Passat GTS Pointer (1984-1989): leia sua história e detalhes

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Um dos carros esportivos mais emblemáticos do Brasil foi o chamado Passat Pointer, como ficou conhecida a versão GTS do fastback da Volkswagen, que foi produzido no país dos anos 70 até o fim dos anos 80.

O modelo ganhou fama de bom carro e fez sucesso nas pistas de corrida do Campeonato Brasileiro de Marcas.

No entanto, o Passat Pointer era o suprassumo de performance da VW na ocasião, embora tenha tido o Gol GT como rival no início de carreira, sendo este também convertido em GTS.

O modelo marcou uma época em que não haviam importações oficiais de automóveis, onde a criatividade ficava a cargo das montadoras.

Equipado com o bom motor AP 1.8, o Passat Pointer era um clássico já em sua época, visto que – além do Gol GT – havia o mais moderno Chevrolet Monza S/R.

Então, este carro, que ostentou a sigla GTS (em breve retornará, para ou não alegria dos entusiastas) tem agora sua história contada.

Passat Pointer

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Em 1984, a Volkswagen lançava no (isolado) mercado nacional o esportivo Passat Pointer, que ostentava um sobrenome na versão GTS, que surgira um ano antes, ainda na atualização anterior.

Caracterizado pela cor vermelho Flash, embora existem outros opcionais, como o preto Onyx, o fastback dos anos 70 empolgava.

No ano anterior, o Passat havia recebido um facelift que tirava os faróis duplos quadrados da segunda atualização e empregava quatro faróis quadrados em molduras cromadas.

O conjunto – um dos mais belos e harmônicos dos clássicos nacionais – tinha refletores laranjas nas laterais, mas os piscas ficavam no para-choque.

Como a nomenclatura havia mudado de TS para GTS em 1983, o para-choque do primeiro foi mantido, em cor preta e ainda com lâmina cromada, mas com spoiler bem destacado na parte inferior.

Atrás, a barra de proteção expunha a parte inferior da lataria. O escape era simples, mas com ponteira cromada.

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As rodas de liga leve, agora raiadas e de fundo preto, tinham aro 14 polegadas e pneus 185/60 R14, o melhor que se podia ter em medida de pneu para esportivos naqueles bons tempos.

O nome Pointer aparecia nos protetores laterais e na traseira.

Os retrovisores eram pretos e a grade ostentava um badge “1.8”. A sigla GTS só estava presente nas laterais do carro, diferente do modelo GTS anterior.

Por dentro, o Passat Pointer tinha o mesmo painel do anterior. O cluster era extremamente clássico e essencialmente alemão, hoje com equivalente em estilo apenas em alguns carros da BMW.

Tinha velocímetro, conta-giros em posição central e mostrador esquerdo com nível de combustível e temperatura da água, fora as poucas luzes-espia.

Havia ainda um indicador de marcha entre eles. O volante de quatro raios (com quatro botões de buzina) tinha o brasão heráldico do Castelo de Wolfsburg, que deu nome à cidade construída junto com a fábrica da VW.

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Havia um console abaixo do painel, que ostentava três mostradores: voltímetro, pressão do óleo e relógio analógico. O câmbio era curto e com pomo convencional.

O painel era rudimentar e tinha comandos de ar condicionado (opcional) ainda por alavancas, além de sistema de áudio com toca-fitas.

Os bancos em tecido eram da Recaro e bem envolventes, tendo padronagem em dois tons.

O Passat Pointer tinha vidros verdes, para-brisa degradê, banco traseiro com apoio de braço central e até opção de teto solar manual sem persiana interna.

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Com 4,290 m de comprimento, 1,600 m de largura, 1,355 m de altura e 2,470 m de entre eixos, o Passat Pointer tinha 362 litros no porta-malas.

Porta-malas esse cuja tampa era pequena (não existia mais o de tampa grande) e seu tanque tinha 60 litros, suficientes para mais de 600 km na estrada. Foi vendido apenas com duas portas.

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Pesando 980 kg, o Passat Pointer começou sua carreira ainda com o não menos famoso motor AP 1.8, herdado do Santana, ostentando assim 85 cavalos na versão com gasolina e 92,5 cavalos numa configuração para uso de álcool.

Com câmbio de quatro marchas longo, o esportivo perdia força, mesmo com 15,2 kgfm a 2.600 rpm.

Assim, fazia apenas 13,4 segundos de 0 a 100 km/h e tinha máxima de 166 km/h. O consumo era de 7,4 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada, com álcool.

O Passat Pointer tinha suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção quase entre as rodas traseiras.

Atualização

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Em 1985, a VW decidiu dar um visual mais atual ao Passat Pointer, que foi a primeiro da marca alemã a ganhar para-choques envolventes, feitos de poliuretano e moldados de forma bem interessante.

Eram pretos e tinham os piscas dianteiros no lugar que seria dos faróis de neblina.

Faixas decorativas pretas foram adicionadas na parte inferior das laterais, enquanto as lanternas ganharam frisos pretos, realçando e escurecendo as lentes.

Por dentro, o Passat Pointer 85 vinha ainda com a maior novidade, um novo painel. O cluster analógico tinha uma cobertura mais moderna e com comandos próximos das mãos.

A instrumentação agora incluía relógio digital e vinha num layout com velocímetro e conta-giros dominando, este último com nível de combustível e temperatura da água.

As luzes-espia eram bem interessantes. O conjunto era emprestado do Santana, que deu ainda o volante de “quatro bolas”.

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A disposição dos comandos do ar condicionado e dos difusores permaneceu a mesma, enquanto o console recebeu instrumentos como voltímetro e pressão do óleo em display quadrados.

Além do rádio toca-fitas, existia ainda um porta-fitas mais abaixo. O câmbio tinha alavanca curta, mas com engates precisos e macios.

Aliás, o Passat Pointer 85 passou a ter cinco marchas, todas com velocidade, diferente do 4+E do Santana. A atualização reduziu o tamanho do carro para 4,262 m.

Mantendo os bancos Recaro e o layout bem contemporâneo (da época), o esportivo mantinha o motor AP 1.8 de 92,5 cavalos no álcool.

No derradeiro ano do Fusca e do Alfa Romeo 2300 Ti, o Brasil perdia, mas ganhava o Passat Pointer agora com (falsos) 99 cavalos a 5.600 rpm e 14,9 kgfm a 3.600 rpm.

Era o AP-1800S, que deveria ter em torno de 105 cavalos em realidade. Culpa da carga tributária da época.

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O peso caiu 10 kg e com a nova relação, o fastback esportivo ia de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e com máxima de 170 km/h. Entretanto, o consumo subiu para 6,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na rodovia.

O Passat Pointer permaneceu dois anos com características únicas no layout e mais dois lutando em desvantagem com o Gol GTS.

Em 1988, a Volkswagen encerra a produção do Passat após 897.829 produzidos na Anchieta, em São Bernardo do Campo, e Taubaté.

Na ocasião, o Passat Pointer foi vendido ainda como linha 1989, ostentando filetes vermelhos e cores mais neutras.

Após quatro anos sem mudança, o modelo sai de cena ao mesmo tempo em que aparece nos showrooms o Gol GTI. Era realmente a hora de dizer adeus…

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X