadas opções que o mercado brasileiro tinha nos anos 80 e início dos anos 90.
Acima do Opala Comodoro, que fora a mais luxuosa versão do Opala nos anos 70, o Diplomata surgiu para suprir a carência do mercado por versões mais luxuosas e equipadas dos modelos oferecidos.
O Opala tinha linhas mais elegantes, ainda que antiquadas, bem como um motor grande, sendo o único carro (com o Alfa 2300) com motores grandes (acima de 2.0 litros) nos anos 80, mas o italiano sairia de cena em 1986.
Contudo, o único com motor de seis cilindros era o modelo, embora oferecido nas versões de acesso e Comodoro. O motor 4.1 foi o mais potente do mercado, tanto com gasolina quanto com etanol.
Opala Diplomata, a origem
Em 1971, a General Motors não tinha um carro acima do Opala e decidiu ampliar o requinte deste com a versão Gran Luxo, que assim como a Luxo, que permaneceu no mercado, tinha opções das duas carrocerias e dos dois motores.
Pouco depois, a GM decidiu introduzir no Opala Gran Luxo o motor 4.1 (250), que era exclusivo do Opala SS, a versão esportiva da época. Assim, o antigo 3.8 saíra de cena no modelo brasileiro.
As coisas para o modelo seguiram normalmente até 1975. Nesse ano, a Chevrolet lança no mercado nacional o Opala Comodoro. Tratava-se de uma versão de luxo que substituía a Gran Luxo.
Tinha vários requintes, como painel em jacarandá, teto de vinil Las Vegas para o cupê e vinil completo, bem como detalhes visuais externos exclusivos. O Comodoro chegou numa atualização de estilo do Opala.
Com a versão Especial na linha de entrada, a Luxo como intermediária e a SS como esportiva, o Opala somava com o Comodoro. Dado o fim de vários modelos executivos dos anos 60, em meados dos anos 70, a GM acertou na proposta.
Na GM, os clientes que ainda buscam um sedã com algum luxo vão encontrar o Chevrolet Cruze, que sucedeu o Vectra e o Monza. Este modelo é feito atualmente na Argentina, mas não terá futuro longo, visto que deixou de existir no exterior.
Após seu fim, o legado do Opala Diplomata estará completamente encerrado, uma vez que o Onix Plus é um modelo popular, assim como o Monza chinês, cogitado para servir no mercado nacional.
Opala Diplomata é lançado em 1979
O Opala Diplomata foi lançado no final de 1979, mas já como modelo 1980. A nova versão topo de linha do Opala, que já tinha mais de dez anos de mercado, atraiu atenção num momento em que as opções do mercado se reduziam.
Apesar de ter sido lançado, não apareceu nas concessionárias senão em meados de 1980. Nessa época, a linha 80 ganhara uma frente retilínea com grade retangular e faróis quadrados, bem como novos pistas.
O Opala 80 tinha também para-choques laminados com faixas pretas, enquanto a traseira incorporava novas lanternas retangulares e contínuas, substituindo as circulares anteriores.
A traseira também teve a tampa do porta-malas ligeiramente modificada, assim como a parede traseira, ondo o bocal do tanque ficava atrás da placa de identificação do veículo.
O Opala Diplomata tinha como diferencial acabamento cromado da grade e dos faróis, assim como rodas de liga leve (inéditas na GM) e antena elétrica do rádio, bem como dois batentes nos protetores e frisos laterais pretos.
Diplomata 1981 e 1982
O Opala Diplomata tinha estabilizadores mais espessos e rodas de tala larga, independente do motor. Em 1981, o modelo recebeu um novo painel, já com instrumentação dentro do mesmo corpo e painel com ar condicionado integrado.
Já o volante tinha dois raios, mas a opção de câmbio na coluna (com banco inteiriço na frente) só existia para as versões de frota, até o Comodoro. O cluster trazia ainda voltímetro e vácuometro.
No ano seguinte, volante acolchado, para-brisa laminado e vidros verdes passavam a fazer parte do pacote. Ainda mantendo as opções de interior marrom ou preto (incluindo os bancos), o Opala Diplomata ganhou o tanque de 84 litros.
1985
Em 1985, foi a vez da aparência que o tornou famoso, a frente com faróis de neblina ao lado dos faróis comuns, assim como para-choques laminados com ponteiras plásticas, molduras laterais e rodas diamantadas de múltiplos raios.
Este visual durou até a linha 1987, visto que a GM mudara a frente na linha 88 com faróis mais fluidos, porém, igualando o frontal das versões e fazendo o Diplomata perder sua exclusividade.
A própria nomenclatura mudara para Diplomata SE, mas com cluster de iluminação indireta, vidros elétricos, travas elétricas, coluna de direção com ajuste em 7 posições em altura, difusores de ar traseiros, entre outros.
Interessante foi a introdução do câmbio automático ZF de quatro marchas no lugar do antigo de três, que saiu de linha com o manual de três marcas das outras versões.
Tendo visto as mudanças de suspensão (amortecedores pressurizados e nova barra estabilizadora) e tração (cardã em duas peças), o Opala Diplomata ainda receberia um tanque de 91 litros e lanternas escurecidas ao final dos anos 80.
Antes de dizer adeus, o Diplomata 91 recebeu rodas aro 15 polegadas com pneus 195/65 R15, além de para-choques envolventes e grade atualizada. Os retrovisores passaram a ser embutidos e as portas dianteiras perderam quebra-vento.
Opala Diplomata e seus motores
O Opala Diplomata tinha duas opções de motor, sendo um quatro cilindros 2.5 e um seis em linha 4.1, com ambos identificados ainda por polegadas cúbicas, com 151 no primeiro e 250 no segundo.
Quando o Diplomata surgiu, os dois motores adotaram carburador duplo de dois estágios, com o 2.5 (2.474 cm3) e o 4.1 (4.097 cm3). O primeiro rendia 90 cavalos na gasolina e 98 cavalos no álcool, tendo 18/20 kgfm, respectivamente.
Em meados dos anos 80, o 151 teve sua potência variando de 88 a 92 cavalos na gasolina, enquanto o álcool rendeu de 103 cavalos em 1980 a 112 cavalos em 1990.
Já o seis em linha mais querido do Brasil, o 4.100 da GM, tinha 121 cavalos (132 cavalos brutos) na gasolina e 132 cavalos no álcool, entregando entre 29 e 32 kgfm. Ele chegou mesmo a dispor de 141 cavalos com o combustível vegetal.
Todas as atualizações desses motores entre 1980 e 1992, foram inseridas no Opala Diplomata, que ainda tinha transmissão manual de quatro ou cinco marchas e automática com três ou quatro velocidades (a partir de 1988).
Apesar de ser oferecida no Opala até 1987, a caixa manual de três marchas nunca foi usada pelo Diplomata, apenas as versões de entrada e Comodoro.
Consumo
O consumo do Opala Diplomata é de 7 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com gasolina e 3,8 km/l na cidade e 6,6 km/l na estrada com álcool, conforme teste da revista Quatro Rodas de abril de 1988.
Ficha Técnica
Motor | 2.5 gasolina | 2.5 álcool | 4.1 | 4.1 álcool |
Número de cilindros | 4 em linha | 4 em linha | 6 em linha | 6 em linha |
Cilindrada em cm3 | 2474 | 2474 | 4097 | 4097 |
Válvulas | 8 | 8 | 12 | 12 |
Taxa de compressão | ND | ND | ND | ND |
Alimentação | Carburador | Carburador | Carburador | Carburador |
Potência máxima | 88/90/92 cv (98 cv no 151-S) | 103/112 cv | 121/132 cv (171 cv no 250-S) | 132/141 cv |
Torque máximo | 19,8 kgfm | 19,8 kgfm | 29 kgfm (32,5 kgfm no 250-S) | 30,1/32,8 kgfm |
Transmissão | ||||
Tipo | Manual de 4 ou 5 marchas | Manual de 4 ou 5 marchas e automática de 3 ou 4 marchas | ||
Tração | ||||
Tipo | Traseira | Traseira | ||
Direção | ||||
Tipo | Hidráulica | Hidráulica | ||
Freios | ||||
Tipo | Discos dianteiros e tambores traseiros | Discos dianteiros e tambores traseiros | ||
Suspensão | ||||
Dianteira | Braço duplo | Braço duplo | ||
Traseira | Eixo rígido | Eixo rígido | ||
Rodas e Pneus | ||||
Rodas | Liga leve aro 14 polegadas | Liga leve aro 14 ou 15 polegadas | ||
Pneus | 195/70 R14 | 195/70 R14 ou 195/65 R15 | ||
Dimensões | ||||
Comprimento (mm) | 4.784 | 4.784 | ||
Largura (mm) | 1.766 | 1.766 | ||
Altura (mm) | 1.365 | 1.365 | ||
Entre eixos (mm) | 2.667 | 2.667 | ||
Capacidades | ||||
Porta-malas (L) | 376 | 376 | ||
Tanque de combustível (L) | 84 litros | 84/91 litros | ||
Carga (Kg) | 420 | 420 | ||
Peso em ordem de marcha (Kg) | 1.270 | 1.360 | ||
Coeficiente aerodinâmico (cx) | ND | ND |
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